sábado, 29 de outubro de 2011

Para Empreender é preciso paixão

Mauro Votre, 30, se formou em turismo e hotelaria e sempre soube que trabalharia na área. Aos 23, depois de se formar e trabalhar em grandes hotéis no Brasil e em Londres, onde morou por quatro anos, descobriu que faria isso a partir de um negócio próprio. “Sentia falta do lado mais itinerante do turismo. Mas pensava que deixaria os hotéis para trabalhar em uma agência de turismo ou outra coisa do gênero”, diz. Foi quase isso. Enquanto morava na Inglaterra, juntou o dinheiro que pode antes de voltar ao Brasil, em 2002, para abrir, junto com o irmão Maurício, a agência de ecoturismo DNAventura, uma das participantes do Extreme Makeover 2011. A seguir, ele fala sobre os desafios de empreender:

Por que você decidiu abrir o seu próprio negócio?
Me formei em turismo e hotelaria e fui trabalhar em hotéis durante quatro anos. Mas percebi que não era o que queria fazer. Sempre gostei de viajar e me interessava mais pelo planejamento das viagens. Eu morava na Inglaterra e comecei a ter contato com pessoas que trabalhavam com ecoturismo, algo que eu já fazia e gostava – sempre fiz escaladas e trilhas. Foi quando decidi ficar na Europa mais um tempo para juntar um pouco de dinheiro antes de voltar ao Brasil e abrir a minha própria empresa. E de lá mesmo, por internet, eu e meu irmão começamos a conversar e a planejar.

Você recebeu apoio da família?
Muito. Minha família tem a mente aberta. Meus pais são professores, minha irmã é psicóloga. O brasileiro é muito conservador, tem medo de deixar a estabilidade para empreender, mas meus pais não pensam assim. E o fato de eu ter morado fora me incentivou muito também. Lá eles têm valores muito diferentes… aqui no Brasil eu vejo muita gente com potencial que não investe por medo.

Como você lida com a instabilidade de não ter carteira assinada nem salário fixo?
Na verdade, eu tenho carteira assinada! Além da DNA, dou aulas de inglês em uma escola. Gosto muito de dar aulas e sempre dei. Mas, para mim, é também uma forma que encontrei para lidar com a instabilidade. Tenho a segurança de um salário fixo no final do mês. Quem não tem isso, imagino, deve viver numa corda-bamba. Não é fácil.

Quais as principais vantagens de ser dono do próprio negócio?
Você tem total liberdade para criar. E isso, pra mim, é inigualável. Posso inventar novos roteiros, para onde quiser e da forma que desejar. Além disso, tem a flexibilidade de horário: é você quem decide em quais momentos irá se dedicar a cada uma das coisas. Mas a jornada acaba sendo bem maior, é errada a ideia de que você vai trabalhar menos quando abrir o próprio negócio. Além disso, a divisão de lucros é muito mais justa quando você é o dono ou o sócio. Como funcionário, você trabalha para aumentar o lucro dos outros.

E quais os principais desafios?
Lidar com os riscos. Ainda mais em turismo, que é um setor que sofre com a sazonalidade e depende de fatores como o tempo. Há semanas em que nossa agenda fica cheia de passeios e semanas em que não temos nada marcado. E outra coisa que me espantou foram os impostos! É um custo muito alto, a gente não tinha nem ideia. Se quando você recebe um salário fixo já se espanta com a quantidade de descontos, quando tem um negócio é pior ainda.

O que te motiva a empreender?
A principal motivação, para mim, está no fato de poder trilhar meus próprios caminhos. Se eu quiser criar um roteiro para Paraty, eu crio. Se eu quiser inventar uma trilha em que as pessoas farão uma escalada, depois um mergulho seguido de um salto de asa-delta, eu invento! Mas também tive que aprender a lidar com isso: não é para mim que crio os roteiros. Quando começamos, pensávamos em roteiros voltados a pessoas com um perfil parecido com o nosso, mais aventureiro. Mas percebemos que há pessoas e gostos diferentes. Hoje já fazemos passeios voltados a famílias e temos roteiros para a terceira idade.

Que dicas você daria para quem está começando ou deseja empreender?
Conhecer muito a área em que deseja atuar. Estude, entre em contato com empresas e pessoas que já façam aquilo. Porque, muitas vezes, é muito diferente do que imaginamos. O dia a dia mostra que, na prática, as coisas não são bem como sonhamos. E quanto maior o conhecimento sobre isso, maiores as chances de dar certo. Mas o mais importante mesmo é ter certeza de que você está entrando em uma área que goste – por mais receio que você possa ter, por mais que em alguma outra área você até saiba que poderia ganhar mais dinheiro. Fazer o que a gente gosta é extremamente gratificante! Isso já é dar certo.



Apenas 5% dos alunos de MBA querem abrir a própria empresa

SÃO PAULO - A grande maioria dos alunos de MBA pretende trabalhar como funcionário após a conclusão do curso. Apenas 5% pretendem abrir o próprio negócio, segundo a pesquisa Global Management Education Graduate 2011, realizada pelo GMAC, a instituição que aplica as provas do GMAT, teste usado nos processos de admissão dos MBAs das principais escolas de negócios do mundo.

Os homens têm mais intenção de tocar a própria empresa do que as mulheres. A preferência pelo empreendedorismo também é maior entre os alunos com 31 anos de idade ou mais. Por região geográfica, os americanos são os menos propensos a abrir uma empresa e os mais entusiasmados com a ideia são os europeus.

Entre os alunos que querem administrar o próprio negócio, 39% pretendem atuar no setor classificado como "produtos e serviços", 18% querem trabalhar com consultoria e 15% têm a intenção de abrir uma empresa de tecnologia. Completam a lista o setor de auditoria e finanças (12%), cuidados com a saúde (6%) e manufatura (5%).

Para quem opta pelo empreendedorismo, o principal fator motivador para começar a empresa é poder fazer o que mais gosta, ser o principal tomador de decisão, administrar todos os aspectos da empresa e criar uma agenda que atenda as próprias necessidades.
A pesquisa, feita anualmente desde 1999, ouviu 5 mil pessoas recém-formadas ou prestes a se formar em programas de MBA de 156 escolas de negócios de diversos países.

Science4you: Da ideia à empresa de sucesso

Entre seguir uma carreira com horário certo na área da gestão e apostar numa ideia, Miguel Martins Pina optou pela segunda hipótese. Foi assim que transformou o trabalho final de um curso de Finanças do ISCTE numa empresa de sucesso. A principal atividade da Sciencie4you é criar brinquedos científicos que ajudam as crianças a aprender brincando.

A inspiração para ser geólogo, astrónomo, engenheiro, biólogo ou outro tipo de cientista pode começar bem cedo. Sobretudo com a ajuda de brinquedos como aqueles que a Sciencie4you desenvolve que dão às crianças a oportunidade de “pôr a mão na massa” fazendo experiências ou construindo objetos e puzzles que os ajudam a aprender ao mesmo tempo que se divertem.

A empresa arrancou em Janeiro de 2008 e, em apenas três anos, tornou-se um sucesso de vendas. Neste momento, a Science4you conta já com 18 empregados e exporta para Espanha, Brasil, Angola, Moçambique e Finlândia. Mas a aposta na internacionalização é para crescer. “Abrimos filial em Madrid no passado mês de Maio, e esperamos ainda no final deste mês inaugurar uma outra filial num país da Europa”, conta ao Boas Notícias Inês Vieira, do departamento de comunicacao da Science4you.

Com sede na Faculdade de Ciências, em Lisboa, a empresa desenvolve os seus brinquedos com a colaboração de vários cientistas como biólogos, químicos e engenheiros. “Depois os materiais são adquiridos pela Science4you que realiza a montagem, o design e produção bem como os manuais científicos que acompanham todos os brinquedos”, explica.

Todos os produtos têm o selo de certificação pela Faculdade de Ciências e, graças às parcerias que a empresa desenvolveu com os museus de ciência de todo o país, cada brinquedo da Science4you oferece mais de 100 euros em vales de entrada para aqueles museus.

A Science4you tem também uma área de serviços apostando na formação de professores e crianças e oferecendo atividades em aniversários e campos de férias. “Estas iniciativas são desenvolvidas por Licenciados e Mestres de diversas áreas científicas, com formação complementar de dinâmicas de animação. As Festas de aniversário, por exemplo, permitem ao jovem aniversariante ser cientista por um dia, realizando experiências científicas com os seus amigos”, conta a responsável.

Prémios e reconhecimento

Em 2010, com apenas 25 anos, Miguel Pina Martins foi nomeado Empreendedor do Ano 2010 pela Comissão Europeia representando Portugal na Semana do Empreendedorismo Europeu.

Antes desta nomeação, já tinha sido distinguido em 2009 com o prémio Empreendedor Finicia Jovem e com o primeiro lugar da European Entreprise Awards, na categoria Internacionalização. Numa altura em que o empreendedorismo é visto como a principal a solução para o crescimento económico, o exemplo do jovem empreendedor Miguel Pina é, sem dúvida, inspirador.

Todo mundo pode ser empreendedor?

Existem fatores para estimular a formação empreendedora de uma criança, como incentivar o lado sonhador e construtivo, ter exemplos de empreendedores na família e estudar o tema, mas a verdadeira semente empreendedora nasce apenas em algumas pessoas.

O empreendedor por oportunidade, ou por natureza, que é aquele sempre disposto a arriscar, nunca confortável com o "normal" ou o "padrão". Esse empreendedor é o mesmo que quer mudar o mundo, acredita que o pode fazer isso e faz de tudo para conseguir. O dinheiro é importante, mas não é o principal motivador, é apenas uma consequência de um plano maior de realização: fazer seu próprio negócio dar certo, ter autonomia e engajamento total.

Quem abre um negócio mais por necessidade do que por vislumbrar uma oportunidade não é menos empreendedor. Aprender técnicas de empreendedorismo, estudar conceitos e ouvir gente experiente são caminhos interessantes para estimular as pessoas. A grande diferença entre os dois tipos de empreendedores fica clara quando o primeiro obstáculo chega.

Para quem nasceu empreendedor, se o obstáculo for o fim do caminho, ele cria um novo caminho e continua a viagem. Isso serve de exemplo a todos os outros, que podem muito bem aprender a empreender tão bem quanto os empreendedores natos. Ser empreendedor é mais do que uma profissão, é um estilo de vida e são eles que mudarão o mundo em que vivemos.

Por Marcio de Oliveira Santos Filho - associado da Inseed Investimentos e coordenador do Desafio Brasil.

Quatro erros financeiros comuns em startups

Dar o pontapé inicial para começar um negócio não é tarefa fácil. Mas não é impossível. Nos primeiros anos de uma empresa, o empreendedor precisa captar e fidelizar clientes, ganhar espaço no mercado e superar dificuldades de gestão. Tudo isso pode ser feito de maneira distinta e de acordo com as estratégias de cada empresário, mas o que todos precisam é saber como administrar o dinheiro investido para fazer com que os projetos deem certo e o melhor: lucro. Para que você tenha sucesso nessa empreitada, a Entrepreneur preparou uma lista com quatro dicas sobre os erros financeiros mais comuns cometidos por startups.

1. Custos iniciais
Um dos equívocos mais comuns cometidos por empresários é subestimar a quantidade de dinheiro necessária para fazer com que uma ideia dê resultados positivos. O pagamento de investidores ou mesmo do salário dos fundadores da marca são raramente estimados com precisão. Na maioria das vezes, empresários calculam apenas o montante necessário para colocar a ideia em prática e esquecem-se dos custos com mão de obra.

2. Gastos com marketing
As estratégias de marketing e publicidade são fundamentais para que potenciais investidores e clientes saibam que determinada empresa existe. É comum a diversos empreendedores separar uma verba pequena do seu investimento para esse tipo de ação. Para que um negócio dê certo, é preciso calcular corretamente quanto será gasto com publicidade e e-mail marketing, por exemplo, e verificar previamente se essas atividades de promoção poderão trazer o retorno esperado. Cada região e estado se comportam de maneiras distintas para esse quesito. Para não errar, é preciso fazer testes e analisar o mercado.

3. Despesas fiscais
Impostos existem e, claro, devem ser pagos corretamente pelo empreendedor. É importante procurar contadores e consultores para descobrir o melhor regime tributário para o negócio. Isso ajudará a reduzir esse tipo de gasto.

4. Gostos desnecessários
Investir na construção do melhor espaço de trabalho e na obtenção dos melhores equipamentos é o desejo de muitos, mas, no começo de um negócio, é preciso esquecer ideias luxuosas e se concentrar na rentabilidade dos produtos desenvolvidos pela empresa.

