quinta-feira, 8 de abril de 2010

Ana Rebelo - "Procuro renovar o conceito de joalharia com formas contemporâneas"



" As Jóias desde o início dos tempos hierarquizam sociedades, contam histórias e distribuem amor. Tenho como sonho fazer com que uma peça de joalharia seja absorvida pelos cinco sentidos de quem a usa.", é com esta afirmação que Ana Rebêlo nos fala do seu trabalho.

Esta empresária de 34 anos desde cedo rebelou um forte apreço pela criação de diferentes objectos, o que a leva a decidir-se pela área de Artes no ensino secundário. Em 1993 conclui o curso de ourivesaria e Metais d'Arte na Escola Artística António Arroio em Lisboa. Estava aí definido o caminho que iria tomar a sua vida profissional.
A paixão pela arte e procura constante de actualização de conhecimentos nesta área faz com que frequente diversos workshops, tendo ganho um apoio europeu que lhe permitiu ingressar como estagiária no Lycée Jean Guéhenno especializando-se assim durante alguns meses na Pintura a Gouache de Joalharia com um dos Designers da Cartier.
A passagem por algumas oficinas de joalharia, faz com que em 1994 concorra ao Centro de formação de Ourivesaria do Norte que a obriga à mudança para Gondomar, onde reside até hoje.
A procura da especialização e domínio de novas técnicas ligadas a produção de jóias é o que fascina esta artista.
A frequência do curso permite-lhe o contacto com técnicas inovadoras e artistas contemporâneos que vão orientar o seu trabalho.
No ano de 1997, apoiada pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional, cria a sua empresa em nome individual e começa uma nova aventura, agora como empresária.
Começa a trabalhar em colaboração com várias empresas e consegue assim uma carteira de clientes fiéis ao seu estilo.
Assim em 2001 e querendo crescer como criadora e empresária abre a empresa, " MINÚCIAS JÓIAS " começando assim a marcar as peças com a sua chancela e a vender a vários armazenistas.
A produção de colecções próprias, de peças por encomenda, mas também a produção de peças para grandes marcas internacionais foi a estratégia seguida e que se traduziu num crescimento de 20% no volume de negócios nos últimos 3 anos.
O processo produtivo é basicamente artesanal e desenvolvido por uma equipa qualificada, passando desde o projecto à modelação, fundição, apuramento, tratamento de superfícies e cravação.
"Procuro renovar o Conceito de Joalharia com formas contemporâneas, mas não efémeras..." afirma Ana Rebêlo
Quando questionada sobre a fonte de inspiração para as peças que cria, esta empresária, enquanto criadora afirma “Não sei nada sobre inspiração. Acho até que o que me conduz é a paixão pelo criar jóias, ou pelo menos o que chamo de jóias”.
A mistura de materiais e texturas, a observação da natureza a leitura atenta das tendências e o estudo de padrões, as criticas e os elogios que recebe são os ingredientes para as suas peças.
Uma obra nasce em papel e cresce em pleno fogo na banca de trabalho…Um protótipo é feito com o cunho da Minúcias.
A abrangência do mercado nacional é feita através de 60 representantes, estando neste momento a empresa a investir no mercado externo nomeadamente em Espanha e também em Inglaterra.
A proximidade e a flexibilidade entre o lojista e a empresa, a diversidade aliada a uma óptima relação qualidade preço de peças em prata, com uma aposta forte no serviço pós-venda são as vantagens competitivas apresentadas pela empresária
Mas a jovem empresária já tem os planos bem definidos para o curto prazo, que passam pelo crescimento das exportações; do lançamento de colecções para homem e abrir lojas próprias.
Para o futuro Ana Rebêlo gostaria de liderar uma empresa cada vez mais organizada e com competências para ser a numero um no mercado de jóias de criador, passando ainda pelo franchising da marca Minúcias.
“A Minúcias é mais que uma jóia, é o concretizar de um sonho de criança...” confessa esta empreendedora.



