segunda-feira, 27 de junho de 2011

Empreender, muito mais que vontade

Quando nos deparamos com empresários que transformam sonhos em realidade, e se revelam como agentes de sucesso, temos especial entusiasmo de ouvir seus relatos de experiências e trocas. Neles sempre encontramos a tenacidade, autoconfiança, determinação, criatividade, ânimo, ética, ousadia e visão.

Os empreendedores, sejam homens ou mulheres, são visionários. Identificam oportunidades e tornam suas ideias realidades, não se limitando na busca de êxito. São oriundos de diversos ramos de atividades, ou simplesmente descobrem que têm potencialidades para serem desenvolvidas principalmente em novos nichos de mercados.

Todos os pontos positivos no conjunto de características dos empreendedores, entretanto, não dispensam a busca do aperfeiçoamento, dentro de ações planejadas, como: informação, especialização e definição de metas. Dentro na nova filosofia administrativa da era organizacional, quem tem o espírito inovador tem mais chance de vencer.

Hoje há diversas escolas e cursos in company, em parceria com instituições, de forma estratégica, realizam ações efetivas opção de parceria, que transformam estratégias de treinamento em ações efetivas, no que se refere à educação empreendedora. Esse desafio, que muitos pensam ser de hoje, foi lançado há mais de 20 anos, gerou certa polêmica entre educadores mais conservadores.

A disseminação da cultura empreendedora em nível educacional, inclusive nas próprias organizações empresariais. tem seu pioneirismo em duas importantes instituições, a Fundação Getúlio Vargas e a Universidade de São Paulo, na década de 80, com a inclusão de matéria focada no empreendedorismo, em suas respectivas grades curriculares.

Tenho percebido que a cada dia que passa homens e mulheres que estão na busca de consolidarem negócios, se conscientizam de que a grande força do empreendedorismo é essencial neste processo. É uma peça da engrenagem na qual faz a máquina do desenvolvimento impulsionar, garantindo as futuras gerações mais equilíbrio econômico.

Afinal, o espírito empreendedor é fundamental para aumentar as riquezas do país e melhorar a qualidade de vida das pessoas. O mercado está mostrando, através de exemplos tal verdade.

Eu gosto muito de disseminar o empreendedorismo e acredito que pessoas bem preparadas, com informação e formação para o mercado, têm mais chances de estar à frente no sentido de empreender, por mais que isso seja um atributo que veio de berço.

Concluo destacando que ‘ser um empreendedor é muito mais que ter vontade de chegar ao topo de uma montanha; é conhecer a montanha e o tamanho do desafio; planejar cada detalhe da subida, saber o que você precisa levar e que ferramentas utilizar; encontrar a melhor trilha, estar comprometido como resultado, ser persistente, calcular os riscos preparar-se fisicamente; acreditar na sua própria capacidade e começar a escalada’.

Colhi esta definição do Programa Brasil Empreendedor, do governo federal, por considerá-la muito interessante, fazendo questão de repassar adiante.

PEDRO NADAF é secretário de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia e presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac-MT

Santa Casa discute Inovação e Empreendedorismo Social

Em Ano Europeu do voluntariado, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) vai debater "o papel do voluntariado e da responsabilidade social das empresas na construção de uma sociedade mais participada, mais solidária e mais sustentável". Este debate decorre no âmbito do III Seminário de Inovação e Empreendedorismo Social, que terá lugar dia 1 de Julho, na Fundação Gulbenkian, em Lisboa.

Para Leonor Araújo, responsável pelo pelouro da Qualidade e Inovação da SCML, "a ideia é juntar ideias para serem aplicadas na nossa realidade, pois vivemos tempos que exigem novas abordagens a novos problemas, temos de saber como devemos chegar às pessoas". E, explicou, "não se trata só de fazer mais com menos, mas também diferente".

O seminário vai ser composto por uma conferência ("Voluntariado, Cidadania e Responsabilidade Social"), dois painéis ("A inovação e o empreendedorismo social através do voluntariado" e " Desenvolvimento social sustentável: O desafio do século XXI") e uma mesa redonda (O desafio das empresas no desenvolvimento social).

domingo, 26 de junho de 2011

Empresário ou Empreendedor?

Existe certa confusão entre o que é ser empreendedor e o que é ser empresário – ou administrador – uma vez que o empreendedorismo está diretamente ligado a uma realização pessoal e profissional. Na verdade, lançar-se na carreira de empresário requer pouco do ser humano, talvez apenas um pouco de capital.

Estudiosos do comportamento humano afirmam que o indivíduo não vive no mundo que o cerca, mas sim numa representação deste próprio mundo, por ele criada a partir da percepção e do processamento daquilo que está à sua volta.

Dessa forma, pode-se dizer que o empreendedor não precisa fundar a sua própria empresa, ele pode participar do negócio de outras pessoas de uma forma proativa e, antes de tudo, deve se sentir realizado por proceder dessa maneira.

Para Peter Drucker, os empreendedores são pessoas que inovam. “A inovação é o instrumento específico dos empreendedores, o meio pelo qual eles exploram a mudança como uma oportunidade para um negócio ou serviço diferente”. Segundo ele, o empreendedor está sempre procurando a mudança, reage a ela e explora-a como sendo uma oportunidade. As características do empreendedor bem sucedido são:

• Comprometer-se.
• Atuar com qualidade.
• Procurar informações.
• Procurar oportunidades.
• Correr riscos calculados.
• Estabelecer metas objetivas.
• Persuadir e manter contactos.
• Ter confiança e independência.
• Planejar e treinar de forma sistemática.

Porém, somente as atitudes não constroem um empreendedor, pois o fogo do empreendedorismo aquece, mas é necessária a modéstia de aceitar carência de capacidades e experiência, independentemente dos recursos que se tem à mão. Existe grande diferença entre se ter o desejo de iniciar um negócio e possuir a competência para competir eficazmente. Esta perspectiva desejo versus capacidade empreendedora desdobra-se em dois rumos de ação distintos e enfatiza uma falsa dicotomia: a distinção entre capacidade empreendedora dentro e fora da empresa.

