quinta-feira, 13 de setembro de 2012

FORNECEDOR PARA EX-EMPREGADOR É PRATICA COMUM; SAIBA MAIS

Uma das maneiras de arriscar menos no empreendedorismo é aproveitar o conhecimento adquirido e a rede de contatos construída durante os anos de funcionário e montar uma empresa para fornecer serviços ou produtos para o antigo empregador

 Empreender envolve riscos, independentemente do segmento de atuação escolhido ou do modelo de negócio. Porém, segundo os especialistas, existem maneiras mais seguras de se tornar o próprio patrão. Uma delas é aproveitar o conhecimento adquirido e a rede de contatos construída durante os anos de funcionário e montar uma empresa para fornecer serviços ou produtos para o antigo empregador.

"Essa é uma prática comum, que beneficia tanto a empresa cliente, quanto o empreendedor. É o caso do empregado de manutenção que abre sua própria firma e passa a prestar serviços para a indústria em que trabalhava", exemplifica Luiz Nogueira, analista de orientação empresarial do Serviço de Apoio à Micro e Pequenas Empresas de Pernambuco (Sebrae-PE).

Segundo ele, esse é um caminho escolhido por alguns empreendedores porque começar com uma rede de contatos já ativa traz segurança. "Vale a pena para o ex-funcionário que tinha uma boa relação com os chefes", alerta. Muitos clientes, por sua vez, optam por enxugar a empresa e encontram na terceirização de algumas tarefas a melhor saída.

É fundamental que o empreendedor profissionalize o negócio e não abra mão dos contratos "só porque conhece o cliente", avisa Luiz. "A amizade pode até existir, mas, nos negócios, o profissionalismo tem de vir primeiro. Claro que o fornecedor pode oferecer preços mais atraentes para seu ex-patrão, desde que não comprometa a sua rentabilidade", afirma o analista.

O ideal é que um cliente não responda por mais de 50% do faturamento de uma empresa. Contratos de exclusividade devem ser analisados com atenção redobrada. "O cliente precisa pagar pelo fato de estar sendo atendido de forma exclusiva. O fornecedor não tem de ficar com esse ônus", afirma Luiz.

"Fui demitida e hoje forneço para meu antigo patrão"
Antonieta Walderize Bezerra trabalhou por 22 anos no Sebrae-PE. Seu último cargo foi como gerente de recursos humanos. Em 1999, dois anos após sua demissão, foi chamada para prestar serviços como autônoma nas aéreas de consultoria e treinamento da entidade. Nos anos seguintes, fundou, junto com outros sócios, o Grupo Gestão, associação especializada também em consultoria e treinamento.

"Foi um pedido do próprio Sebrae. A partir de uma data, eles não poderiam mais contratar prestadores de serviços autônomos", explica Antonieta. Um salto maior foi dado há dois anos, com a abertura da empresa RWE Educação. A empreendedora continua como sócia da associação, mas hoje foca na sua empresa de mercado.

A RWE presta serviço para outros clientes, além do Sebrae. "Apesar dos anos de convivência, nossa relação é profissional. O Sebrae não recebe nenhum privilégio", diz.

Antonieta afirma que a credibilidade mútua é o maior benefício de quem fornece para o ex-empregador. "Por outro lado, esse também é um grande desafio, já que um espera que o outro mantenha esse relacionamento saudável", aponta.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Empreendedorismo e ambiente

Para os empreendedores há um vasto conjunto de atividades em que a proteção ambiental é potencialmente geradora de resultados positivos. A produção de energias renováveis é favorecida por boas condições naturais ao nível do vento e da energia solar, enquanto as ondas e marés são promissoras embora ainda não competitivas.
 
Um dos benefícios mais associados ao empreendedorismo é o da criação de emprego. Perante o elevadíssimo nível que o desemprego atingiu este parece mesmo o objetivo central que o empreendedor devia prosseguir, para satisfazer também as necessidades da comunidade que o rodeia. Outras preocupações como a sustentabilidade do planeta parecem agora deslocadas e quase irresponsáveis. Se o combate à poluição custar nem que seja um posto de trabalho, não é melhor adiá-lo até que condições menos dramáticas permitam voltar a tomar medidas desse tipo?

No entanto esta pode ser uma visão míope, que ignora as oportunidades de negócio associadas à área ambiental. No caso português, esta questão é particularmente importante, dado que os custos do desleixo na área ambiental se repercutem na nossa principal fonte de atividade para o exterior, o turismo, e porque somos um dos países com maior dependência da importação de combustíveis fósseis.