Há maneira certa de empreender?

Elaborar um plano de negócios adequado, definir metas e ações, além de calcular riscos são detalhes que norteiam o sucesso de uma empresa.

Há alguns anos, em tempos de mercado aquecido, na grande maioria dos setores, manter as portas de um estabelecimento abertas e esperar o cliente entrar no recinto era o suficiente para os negócios prosperarem. Entretanto, com a acirrada concorrência nos grandes centros comerciais do país, se diferenciar através de um planejamento apropriado e manter o comportamento empreendedor (isto é, fazer assumindo riscos) pode fazer a diferença entre ter sucesso nos negócios ou estar fadado às crises.

Pesquisa realizada pela Havard Bussiness School revela que a elaboração de um plano de negócios aumenta em 60% a probabilidade de sucesso do empreendedor. Outro estudo revela como a burocracia também é um grande empecilho para o empreendedor brasileiro. Realizado recentemente pelo Banco Mundial, a pesquisa constatou que o Brasil ocupa a 127ª posição num ranking de facilidade para fazer negócios, numa lista formada por 183 países.

Batista Gigliotti, presidente da Fran Systems, consultoria no desenvolvimento de negócios e de franquias e especialista em empreendedorismo, revela que “o empreendedor precisa estar atento às novidades do mercado. Seja através de cursos preparatórios, no qual podemos destacar a atuação do SEBRAE, que orienta os novos e experientes empreendedores na busca por melhores resultados, ou, então, vivenciando na prática os desafios que essa carreira proporciona e subtraindo dos obstáculos os conhecimentos para não persistir nos mesmos erros”.

Existem muitas características que são abordadas quando o assunto é ser ou tornar-se empreendedor. Gigliotti explica que “entre todas as qualidades que o empreendedor precisa ter para alcançar o sucesso podemos destacar que ter iniciativa, paixão pelo negócio (já que se ele não acreditar em sua empresa, dificilmente alguém acreditará), aceitar e calcular os riscos e ter em mente que fracassar não é o fim da linha, já que muitos empresários só prosperaram após errarem na condução do negócio uma, duas ou três vezes, e, mesmo com as dificuldades, tentaram novamente até acertarem”.

O plano de negócios é o segredo para direcionar os investimentos e diminuir os riscos de fracassar o projeto. “Se já existe uma ideia, é necessário fazer um detalhado plano de negócio, onde ficarão claros todos os aspectos do empreendimento. Estabelecer metas, diretrizes e controle gerencial são itens essenciais para prosperar na vida profissional, afinal ter seu próprio negócio requer organização, disciplina, ousadia, vontade e trabalho, muito trabalho”, conclui Gigliotti.

* Batista Gigliotti é presidente da Fran Systems, consultoria em desenvolvimento de negócios e de franquias. A empresa possui em sua carteira de clientes empresas, empreendedores, franquias e franqueados de variados segmentos, entre eles: Agility, IPESSP, Sal e Brasa, Sunbelt Business Brokers, Nobel, Devassa, Pizza Hut, Pra Que Marido, Seven Idiomas e Station Car entre outras – www.fransystems.com.br - É também mestre em administração e professor dos cursos de pós-graduação da EAESP-FGV, Senac, Anhembi, BI e Ibmec/Veris.

Especialista incentiva empreendedorismo português

Apesar do resgate financeiro e de alguma "ingenuidade empresarial", Portugal tem possibilidade de vir a “influenciar ambos os lados do Atlântico”, sobretudo se continuar a apostar na educação e na tecnologia e alterar a sua noção de empreendedorismo. Esta é a opinião de Babs Carryer, uma professora da Universidade Carnegie Mellon (EUA) que integra o programa University Technology Enterprise Network, promovido em Portugal pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).

“A maior parte das pessoas não junta 'Portugal' e 'empreendedorismo' na mesma frase. Mas a maior parte dos norte-americanos também não sabe muito sobre Portugal: a maioria nunca visitou o país”. É assim que Babs Carryer começa o artigo publicado, esta semana, no seu blog New Venturism sobre os desafios e mais-valias de Portugal em termos de empreendedorismo científico e empresarial.

Numa caixa do artigo, a professora da Carnegie destaca empresas com prestígio (e lucros) no mercado internacional como a Critical software, a Ydreams e a EDP Renováveis. Babs acrescenta ainda que, nos próximos dias, vai escrever sobre outras empresas portuguesas inovadoras: a Dognaedis, a Bundlr, e a TreatU.

Depois de traçar um perfil – um pouco superficial e deturpado – da economia e da malha social do país, a especialista aponta os principais desafios que, na sua opinião, os empreendedores portugueses têm de ultrapassar para conquistar o mercado mundial.

A excessiva dependência de subsídios, a pesada política fiscal, a pouca capacidade para vender ideias e uma certa ingenuidade em termos do mercado e da competição são alguns dos desafios apontados por Babs. A especialista avisa, sobretudo, que em termos de vendas de ideia, Portugal preocupa-se mais em explicar "o quê" do que o "porquê", quando deveria ser ao contrário.

No entando, a professora afirma que, tal como a maior parte dos países europeus, Portugal percebeu que "o empreendedorismo é o caminho certo para sair da confusão económica em que se encontra". Babs acrescenta que, tal como "dominou os mares e lançou as bases da navegação moderna, Portugal está agora a encarar o empreendedorismo como a mais recente e a mais potente ferramenta para navegar além da recessão”.

A professora elogia largamente a aposta do país na inovação e na tecnologia. “A maneira como apostam na ciência e tecnologia desde o liceu é impressionante”, sublinha. E acrescenta que uma nova atitude em termos de empreendedorismo - tal como a que está a ser promovida no programa da FCT - poderá dar ao país o protagonismo merecido, nos dois lados do atlântico.

"Portugal é, afinal, a costa ocidental da Europa. Será altura de lhe prestarmos atenção?”, conclui Babs Carryer.

domingo, 23 de outubro de 2011

Três questões pré-plano de negócios

Muitos empreendedores utilizam o plano de negócios como baliza para começar uma empresa. No entanto, para desenvolver esse planejamento, é preciso partir de algumas perguntas (e respostas) vitais. Você pretende trabalhar com que tamanho de equipe? De onde virá o dinheiro para lançar o empreendimento? No site da Entrepreneur, o colunista Tim Berry, dono da Palo Alto Software, que produz ferramentas para planos de negócios, listou três perguntas que devem ser feitas antes de você desenvolver o documento.

Confira as dicas e conte para a gente: como você fez o seu plano de negócios? Em que ele foi baseado?

1. O que é sucesso para você?
A maioria das pessoas presume que o sucesso nos negócios é medido em crescimento ou em lucratividade – ou em dinheiro no caixa, no mínimo. Mas, se você presta atenção, há empreendedores que dimensionam o sucesso por outros fatores. Pode ser, por exemplo, a liberdade de fazer seus horários e buscar os filhos na escola. Ou pode ser a oportunidade de fazer algo que você sempre almejou, mas não pode realizar.

2. Você vai tocar o negócio sozinho ou com uma equipe?
Alguns empreendedores preferem tomar as decisões sozinhos – e ganhar ou perder sozinhos. Outros só se imaginam cercado de pessoas, com quem possam dividir as preocupações e as experiências. É claro que o tipo de negócio é determinante para isso. Uma indústria não vai começar com uma equipe pequena, e uma empresa de aulas particulares não terá um time gigante.

Por outro lado, alguns negócios podem facilmente começar só com o empreendedor, mas terão mais apelo para investidores se contarem com uma equipe atraente.

3. Investimento externo ou bootstrapping?
Assim como na segunda questão, a natureza do negócio também define esse fator. Se você não tiver experiência como empreendedor, um mercado promissor, potencial de escala e mercado de saída, então um investidor externo (como um anjo ou venture capital) provavelmente não será possível. E algumas ideias não saem do papel sem um grande investimento.

O bootstrapping significa fazer tudo sozinho e ser o dono sozinho. Às vezes, emprestar dinheiro é necessário, mas a quantia tem de ser paga, e o credor não faz parte da sociedade. Mas um negócio pode ter início com bootstrapping e, depois, atrair investimento de anjos, por exemplo.

E é claro que não é porque seu negócio pode ter um investidor que ele deve realmente ter um. Eles se tornam sócios, e isso pode significar a perda de liberdade na tomada de decisões.

A ditadura das ideias

Era uma vez um mito, um desses que se espalha por mentes e corpos, crescendo nas rodas de conversas e encontros sociais ou de negócios como um vírus que, no final, mata seus hospedeiros de inanição.

Ao dizer que basta uma ideia genial para que um empreendimento surja, cresça e dê certo, esse mito tem condenado pessoas criativas ao muro das lamentações dos futuros empreendedores fracassados. Todo o esforço deles foi gasto na geração daquela ideia que, na verdade, nem era tão genial ou que acabou executada por outra pessoa.

Thomas Edison, ao dizer que empreender era um ato de 1% de inspiração e 99% de transpiração, já dava o recado aos geradores de planos. Ele dizia que uma ideia só é boa se é posta em prática. É neste momento que o empreendedorismo sai do campo das boas intenções e entra no mundo dos negócios.

Por causa da internet, as desculpas para não empreender têm se reduzido consideravelmente. Os mercados, as tecnologias e o custo do capital e do desenvolvimento de software tornaram-se acessíveis a todos os bolsos. As mídias sociais, os mecanismos de busca e publicidade on-line e as ferramentas e iniciativas de crowdsourcing e crowdfunding são as armas do empreendedor moderno.

Que fique claro que a vantagem competitiva não desapareceu. Ela apenas mudou para a capacidade de fazer acontecer. Foram as pessoas que passaram fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso das pequenas e médias empresas, e não o capital.

No berço do empreendedorismo digital, o Vale do Silício, nos Estados Unidos, os investidores buscam equipes com potencial, em vez de grandes ideias. No Brasil, a bola da vez da economia mundial, você pretende investir no quê?

Marina Miranda é diretora geral da Mutopo Brasil. Estudou Economia e Comunicação e atua com projetos de crowdsourcing, conectando grupos na realização de desafios para clientes de diversos portes.

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“Inovei, mas sem tirar os pés do chão”

Quando o comércio eletrônico ainda engatinhava no país, em 1998, Gilberto Mautner ofereceu espaço barato na internet para quem quisesse abrir seu e-commerce. Hoje, a Locaweb é a maior empresa de hospedagem de sites do país, com um faturamento de R$ 148 milhões

Pioneirismo – “Desde o começo, segui o mesmo princípio: ampliar horizontes, encontrar produtos e soluções novas para o cliente. A primeira empresa que abri era um portal para o setor têxtil, o Intermoda, que foi um fracasso. Então pensei: como podemos transformar isso em algo maior? Foi quando surgiu a ideia da hospedagem de sites, em 1998. Começamos a oferecer espaço para comércio eletrônico quando a área ainda era incipiente no Brasil. Mais tarde, seríamos pioneiros em oferecer soluções em cloud computing no Brasil.”

Pés no chão – “A empresa nunca perdeu seu ímpeto de criar, mas sempre trabalhamos com os pés no chão. Toda ideia nova tem de passar no teste da lucratividade. Essa postura foi fundamental na época da explosão da internet, em 2000. Lembro que ficava perplexo ao ver investidores apostando milhões de dólares em qualquer ideia nova. Enquanto isso, continuávamos crescendo sem nenhum aporte, usando só os nossos recursos. Quando a bolha estourou e dezenas de empresas faliram, foi a prova de que estávamos certos. É preciso inovar, mas com uma base sólida.”

Capacitação – “As decisões tomadas em 2000 moldaram tudo o que aconteceu depois. Naquele ano, começamos com cinco funcionários — no final do ano, eram mais de 50. Percebi que precisava aprender a delegar, não poderia mais controlar tudo. Mais tarde, em 2010, com o número de funcionários chegando a 600, houve outra transição: tornou-se necessário capacitar líderes que pudessem atuar na linha de frente do negócio. Hoje em dia, meu papel é criar o contexto para que esses líderes tomem as decisões corretas.”

Estrutura – “Para garantir que a empresa tenha a estrutura necessária para suportar nossa expansão, criamos em 2009 um segundo data center — local onde são armazenados todos os dados dos clientes. Fizemos um investimento de R$ 40 milhões para multiplicar a capacidade do original. O primeiro abrigava 4 mil servidores; no segundo, pulamos para 25 mil máquinas. Até agora, usamos só 20% desse total. Estamos tranquilos, sabendo que temos capacidade para absorver todo o potencial de desenvolvimento da internet brasileira nos próximos dez anos.”