• O que torna uma pessoa empreendedora?
• Quais são os elementos essenciais da capacidade empreendedora?
• Quem são estes empreendedores com uma competência especial e um fogo empreendedor para dar partida num negócio ou a partir de uma idéia, e recebendo a liberdade, incentivo e recursos da empresa onde trabalha, dedica-se entusiasticamente em transformá-la em negócio de sucesso?
• Como os reconhecemos?
• Existem empreendedores em quantidade limitada?
• Empreendedores nascem ou são formados?

Muitas pessoas se preparam a vida toda e não conseguem realizar nada, outras se julgam despreparadas e também nunca realizam. Isso para não falar daqueles que morrem de vontade de um dia terem seu próprio negócio. Por outro lado, existem aqueles que se lançam de modo aventureiro – sem nenhuma preparação – a um empreendimento de risco.

Tudo isso quer dizer que o julgamento do grau de preparação é subjetiva e individual. Ele requer uma reflexão do indivíduo com maturidade e consciência, para uma decisão sensata. Às vezes o grau de preparação é pequeno, mas a pessoa avalia bem e vê que os riscos também são pequenos e, em função disso, decide partir para a ação. Outras vezes, embora havendo uma preparação elevada, o indivíduo, embora sendo sensato e corajoso, sente que ainda não é chegada a hora – e deve seguir a sua intuição.

Sendo assim, nosso conselho é que você reflita bem, pense, converse, analise os fatos, ouça suas vozes interiores. Você tem potencial para decidir qual é a hora certa.

I Bootcamp de Empreendedorismo Social | 32 universitários formados como Empreendedores Sociais

Decorreu em Cascais o I Bootcamp de Empreendedorismo Social, que formou 32 estudantes universitários, de diferentes áreas de formação e diversas idades, com espírito empreendedor, para desenvolverem novos projectos inovadores e sustentáveis, com impacto social.

O programa intensivo teve lugar no Guincho, em Cascais, no fim-de-semana de 10 a 12 de Junho e o seu principal objectivo foi dar aos futuros empreendedores ferramentas e modelos para a criação de um negócio social, consciencializando-os para os grandes desafios e oportunidades do empreendedor social e da sociedade portuguesa.

Após uma partilha de ideias e motivações que os levam a querer lidar com os problemas negligenciados e predominantes na sociedade, os 32 participantes formaram 8 equipas para trabalhar em soluções viáveis e inovadoras para resolver um desses problemas que mais os preocupam.

Tendo sido desenvolvido pela primeira vez pela Escola de Negócios INSEAD (top 5 no mundo), agora com o apoio da Câmara Municipal de Cascais e da Fundação EDP, esta formação visou potenciar soluções que resolvem pela raiz problemas sociais e ambientais de forma inovadora, partilhada e sustentável.

Ao longo do I Bootccamp, os participantes tiveram oportunidade de contactar com iniciativas de empreendedorismo social que são já práticas de sucesso: Vitamimos - Centro de educação alimentar infantil – que forneceu algumas das refeições, a Escola de Judo de Nuno Delgado e a Escolinha de Rugby da Galiza com sessões de energia e fortalecimento de equipas nas manhãs. Em conjunto com outros pequenos workshops de yoga do riso e de personalização de t-shirts, foram essenciais para tornar o programa equilibrado em muito do trabalho analítico, desenvolvimento pessoal e superação de limites.

No final, as iniciativas foram apresentadas a um painel de investidores sociais composto pela Câmara Municipal de Cascais, Fundação EDP e RedWorks. Este painel, depois de escutar as apresentações finais de 1 minuto cada e respostas às suas perguntas, escolheu os três melhores projectos que vão receber capacitação e apoio à implementação durante três meses pelo IES.

Equipa Vencedora: Medicci
Com base numa plataforma online e encontros presenciais, pretendem promover a criação de projectos de empreendedorismo juntando universitários de diferentes áreas de saber em equipas multidisciplinares.

Equipa Finalista: Geração única
Este projecto é uma réplica do projecto Aconchego, já com sucesso comprovado no Porto, que melhora a qualidade de vida de pessoas idosas, ao mesmo tempo, que integra jovens que vêm estudar do interior do país a um baixo custo.

Equipa Finalista: Sinergias
O objectivo é criar uma plataforma de partilha dos muitos recursos sub-aproveitados e conhecimento entre organizações da sociedade civil, permitindo assim a sua maximização e eficiência. Este processo vai ainda fomentar a cultura de partilha no sector social.

O segundo Bootcamp já tem data marcada para 16 a 18 de Setembro de 2011, e destina-se a pessoas de qualquer idade e sector, com vontade de se tornarem Empreendedores Sociais.

O outro programa dentro da parceria IES-INSEAD é o ISEP Portugal e tem como objectivo fortalecer a confiança, competências e efeito de rede de projectos sociais já implementados, abordando temas como sustentabilidade, crescimento e liderança. Destina-se a empreendedores e gestores de iniciativas com missão social de qualquer sector. Vai realizar-se de 17 a 21 de Outubro em Cascais.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Muitos angolanos têm negócio próprio