Para os empreendedores há um vasto conjunto de atividades em que a proteção ambiental é potencialmente geradora de resultados positivos. A produção de
energias renováveis é favorecida por boas condições naturais ao nível do vento e da energia solar, enquanto as ondas e marés são promissoras embora ainda não competitivas. Já ao nível hidroelétrico a tendência de redução da pluviosidade representa uma ameaça considerável.

Do mesmo modo, a procura crescente de produtos e serviços sustentáveis representa oportunidades em áreas tão diversas como a agricultura biológica, a utilização de cortiça como substituto do cabedal ou na habitação, ou as novas tendências do turismo da natureza, com destaque para o ecoturismo, cicloturismo, turismo equestre ou observação de pássaros. Portugal beneficia de um nível de emissão de resíduos poluentes ainda relativamente baixo, o que nos coloca bem nas ligas internacionais, embora sejamos menos eficientes ao nível do tratamento e da reciclagem. Também aqui há imensas oportunidades, facilitadas pelo agravamento do preço da generalidade das matérias-primas.

Estes exemplos inserem-se no conjunto de atividades "win-win" na terminologia de Porter e Van der Lynde em que o benefício privado é coincidente com o interesse social. No entanto, há bens cujo valor social é superior ao valor privado, devido a problemas de externalidades positivas como a plantação de uma floresta ou a manutenção de uma vinha pelo contributo para a qualidade do ar ou da paisagem. Também há bens cujo custo social é superior ao custo privado devido a externalidades negativas como a produção de eletricidade com recurso a carvão, devido às elevadas emissões de gases poluentes. Nestas atividades os empreendedores são mais vulneráveis, necessitando de uma política estável de suporte que pode passar por incentivos ao investimento, redução de taxas de juro ou pela definição de normas que obriguem as tecnologias mais poluentes a suportar os custos sociais respetivos, por exemplo através do pagamento por unidade de resíduos gerados.

De entre os mecanismos mais usados, como o mercado de carbono ou o imposto sobre as emissões de dióxido de carbono, este último parece ser o mais eficiente. Seria importante que Portugal adotasse uma política clara quanto ao futuro do ambiente. Isso permitiria reforçar o empreendedorismo ambiental, tanto ao nível de novos projetos como de políticas inovadoras de empresas existentes, incluindo a substituição de tecnologias menos eficientes, a afirmação da imagem de marca de Portugal como país eficiente e a criação de tecnologias e emprego qualificado. Em última instância, também a balança comercial beneficiaria significativamente dado que os combustíveis fósseis representam cerca de um terço das nossas importações.

domingo, 9 de setembro de 2012

Dois concursos concretizam negócios

Iniciativas visam promover o empreendedorismo e destinam-se a todos os que tenham projectos inovadores


Tem o sonho de constituir um negócio inovador mas não tem meios para o concretizar? Submeta a sua ideia aos Concursos InovPortugal ou Realize o Seu Sonho. A Associação Acredita Portugal abriu as pré-inscrições para ambas as iniciativas cujo objectivo é incentivar o empreendedorismo.
O InovPortugal, na sua primeira edição, destina-se a universitários e recém-licenciados com espírito empreendedor, e tem um prémio que ascende aos 100 mil euros em dinheiro e serviços. Os participantes podem já ter um plano de negócios elaborado ou apenas uma ideia, sobretudo de carácter inovador, escalável e com potencial de internacionalização. Já o concurso Realize o Seu Sonho está aberto a qualquer pessoa, independentemente da idade, formação ou natureza do projecto. Todos os projectos são válidos e os prémios ascendem a 50 mil euros em dinheiro e serviços.
A iniciativa, que vai já para a sua terceira edição, é, segundo a Acredita Portugal, "o maior Concurso de Empreendedorismo em Portugal".
As pré-inscrições para ambas as iniciativas decorrem até ao próximo dia 18 de Setembro, data em que arranca a fase de inscrição oficial. As cem melhores ideias ou projectos com maior capacidade de realização serão seleccionadas para uma segunda fase de ambos os concursos.

Empreender é fazer acontecer


Como profissional da área contábil, convivo diariamente com pessoas dispostas a empreender algum novo negócio, mas que muitas vezes ainda não estão devidamente preparadas para esse desafio. Para falar a verdade, acredito que poucas pessoas podem dizer que estão preparadas para empreender, mas o importante é estar com a mente aberta para aprender a lidar com as dificuldades que vão aparecer. E são muitas.

Se você tem intenção de abrir uma empresa, além de definir a área de atuação, plano de negócios, você deve procurar saber, o mais rápido possível, quais áreas de conhecimento precisará melhorar para conduzir o seu negócio. Se você não puder aprender e essa atividade for essencial, busque essa pessoa no mercado, seja um funcionário ou até mesmo um sócio.