LOCAWEB O QUE É: empresa especializada em hospedagem de sites
ESTRUTURA: 700 funcionários, trabalhando na sede e em dois data centers, com capacidade para 29 mil servidores, em São Paulo
FATURAMENTO em 2010: R$ 148 milhões

Start-up nation

O título deste artigo e o seu ponto de partida é devido a Diogo Vasconcelos (é igualmente uma singela homenagem a quem deu um grande contributo para a discussão do Empreendedorismo em Portugal) e ao seu manifesto para que Portugal se transforme numa start-up nation.

A situação económico-social atual, do país, bem como, a evolução preocupante da taxa de desemprego em Portugal e, em particular entre os jovens (Dados do Eurostat, divulgados recentemente, adiantam que a taxa de desemprego entre os jovens portugueses, com menos de 25 anos, subiu em maio para 28,1% face aos 27,9% assinalados em abril) exige a criação de um ambiente propício ao Empreendedorismo em Portugal, a inovação e o Empreendedorismo constituem a resposta a esses desafios e são eles, sem dúvida, os catalizadores que permitirão alcançar o desenvolvimento sustentável que se procura, criando emprego e aumentado a competitividade e o crescimento económico e social.
Defendo que a promoção de um ambiente promotor e dinamizador do Empreendedorismo deve ser baseada e sustentada num programa integrado de nível nacional que ultrapasse o referido anteriormente e que integre vários atores relacionados direta ou indiretamente com o Empreendedorismo, num núcleo mais próximo, em plena articulação com os agentes educativos nos vários níveis de ensino, desde o ensino básico até ao ensino superior. Falo de um apoio permanente de entidades ligadas à consultoria e de um apoio técnico necessário aos empreendedores; devem ainda integrar este núcleo mais próximo, as entidades que disponibilizem infraestruturas com incubadoras e ninhos de empresas que permitam às empresas nascentes gerir estruturas de custos fixos reduzidas assim como usufruir de serviços partilhados. Por último, considero também o financiamento de novos projetos, e o papel que o Governo pode ter na criação de condições para que a Banca volte a financiar as microempresas e as PME´s, a Capital de Risco e os Business Angels assumam o seu papel decisivo e ainda que as entidades gestoras dos sistemas de incentivos possam agilizar e facilitar não apenas as candidaturas mas também o desbloqueio de verbas após a aprovação.
Num núcleo mais distante, mas sempre em sintonia, as atividades de investigação e desenvolvimento e ainda as atividades de promoção de networking que permitam aos empreendedores integrar redes de partilha de conhecimento, potenciar negócios e explorar novas oportunidades devem ser promovidas, bem como, as parcerias devem ser incentivadas. Devem ainda ser motivadas iniciativas de promoção de novas ideias e projetos, como concursos de ideias em entidades de ensino, municípios e mesmo a nível nacional. Por último, devem ser promovidas iniciativas de empreendedorismo social. A minha proposta vai, então, no sentido de fazer congregar vários atores da sociedade com vista a criar as condições necessárias à promoção das referidas iniciativas.
Para a equação ficar completa precisamos ainda de Empreendedores, só com eles é possível transformarmos Portugal numa start-up nation. É aqui que a educação e formação em Empreendedorismo e o desenvolvimento de competências empreendedoras são cruciais. Como refere Peter Drucker “Muito do que se ouve sobre empreendedorismo está errado. Não é nada de mágico; não é mistério; e não tem nada a ver com genes. É uma disciplina e como uma disciplina pode ser aprendida.”

Artigo publicado na Revista Negócios e Franchising, edição de setembro/outubro de 2011.

ANJE: Utad promove empreendedorismo

A academia de empreendedores da associação nacional de jovens empresários promoveu no passado dia 13 de Outubro um road-show, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, o qual envolveu cerca de três centenas de jovens de diversas áreas de competências. Esta iniciativa da ANJE mereceu o apoio do instituto do emprego e formação profissional, consistindo numa viagem ao mundo real das empresas e do empreendedorismo, tendo sido inserida no plano de actividades de promoção do empreendedorismo que o gabinete de apoio à inserção na vida activa da UTAD tem vindo a implementar em colaboração com o BIC-CITMAD.

Foram debatidos temas diversificados, desde a criação de empresas, apoios, financiamentos até a oportunidades de negócio. A iniciativa envolveu uma exposição durante dois dias com informação de diversas empresas e instituições ligadas à promoção do emprego e da actividade empresarial. Este show de informação é recomendado a todos os alunos independentemente da sua área de formação, pois visa sensibilizar os jovens para a necessidade do desenvolvimento de uma postura mais empreendedora e proactiva, face ao mercado de trabalho, às oportunidades de negócios e ao mundo das empresas.

Executar é mais importante do que ter boas ideias?

Novos empreendedores digitais estão cada vez mais encantados com os princípios da “lean startup”, cujo ponto principal é desenvolver produtos e lançá-los rapidamente para o público testar e indicar as correções a serem feitas.

Tanto que um de seus principais ideólogos, o norte-americano Eric Ries, está fazendo uma turnê pelos EUA para lançar seu livro “The Lean Startup”. O que os atrai é a possibilidade de enxugar custos e validar as mudanças com os consumidores.

Mas será que priorizar a rápida execução conta mais do que desenvolver ideias? O empreendedor norte-americano Ryan Healy acha que não, e conta por que neste artigo que escreveu para o Young Entrepreneurs Council.


Neste ano que passou, o mundo da tecnologia esteve bastante obcecado com a ideia da “lean startup”, um conjunto de princípios idealizados por empreendedores como Steve Blank e Eric Ries. É um mapa para startups desenvolverem, testarem e redesenharem seus produtos até chegar ao que é perfeitamente adequado para as necessidades do mercado

A ideia central é ser ágil e capaz de mudar a qualquer momento – se o produto não pegar, pense em algo completamente novo. Não discuta o próximo passo, só mande ver e analise os resultados, afinal, diz a nova sabedoria que ninguém é esperto suficiente para desvendar o que o público quer.

No entanto, há vários perigos nessa nova maneira de construir um negócio. Não acho que ideias não interessem e que a execução seja tudo. Uma ideia ruim não vai vingar, mesmo que a execução seja perfeita, e mudar para uma nova ideia fraca não vai levar ao sucesso.

Ideias são essenciais: empreendedores estão criando o futuro e precisam pensar em como desenvolver produtos que ajudem as pessoas, resolvam problemas, criem valor e, acima de tudo, sejam modelos replicáveis e escaláveis.

O custo e o tempo de desenvolvimento de um novo produto caíram acentuadamente nos últimos anos. Isso não quer dizer que o prazo e o trabalho duro acerca de uma nova ideia para o modelo de negócio tenham diminuído. Ao contrário: como é bem mais fácil colocar novos produtos no mercado, as ideias por trás deles ficam muito mais importantes.

Todas as startups que têm uma boa equipe de engenheiros estão no mesmo nível, do ponto de vista técnico. Assim, o ingrediente secreto são ideias bem desenvolvidas, inovadoras, que rompem com padrões e mudam as regras do jogo, como o Groupon, o Living Social e o Kickstarter.

Esvaziar a importância da ideia por trás de um produto faz com que seja mais fácil desistir se ela não decolar imediatamente. A maioria dos grandes produtos não são adotados imediatamente em grande escala, só depois dos ajustes certos.

Minimizar o valor da ideia permite ao empreendedor pular a parte do trabalho duro quando algo não funciona perfeitamente. Se ela vai resolver um problema importante, é provável que resulte em um negócio de sucesso se você for persistente e tentar executá-la de um modo inovador.

Peneirar um milhão de variáveis para achar um modelo de negócio é a parte mais dura de empreender – estou agora mesmo no meio desse processo. Não há atalhos, por isso a metodologia da “lean startup” não deve ser usada como desculpa para desistir quando aparecem as dificuldades.

Essas ideias devem simplesmente providenciar uma estrutura para criar um negócio do zero. Lembre-se: uma ideia existe antes mesmo de você criar um negócio. E é ela – ou uma variação dela – que sustenta sua empresa.

Compartilhar o controle da marca com o consumidor pode significar mais dinheiro

Lawrence Lessig é advogado e criador do Creative Commons, iniciativa internacional de compartilhamento de propriedade intelectual na internet. Para ele, vivemos em uma era de remixagem, em que consumidores transformam o conteúdo produzido e transmitido pelas empresas. Passamos de uma sociedade que apenas consumia esse conteúdo para uma que o consome e recria.

Obviamente, nem todas as empresas ficam felizes com isso e resolvem tomar medidas legais contra esses consumidores, que usam um logotipo ou um jingle para criar algo completamente novo, por exemplo. Outras preferem abraçar esse tipo de criação e agregar mais valor às suas marcas. Na matéria de capa deste mês – você pode ler um trecho aqui –, nós contamos a história de um desses casos, o da Coca-Cola, que inclusive me foi apresentado pelo próprio Lessig. Dois fãs da marca de refrigerante resolveram criar uma fan page em sua homenagem, e esta se tornou um grande sucesso. Quando descobriu a sua existência, a Coca-Cola decidiu contratar a dupla como consultores e administradores da página, em vez de simplesmente tomar o seu controle.

Conversei com Lessig em setembro, e ele me contou como as empresas podem adotar um sistema que valorize tanto os direitos de a empresa faturar com seu conteúdo quanto a liberdade do consumidor de transformar e compartilhá-lo, em um sistema híbrido. “A internet encorajou essa produção colaborativa, mas a lei não acompanhou essa evolução”, afirma. “Compartilhar o controle da marca pode significar mais dinheiro para você.”

Confira a entrevista:


Como construir uma relação colaborativa com o consumidor?
Se a empresa quer que o consumidor participe dessa busca por valor para marca, eles precisam descobrir o que ele considera justo nessa relação. As empresas precisam gastar uma grande quantidade de energia para saber quais são as expectativas nesse relacionamento. E não há regra universal e exata. O importante é não deixar que essas questões explodam mais tarde. As marcas precisam imaginar uma forma de os seus consumidores contribuírem sem se sentirem roubados.

O senhor acha esse processo é mais fácil para pequenas e médias empresas?
Eu acredito que seja mais fácil, primariamente porque esses novos negócios estão sendo abertos por jovens empreendedores, que vêm dessa cultura, dessa realidade de colaboração. É mais fácil entender as necessidades dos consumidores. Mas, nesses casos, esses empresários precisam pensar cuidadosamente sobre sua estratégia a longo prazo. Quando você é jovem, tem um milhão de problemas imediatos e coisas que você gostaria de acrescentar ao seu produto ou serviço. É preciso ter em mente, porém, o futuro de tudo isso.

Qual o papel das mídias sociais nesse contexto?
Mídias sociais são ferramentas essenciais para facilitar a conversa com consumidor. Serão o primeiro local em que você encontrará a raiva e a frustração dele. Então é importante que você tenha alguém inteligente, ágil e divertido para liderar a estratégia nessa área. Alguém que não viva na defensiva, alguém direto. Você precisa mostrar que está ali para tentar descobrir quem seus consumidores realmente são.

O senhor acredita que, hoje em dia, uma marca é feita da colaboração com o consumidor?
Sim. Você consegue enxergar empresas que estão preocupadas em entender como eles interagem com o consumidor. O Flickr é uma empresa que tem um grande capital social e conseguiu isso por se identificar desde muito cedo com essa ideia de compartilhar e colaborar. Quanto mais cedo ela identificar essa necessidade, maior será seu capital social. As empresas precisam estar atentas a isso. O Facebook, por exemplo, me parece surdo em relação a essa temática, e vemos isso nos vários problemas que ele tem com sua base de usuários.

É possível que uma empresa ignore essa colaboração e ainda seja bem-sucedida?
É provável que ignorar o consumidor leve ao fracasso de uma empresa. Se você quer ser bem sucedido, escutá-lo é uma parte importante. Você precisa criar relações com eles baseadas em respeito e fazer com que ambos os lados tirem valor delas.

Quais são os benefícios de adotar um sistema híbrido?
O maior benefício está no ciclo de inovação. Os primeiros consumidores de um produto serão os mais intensos usuários. Ao ouvir um consumidor sobre como ele usa esse produto, você aprenderá muito mais rápido a se reinventar e se adaptar do que se ouvisse apenas sua equipe. O que aprendemos com as empresas que usam essa estratégia é que muitas vezes o especialista não trabalha para você. Na maior parte do tempo, a pessoa mais esperta usando o seu produto ou serviço é um dos seus consumidores. E começar essa relação desde cedo o ajudará a conseguir esse tipo de insight.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

PME ganham “Passaporte para a Exportação”

O Governo prevê a criação de um “Passaporte para a Exportação”, na prática a “certificação” de pequenas e médias empresas (PME) como “empresas com potencial exportador”.