Pelo menos dois milhões e 300 mil cidadãos angolanos, com idades compreendidas entre 18 e 64 anos, possuem um negócio novo, mas a maioria está voltada para o comércio, revela um relatório baseado num estudo sobre empreendedorismo, denominado “Global Entrepreneurship Monitor (GEM) Angola”, apresentado ontem em Luanda.
Segundo o relatório, que se refere a 2010, a Taxa de Actividade Empreendedora (TEA) em Angola é elevada, porque há muita gente envolvida em negócios, mas muitos desses são de “necessidade”.
De acordo com as análises do estudo, muitos negócios têm vida efémera, pois desaparecem devido à ausência de resultados positivos e também por falta de financiamento. O relatório menciona que a TEA registada no ano passado, em Angola, foi de 31,9 por cento, o que significa que aproximadamente 32 angolanos em cada 100 são novos empreendedores. Esta cifra é a quinta mais elevada entre os 59 países e territórios estudados pelo Projecto GEM em 2010.
O relatório refere ainda que o resultado obtido por Angola, sendo alto, pode ser enquadrado mais convenientemente no contexto específico de economias orientadas por factores de produção. Por outro lado, realça que o valor médio da TEA nestas economias é de 22,7 por cento, o que coloca Angola consideravelmente acima da média dos países em desenvolvimento.
Comparativamente ao valor médio da TEA nas economias orientadas para a eficiência e para a inovação, a diferença é, respectivamente, de 11,7 por cento e 5,6 por cento, o que deixa transparecer ainda mais a magnitude do valor registado em Angola.
O GEM estima que o aumento na actividade empreendedora tenha relação com os constrangimentos económicos e financeiros que afectaram o país em 2009 e 2010, influenciados pela descida do preço do petróleo e pela crise internacional.
“Esta conjuntura limitou a disponibilidade de investimentos do Governo e das empresas privadas, tendo contribuído para a diminuição da criação de emprego dependente. Assim, uma parte considerável da população activa viu-se na obrigação de procurar as fontes alternativas de rendimento, optando pela criação do seu negócio”, cita o relatório do GEM.
A elaboração e apresentação do relatório coube à Universidade Católica de Angola, Banco de Fomento Angola (BFA) e Sociedade Portuguesa de Inovação (SPI).
O projecto GEM resulta de uma iniciativa conjunta do Babson College (EUA) e da London Business School (Reino Unido), e a primeira edição deste estudo ocorreu em 1999, tendo contado com a participação de 10 países.
Em 2005, as duas entidades transferiram o capital intelectual do GEM para a Global Entrepreneurship Research Association (GERA), uma organização sem fins lucrativos gerida por representantes nacionais, das duas instituições fundadoras e de instituições patrocinadoras da iniciativa.
Em 2010, o GEM contou com a participação de 59 países, incluindo Angola, pela segunda vez.

Afinal de contas: o que é um Intra-empreendedor?

O intra-empreendedor é aquele que está em constante observação em seu local de trabalho e nunca está satisfeito porque sempre acha que é possível encontrar uma maneira melhor de fazer as coisas acontecerem.

O intra-empreendedor é aquele que está em constante observação em seu local de trabalho e nunca está satisfeito porque sempre acha que é possível encontrar uma maneira melhor de fazer as coisas acontecerem. É através dele que as melhorias ocorrem, os custos baixam e a qualidade melhora. O desafio está em fazer aumentar o número de colaboradores com este tipo de preocupação.

Podemos dizer que este colaborador que sempre está buscando alternativas de melhorias é de fato um empreendedor. De acordo com SCHUMPETER* - "O empreendedor é a pessoa que destrói a ordem econômica existente graças à introdução no mercado de novos produtos/serviços, pela criação de novas formas de gestão ou pela exploração de novos recursos materiais e tecnologias."

Para que esta cultura intra - empreendedora exista se faz necessário levar em
consideração algumas variáveis fundamentais a começar pelo ambiente de trabalho do colaborador. Então, se uma empresa gosta de levar os negócios com "mão de ferro", dificilmente alcançará tal objetivo, pois se os colaboradores sentem-se pressionados e/ou inibidos por causa desta cultura inflexível, todos os esforços vão por água abaixo.

O intra-empreendedorismo em uma empresa permite que surjam várias inovações de produtos/serviços capazes de manter sua competitividade no mercado. Esta cultura deve estar enraizada nos corações da alta gerencia como também nos de seus colaboradores uma vez que só é possível cultivar uma cultura intra- empreendedora quando todos possuem seus objetivos pessoais e profissionais
alinhados com a estratégia do negócio. Espera-se que a força de trabalho exercida na linha de produção não seja apenas a de executar, mas sim de também visualizar melhorias e implantar de forma consciente e eficiente suas idéias.


*Joseph Alois Schumpeter - foi um dos mais importantes economistas da primeira metade do século XX.

Universidade e Associação Comercial premeiam empreendedorismo e inovação portuense

A Universidade do Porto e a Associação Comercial do Porto estão a premiar projectos na universidade em dois concursos distintos que pretendem distinguir a start-up ou a spin-off da U.Porto com mais potencial internacional e o melhor projecto de investigação desenvolvido em cooperação com empresas portuguesas.

Com candidaturas abertas até 29 de Julho, o "ACP- Technology Export" e o "ACP – Applied Research", dois prémios distintos mas que visam recompensar o empreendedorismo, a inovação e a ligação à indústria na Universidade do Porto.

O "ACP – Technology Export" pretende premiar a start-up ou a spin-off ligada à U.Porto com maior potencial para entrar no mercado internacional, enquanto o "ACP – Applied Research" vai atribuir o prémio a um investigador ou centro de investigação da U.Porto que esteja a desenvolver um projecto em parceria com o tecido empresarial português.

Estes dois concursos surgem no âmbito de uma parceria, entre a ACP e a U.Porto, que, para além destes prémios, criou também condições especiais de adesão à Associação Comercial do Porto, aos mais de dois mil docentes e investigadores da U.Porto bem como aos responsáveis por novas empresas de base tecnológica criadas no UPTEC, refere uma nota da universidade.

domingo, 5 de junho de 2011

‘Noites do Conhecimento’: Segredo do sucesso é acreditar

“O grande valor do empreendedorismo está em provar que, quando se tem um sonho com verdadeira relevância, tudo é possível e a maior parte das vezes o segredo do sucesso está apenas no acreditar que a sua concretização é possível”. Esta foi uma das mensagens deixadas por Elisabete Sampaio de Sá, investigadora da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho, em mais uma sessão das ‘Noites do Conhecimento’ promovidas pela Associação Comercial de Braga (ACB).