Análise Mário Henriques - "A Minucias é um projecto que tem uma ambição e direcção bem claras"


Todos sabemos que a realidade dos negócios traz muitos indicadores que por vezes destroem o melhor dos planos.
Não sei o que será daqui a 5 anos o negócio da Minúcias, mas reconheço que hoje tem dentro de si ingredientes fundamentais para se alcançar o sucesso. Existe Paixão. Preocupação em estudar as novas tendências e estar actual. Capacidade de leitura o que permitiu reconhecer que os produtos e serviços nos dias de hoje não surgem só para satisfazer necessidades, mas sim estabelecer relações que apelam aos sentidos dos clientes. Posicionamento no mercado através de parceiros de negócio expressando uma atitude humilde a aberta nem sempre está presente em muitos projectos, onde as pessoas acabam, por vezes, orgulhosas mas sós, pensando que sozinhas resolvem todos os desafios.
Por último, mas para mim o mais decisivo, é o facto de ter percebido que este é um projecto que tem uma ambição e direcção bem claras. Quer ser o número um, e estar em ‘campeonatos’ mais complicados, como poderão ser os mercados fora de Portugal. Não é frequente vermos esta capacidade para apontar um sonho de forma tão clara e descomplexada e corajosa.


Prof. Carlos Brito - "O networking é uma das formas mais avançadas para se inovar e crescer"


Dando forma à sua missão, a Escola de Gestão do Porto (EGP-UPBS) tem por objectivo melhorar a qualidade da gestão e promover a mudança nas empresas e outras organizações, através da formação avançada a nível pós-graduado, da investigação aplicada e da consultoria.
A EGP-UPBS procura desenvolver uma rede de conhecimento e de competências como suporte à acção dos líderes e à competitividade das empresas nos mercados globais.
O lançamento da 2ª Edição do Programa PAEX – Parceiros para a Excelência procura responder ao desafio de oferecer um produto diferente para resolução de problemas comuns.

VE – Em 2008 a EGP-UPBS faz uma parceira com uma escola de negócios brasileira para a realização do Programa PAEX. Que factores estiveram na origem da escolha desta escola?
CB - Um dos objectivos estratégicos da EGP-UPBS passa pelo estabelecimento de parcerias internacionais. A escola de negócios brasileira a que se refere é a Fundação Dom Cabral (FDC), com sede em Belo Horizonte. Devo começar por realçar que, segundo o mais recente ranking do Financial Times, a FDC é a 13ª melhor business school do mundo. O que é que ganhamos com essa parceria? Em primeiro lugar, estamos associados a uma escola de grande prestígio internacional. Depois, a FDC tem uma enorme experiência na formação de executivos que nos pode ser útil. E, finalmente, tem uma grande projecção na América Latina o que para nós é interessante. Em suma, há entre a EGP-UPBS e a FDC sinergias óbvias que dão particular interesse à parceria. Neste contexto, o PAEX - Parceiros para a Excelência é um programa que tangibiliza de modo perfeito aquilo que as duas escolas pretendem.

VE – Podemos por isso falar de um programa empreendedor?
CB
- Sem dúvida. O PAEX não é um simples curso de formação. É muito mais do que isso. É um programa que conjuga três vertentes: consultoria, formação e networking. Isto significa que, pelo seu carácter inovador, encerra em sim mesmo um cariz empreendedor. A este respeito devo dizer que em Portugal não há nada que se assemelhe ao PAEX. É, de facto, um programa único.

VE – Quais os inputs que o PAEX trouxe para as boas práticas de gestão desenvolvidas actualmente pelas empresas?
CB
- Dirigido a empresas de média dimensão que queiram crescer de forma sustentável, o programa procura responder a três grandes objectivos. Em primeiro lugar, dotar as empresas participantes das competências estratégicas e funcionais (ao nível das finanças, do marketing, dos processos, das pessoas, das operações e da logística) que lhes assegurem um posicionamento competitivo. Depois, desenvolver sistemas de controlo de gestão que permitam um adequado acompanhamento da performance e dos resultados. E, em terceiro lugar, proporcionar um ambiente favorável ao networking e intercâmbio de ideias e experiências.