Na rubrica do Orçamento do Estado para 2012, intitulada "Competitividade, empreendedorismo e inovação", o Executivo diz que, relativamente à internacionalização das empresas portuguesas, pretende "promover acções que levem ao aumento significativo das exportações nacionais", designadamente através do fomento de "acções de promoção de Portugal no exterior", da certificação de PME como empresas com potencial exportador, da criação de uma rede de contactos baseada nos portugueses residentes no estrangeiro e do apoio aos sectores tradicionais, através de uma estratégia de diferenciação via pólos de competitividade/'clusters' e associações sectoriais.
Como forma de apoio às PME, o Governo diz ir procurar ainda "incentivar as grandes empresas já internacionalizadas" a envolver no processo de internacionalização as suas "fornecedoras e outras PME nacionais, promovendo a criação de redes de cooperação nacionais e internacionais".

Ainda no âmbito da competitividade da indústria, comércio e serviços, serão implementadas diversas medidas, tais como a "Iniciativa + Portugal", que visa promover a valorização de produtos nacionais, a revisão dos mecanismos de recuperação de empresas em situação difícil, bem como a revisão global do sistema de formação de preços de medicamentos.

Ao nível do empreendedorismo e da inovação, é "prioridade do Governo o reforço da capacidade de inovar e de transformar a investigação aplicada em valor económico, estimulando o trabalho em rede (universidades, centros de investigação, incubadoras e empresas)", pode ler-se na proposta de Orçamento do Estado para 2012. Esta é uma das prioridades endereçadas no programa "+Empreendedorismo, +Inovação" que se centra também na criação de condições favoráveis ao empreendedorismo e no reforço de competências nestas áreas. Será também promovido um modelo integrado de relacionamento com o Estado, focado em "servir as empresas na lógica de cliente e capaz de as acompanhar ao longo de todo o seu ciclo de vida", refere o documento.

O Governo quer igualmente reforçar as competências em investigação de desenvolvimento no tecido empresarial português, "promover políticas de apoio à internacionalização dos resultados de I&D nacional e implementar acções de internacionalização do Mobi.E

1.ª Conferência Ibérica de Empreendedorismo

A EMPREEND - Associação Portuguesa para o Empreendedorismo e o LE@D-Laboratório de Educação a Distância da Universidade Aberta, com o apoio da Câmara Municipal de Cascais e de outras organizações, realizam nos dias 27 e 28 de Outubro a 1.ª Conferência Ibérica de Empreendedorismo.

A conferência envolve cerca de 150 participantes portugueses e espanhóis, professores universitários, empresários, start-ups, jovens empreendedores, estudantes e outras pessoas que se interessam pela disseminação do empreendedorismo, num evento que pretende efectuar o diagnóstico da situação do que as organizações estão a concretizar no âmbito do empreendedorismo, observar a análise SWOT das experiências vivenciadas pelos empreendedores, partilhar conhecimentos em vários domínios nomeadamente na execução e no financiamento de projectos inovadores.

Das entidades presentes, destacam-se a Universidade Autónoma de Madrid, a Universidade Miguel Hernández de Elche, o IP Viana do Castelo, a Universidade de Vigo, o ISEG, o ISCTE, o IPAM, a Universidade de Santiago de Compostela, a Universidade Lusófona, a Universidade da Beira Interior, o ISCSP, o ISLA, a Nova Base, o CRIA, a CCSP, a ACEDE, a APG, o IAPMEI, a DNA/Cascais, o BIC-Galícia, várias empresas e start-ups.

De entre os vários momentos chave do programa registam-se a homenagem ao Comendador Rui Nabeiro, do Grupo Nabeiro Delta Cafés pelos “50 anos a despertar Portugal” e o lançamento do livro “Como fazer investigação, dissertações, teses e relatórios (segundo Bolonha).

domingo, 16 de outubro de 2011

Empresas não têm outra opção a não ser cocriar, afirma especialista

Venkat Ramaswamy mostra como fazer a transição para um negócio que inclua a colaboração dos consumidores

Estamos em uma nova era, em que a cocriação com o consumidor é inevitável e pode agregar muito valor à empresa. “Os consumidores querem se engajar e têm muitas informações que podem ajudar as empresas”, afirma Venkat Ramaswamy, professor de marketing e sistemas de informação na Ross Business School, de Michigan, nos Estados Unidos. “Hoje em dia, as empresas não têm opção. Quanto mais rápido um negócio perceber que estamos em uma era de cocriação, melhor para ele.”

Em entrevista para a Pequenas Empresas & Grandes Negócios, Ramaswamy falou sobre como fazer a transição para esse novo sistema e quais são as maiores dificuldades encontradas pelas empresas.

Nós podemos dizer que estamos em um estágio avançado de colaboração entre empresas e consumidores?
Há vários exemplos de marcas que mostram que estamos em uma era de cocriação. Muitas outras estão começando a fazer experiências nesse sentido.

Qual seria o primeiro passo para começar uma estratégia colaborativa?
Tanto para empresas que estão começando agora como para empresas que já estão estabelecidas no mercado, o primeiro passo importante é estudar como migrar de um sistema solitário de criação de valor para uma construção em conjunto. O detalhe é que, para os negócios já estabelecidos, esse processo não acontece no seu centro, mas nas beiradas. Elas começam fazendo um concurso colaborativo ou algo do gênero, mas só isso. É como se elas estivessem no limiar de uma porta, mas sem entrar completamente. Essas empresas também precisam perceber que esse sistema não substitui o que ela faz no seu core business. Ela não está delegando seu trabalho. A cocriação expande sua atuação e precisa estar no centro de tudo o que a empresa faz.

E no caso da empresas mais novas, iniciantes?
Uma empresa jovem já pode começar com uma filosofia de cocriação. Só que, enquanto começar fica mais fácil, esses negócios esbarram na falta de recursos – o que as estabelecidas já têm. Porque trabalhar com cocriação é uma lógica, um pensamento, que fica mais difícil de entender com o passar do tempo. Então empresas mais jovens têm mais facilidade de se adaptar.

Como o senhor descreve uma empresa que abraça completamente a cocriação?
Primeiro, a empresa deve pensar em todos os processos de criação de um serviço ou produto de forma cocriativa, não basta apenas um deles. E pensar também como a cocriação pode trazer novas ideias e insights para melhorar cada um deles. Depois disso, é preciso expandir seu ecossistema para que ele comece a levar em consideração o papel do consumidor.

Como fazer isso?
Você precisa criar uma plataforma para juntar todos os seus stakeholders no mesmo local e começar essa conversa toda. É necessário planejar bastante esse local em que o valor da cocriação será criado. O que eu chamo de plataforma é um local em que as pessoas possam entrar para interagir, em que haja ferramentas que estimulem esse processo e interfaces que permitam o usuário interagir das mais diversas formas, no computador ou até mesmo no celular. Depois disso, você deve planejar os resultados desse processo, como o valor está sendo criado para o usuário e o valor que você recebe. Nesse sentido, é necessário saber exatamente que setor da sua empresa vai se beneficiar com cada cocriação, sendo que muitos departamentos podem ser favorecidos ao mesmo tempo.

Como medir o sucesso desses processos?
Muitas vezes a cocriação não tem como ser medida. Diversas empresas acabam fazendo mudanças nos seus modelos para entender o valor que cada uma delas realmente tem. E isso é um dos grandes desafios desse sistema. É um dos passos que tornam mais difícil essa transição, essa mudança de paradigma na hora de avaliar os resultados.

Quais são alguns exemplos de empresas cocriativas?
Um bom exemplo de empresa é a Nike, que criou plataformas como a Nike Plus para interagir com sua comunidade de corredores e consumidores, dividindo informações e o passo a passo da criação de seus produtos. Starbucks é outro exemplo bastante conhecido com seu site My Starbucks Idea, que utiliza as ideias dos seus consumidores para melhorar seus produtos e serviços, desde novas bebidas até como melhorar a experiência dentro de suas lojas.

“Empreendedorismo e Emprego” debatido nas Tardes do Emprego em Santarém

Fernando Lucas, coordenador da Unidade de Apoio à Empregabilidade e ao Empreendedorismo do Instituto Politécnico de Santarém, é o orador convidado do workshop “Empreendedorismo e Emprego” que se realiza a 26 de Outubro, pelas 14h30, na sala da Assembleia Municipal de Santarém, nas antigas instalações da Escola Prática de Cavalaria.

A sessão decorre no âmbito da iniciativa Tardes do Emprego, promovida pela Câmara de Santarém em parceria com a PMEConsult, que se realizam na última quarta-feira de cada mês. Neste workshop vão ser apresentadas e discutidas com os participantes as seguintes temáticas: De que forma o empreendedorismo pode ser uma solução para criar emprego; Riscos e medos do empreendedorismo; Empreendedorismo para quem tem poucos recursos financeiros.

A participação no workshop é limitada ao número de inscrições – 25 pessoas no máximo, podendo os interessados efectuar a sua inscrição para a PMEConsult até dia 25 – Terça-feira, para o e-mail - pmeconsult@pmeconsult.pt ou através do telefone: 243 333 367.




OPEN promove semana do empreendedorismo

A OPEN, no seguimento da sua missão de promoção da inovação e do empreendedorismo, promove a «6ª Semana do Empreendedorismo OPEN 2011», que terá lugar entre os dias 17 e 21 de Outubro na OPEN, na Marinha Grande.

Este ano, a Semana do Empreendedorismo 2011, colocará o seu foco na temática da Motivação. «Motivar para criar, motivar para por as ideias em prática, motivar para empreender e para vencer!», é o lema da iniciativa que pretende promover uma verdadeira «Injecção de ânimo e motivação» a empreendedores e empresários, afirmando-se como elemento de interface no apoio à criação de empresas e à utilização das qualificações dos recursos humanos e materiais para a criação de riqueza e realização pessoal.

Sob esta óptica dedicar-se-á cada dia da semana a temas estruturantes para o sucesso dos empreendedores.

A semana inicia com um pequeno-almoço temático que será dedicado à motivação dos recursos humanos e à dinamização de redes, fundamental para o sucesso de qualquer iniciativa de Empreendedorismo. O «Pequeno-almoço com a indústria», organizado pelo CENTIMFE na OPEN e enquadrado no projecto RUCI, promoverá um debate sobre a importância da mobilização dos recursos humanos para os objectivos estratégicos das organizações, sobre modelos e formas de motivação, bem como, sobre a necessidade de se transformar as organizações em nós de redes de inovação e de empreendedorismo.

A partir das 15 horas, promotores, empreendedores em potencial, estudantes, desempregados serão convidados a motivarem-se para a realização pessoal e a criação de riqueza através do empreendedorismo. Serão apresentados instrumentos de como empreender, como criar o seu negócio, estímulo ao desenvolvimento de planos de negócios ajustáveis, identificação de conceitos base e apresentação de instrumentos financeiros de suporte disponíveis, e, naturalmente, a apresentação da Incubadora OPEN. Todos terão possibilidade de esclarecer dúvidas e debater com profissionais da área financeira e de gestão.

No dia 18, a partir das 10 horas, a OPEN abre as suas portas para a tecnologia e para a internacionalização. Neste dia, as empresas, os empreendedores e o público em geral poderão ter acesso a projectos empresariais, serviços e tecnologias alavancadoras de negócios, especialmente algumas já instaladas na Rede de Incubadoras Nacionais, como a Steinbichler, a Digiwest e a Dimlaser. Será promovido, para além da Mostra Tecnológica, um debate com casos de sucesso orientados para a Internacionalização dos negócios com a participação do IPL – Instituto Politécnico de Leiria e da PRODUTECH – Pólo de Competitividade para as Tecnologia de Produção. É a alta tecnologia aplicada para apoiar e afirmar a empresa portuguesa no mercado nacional e internacional.

Na quarta-feira, o Centro muda-se para o Norte e o «Pequeno-almoço com a Indústria» viaja até Oliveira de Azeméis para mostrar a força da economia da região e realizar um intercâmbio com empresários do Norte.

A tarde começa com uma conversa a sério sobre propriedade industrial e de como proteger as ideias e as invenções. Em seguida, será dinamizado no âmbito do projecto RUCI, um workshop de mobilização dos Empreendedores nacionais, para participarem no European Tooling Fórum, na Alemanha, em Novembro, dando assim corpo à estratégia de afirmação internacional da European Tooling Platform. Esta acção será dinamizada em estreita articulação, com a CEFAMOL, ISTMA EUROPE e CENTIMFE.