Convidada a falar sobre o tema ‘Empreendedorismo e inovação: condições para criar ou relançar o seu negócio’, Elisabete Sá realçou que “não há receitas para o sucesso de uma start up ou para o relançamento de um negócio por via da inovação”, mas “existem algumas condições que devem ser ponderadas antes de um processo deste tipo”.

A primeira dessas condições é a paixão, “aquela força que permite enfrentar as muitas dificuldades que estão inerentes ao processo empreendedor”, referiu, lembrando que “empreender envolve assumir riscos e aceitar a possibilidade de insucesso como um sub-produto da acção empreendedora”.

Realçou também que “um projecto empreendedor só terá suc esso se for capaz de propor valor relevante aos clientes”, daí a importância de estudar e conhecer o cliente .
Elisabete Sá destacou que “cada novo negócio ou novo produto precisa de uma estrutura ‘cola’ que junta todas as peças necessárias para que uma ideia se transforme numa oportunidade. A primeira e mais importante de todas as peças do puzzle é o cliente”.

“A avaliação que o cliente irá fazer da oferta do empreendedor vai depender também das referências de que dispõe para comprar aquilo que recebe e os custos em que incorre. Essas alternativas são os produtos e serviços concorrentes dos quais o empreendedor deve estar ciente e dos quais se terá que distinguir para merecer a preferência do cliente”, acrescentou.

A “coopetição” é também importante no empreendedorismo. este termo significa “cooperar com os concorrentes, mas também com todos os players do sector, tirando partido das complementaridades e das parcerias ganha-ganha que podem ser exploradas”.
Outro dos principais capitais do empreendedor é o networking, que Elisabete Sá classifica como “a sua maior alavanca”.
A próxima ‘Noite do Conhecimento’ é a 16 de Junho.

Vice-ministro da Juventude Angolano fala em crescimento do empreendedorismo

Luanda - O vice-ministro angolano da Juventude e Desportos, Yaba Pedro Alberto, considerou em Luanda que é crescente o empreendedorismo e a criação dos jovens angolanos. O vice-ministro Yaba Alberto lembrou os triunfos em alguns concursos internacionais por parte de jovens angolanos.

Yaba Alberto falava à Angop a propósito da realização da II Mostra de Jovens Criadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), a realizar-se de 9 a 12 de Junho na capital angolana, sob égide do Ministério da Juventude e Desportos (Minjud) em parceria com a Feira Internacional de Luanda (FIL).

O Estado angolano está comprometido a apoiar a juventude angolana nos diversos domínios da vida social e caso equivalente, segundo Yaba Alberto, revê-se no programa habitacional em que o Minjund procura obter junto do Executivo uma percentagem de residências destinadas aos mesmos.

"Há jovens angolanos que já ganharam prémio na Alemanha por fazer o invento de algo útil para a tecnologia e ciência", disse reflectindo sobre o modo actual do empreendedorismo juvenil angolano, acrescentado ainda que o Executivo deve dar o apoio necessário para que os criadores continuem na mesma senda.

Ainda de acordo com o vice-ministro, o Minjund vai continuar a promover a construção de novos bairros da juventude, com 100 casas em cada província e com outra qualidade, por forma a minimizar os problemas desse estrato social. O governante disse ainda que vai continuar a apostar no estímulo empreendedor através do crédito-jovens.

Nersant revela cinco melhores ideias de negócio do EmpreEscola

A Nersant revela, no dia 8 de Junho, no CNEMA, em Santarém, os 5 vencedores do projecto EmpreEscola. Serão premiadas a melhor ideia empresarial (1º, 2º e 3ºclassificado), a ideia mais inovadora e o melhor trabalho de equipa.

As ideias de negócio a concurso, num total de 40, foram apresentadas em sessão de júri no passado dia 27 de Maio, no auditório da NERSANT, em Torres Novas. Ao júri coube a difícil tarefa de pontuar as ideias apresentadas e escolher as equipas premiadas.

Na sessão de dia 27 de Maio, o júri analisou cada um dos projectos, tendo em conta o potencial de mercado (razoabilidade e exequibilidade da empresa), a viabilidade económica da empresa, a inovação, criatividade e originalidade do produto/serviço, o grau de desenvolvimento do plano de empresa/trabalho de campo, a qualidade da apresentação e ainda o trabalho de equipa (envolvimento de elementos com diferentes competências).

O EmpreEscola, projecto da Nersant em prol do empreendedorismo no Ensino Secundário, reuniu, este ano lectivo, um conjunto de 186 alunos, distribuídos por 59 equipas, e 27 professores.

Nessa sessão vai ser realizada ainda a apresentação do EmpCriança, projecto inovador da Nersant que, à semelhança do EmpreEscola, vai permitir aos alunos, neste caso do ensino básico, adquirir conceitos de empreendedorismo, como ideia de negócio, dinheiro, vendas, marketing, público-alvo entre outros.

O EmpCriança está a ser dinamizado em 12 escolhas do distrito, dos concelhos de Alcanena, Chamusca, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha, com o envolvimento de 352 crianças e 22 professores.

Cabo Verde promove empreendedorismo

Praia - Uma Oficina do Empreendedorismo decorre de 06 a 10 de Junho, a Oficina na ilha de Santo Antão, em Cabo Verde.

A oficina pretende demonstrar as vantagens da formalização e da busca de informação para o desenvolvimento sustentável do negócio, como modo de combater a elevada taxa de informalidade existente no país, reforçando a cultura empreendedora.