Para exercer bem o meu trabalho estou sempre em busca de conhecimento e informações que possam auxiliar no meu dia a dia, e isso inclui não só a parte técnica que é a atualização da legislação tributária, mas também a atualização sobre economia, política, etc. Também gosto de estar informado sobre as novas tecnologias, empreendedorismo e negócios em geral.

Por outro lado, é na convivência diária com os clientes que consigo enriquecer o meu conhecimento, pois uma coisa é você ler sobre determinado assunto e outra é vivenciar e praticar o conhecimento adquirido, tendo em vista que a formação acadêmica nos fornece as ferramentas necessárias para o bom desempenho de nossas funções, mas isso somente é posto a prova quando temos um caso real para solucionar.

Isso vale para qualquer atividade, ou seja, o empresário deve estar em constante atualização, conhecer seus concorrentes e estar antenado com as novidades do setor.
É ilusão acreditar que depois de algum tempo (3, 4 ou 5 anos) a empresa estará imune a uma possível falência. Muito pelo contrário, a possibilidade de entrar na chamada zona de conforto é ainda maior para as empresas que estão há mais tempo no mercado do que para as novas, pois estas têm ainda que conquistar seu mercado, obrigando-se a apresentar um produto ou serviço melhor do que a concorrência.

A dura realidade nos mostra que nem todos os empreendimentos, por melhor que tenham sido planejados, conseguirão sobreviver ou crescer num patamar almejado por seus idealizadores, mas uma coisa é certa, a maioria das empresas de sucesso possui empreendedores que souberam juntar todos os ingredientes necessários e adicioná-los na hora e na medida certa, e tiveram que "colocar a mão na massa" para chegar ao resultado esperado.

Portanto, se você tem interesse em empreender, não fique reclamando dos problemas (que certamente vão aparecer), mas sim, busque as melhores soluções. Não espere que outras pessoas façam aquilo que é de sua responsabilidade. Arregace as mangas e faça o que tem de ser feito!

Empreendedores?

Talvez nunca como nos últimos meses, a palavra ‘empreendedorismo’ tenha sido tão utilizada no nosso país.
 
Não deixa de ser, aliás, um paradoxo que tanto apelo se faça à iniciativa privada num país habituado a viver dos subsídios e à custa do Estado Providência.
Pergunto-me mesmo se sabem os políticos do que falam quando se referem a empreendedorismo. Somos realmente um povo de empreendedores? A resposta é simples: não.
Olhando para o sector da actividade económica que conheço bem, a agricultura, digo que sim: somos empreendedores. Baseio-me em dados da actualidade e na realidade histórica que me diz que as más políticas agrícolas de sucessivos governos apostaram em destruir a agricultura portuguesa e só não a mataram porque os agricultores são empreendedores.
A questão é: somos todos empreendedores? A resposta é não. E é esta selecção que os políticos e os governos não têm sabido, ou podido, ou querido, fazer. O Estado tem um papel importante para defender os empreendedores nacionais. Aqueles que, por ignorância ou má-fé, acham que um bom empreendedor deve estar o mais longe possível do Estado e ser deixado à sua sorte não deveriam nunca ocupar cargos políticos. Porque estão a fazer mal ao país, ao seu empreendedorismo e aos seus empreendedores.
Nos últimos meses, uma média mensal de 200 novos jovens agricultores tem lançado projectos agrícolas inovadores, criadores de emprego e riqueza. Têm avançado com os seus parcos recursos próprios e desesperam pelo apoio financeiro que a banca não lhes concede porque são empresas ‘start up'.
Se querem falar de empreendedorismo, ponham a bolsa de terras em funcionamento e criem uma linha de crédito, tipo habitação, na CGD para a Agricultura.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

O que realmente é preciso para ser um empreendedor

São Paulo – Paixão, inteligência, coragem e sorte são as características necessárias e comuns de empreendedores de sucesso. Os autores Anthony K. Tjan, Richard J. Harrington e Tsun-Yan Hsieh entrevistaram e pesquisaram centenas de empreendedores de vários países para chegara essa conclusão e o resultado pode ser conferido na obra Heart, Smarts, Guts and Luck: What It Takes to Be an Entrepreneur and Build a Great Business, lançada no começo do mês.