Mais tarde realiza-se o já tradicional «Fim de Tarde com Empreendedores», desta vez com a participação da INCENTEA,

Dia 20, quinta-feira, em estreita articulação entre a OPEN e a DGAE – Direcção Geral das Actividades Económicas, o CENTIMFE e a Poolnet, colocar-se-á na mesa o tema Responsabilidade Social nas Organizações, aspecto fundamental para o sucesso do futuro e da competitividade das empresas. A apresentação de Casos de Sucesso empresariais com a participação da Universidade de Aveiro e empresas da região que fizeram da Responsabilidade Social factor de crescimento e desenvolvimento: INCENTEA, Inteplástico, SOCEM e VIPEX. Esta acção está enquadrada na Semana Europeia das PME.

As Políticas Públicas de Apoio ao Empreendedorismo sobem ao palco na sexta-feira e prometem muita informação e um debate de peso. Espera-se a presença do Secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação, além de representantes do CCDRC, COMPETE, IAPMEI, IEFP e das Câmaras da Marinha Grande e Batalha, bem como do presidente da CIMPL - Comunidade Intermunicipal do Pinhal Litoral.

Ainda na manhã de sexta-feira, para fechar com chave de ouro esta semana, nada melhor do que lançarmos um olhar sobre o futuro da economia do país: os jovens. Dinamizada com a Câmara de Pombal, os jovens participarão de um jogo de ideias empreendedoras.

Para mais informações, consulte o Programa Completo aqui, ou contacte a OPEN pelo telefone 244 570 010.

Disciplina de empreendedorismo facilita alunos de Institutos Politécnicos

Luanda - O director Nacional de Institutos Politécnicos do Ministério da Educação (MED), António Nascimento Alexandre, referiu hoje, em Luanda, que a disciplina de empreendedorismo, incluída em algumas escolas desde o ano transacto, tem sido uma mais valia no desempenho dos estudantes, visto que vai contribuir para o desenvolvimento económico de Angola.

Em declarações à Angop à margem do I Congresso de Pesquisa e Tecnologia, António Alexandre avançou que esta disciplina é uma ferramenta básica para que os alunos dos cursos Politécnicos, com o auxílio dos professores, possam apresentar melhor as suas ideias na vertente de empreendedorismo.

Segundo o responsável, trata-se de numa fase experimental do projecto de empreendedorismo no qual foram beneficiadas 48 escola, passando assim para outra fase que é a de aplanar trabalhos de alunos de escolas técnicas através dos projectos tecnológicos.

Nesta ordem, a fonte informou que no de 2012, a disciplina será alargada para outras escolas, criando, desta forma, uma escala mais abrangente de empreendedores.

O responsável frisou que o MED procurou incentivar as iniciativas empreendedoras destes pequenos criadores, estabelecendo empresas juniores, cooperativas.

Estas iniciativas, que serviram de incentivo, já resultou no lançamento do livro de iniciação científica que foi elaborado por alunos, além da exposição dos seus projectos de pesquisa em vários fóruns.

António Alexandre disse ainda que, com vista a permitir a pesquisa cientifica pelos estudantes, os institutos estão apetrechados de meios tecnológicos como laboratório e oficinas que os levem a desenvolver competências para poderem estar dotados de conhecimentos que os levam a ser criativos.

Informou ainda que o intercâmbio de conhecimentos científicos entre alunos e professores dos institutos médios do país tem acontecido em encontros do género e por meio de uma coordenação controlada através do ensino técnico profissional, e outros parceiros que vão alinhando as dificuldades que algumas instituições apresentam.

Dos projectos tecnológicos que já foram produzidos pelos estudantes dos institutos médios, de acordo com António Alexandre, foram realizados de forma didáctica dentre os quais projectos como: a recuperação de um bebedouro eléctrico e de uma arca frigorífica, um portão com abertura automática utilizando autónomos programáveis com elevadores que vão até três andares.

Quanto a utilidade destas criações, sublinhou que o MED tem chamado atenção aos empregadores ou entidades que queiram apostar nestas criações afins de que haja continuidade destas iniciativas.

Paz permitiu promover o empreendedorismo da juventude

Kuito – O secretário nacional da JMPLA, Sérgio Luther Rescova, afirmou nesta sexta-feira na cidade do Kuito, província do Bié, que o alcance da paz definitiva no país permitiu a promoção do empreendedorismo da juventude, nas suas várias vertentes, o que se vai repercutir no nível de desenvolvimento acentuado do país.

O dirigente daquela organização, que discursava durante o 11º Fórum de Jovens Empreendedores que decorreu na cidade do província do Bié, referiu que, no passado recente em que o país viveu, não foi permitido cultivar uma consciência empreendedora, que desse a possibilidade de atribuir aos jovens ferramentas próprias para que os mesmos fossem proprietários das suas iniciativas empresariais.

Frisou que, tendo em conta o momento que o país está a viver no âmbito político económico e social, há necessidade de os jovens continuarem a ser os multiplicadores da manutenção da grande conquista da paz, alcançada com sacrifício.

“A província do Bié é heróica e este heroísmo decorreu de um período muito recente da sua história, por isso, temos todos que ter consciência que não podemos nos esquecer dessa época para que a preservação desta nossa paz seja algo concreto”, disse.

Referiu no entanto, que o fórum de jovens empreendedores é imprescindível na partilha das grandes lições, permitindo o intercâmbio com os jovens empresários das várias províncias do país, em aspectos como partilhas de experiências e aquisição de novos conhecimentos.

Salientou que quando um empreendedor tem êxitos o seu efeito é multiplicador porque o mesmo gera emprego.

Neste contexto, exortou aos jovens a manter uma atitude correcta e coerente em função dos ganhos alcançados no exercício das actividades empresariais, por forma a permitir o crescimento dos seus negócios, contribuindo assim para o desenvolvimento da província e não só.

Disse ainda que a JMPLA, como uma organização juvenil de um partido com grande referência em África e no mundo, tem a responsabilidade não só de carácter político, mas também na promoção de momentos de reflexão que visam o crescimento e desenvolvimento da juventude nos vários domínios.

Durante o encontro, apelou de igual modo os jovens empreendedores da província do Bié a actualizarem os seus dados eleitorais, permitindo escolher os representantes dos destinos do país, bem como os seus locais de voto, salvaguardando assim os valores cívicos, cidadania e patriotismo.

Estiveram presentes no Fórum que decorreu sob o lema “Juventude empreendedora, desenvolvimento garantido”, jovens empresários da província do Bié e de várias províncias do país, membros do secretariado nacional da JMPLA, membros do secretariado provincial da JMPLA, representantes da OMA e do MPLA.

sábado, 15 de outubro de 2011

Brincando de Empreendedorismo

Empreender para quem tem o espirito de criança faz toda a diferença quando resolvemos por em prática nossa ideia que está guardada na gaveta.

Quando digitamos no google a palavra empreendedorismo, podem-se observar vários links com adjetivos para esse como; inovador, confiante, persistente, ousado, entre outros. Esse é o conjunto que faz uma pessoa ser empreendedora, segundo a literatura.

A partir das qualidades citadas acima, podemos afirmar que as crianças até 5 anos são as pessoas mais empreendedoras de que temos conhecimento. Mas por que os adultos deixam de ser se um dia foram crianças? Essa é uma questão simples de responder; pelo fato da mera adaptação ou acomodação que inibe nosso lado empreendedor.

Nós quando crianças, não havia tempo ruim para brincar, sempre estávamos buscando novas formas de se divertir; persistência é algo nato dos menores, e sem falar na criatividade (Segundo pesquisa americana, 98% das crianças até 5 anos são criativas, já os adultos mal se chega aos 2%). Se tivéssemos investidores para nossas ideias, muitas crianças teriam suas fábricas de bumerangue, de carretilhas alucinantes, até as bonecas de espiga de milho.

Assim como perdemos a capacidade de nadar por falta de prática, não é diferente com o nosso espírito empreendedor. Isso acontece pela franqueza que desenvolvemos pelo medo de errar, dessa forma nosso consciente trabalha mais racionalmente do que emocionalmente. Já a criança até leva umas palmadas, mas não perde o desejo de tentar.

Empreender é criar algo diferente, algo que lhe proporcione prazer, que faça se sentir o dono do mundo; produz riqueza, não só financeira, mas tantas outras como resolver um problema do seu bairro de insegurança, assim vai gerar a riqueza da segurança ou paz.

As próximas décadas serão os apogeus da liderança feminina, do consumismo jovem, da globalização e do mundo virtual. Liderança feminina no sentido de que para se ter sucesso daqui para frente, você precisará influenciar as pessoas a acreditar na sua ideia, como se essa ideia tivesse nascido delas e não de você; trazendo isso para Hollywood, o Filme A Origem expressa isso muito bem na ficção cientifica. O público que irá consumir horrores durante os próximos 20 anos será os de 15 a 35 anos, devido viverem 8 horas no mundo real e as outras 8 horas do dia no virtual, além do crescimento exponencial da globalização e da internet.

Dessa forma, acredite mais na sua capacidade de empreender, pois você já sabe que um dia eras empreendedor de mão cheia; além disso, aproveite para arriscar agora que és jovem, terás tempo de se recuperar caso der errado, haja vista que o dinheiro sempre vai e vem, já a oportunidade é como a palavra proferida, ela só vai.

Um Feliz dia das crianças empreendedoras para todos nós...

Daniel Loch

Cuba abre as portas ao empreendedorismo. E lança o seu primeiro MBA.

“Há um ano, os negócios privados não eram bem vistos em Cuba. Um empreendedor era quase visto como um criminoso, um delinquente. Hoje, os homens de negócio são vistos como contribuidores para a sociedade e economia”.

A frase pertence ao padre Yosvani Carvajal, director do Centro Cultural Felix Varela, em Havana, e revela os novos ares de mudança que se respiram no País das Caraíbas.

Na verdade, o padre Carvajal estava a falar no novo MBA que a Igreja Católica está a promover, e que irá ensinar gestão e empreendedorismo aos cidadãos cubanos. Será o primeiro MBA de sempre a ser realizado em Cuba.

“Vamos dar aos cidadãos ferramentas para abrir e gerir um negócio. Vamos falar-lhes de marketing”, explicou Carvajal.

Ao ser promovido pela Igreja Católica, o MBA está a responder a uma ânsia do Vaticano, que quer centros culturais idênticos – e MBAs idênticos – em vários pontos do planeta. O curso será dado por professores da San António Catholic University de Múrcia, na Espanha, e economistas cubanos.

De acordo com o Financial Times, a escola de negócios Esade, de Barcelona, tinha previsto lançar um projecto para melhorar o nível de empreendedorismo e gestão de negócio para executivos cubanos, mas a iniciativa, que deveria arrancar em 2010, nunca saiu do papel.

Nos últimos meses, Cuba levantou várias restrições aos chamados trabalhadores por conta própria. No ano passado, Cuba tinha 150 mil auto-empregados, uma pequena percentagem dos seis milhões de empregados. Hoje, são já 350 mil pessoas a trabalhar no sector privado, sendo que o objectivo do Governo cubano é colocar cerca de 35% da força de trabalho no sector privado.

Tempos de mudança, estes que se vivem em Cuba. Quanto aos empreendedores, eles poderão ganhar experiência com este MBA. “Estes alunos irão de certeza ganhar mais do que um diploma. Eles vão adquirir conhecimento para competir, e é disso que este País precisa”, explicou um dos economistas que irá contribuir para o MBA do Centro Cultural Felix Varela.


Quanto tempo o tempo tem?

A sensação de aceleração do tempo aumenta ainda mais nessa época de final do ano. Todos querem aproveitar os últimos meses de 2011 para concluir as metas propostas tanto na vida pessoal quanto na profissional até o esperado dia 31 de dezembro. Mas como controlar o seu tempo diante de tantos afazeres?

Em um dia de trabalho, empreendedores são interrompidos a todo o instante por problemas e dúvidas de funcionários e colaboradores, ligações de clientes, e-mails que lotam a caixa de entrada e mensagens nos celulares. Diante de tudo isso, é difícil se concentrar e entregar todos os projetos a tempo.

Para evitar o estresse, é importante separar cerca de 30 minutos para colocar no papel todos os compromissos, com datas e horários de entrega. Isso permite ao empreendedor visualizar em uma planilha os seus deveres no longo prazo. Além disso, é válido acrescentar ao lado de cada tarefa um grau de importância as atividades. Os projetos mais trabalhosos e com chances de maiores resultados merecem destaque e atenção. Para não perder o foco nas atividades, é interessante colocar um tempo máximo para a realização de cada um dos afazeres.