Conforme o site oficial da ADEI, a "Oe", a "oficina" tem como público-alvo a população local, caracterizada por agricultores, produtores de aguardente, proprietários de unidades de transformação de produtos agrícolas, pequenas e micro empresas formais e informais, vendedores ambulantes e jovens empreendedores.

A oficina do empreendedorismo é fruto de uma cooperação entre a Agência de Desenvolvimento, o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e a CCIASB (Câmara do Comercio Indústria e Serviços de Barlavento) com o objectivo de promover acções integradas de fomento ao empreendedorismo, capacitação, crédito e acompanhamento empresarial com foco na competitividade e desenvolvimento sustentável dos micro e pequenos negócios.

As metas ambiciosas com que Portugal se comprometeu em Florença

Portugal quer aumentar para 40% o número de jovens graduados até 2020, contra os actuais 21,2%. A média europeia é de 32%.

A Comissão Europeia quer aumentar o número de graduados do ensino superior e diminuir o abandono escolar. Portugal definiu as mesmas metas a atingir do que a média europeia, embora os pontos de partida sejam bem diferentes.

Os números são os mesmos: até 2020, atingir 40% de graduados na população entre os 30 e os 34 anos e reduzir o número dos que abandonam a escola cedo demais para 10%. Em Portugal, os graduados são hoje 21,2% dos jovens (tendo subido desde os 11,3%, em 2000) e o abandono escolar está nos 31,2% (quando, em 2000, eram 43,6%). A média europeia de graduados entre os 30 e os 34 anos é de 32,3% e a do abandono escolar fica nos 14,4%.

Estas são as metas do programa "Juventude em Movimento", da Comissão Europeia, dinamizado pela comissária Andreoulla Vassilou. Todos os países da União a 27 apresentaram as suas metas nacionais para os números de graduados e de decréscimo do abandono escolar "excepto o Reino Unido", confessou a comissária, durante uma conferência organizada pelo programa em Florença, acompanhando o Festival da Europa.

"Pedimos aos Estados-membros que definissem as suas metas e que apresentassem, a cada ano, relatórios de progresso", explicou Vassilou. Como o programa só entrou em funcionamento este ano, os primeiros relatórios de progresso só devem estar prontos em 2012.

Os objectivos da Comissão Europeia prendem-se com o aumento da empregabilidade dos jovens num momento em que cerca de cinco milhões na Europa estão à procura de emprego. A crise atingiu de modo particularmente grave a juventude europeia, nota ainda a Comissão. "Dos novos empregos criados nos próximos anos, 25% irão precisar de altas qualificações", acrescentou Vassilou.

"Portugal e a Polónia são os dois países que começaram de muito baixo e que conseguiram um bom progresso", notou também a comissária. Portugal é citado como um "bom aluno" no número de graduados em matemática, ciências e tecnologias, onde teve um crescimento de 14,4%, entre 2000 e 2008. A meta para 2010 era crescer até 15%. No entanto, o desequilíbrio entre homens e mulheres nestes graduados devia diminuir, o que não aconteceu. Na verdade, até aumentou: a proporção de mulheres graduadas nestas áreas passou de 41,9% para 34,1%.

Em relação à fuga de cérebros de países como Portugal e Grécia, Vassilou declarou que "a única maneira de ajudar estes países é fazê-los ganhar de novo a sua saúde económica". O programa "Juventude em Movimento" não vai, porém, contar com financiamento próprio. Os fundos vêm de outros programas europeus, como o Fundo Social Europeu (FSE) ou o Erasmus.

Segundo a Comissão Europeia, um terço dos 10 milhões de beneficiários suportados pelo FSE, por ano, são jovens. Cerca de 60% do orçamento total do FSE, que vale 75 milhões de euros entre 2007 e 2013, juntamente com o financiamento nacional, beneficia os jovens.

O financiamento para os programas de Erasmus e outros de intercâmbio deve aumentar, diz a Comissão Europeia. Está também a ser estudada a possibilidade de aumentar o empreendedorismo através da promoção do ensino deste tipo de formação em todos os graus de ensino e do aumento do apoio à iniciativa "Erasmus para jovens empreendedores".

Uma das metas é, no entanto, aumentar a despesa pública para o ensino (o que inclui o superior). Entre 2006 e 2007, a despesa dos países com a educação baixou de 5,04% para 4,96% do PIB.

Um dos principais instrumentos do "Juventude em Movimento" vai ser o "passaporte da juventude", que além da qualificação académica, vai referir as ‘soft skills' do portador e experiências como estágios internacionais e voluntariado. Porém, a Comissão prepara também um mecanismo de empréstimos a estudantes, que vai funcionar em paralelo com os empréstimos nacionais. Um estudo sobre este assunto está a decorrer, com resultados esperados ainda em 2011

As novas ideias dos empreendedores portugueses

O fenómeno dos encontros TED, que surgiu nos EUA, reuniu criadores nacionais com ideias inovadoras. Descubra os mais marcantes.

São jovens, têm formação superior e acreditam que podem mudar o mundo. Em comum têm, além do talento, da perseverança e dos projectos inovadores, o facto de terem participado no TEDx Covilhã, um dos últimos encontros sobre empreendedorismo e inovação organizados em Portugal, primeiro na Covilhã e depois em Aveiro.

As TED são conferências atípicas, com a duração de cerca de 18 minutos cada, sem espaço para perguntas e respostas. Surgiram em 1984 nos Estados Unidos da América, juntando áreas da tecnologia, entretenimento e ‘design'. Anos depois, os temas foram-se alargando de tal forma que, em 2001, a marca ‘TED' passou a ter apenas um único lema: "ideias que vale a pena espalhar".