VE – Este é um programa diferente e de dimensão internacional. Pode-nos explicar um pouco as vertentes do programa e como elas se relacionam entre si?
CB
- Como disse, o PAEX tem três vertentes: consultoria, formação e networking. Na vertente consultoria damos um apoio às empresas participantes quer no âmbito da consultoria estratégica - o que passa pela definição do plano de negócios e implementação do balanced scorecard - quer mais a nível operacional - o que se traduz num apoio no âmbito das finanças, marketing, operações, recursos humanos, etc. Tudo isto depende das necessidades específicas de cada empresa. A vertente formação inclui um curso geral de gestão de cerca de 100 horas dirigida a 3 a 5 participantes por empresa. Além disso há um ciclo de seminários de gestão avançada. Finalmente, na vertente networking inclui-se toda a rede de contactos potenciada pelo PAEX não só a nível interno que externo.

VE - O PAEX é um programa que se destina a empresas de média dimensão. Qual é a proposta de valor que tem para oferecer aos potenciais aderentes?
CB
- A proposta de valor assenta fundamentalmente no desenvolvimento de competências. Aquilo que pretendemos é ajudar as empresas participantes a desenvolver competências de modo a torná-las mais dotadas para enfrentarem os desafios do mundo actual.

VE – A EGP-UPBS tem alguma oferta para empresas de dimensão mais reduzida?
CB
- O PAEX dirige-se prioritariamente a empresas com uma facturação anual entre os 10 e os 50 milhões de euros. Para empresas de menor dimensão temos um portfolio de programas que incluem acções de formação que vão desde 1 dia até cursos anuais.

VE – Vivemos actualmente numa crise que afecta globalmente todas as empresas. Que benefícios podem esperar os clientes do Programa PAEX?
CB
- Gostaria de destacar os seguintes: melhoria nos resultados económico-financeiros; redefinição da estratégia de gestão da empresa com base num modelo integrado; definição de indicadores de performance e desenvolvimento do balanced scorecard; acompanhamento periódico de metas; redesenho dos processos críticos com maior impacto nos resultados; redefinição da estratégia de marketing; e, por último, ampliação dos horizontes a partir do contacto com as melhores práticas de gestão.

VE – Numa cultura empresarial onde ainda predomina o lema ”o segredo é a alma do negócio”, como foi encarado um dos vectores fundamentais do PAEX que é o networking e benchmarking?
CB
- Tem razão quanto ao lema. No entanto, devo esclarecer que é nas empresas com práticas de gestão mais atrasadas que se verifica essa cultura. Nas que estão mais avançadas - ou que estão abertas à introdução de práticas de gestão mais sofisticadas - reconhece-se que uma parte significativa da inovação pode resultar dos contactos estabelecidos com outras organizações: clientes, fornecedores, universidades e até mesmo concorrentes. Por isso, e em suma, trabalhar em rede apostando no networking é uma das formas mais avançadas para se inovar e crescer.

VE – Qual tem sido a adesão/interacção das empresas na Rede Internacional?
CB
- Aquilo que designamos por Rede PAEX engloba cerca de 320 empresas espalhadas por vários países: Portugal, Brasil, Argentina, Chile e, em breve, os EUA. No total essas empresas empregam cerca de 65 mil colaboradores e facturam anualmente qualquer coisa como 3,5 mil milhões de euros.

VE – Está em fase de lançamento a segunda Edição do PAEX. Qual tem sido o feedback das empresas que participaram na primeira Edição?
CB
- Excelente. As empresas que já participam no PAEX reconhecem que o programa lhes traz mais-valias óbvias em termos de práticas de gestão avançadas.

VE – Qual a data prevista para arranque da segunda edição?
CB
- Prevê-se que a 2ª edição arranque no mês de Abril. Estamos neste momento a fazer todos os esforços a nível de comercialização e marketing para que isso aconteça.