Saber dizer “não” também é fundamental para que de tempo de realizar todos os compromissos. Negar um pedido muitas vezes é necessário para que se obtenha total concentração na realização das atividades previamente agendadas. É essencial manter a calma. Esbravejar e se irritar com a quantidade de tarefas diante do pouco tempo será estressante e, com certeza, atrasará ainda mais a realização das atividades.

Afinal, como já dizia o famoso trava-línguas infantil, o tempo não pode parar, nem que seja por um segundo: “O tempo perguntou pro tempo quanto tempo o tempo tem. O tempo respondeu pro tempo que não tinha tempo pra falar pro tempo quanto tempo o tempo tem”.

10 erros que as empresas jovens cometem

Quando um negócio recém-criado começa finalmente a deslanchar, a ideia de que ele já deu certo é uma conclusão bastante atraente e confortável. Mas é um erro. Apenas mais um dos vários erros que os líderes de negócios nascentes e em ascensão costumam cometer.

Tanto a criação de uma empresa quanto os primeiros momentos rumo ao seu sucesso exigem uma série de cuidados e, mais do que isso, uma tranquila e despretensiosa humildade, o que inclui desde compartilhar as decisões com as pessoas ao seu redor até a simples atitude de admitir um erro.

O consultor especializado em startups Martin Zwilling, colunista do site da revista Forbes, preparou para a publicação um guia com os 10 erros mais comuns que nota entre as centenas de jovens empresas que já assessorou. Veja as dicas dele:

1. Esperar que a companhia cresça antes de formalizá-la. A dica foi dada em uma publicação norte-americana, o que mostra que não é só no Brasil que a formalização é um problema entre negócios iniciantes. E, mais do que isso, uma solução que deve ser garantida também. Nos Estados Unidos, ressalta Zwilling, o principal entrave está no embaralho legal e financeiro entre decidir se o registro, de início, deve ser feito como uma sociedade anônima ou uma companhia limitada. No Brasil, passa pela burocracia e a carga tributária que vêm junto com a regularização. Ainda assim, as indicações são as mesmas: a regularização é o primeiro passo a mostrar a todos que você é sério. O processo de formalização também força o empresário a registrar um nome para o empreendimento, e lhe garante uma série de seguranças legais, como a de propriedade intelectual.

2. Confiar em acordos informais. É mais ou menos o que os dois colegas de faculdade Mark Zuckeberg e Eduardo Saverin fizeram quando, ainda estudantes de Harvard, lançaram o Facebook: deixar para depois a parte de contratos formais. O resultado – um longo processo de Saverin contra Zuckeberg, exigindo mais tarde sua participação nos ganhos da companhia –, é mais comum do que se imagina. Esse problema pode e deve ser evitado com a formalização dos contratos e a definição da participação de cada sócio logo no início da empresa.

3. Contratar rapidamente, demitir devagar. Um erro comum entre as jovens companhias de crescimento rápido é sair desesperada e estabanadamente atrás de novos funcionários. Isso, no entanto, não raramente desemboca em outro problema comum: a baixa produtividade desse funcionário, e a dificuldade em mandá-lo embora depois. Para evitar isso, em primeiro lugar, é necessário contratar bem: a lição de casa passa por uma descrição clara do que a vaga exige e uma boa pesquisa acerca dos candidatos antes de pular direto para as entrevistas. Se isso não for bem-feito, a probabilidade de o novo funcionário não ser exatamente o que a empresa precisa e, assim, ter um baixo rendimento é grande; o que implica custos mais altos para mantê-lo.

4. Contratar pessoas que gostam de você. Ser bajulado é bem legal, mas não necessariamente paga as contas. Alguns executivos têm essa ideia de misturar negócios com diversão e levar relacionamentos pessoais para dentro do escritório. Mas vale ter como regra antes escolher os seus empregados antes por critérios profissionais do que por amizade.

5. Subestimar as necessidades financeiras. Refaça mais de uma vez as contas de quanto dinheiro será necessário para fundar e dar os primeiros passos de seu negócio. Você pode ficar surpreso, depois, com a quantidade de detalhes que esqueceu e com a rapidez com que o dinheiro escorre. Um fluxo de caixa defasado é um erro grande, e que pode não ser recuperável. Em caso como esses, em que o cobertor fica mais curto do que o frio que se calculou, há sempre a possibilidade de pegar empréstimos para cobrir o rombo, mas eles muito provavelmente serão caros também. O melhor mesmo é planejar de forma a não precisar deles.

6. Deixar que os contadores cuidem dos gastos. Diversos empresários julgam que a prioridade, no início de um negócio, é zelar pelos produtos e pelos clientes. Na verdade, a tarefa mais importante é ter todos os gastos na ponta do lápis e reduzi-los ao máximo até que o negócio tenha de fato deslanchado. Não delegue essa tarefa a ninguém. O trunfo é fazer um orçamento apertado e conseguir ainda gastar menos do que ele prevê. O resultado de um orçamento estourado não afeta apenas o crescimento da empresa, mas também a credibilidade com fornecedores, clientes e possíveis investidores.

7. Tomar as decisões sozinho. Ao mesmo tempo em que é importante ter o controle de tudo o que está acontecendo, é necessário também saber dosar a centralização. Deixar a cargo de si mesmo todas as decisões é um grande e recorrente erro. Para uma empresa crescer, a equipe se verá obrigada a crescer também, e, com isso, as decisões deverão naturalmente se pulverizar. Um empreendimento inteligente contrata tomadores de decisão, e não meros funcionários. É bom ter, inclusive, uma pessoa com afinidade, mas também com contrapontos a suas ideias, desde a concepção do projeto, com quem possa compartilhá-lo. Resista à tentação de fazer as coisas sozinho e apenas ao seu modo.

8. Definir uma estratégia congelada. Admita que o seu plano inicial pode dar errado. A maioria das startups acaba, alguma hora, tendo que refinar e rever suas estratégias de mercado em vários momentos. Então esteja alerta e seja flexível – inclusive porque há uma série de fatores externos que podem surgir sem licença; seja uma recessão econômica, um novo competidor ou uma mudança súbita de mercado. Uma sugestão é agendar reuniões mensais para rediscutir frequentemente o plano de estratégia. E não deixe também de manter a equipe informada sobre as mudanças, já que a falta disso pode parecer desorganização e falta de metas.

9. Deixar que as crises diárias tirem-no do negócio central. Saber distinguir as tarefas mais importantes e se concentrar nelas exige prática e esforço. Por “mais importante”, entenda: acompanhar o mercado, o atendimento aos clientes, a contenção de custos e a batalha com os competidores. É importante saber também os momentos de delegar tarefas, dialogar com a equipe e mesmo de descansar. Se você se deixar levar pelos pequenos problemas diários, perderá as prioridades do foco. Trabalhar individualmente e centralizar todas as tarefas é uma boa medida naquela fase bem inicial, em que o projeto ainda está sendo criado e erguido, e em que o fundador inevitavelmente se torna sua principal peça. Mas essa centralização deve evoluir aos poucos para uma forma mais coletiva de se pensar

10. Ignorar os erros. O maior erro dos donos de jovens negócios é deixar de aprender com os erros – os dos outros e os próprios. As pessoas mais sábias admitem logo que erraram e mudam imediatamente o foco de culpar a situação para aprender com ela. A verdade é que o erro é uma parte inevitável de qualquer negócio de sucesso. Frente a isso, a melhor coisa a fazer é torná-los aliados e aprender com eles. O único equívoco imperdoável é repetir os mesmos erros. A grande conclusão, por fim, é que tentar e não dar certo é melhor do que não tentar. E, para que um negócio cresça e tenha sucesso, não tentar não é uma opção.

Empreender é transformar sonhos em Realidade

Alexandre Cordeiro, 33 anos, é designer e trabalhou dez anos em editoras, empresas de comunicação visual e em projetos de desenvolvimento para a web. Mas foi quando abriu seu próprio negócio – a loja de roupas Drump – que ele se encontrou. Hoje tem duas lojas na Galeria do Rock – um dos pontos mais tradicionais e descolados de São Paulo – onde vende as roupas que cria, inspiradas no estilo streetwear. A seguir ele fala dos desafios de ser empreendedor:

Por que você decidiu abrir o próprio negócio?
Por ser designer, amar o que faço e acreditar no meu sonho. Sabia que a experiência que eu tinha me ajudaria no desenvolvimento de toda a comunicação da marca, reduzindo meus custos.

Você recebeu o apoio da família?
Recebi muito apoio da minha esposa, que acreditou como ninguém no meu sonho e me deu força para prosseguir e lutar pelo sucesso da minha marca. Agradeço muito a oportunidade de participar do Extreme Makeover, que tem me ajudado muito a enxergar os processos de outra forma.

Quais as diferenças entre ser empregado e patrão?
A diferença é bem grande. Como empregado, você não tem tantas responsabilidades, tem um setor a acompanhar ou uma determinada função a cumprir, com horários de entrada e saída. Já o empreendedor tem que se preocupar com todo o processo empresarial, desde o desenvolvimento do produto e a produção até a venda final, sem deixar de manter a estabilidade para fazer o negócio crescer.

Como você lida com a instabilidade de não ter salário fixo nem carteira assinada?
Encaro com tranquilidade, afinal escolhi me dedicar à realização do meu sonho. Por isso, lido bem com a instabilidade e procuro enfrentar todas as adversidades que aparecem.

Quais as vantagens de ser dono do próprio negócio?
A vantagem é poder colocar em prática as próprias ideias. Mas o risco é maior também, afinal um erro pode levar à falência, pode destruir tudo o que você se empenhou em construir.

E os principais desafios?
O principal desafio, no meu negócio, é a inovação. Conseguir sempre criar novos produtos e acessórios é o que faz a diferença frente à concorrência, que não é pequena. E ela fica cada dia maior devido à importação crescente de produtos chineses a preços extremamente reduzidos.

Que conselhos você daria para quem quer empreender ou está começando um negócio?
Ter pleno conhecimento do nicho de mercado em que vai iniciar sua empresa e fazer um plano de negócios bem detalhado, com a previsão de toda a operação. Alguns serviços de apoio ao empreendedor, como o Sebrae, também prestam uma ajuda importantíssima. Mas, o mais importante, é acreditar e ter a convicção de que o seu negócio é promissor.

Empreendedorismo por aquisição

O Empreendedorismo é um tema muito em voga. Tem sido transmitido pelos nossos governantes a necessidade de os portugueses terem de empreender para ultrapassarmos este momento crítico. Para além disso, o aumento do desemprego que a crise tem provocado, nomeadamente de quadros gestores, que após anos de trabalho vêem os seus postos de trabalho serem eliminados, tem libertado uma série de pessoas com experiência de gestão e muito novos para se reformarem. Com a escassez de oferta de emprego para estes profissionais, a solução de empreender surge como um desafio e uma alternativa.

Normalmente, o processo passa pelo desenvolvimento de um conceito, resultante de uma ideia, seguido da implementação do mesmo. Estatisticamente estas empresas estão condenadas ao insucesso pois é necessário conhecer bem o negócio, estar consciente que o plano de negócios não correrá de acordo com o previsto, mas possivelmente pior, ter capacidade financeira e de resistência para ultrapassar os insucessos.

Uma alternativa é procurar empresas no mercado, em áreas de negócio que o gestor tenha conhecimento, e apresentar uma proposta de valor. Isto implica ser empreendedor, pois não é uma proposta de emprego. Poderá ser uma proposta indexada a resultados, mas há que definir objectivos, apurar os resultados, e calcular o prémio (remuneração) em função do nível de atingimento. Nem sempre isto é fácil.

Uma outra alternativa de acrescentar valor poderá ser adquirir capital social, total ou parcial, em empresas cujo o know how do gestor seja uma mais-valia. A mais-valia do gestor pode ir desde a manutenção da continuidade do negócio por saída do anterior sócio-gerente, até uma profunda reinvenção do negócio. Uma coisa é certa, o gestor continuará a ser um trabalhador activo e, caso faça um bom negócio e seja competente, tem um activo que poderá aumentar o seu valor.

Há empresários interessados em vender as suas participações sociais, e uma das dificuldades com que se deparam é encontrar um comprador para as mesmas. Muitos destes empresários estão disponíveis para indexar o preço de venda à continuidade do negócio e acompanhá-lo de forma a que o seu know-how seja transmitido progressivamente. Para além disso, muitos estarão dispostos a manter uma participação no capital (menor esforço de aquisição para o comprador) e a financiar a compra do adquirente. O importante é montar uma operação de compra e venda de participação social que preveja o valor da mesma, financiamento da operação, indexante de valor futuro e a passagem de know-how do vendedor para o adquirente, entre outros.

Ser empreendedor não é apenas criar uma nova sociedade. Há muito a fazer nas sociedades que hoje existem, e um bom gestor poderá ter muito a acrescentar, com maior probabilidade de sucesso do que criar uma empresa de raiz.