Respondendo ao desafio, Celso Martinho espalhou ideias e balões. Na verdade, lança balões sempre que o tempo, o dinheiro e o trabalho lho permitem. "Não é preciso dinheiro para ter grandes ideias". E, se bem o diz, melhor o faz. O director técnico do Sapo juntou-se a uns amigos e pensaram atirar balões para a estratosfera, munidos de câmaras de filmar que pudessem captar as imagens e os sons de cada viagem. Transportam também um GPS para que, depois de cheios de hélio e lançados, possam ser recuperados e as imagens utilizadas. Com os pés assentes na terra - e nos edifícios que se vêem nas imagens captadas pelos balões de Celso Martinho - Nuno Brás ajuda a optimizar a gestão energética dos edifícios, numa altura em que a energia é tema quente de agendas políticas, económicas e sociais.

Fundador da LMIT, uma pequena empresa focada na gestão de energia e optimização de desempenho de edifícios usando análise estatística e ‘datamining', Nuno Brás está empenhado em mudar a forma como os edifícios gastam energia. Já Francisco Duarte está concentrado na forma como as pessoas, os carros e tudo o que implica movimento, no geral, podem criar energia. Que é como quem diz, conseguir fazer com que a energia libertada pelos carros, na auto-estrada, possa ser transformada na electricidade que ilumina o troço que está a ser percorrido por esses mesmos veículos. Criando valor sem custos, preservando o ambiente e garantindo ainda que toda a energia produzida é utilizada. E mesmo que não seja, não tem problema, porque tudo o que não é gasto, é armazenado. Assim, através da energia cinética, consegue-se uma fonte praticamente inesgotável que permite criar a electricidade necessária sem custos ambientais e humanos.

Tecnologia ao serviço da medicina
Humano é, provavelmente, o melhor adjectivo para descrever o projecto ‘Magic Key', que está a ser desenvolvido por investigadores portugueses no Instituto Politécnico da Guarda. Tiago Nunes foi o rosto do projecto no palco do Tedx Covilhã, sentado numa cadeira de rodas cujos movimentos podem ser controlados pelo movimento dos olhos. Surpreendido? Não tanto quanto a plateia. "Desculpem mas não posso olhar para vocês, ou a cadeira vai saltar do palco para aí", disse entre risos, que se tornaram mais rasgados à medida que explicava como o desenvolvimento deste inovador ‘software', totalmente conceptualizado e produzido em Portugal.

O ‘software' - que pode também funcionar com voz - tem melhorado a vida das pessoas que, confinadas a uma cama ou a uma cadeira de rodas sem capacidade motora e, muitas vezes, com graves problemas cerebrais podem agora fazer uma vida quase autónoma.

Na verdade, o TEDx Covilhã, e os que se foram e vão sucedendo pelo País, tratam efectivamente de vidas. Das que tornam as ideias possíveis e das que mudam para conseguir mudar a vida dos outros. As sessões parecem curtas, mas são suficientes para mostrar o essencial de que é feita uma grande ideia, uma grande inovação ou um grande projecto: de empenho, de amor, de competência e de muita dedicação.

Foi isso que estes quatro empreendedores - entre tantos outros que passaram por aquele palco - mostraram e mostram, todos os dias, nos projectos que apresentam a investidores, potenciais clientes, amigos e colegas. Que, mesmo em tempo de crise, é na estratosfera, onde chegam os balões de Celso Martinho, que está o limite.


O que se faz nos TED?
Nos eventos TED o importante é ‘espalhar ideias'. Sejam boas, más, ou assim-assim. Importa aprender, conhecer, divulgar e recordar que apenas o céu é o limite.

Descubra todos os projectos apresentados no TEDx Covilhã em www.tedxcovilha.com

Mas, para conhecer, o melhor mesmo é experimentar. Participe no próximo TEDx em Portugal, que se realiza na Figueira da Foz no dia 26 de Junho e saiba que eventos TED estão a acontecer no planeta em www.ted.com

"Ter uma Quinta, mexer na terra e produzir produtos hortícolas"