De acordo com a obra, construir um negócio de sucesso é resultado de um coquetel de inteligência, coragem, sorte e paixão. O chef Ferran Adrià, do renomado restaurante catalão El Bulli, é um exemplo de ter o coração dominante, o que significa que ele é movido por propósito, sacrifício e paixão.
Já Jeff Bezos, fundador da Amazon, é citado como um profissional que tem a inteligência dominante. Nelson Mandela, por outro lado, é uma personalidade considerada corajosa, característica necessária para aqueles que largam tudo para correr atrás de seu sonho. Jay Chiat, designer norte-americano e fundador da agência TBWA/Chiat/Day, representa a turma dos que tem sorte.
A obra é indicada para aqueles que estão de olho no empreendedorismo como opção de carreira, empresários maduros ou simplesmente para profissionais que queiram avaliar o que tem feito de certo ou errado em relação no mundo dos negócio. As recomendações são dadas por meio de histórias e exemplos práticos da pesquisa dos autores.
Eles são líderes empresariais, empreendedores, e também conselheiros sênior de CEOs. Tjan é CEO e sócio da Cue Ball, uma empresa de capital de risco localizada em Boston. Ex-CEO da agência de notícias The Thomson Reuters Corporation, Harrington é presidente e sócio da empresa de Tjan. Já Hsieh trabalhou por quase 30 anos na Mckinsey & Co e chegou a ocupar o cargo de diretor sênior, e depois fundou a empresa LinHart Group, da qual é presidente.
Eles afirmam que qualquer empreendedor possui uma das quatro características que eles consideram essenciais. Uma pesquisa desenvolvida por eles, disponível no site da obra, ajuda o leitor a descobrir qual o é o seu perfil e o que lhe falta para obter o que deseja. De acordo com as estatísticas do levantamento, que faz parte da produção do livro, 61% dos entrevistados são movidos pelo coração, 25% são sortudos, 70% começaram o negócio sem ter um plano de negócios formal e 65% tiveram uma experiência empreendedora na infância.
Heart, Smarts, Guts and Luck: What It Takes to Be an Entrepreneur and Build a Great Business
O livro conta quais são as características necessárias para se tornar um empreendedor.
Autor: Anthony K. Tjan, Richard J. Harrington e Tsun-Yan Hsieh
Editora: Harvard Business Review Press

Festival da sustentabilidade promove empreendedorismo

O empreendedorismo é o tema central da edição deste ano do Greenfest que decorre entre os dias 26 e 30 de setembro, no Centro de Congressos do Estoril.
A iniciativa vai estar centrada este ano num conjunto de eventos que refletem de que modo uma atitude empreendedora pode contribuir para uma sociedade mais sustentável.
Em Art&Culture os visitantes poderão visitar uma zona exposição de obras de arte, assistir a sessões de cinema e à final do concurso de bandas U-Rock. Participar em wokshops de dança e de teatro e até assistir a uma extração de lotaria popular.
Ligado ao bem-estar, no Care&Longevity os visitantes poderão ter acesso a um espaço de wellness, a aulas de yoga e de dança, bem como a rastreios gratuitos e aconselhamento em diversas áreas da saúde.
Em Cross Generations serão desenvolvidas atividades que promovem a partilha de histórias e conhecimentos entre gerações. Debates e workshops para aprender a utilizar a internet e o telemóvel, mas também aulas de cozinha e de ginástica serão algumas das atividades em que miúdos e graúdos vão aprender e ensinar, em conjunto.
Em Desgin&Arquitecture existirão demonstrações de mini jardins, num espaço de decoração totalmente elaborado com materiais reciclados e desenhado em parceria com os alunos do IADE.
Em Eco-Fashion poder-se-á assistir a desfiles de moda, inovadores e originais. Uma das atrações será a apresentação do trabalho de Teresa Martins, a criadora que surpreendeu na última edição do Portugal Fashion, apresentando os seus modelos em corpos de bailarinos.
A eco-tendência Home&Cooking conta com ateliers para crianças da Vitamimos, demonstrações de prestigiados chefes como Chakall, que demonstrará como aliar os bons sabores à boa saúde.
Gincanas para todos, com características únicas proporcionando diversas sensações e uma forte integração no meio natural, workshops de defesa pessoal para seniores e crianças, são algumas das atividades que definem a tendência Leisure&Pleasure.
O GreenFest contará ainda com momentos dedicados a conferências e workshops sobre conteúdos de grande valor em Talking&Sharing Knowledge. Vários especialistas vão estar presentes em ações de formação e sessões de informação acerca de temas como empreendedorismo, turismo sustentável, ou cidades do futuro.
O festival de sustentabilidade decorre desde a sua primeira edição no Centro de Congressos do Estoril e é uma iniciativa do Grupo Gingko, da Sair da Casca, empresa de consultoria em estratégia de desenvolvimento sustentável, e da Câmara Municipal de Cascais.