Por João Costa
director da Yunit

domingo, 9 de outubro de 2011

Aprender no mercado onde nasceu o Google

Semana de imersão em Silicon Valley é um dos destaques do programa de MBA do ISEG.

De um lado, a sede do Google. Do outro, os escritórios do Facebook. Ao virar da esquina encontramos o lugar onde nascem as constantes inovações da Apple, lado a lado com prédios que albergam as melhores mentes da Hewlett-Packard, Cisco ou eBay. Localizado na zona Sul da Baía de São Francisco, Silicon Valley é uma das maiores concentrações de empresas que têm marcado a inovação tecnológica nas últimas décadas e um espaço que reúne cerca de um terço de todo o capital de risco norte-americano.

Com a consciência do quanto os seus alunos podem aprender com um mercado de empreendedorismo tão mais desenvolvido que o nosso, o programa de MBA do ISEG voltou a organizar, na semana passada, pelo segundo ano consecutivo, uma semana de imersão na famosa incubadora de empresas.

"Iniciámos, no ano passado, um programa de imersão em Silicon Valley que, para além da componente académica da Universidade de San Francisco, permite criar um projecto e aprender com os casos de sucesso", explica Jorge Landeiro Vaz, director do MBA-ISEG. "Um MBA não é apenas um curso, tem um ‘network' muito forte de integração dos alunos e um grande aposta na renovação ou reforço do percurso profissional do aluno".

Foram essas também as expectativas que Filipe Oliveira levou na sua viagem à mais famosa incubadora de empresas do mundo. Expectativas que não foram desiludidas. Para o actual aluno do MBA do ISEG, licenciado em Marketing pelo IPAM, foi não só a "qualidade dos docentes e organização do programa que incluiu a visita à Plug&Play, a maior incubadora de ‘start-ups' do mundo, onde nascem novas ideias e novas empresas a cada dois minutos", mas também presenciar a "realidade inigualável pela concentração de empreendedores e ‘venture capitalists' no mesmo espaço, dando origem a que muitas ideias, que não passariam apenas disso, se transformem em negócios de biliões de dólares".

O sonho por algo melhor, por um tipo de sucesso que não fique preso aos limites da nossa reduzida realidade nacional. Talvez seja este desejo de crescer sempre mais que motiva tantos profissionais portugueses a procurar oportunidades de formação mais avançada, mesmo em tempos de dificuldades económicas. "A crise não desvalorizou a procura do MBA. Continuamos com cerca de 38, 40 alunos por ano, com uma grande estabilidade", revela Jorge Landeiro Vaz. "E os alunos tanto podem querer subir na empresa em que já estão e outros querem-se valorizar para fazer crescer o seu negócio próprio ou mesmo querer reorientar a sua carreira".

Foi esse o percurso de Sónia Teixeira, que se licenciou em Economia no ISEG, mas viu a sua carreira seguir sempre pela área financeira, sendo a actual director financeira do Opart, que gere o Teatro Nacional de São Carlos e a Companhia Nacional de Bailado. "Quando comecei a tirar o MBA, o meu objectivo era claramente aumentar a minha formação e crescer a nível profissional. Nesta fase já começo a equacionar a possibilidade de eventualmente me lançar no meu próprio projecto, que não era claramente a minha visão quando aqui cheguei. É um espírito que o MBA incute", aponta a Sónia Teixeira.

Depois do MBA, vem o empreendedorismo

"O mercado de trabalho valoriza muito quem tem um MBA, até pela rede de ‘networking' que se cria quando se faz um MBA. É um ano complicado mas que nos preparar para gerir no futuro projectos mais complicados", defende Diogo Sousa Martins, que terminou em Fevereiro o MBA do ISEG e logo partiu para criar o seu projecto. Focado no sector do turismo urbano, o site "TryLisbon", criado há quatro meses visa rentabilizar imóveis que estão parados, "especificamente na área de Lisboa, que está no top 20 das cidades mais visitadas do mundo". Para o empreendedor, foi fulcral a viagem a Silicon Valley, que o fez "tomar conhecimento com todo um sistema de conhecimento que está enraizado naquela área, com uma maior cultura de risco".



7 dicas para quem quer se tornar um bom empreendedor

Um bom empreendedor precisa ter iniciativa para criar um novo modelo de negócio, já que o empreendedorismo é uma característica do administrador que tem com objetivo o sucesso

Cada vez mais pessoas estão concretizando o sonho do próprio negócio. Em 2010, foram constituídas 1.370.464 empresas, o que revela um crescimento de 101% em relação a 2009, segundo dados do Departamento Nacional de Registros do Comércio (DNRC) da Secretaria de Comércio e Serviços (SCS) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)

No entanto, apesar desse crescimento no número de negócios próprios, nem todas as pessoas sabem o que é preciso para se tornarem boas empreendedoras e, assim, se manterem no mercado. Não adianta, por exemplo, a vontade de trabalhar sem que se saiba usar a criatividade, ou disciplina na execução de tarefas sem um bom diálogo com os funcionários.

Para o empresário Rogimar Rios, "um bom empreendedor precisa ter iniciativa para criar um novo modelo de negócio, já que o empreendedorismo é uma característica do administrador que tem com objetivo o sucesso".

Além disso, o empresário dá outras dicas para quem quer se tornar um bom empreendedor. Confira:

1. Saiba lidar com personalidades desafiadoras. Ouça-as com o coração e com os olhos, não somente com os ouvidos.

2. Tenha determinação e disciplina. Anote idéias e faça seu planejamento com dia, hora e local em que tudo deverá acontecer.

3. Seja inteligente, saiba usar o seu pensamento a seu favor. Seus pensamentos determinam a sua freqüência e seus sentimentos lhe dizem imediatamente em que freqüência você está. Quando se sente mal, você está na freqüência que atrai coisas ruins, prejudicando o alcance de suas metas.

4. Tenha meta e siga um método. Quando uma pessoa tem os dois, ela rompe barreiras.

5. Tenha fé, mas não deixe de agir para modificar a realidade. Vá do pensamento à ação.

6. Empreendedor deve encontrar, avaliar e desenvolver a oportunidade de criar algo novo.

7. Tire proveito do fracasso. Saiba usar a experiência sem sucesso em aprendizado.

Meus desafios são diários, assim como a minha vontade de crescer

Novo capítulo. Em janeiro de 1994, marido, filha e eu chegamos aos Estados Unidos. Já havíamos alugado uma casa enquanto estávamos no Brasil. Mas não tínhamos emprego nem falávamos inglês. Tudo o que levamos foram duas malas. Foi fácil? Nem pensar. Chorei muito, mas muito mesmo. Arrependi-me e me questionei profundamente. Estava me sentindo ingênua, tonta e meio irresponsável – com uma filha para criar, e se aventurando assim?

Como não dava nem para procurar emprego sem falar inglês, minha cunhada, que já morava nos EUA e tinha uma empresa de tradução de português, me deixou cuidar das contas a receber e da contabilidade. Números são iguais em qualquer idioma, e a primeira constatação foi que os números não eram bons. Para que eu pudesse ter um salário, a única saída seria fazer o negócio melhorar. Enquanto isso não acontecia, arrumei um trabalho de meio-período de babysitter, das 5h30 às 8h30 da manhã. Meu marido também começou a fazer bicos, como entregar jornais de madrugada.

A tradução de português para outras agências começou a melhorar depois que mudamos nosso modelo de negócio. Fizemos muito marketing e reestruturamos a empresa. Estudei inglês todos os dias por mais de oito anos, e continuo não dominando a língua como gostaria. Descobri que, apesar de adorar falar, idioma não é o meu forte. Veio a internet, a globalização e a oportunidade de ampliar os negócios – ser uma agência de tradução e oferecer todos os idiomas e serviços relacionados.

Naquela época, estava me formando em Negócios Internacionais e Gestão em uma universidade local, e um dos meus trabalhos foi o nosso novo business plan. Eu e minha cunhada nos tornamos sócias em 2000, e a parceria continuou até 2006, quando comprei a parte dela e ela continuou com a tradução de português. Desde então, a empresa cresceu aproximadamente 160%. Ainda está longe de atingir os meus objetivos, que mudam constantemente. Ou melhor, aumentam constantemente, a cada evento de networking em que conheço novos empreendedores e me inspiro.

Hoje, oferecemos serviços de tradução e interpretação e consultoria cultural em aproximadamente 150 idiomas. Atendemos os setores privado e governamental, nas áreas de saúde, treinamento global e comunicação multicultural. Tenho planos de crescimento bastante ambiciosos e, para atingi-los preciso me reinventar constantemente. O desafio é diário. Mas a vontade de vencer, também.

Elisabete Miranda é administradora de empresas e dona da Translation Plus, empresa de tradução, interpretação e consultoria cultural localizada em New Jersey. Mora nos Estados Unidos há 16 anos.

sábado, 8 de outubro de 2011

Saiba como ter espírito empreendedor e transformar seu sonho em realidade

Competência? Paixão? Criatividade? Sorte?

"Por que eu não pensei nisso antes?". É bem provável que você já tenha repetido essa frase algumas vezes ao deparar-se com invenções bem criativas e interessantes, várias delas tão simples que até nos deixam com raiva por não termos bolado primeiro. Imagine o dinheiro que você poderia ter ganhado se tivesse inventado o simples e revolucionário canudo ou, quem sabe, o clipe para papel e, até mesmo, o macarrão de piscina? Quando falamos de empreender, muitas coisas são levadas em consideração, como a busca por informações sobre o negócio e a avaliação de sua serventia. Mas, com certeza, uma pitada de criatividade pode ajudar bastante.

A jovem Natália Monteiro foi uma dessas pessoas que teve uma ideia interessante e bastante útil. Antenada em internet, ela construiu o Zuggi, primeiro buscador brasileiro voltado para crianças. O seu diferencial está na barra de conteúdos impróprios para o público infantil por meio de um filtro de sites e palavras. "Minha ideia sempre foi fazer algo para crianças, mas, inicialmente não sabia exatamente o quê. Quando começamos a fazer pesquisas de mercado, resolvemos focar no mundo digital, pois percebemos a enorme diferença que existia entre o mercado brasileiro e o de outros países. Decidimos iniciar com um buscador, pois acredito que, em um mundo cheio de informações, precisamos dar direcionamento para as crianças em um ambiente seguro e divertido", explica.

A iniciativa de Natália, inclusive, foi uma das quatro empresas brasileiras escolhidas pelo StartUp Chile 2011, um programa de incentivo ao desenvolvimento tecnológico que tem por objetivo atrair projetos pioneiros para aquele país. "A experiência está sendo incrível, estou aprendendo muito, recebendo feedbacks sobre meu projeto de participantes de todas as partes do mundo, com visões e experências diferenciadas. Estamos dando continuidade ao desenvolvimento da nossa ferramenta e também iniciando a internacionalização do Zuggi", conta Natália, que já embarcou para a cidade de Santiago. Todos os selecionados receberão um investimento financeiro de 40 mil dólares para desenvolver seus negócios no Chile por seis meses.

Outro empresário que, por meio de um trabalho proativo e visionário, conseguiu um rápido crescimento em seu negócio, foi Jean Graciola. Junto com seu pai, Francisco Graciola, ele gerencia a Construtora FG Empreendimentos, que atua no mercado imobiliário de luxo em Balneário Camboriú-SC e que, em apenas sete anos, cresceu mais de 3.000%. A dupla administra também uma holding com cerca de 10 empresas na localidade, que abrange os setores de hotelaria, indústria alimentícia, construção e serviços.

Para Jean, um das razões da vitória desse modelo de gestão é a postura de enfrentar os obstáculos de frente e a preocupação em motivar os próprios funcionários. "Sem dúvida, são as pessoas que fazem o negócio. Por entender isso, oferecemos uma série de benefícios, como distribuição de lucros focados em metas, cursos e programas de capacitação e aprendizado. Teve auxiliar de limpeza que chegou ao cargo de gerência em nossos empreendimentos", conta Jean.

Planejar é potencializar

Identificar se uma oportunidade realmente é boa não é tarefa das mais fáceis. Existem diversos fatores envolvidos como conhecimento sobre o assunto, seu mercado, os diferenciais competitivos e a equipe certa para atuar. Afinal, a informação é a alma do negócio e ter um planejamento prévio e contínuo pode auxiliar bastante.