José e Alzira Monteiro tinham uma vida estabilizada – Uma casa própria, um pequeno negócio e um filho adolescente. Mas faltava algo… O concretizar de um sonho e por isso largaram tudo!
José e Alzira Monteiro são ambos naturais de Matosinhos e mesmo depois do casamento ficaram a viver neste concelho até aos 39 anos de idade. Nesta altura José tinha um pequeno armazém de produtos alimentares e tinha como objectivo que o seu filho, na altura com 18 anos, continuasse o seu negócio quando fosse apropriado. A recusa deste desafio por parte de Alexandre, filho de José, veio seguido de um outro “Porque não segues o teu sonho?” Foram estas as palavras estiveram na origem do que é hoje a Quinta da Magantinha.
“Ter uma quinta, mexer na terra e produzir produtos hortícolas” era uma vontade já antiga conforme afirma José, agora era um objectivo para esta família.
No jornal encontraram anúncios de três quintas, uma em Lousada, uma em Tondela e uma outra no Fundão. Optaram pela de Lousada por uma questão de proximidade. Escolheram a Magantinha , onde não havia nada, venderam tudo o que tinham e deram inicio a realização de um sonho.
Vir para Lousada significou uma mudança radical no estilo de vida a que estavam habituados. “Quando chegamos aqui só existiam as paredes exteriores da casa e silvados. Na quinta as únicas árvores de frutos que existam eram duas nogueiras. Tudo o que hoje existe foi construído por nós”.
Para poupar dinheiro foi desde inicio decido viver na quinta e por esta razão a família viveu três anos numa tenda de campismo de verão e de inverno.
“Como estava tudo muito degradado foi preciso muitas obras até a casa estar em condições de habitar. Foi uma altura muito difícil, pois estávamos habituados a ter todas as condições tais como casa de banho no quarto. Aqui não tínhamos água, chegamos a ter que tomar banho de regador. Foi uma altura difícil”afirmam.
As expectativas eram explorar a quinta em termos agrícolas, dedicadas especificamente a fruticultura e a viticultura. O Projecto foi estruturado principalmente com base na plantação de pequenos frutos (Amora, framboesa e groselha) e vinicultura. A primeira plantação rentável que tivemos foi 1 hectare de Framboesa.
Hoje é com orgulho que olham para tudo o que conseguiram construir, primeiro a casa e depois a quinta. Valeu a pena? Ainda não possuem uma resposta definitiva para esta questão pois apesar de terem vendido duas casas que possuíam foi também necessário recorrer ao crédito bancário do qual ainda existem compromissos muito elevados. No entanto há de certeza um ganho incalculável – Qualidade de Vida. Quando por alguma razão tem que voltar a Matosinhos, só pensam em voltar “Tanto eu como a minha família sentimo-nos bem aqui em Lousada, na “nossa terra” afirma José.
Hoje apostam fundamentalmente na vinha, embora a quinta conte com meio hectare de kiwi, meio hectare de framboesa e um pomar com varias qualidades de fruta.
A qualidade da fruta que produzem e o gosto pela cozinha sobretudo pelas sobremesas de Alzira levou à produção de compotas, geleias, marmeladas, bolos e outras sobremesas com a marca Magantinha. “Estamos nesta actividade há 15 anos, mas se não tivéssemos começado a transformar a nossa fruta, em compotas, geleias e marmelada, já tínhamos abandonado este sector” afirma José.
Actualmente toda a fruta produzida nesta quinta é transformada (através de processos artesanais) como destino ao sector gourmet. Podemos encontrar os produtos Magantinha na região do Vale do Sousa, principalmente em lojas de produtos regionais e nas Cooperativas agrícolas da região. A quinta está incluída nas Rotas Gourmet , uma iniciativa da Câmara Municipal que pretende dar a conhecer ao grande público a gastronomia do concelho, bem como, o património local, potenciando a divulgação dos produtos produzidos.
A Magantinha é também uma das quintas que fornece produtos para o Cabaz Prove. Estes são cabazes recheados de produtos hortícolas e frutícolas da região. Este projecto que visa estimular a produção tradicional e de qualidade ao mesmo tempo que promove as relações de compromisso, solidariedade e ética entre quem produz e quem consome. Para além da certeza de comprar fresco e viçoso, os clientes do Prove estão também estar sujeitos ao elemento "surpresa" pois os cabazes não são iguais de semana para semana uma vez que a elaboração dos mesmos está sujeita à época do ano e à oferta que cada produtor tem para a semana em causa.
Quando questionado sobre como é ser agricultor em Portugal, José afirma sem rodeios “É muito difícil ser agricultor neste país, não se dá o devido valor aos agricultores, mas acho que é a profissão mais nobre do mundo. É importante que se pague o justo valor a produção”
O profundo amor a agricultura é o que leva estes empresários a saltarem da cama todos os dias pelas 6 da manhã e darem inicio a mais um dia de trabalho duro, dedicado ás colheitas, podas, tratamentos e produção de compotas, contando sempre com a ajuda do filho.
No que se refere ao futuro este será sempre na agricultura mas em actividades de transformação dos seus produtos (fruta e produção de vinho) e posteriormente desenvolverem um projecto de turismo agrícola.
Para os empreendedores que pretendam entrar neste sector, deixam-nos a seguinte mensagem “Lutem para atingirem o objectivo pretendido. Mas principalmente ingressem nesta actividade se realmente gostarem, caso contrário será muito mais difícil de vencerem.”

Análise por Ricardo Rio - Quinta da Magantinha: Pelo sonho é que vamos


A história de Alzira e José Monteiro podia ser igual à de tantos e tantos outros empresários que não desenvolvem a sua actividade com o benefício adicional de estarem a concretizar as suas ambições numa área à qual tenham uma forte ligação emotiva – o que sempre traz um suplemento de determinação nas horas mais difíceis e um prazer redobrado nos momentos de sucesso.
Por acréscimo, deparavam-se com a ameaça agravada (mas recorrente nesta franja do tecido empresarial) de não conseguirem assegurar um processo de sucessão tranquilo face ao aparente desinteresse do seu filho em prosseguir o negócio dos pais.
A opção pela aquisição da Quinta da Magantinha e o enveredar pela actividade dos seus sonhos foi assim fruto das circunstâncias, mas tem na sua base dois factores determinantes para o sucesso de qualquer projecto: o empenho na concretização de uma ideia e a coragem para tomar decisões arriscadas, sem retornos garantidos (o que não equivale a uma tomada de decisão totalmente irreflectida ou sem sustentação).
No mais, o caso da Quinta da Magantinha merece alguns destaques adicionais.
O primeiro, porque existe de facto algum preconceito em torno do sector primário, para enaltecer a aposta na produção agrícola e para reforçar a dedicação e sacrifícios que estas actividades sempre exigem.
Em verdade, esta é uma área estratégica para o desenvolvimento do País, em que existem inúmeras oportunidades de negócio e, até, boas perspectivas de criação de emprego, faltando apenas a disponibilidade para abraçar este tipo de projectos por parte de empresários e potenciais colaboradores.
A segunda nota vai para a capacidade de identificação de oportunidades em sectores conexos com aquele em que a empresa está originalmente envolvida, como sejam neste caso a produção de compotas ou a exploração da vertente de turismo rural.
Para lá dos dotes culinários de Alzira, note-se que existia a vantagem óbvia do acesso ao abastecimento regular da matéria-prima necessária e a garantia da sua qualidade, depois reforçada com o acesso aos canais de escoamento da produção e a exploração de um nicho particular do mercado (no segmento gourmet).
Finalmente, merece aplauso o conjunto de iniciativas das entidades públicas no apoio aos produtores envolvidos neste sector, quer pelo seu significado económico, quer pela afirmação da cultura, história e tradições destes territórios, assim reforçando o seu potencial de atracção turística.

Consultorio On-Line

Somos um grupo de colegas do curso de engenharia de computadores e telemática que está a projectar um modelo de negócio na engenharia e comercialização de computadores pessoais direccionados para os segmentos sénior e utilizadores portadores de deficiência, ambos com especificações de usabilidade adaptadas. Neste momento estamos a conceber as nossas propostas comerciais mas temos divergências na definição do preço dos nossos produtos. Que critérios devemos considerar?

Caríssimos, é necessário que tenham presente que, por muito importante que seja, o preço deve ser encarado como apenas mais um elemento da chamada PROPOSTA DE VALOR. É na definição desta última que devem centrar os vossos esforços, conjugando os diferentes factores que nela directamente interferem. Os passos que seguidamente apresento poderão ajudar-vos nesta tarefa:

1) Validem a vossa oferta Em primeiro lugar, tenham sempre presente que, antes de serem potenciais clientes, o vosso público-alvo é constituído por pessoas que, na sua individualidade, têm necessidades específicas e tanto baseiam as suas acções de compra em factores emotivos, como racionais. Assim, o primeiro passo é conhecer os problemas com que se debatem na interacção com os computadores estandardizados e em que medida é que os vossos computadores os ajudarão a resolvê-los.

2) Enumerem quais os ganhos tangíveis no produto
Depois, importa valorizar o vosso produto de acordo com os ganhos tangíveis que o mesmo apresenta para o mercado. Poderão fazê-lo colocando os potenciais consumidores a interagir, alternadamente, com computadores pessoais estandardizados e, posteriormente, com os vossos computadores de usabilidade adaptada; durante estas duas experiências, registem objectivamente os ganhos transferidos para os potenciais consumidores. Tal, permitir-lhes-á estarem perfeitamente seguros do real interesse do vosso produto para os consumidores, não havendo a necessidade de “evangelização”. Recordem-se que, no contexto actual, é crítico que os ganhos reflictam um elevado grau de diferenciação pela inovação, caso contrário o cliente tende a perspectivar apenas o preço e não o justo valor da proposta.

3) Saibam quais os ganhos na PROPOSTA DE VALOR
Simultaneamente, há que estar consciente de que a valorização dos ganhos não se deve cingir ao produto a comercializar, mas também abarcar os activos intangíveis com ele relacionados, como a relação de parceria e confiança com o cliente, o grau de personalização da oferta, o cumprimento do prazo de entrega, etc.

4) Vendam valor, não preço
Definidos os ganhos reais associados ao vosso produto, é chegado – agora sim – o momento de objectivar o preço. A justeza do valor pode também complementar-se numa validação por relação de empatia, pelo que é recomendável que vós próprios se questionem – e respondam imparcialmente – sobre quanto estariam dispostos a pagar pela solução apresentada ao mercado.
5) Formulem a vossa PROPOSTA DE VALOR
Finalmente, há que conjugar todos os factores anteriormente descritos e definir, exactamente, qual a vossa PROPOSTA DE VALOR. É obrigatório que esta seja singular perante a concorrência e expressa na linguagem do cliente, de forma a apresentar claramente quais as soluções oferecidas, como é que são oferecidas, para quem, com que objectivo e porquê.

Recordem sempre que a PROPOSTA DE VALOR integrada do preço e dos aspectos aqui considerados será um dos pilares da rentabilidade da vossa empresa, quer na sustentabilidade dos custos fixos, variáveis ou unidades vendidas.

Espero ter esclarecido as vossas dúvidas. Caso tenham mais alguma questão, acedam ao Gabinete do Empreendedor, no website do Vida Económica, para obter respostas em tempo real.

Marketing é ferramenta essencial para criar valor às marcas


Mais do que “ajudar a vender produtos e a criar valor”, o marketing serve para “oferecer soluções”. E o segredo desta ferramenta de gestão está em “conseguir ser diferente” e não em “ser tão bom como os outros, porque isso é sinónimo de ser apenas mais um no mercado”. As explicações foram avançadas por Carlos Brito, doutorado em marketing estratégico pela Universidade de Lancaster.
Convidado a participar no debate “Empreendedorismo – Marketing e Gestão da Marca”, organizado no âmbito do programa “Empreender à 5ª”, uma iniciativa do Grupo Vida Económica em parceria com a Lipor, o professor universitário partilhou os seus conhecimentos.
Na Fnac do NorteShopping, local onde se realizou o evento, o especialista deu conta que o marketing “ajuda muito os empreendedores e as empresas”, mas a sua importância não reside apenas na construção de “um valor económico”. E exemplificou: “Uma instituição como o Banco Alimentar Contra a Fome também precisar de marketing mas não vai em buscar de dinheiro, mas sim da implementação de valores socais. No caso de Serralves o marketing serve para gerar valor cultural e no caso das Universidades, por exemplo, pretende-se mostrar a importância do conhecimento e da formação”.

Lipor é “excelente” exemplo da aplicação do marketing ambiental
Carlos Brito referiu que a Lipor “é um excelente exemplo da aplicação do marketing na criação do valor ambiental”. O professor salientou ainda a importância de “colocar os clientes no centro das decisões”, mas salientou que “não se trata de fazer tudo o que eles querem, mas sim equacionar os seus anseios e agir em função das suas coordenadas”.
O especialista frisou que “o marketing não consiste em oferecer produtos ou serviços, mas sim soluções”. E como pilar base deste pressuposto, Carlos Brito frisou a preponderância de “ser diferente” porque, argumentou, “ser tão bom como os outros é estar a mais no mercado. Tenho de ser diferente em algo que o cliente dê valor e que o faça escolher-me a mim”.
Paula Mendes, directora do departamento de Comunicação e Relações Institucionais da Lipor, que foi também oradora do evento, passou em revista o historial da instituição e explicou as etapas que a empresa percorreu para conseguir criar valor na sua marca.
A responsável afirmou que “o processo de construção da marca tem sido transversal em toda a organização” e que a mesma pretende “garantir a coerência entre as mensagens e o posicionamento”.