"Se a complexidade do negócio e o volume de investimentos são baixos, planejar numa folha de papel, arregaçar as mangas e trabalhar é o que vale. Caso o negócio tenha alta complexidade e demande investimento elevado, então, o melhor é um plano do negócio bem detalhado e estruturado", ensina o empresário Pedro Mello, autor do livro "Guia de Sobrevivência do Empreendedor" e escolhido, em 2001, pelo Fórum Econômico Mundial como um dos Global Leaders for Tomorrow, fórum constituído por 100 empreendedores para discutir sobre esse tema no mundo.

Pedro revela que a informação é a matéria-prima de qualquer projeto. Ela pode ser obtida por meio de competidores, associações e, principalmente, perguntando para amigos, professores ou profissionais do setor que você pretende atuar. "As pessoas não têm a menor ideia do quanto deixam de obter informação grátis apenas por terem vergonha de pedir", conta.

Uma pesquisa realizada pela Havard Bussiness School reforça a ideia e a importância do planejamento. O estudo concluiu que a elaboração de um plano de negócios aumenta em 60% a probabilidade de sucesso ao empreender. Mas, lógico, só isso não basta. Afinal, o plano de negócios faz parte do primeiro passo: descobrir se vale a pena abrir, manter ou ampliar uma empresa.

"Parafraseando Thomas Edison, empreender é 10% inspiração e 90% transpiração. É não ficar esperando os outros fazerem, é ir lá e realizar", afirma Maria Juliana Giraldo, gerente de cultura empreendedora da Endeavor, organização internacional sem fins lucrativos que apoia empreendedores de alto impacto. Para Maria, o dinheiro não pode ser a maior motivação. "No começo, com certeza o empreendedor vai ganhar menos e trabalhar bastante, às vezes, bem mais do que se fosse um empregado em uma empresa. Dependendo do negócio, ele vai ter de batalhar muitos anos até começar a dar certo. A motivação deve ser sempre, portanto, a paixão por seu negócio, a vontade de mudar alguma coisa e crescer. O dinheiro é consequência", afirma.

Além disso, o comportamento ao empreender requer uma determinada postura mental. "O empreendedor é aquela pessoa que pergunta mais do que responde. Ele sempre se questiona em suas experiências cotidianas – e não apenas em seu negócio – sobre o que poderia ser melhorado, aproveitado e transformado", afirma Leandro Vieira, pesquisador na área e idealizador do Portal Administradores.

Combustível verde

Um empresário que arregaçou as mangas e acreditou no planejamento foi o administrador Alessandro Araújo Gomes. Antes mesmo de entrar na faculdade, ele alimentava o sonho de se envolver em um projeto sustentável. "A ideia de montar um negócio surgiu há muito tempo, numa aula de ecologia, em 1989. Depois de formado em Administração, com bastante vontade, comecei a procurar algo que juntasse preservação ambiental e geração de energia, e acabei encontrando o programa nacional do biodiesel, em 2006", conta.

Em 2008, Alessandro escreveu um plano de negócios e buscou financiamento junto a amigos e parentes para montar uma usina de produção de biodiesel. Com o projeto em mãos, a Prefeitura Municipal de Cruzeiro, em São Paulo, cedeu uma área no Distrito Industrial I, dando, assim, início às atividades. Lá é reciclado o óleo de fritura usado em restaurantes, cozinhas industriais, lanchonetes e condomínios para fabricação do combustível, bem como o óleo para indústrias de sabão, ração e resinas.

Com uma produção mensal de 10 mil litros, o empresário sabe que ainda há um grande caminho a percorrer. "Para os próximos anos, esperamos um crescimento significativo na coleta de óleo de fritura usado e gorduras residuais em função do aumento da consciência da população. Estamos ajudando a plantar um futuro melhor. Sabemos que o trabalho é difícil e demorado, mas os frutos serão bons para todos", salienta.

Aprendendo desde cedo

Se alguns, assim como Alessandro, já pensam em um amanhã mais sustentável, tem muita gente também pensando na formação dos futuros empreendedores brasileiros. Na Paraíba, o colégio QI – Questão de Inteligência, teve uma iniciativa pioneira no estado há cinco anos e que vem dando muito certo com seus alunos. Foram inseridas aulas sobre empreendedorismo na grade curricular da escola, desde o 1° ano do Ensino Fundamental até a última série antes do vestibular.

"Na primeira parte, especificamente com as crianças mais novas, nós trabalhamos a importância da construção dos sonhos, brincando com assuntos relacionados à economia e ao planejamento, pois é uma forma lúdica de mostrar conceitos sobre empreendedorismo", conta Paulo Tarso, diretor do colégio. Posteriormente, continua o professor, "do 6° ao 9° ano do Fundamental, explicamos sobre algumas das características do empreendedor. E, no Ensino Médio, o foco é o empreendedorismo nas empresas, abordando temas como marketing e plano de negócios".

Além das aulas, o colégio organiza anualmente a feira Jovens Empreendedores. Nela, os alunos se dividem em equipes, montam um plano de negócios, correm atrás de patrocínios e apresentam seus trabalhos – tudo com a orientação dos professores. "Esse é um evento que estimula o espírito empreendedor no aluno, agrega toda família e demais interessados. Cerca de seis a oito mil pessoas passam todos os anos para prestigiar e conhecer a feira", comemora Paulo.

A aula de empreendedorismo também foi adotada em todas as escolas públicas da rede municipal na cidade de Pomerode, em Santa Catarina. A iniciativa está em seu segundo ano consecutivo e é aplicada nas turmas da 8ª série do Ensino Fundamental. Dóris Mathias, diretora da Escola Professor Vidal Ferreira, localizada no município, conta que os alunos fazem leitura e pesquisa sobre empreendedorismo, têm contato com empresários locais e também aprendem, na prática, como tudo funciona. "Além de todos os conceitos passados, os alunos montam seus próprios negócios e até ganham dinheiro com isso. Aqui, nós temos uma empresa que trabalha com hortaliça, outra com porta-caneta utilizando sucata e até com apliques em roupa", orgulha-se a diretora.

Para Dóris, o importante ali não é criar empresários, mas pessoas que corram atrás de seus objetivos e de seus sonhos. "Tudo tem a ver com disciplina, organização, responsabilidade e vontade de alcançar metas. É, sem dúvida, uma experiência que vai acrescentar muito na vida desses alunos", finaliza a diretora.

Seja estimulando crianças ou até mesmo "fazendo acontencer" na vida adulta, esse tal de empreendedorismo se mostra como uma importante engrenagem para o desenvolvimento, tornando mais pessoas capazes e determinadas em buscar seus objetivos. E, se depois de ler essa matéria, você ainda não sabe dizer se o empreededorismo é competência, paixão, criatividade ou sorte, tente misturar uma boa medida de todos esses ingredientes. O resultado pode transformar a vida de muitas pessoas – principalmente a sua!

Empreendedorismo e os campos de exploração para novas oportunidades empreendedoras

O empreendedorismo vem com uma nova introdução de um novo processo no mercado atual. Uma nova maneira de se fazer algo, uma nova instituição que incorpora novos processos produtivos, a introdução de uma nova tecnologia em um produto. Ou seja, tudo que for ideias novas em um processo para a fabricação de um produto ou geração de um serviço singular, é considerado empreendedorismo.

Com uma introdução ao empreendedorismo e as fontes de oportunidades, quero destacar duas teorias referente a este assunto. A primeira vem do economista da New York University, Israel Kirzner, que diz que as oportunidades existem para algumas pessoas e para outras nem tanto, porque algumas delas dispõem de informações diferentes uma das outras. Podendo-se dizer que algumas delas possuem informações mais valiosas do que outras pessoas. No livro ''Empreendedorismo Uma visão de sucesso'', eles nos dão o exemplo de uma oportunidade cuja informação é de grande valia. Vamos ao curto exemplo. Uma pessoa abre um novo empreendimento perto do campus de uma faculdade de determinada região, por exemplo, uma pizzaria. Porém, as pessoas do local prefeririam uma danceteria ao invés de uma pizzaria, um jovem com esta informação poderá criar a partir desta oportunidade e informação empreendedora um local onde as pessoas possam dançar e se divertir. A pizzaria do passado foi um fiasco, pois o dono não dispunha destas informações valiosas de que as pessoas do local desejariam ter um outro ambiente diferente para se entreter, entretanto, o novo ambiente de entretenimento é de grande sucesso.

Outra teoria que este mesmo livro destaca, é de Josef Schumpeter, economista da Havard University. Ele quer nos mostrar que oportunidades empreendedoras surgem à medida que ocorrem transformações no ambiente externo, onde esta transformação abre novas oportunidades para novos empreendimentos. A criação de determinada tecnologia, por exemplo, abre oportunidades para a criação de um novo produto, e assim sucessivamente. Ele destaca três oportunidades empreendedoras externas que podem gerar grandes frutos, são elas: Mudanças tecnológicas, mudanças políticas e regulamentares e mudanças sociais e demográficas. Vamos tratar a diante estas três mudanças passíveis de novos empreendimentos e oportunidades.

No primeiro caso, mudanças tecnológicas, dizem os estudiosos, que são as fontes mais valiosas para oportunidades empreendedoras, e quanto maiores forem as mudanças tecnológicas, tanto melhor serão oportunidades empreendedoras. Podemos citar o exemplo da vídeo conferência que entrou no lugar de algumas reuniões que só eram possíveis pessoalmente. A tecnologia tornou realizável uma ligação entre diversos executivos entre outros grupos, de distantes áreas do mundo, para fazer debates em tempo real e em horários específicos à disponibilidade de cada um. Este processo foi uma grande nova fonte de oportunidade empreendedora para empresas de programas que disponibilizam este tipo de serviço. De acordo com Robert A. Baron e Scott A. Shane, "mudanças tecnológicas são uma fonte de oportunidades de empreendedorismo porque possibilitam que as pessoas façam as coisas de forma nova e mais produtiva".

A segunda fonte de oportunidade segue a partir das mudanças políticas e regulamentares. De acordo com estes mesmos autores, "essas mudanças possibilitam o desenvolvimento de ideias de negócios para utilizar recursos de maneiras novas, que sejam mais produtivas ou que redistribuam riquezas de uma pessoa para outra". Por exemplo, quando os órgãos responsáveis desregulamentam algum setor, torna-se mais fácil a entrada de novos empreendimentos no setor desregulamentado, pois, com um ambiente menos burocratizado, torna-se mais cômodo a introdução de produtos ou serviços empreendedores, com uma inovação baseada na flexibilidade.

A terceira e ultima fonte citada no livro ''Empreendedorismo Uma visão do processo'', é na mudança social e demográfica. Mudanças sociais estão ligadas com as mudanças nos hábitos das pessoas que se localizam em determinada região. Por exemplo, vemos hoje em dia uma grande preocupação com a saúde da população. Esta pode ser uma forte oportunidade empreendedora de sucesso, com a criação de produtos e serviços baseados na saúde. Os hábitos antigamente são diferentes dos hábitos de hoje em dia, como por exemplo, as roupas utilizadas nos séculos passados são diferentes das de hoje. Estas sacadas têm de ser percebidas para quem deseja explorar fontes inovadoras neste setor de mudança social. O empreendedor deve estar atento a estas mudanças, para que no momento certo, possa agir e aderir a nova tendência social inserida. Mudanças baseadas nas demografias podem ser fontes de oportunidades bastante motivadoras. Como por exemplo a entrada de novos povos em determinadas regiões, os empreendedores podem realizar empreendimentos baseados nos gostos e costumes destes novos entrantes, disponibilizando produtos ou serviços ao gosto destas novas pessoas com suas diferentes culturas e diferentes hábitos. Robert A. Baron e Scott A. Shane acreditam que há duas razões para que estas mudanças sociais e demográficas se tornem fontes de oportunidades de empreendedorismo. De acordo com eles, ''primeiro as mudanças sociais e demografias alteram a demanda por produtos e serviços. Segundo, porque as mudanças sociais e demográficas possibilitam a criação de soluções para as necessidades dos clientes que são mais produtivas do que aquelas disponíveis no momento''.

Podemos ver que há grandes fontes de oportunidades inovadoras, também citadas no artigo " Uma introdução do empreendedor e as Sete Fontes de Oportunidades Inovadoras segundo Peter F. Drucker", baseado em nosso grande guru da administração. O certo é que os empreendedores devem estar atentos a estas oportunidades e mudanças no cotidiano, para que assim possam atingir seus objetivos com mais clareza do que aqueles que abrem seus próprios negócios sem alguma proposta. Sem dúvida alguma, este segundo grupo, pode e dão certo algumas vezes, porém a maioria fracassa sem um estudo minucioso a respeito destas oportunidades.

Bibliografia: BARON, Robert A.; SHANE, Scott A. Empreendedorismo – Uma visão do processo; São Paulo, editora CENGAGE Learning, 2007. 10° ed.