quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Crise acentuou inovação das micro e pequenas empresas rurais

A crise acentuou a dinâmica de inovação e de internacionalização das micro e pequenas empresas das áreas rurais, afirmou hoje a coordenadora do projeto Rur@l Inov, que está a ser desenvolvido pela Universidade de Vila Real.

  Lívia Madureira, que falava à margem de um workshop de divulgação do projeto, referiu que o estudo desenvolvido permite concluir que há cada vez mais inovação nestes meios rurais e que, muitas vezes, essa inovação passa também despercebida.

“A crise acentuou muito esta dinâmica de inovação e de internacionalização. As pessoas têm que sobreviver e é mais difícil de facto criar novos negócios que sejam sustentáveis”, salientou.
Neste workshop, que decorreu em Vila Real, foram também revelados alguns exemplos de empresas.
O responsável pela empresa Aromáticas Vivas, Alexis Simões, referiu que a “inovação vem da necessidade de ser melhor do que a concorrência”.

Neste sentido, a empresa, localizada em Viana do Castelo, implementou iluminação led que já permitiu reduzir, em dois anos, 20% do custo de eletricidade, bem como estufas em vidro, que permitiram também aumentar a eficiência energética.

Também em destaque neste encontro esteve o empreendimento turístico “Moinhos da Tia Antoninha”, no Douro Sul, que é completamente autónomo do ponto de vista energético, sendo a produção assegurada por um sistema hídrico solar e hídrico.

O Rur@l Inov é coordenado pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em parceria com a Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR).
O projeto pretende conhecer e divulgar as inovações que são desenvolvidas e implementadas por diferentes tipos de organizações nas áreas rurais portuguesas, correspondentes a territórios de baixa densidade.

No âmbito deste trabalho foi efetuado um inquérito a 120 organizações de todo o país.
Lívia Madureira referiu que estudo destaca a diversidade das micro e pequenas empresas, em termos de dimensão, de produtos e serviços que são oferecidos, desde os hortofrutícolas, vinhos, azeites, sabonetes, turismo ou até mesmo caracóis.
Depois também se destaca a atitude empreendedora e a elevada qualificação dos empresários, que conseguem “recolher, mobilizar e integrar diferentes tipos de conhecimento”.

Fundação Luso premiou trabalho da Associação de Apicultores

A Associação dos Apicultores do Litoral Centro venceu a quinta edição do Prémio de Empreendedorismo da Fundação Luso.

Um prémio de sete mil euros, ontem entregue no Luso pelo presidente da fundação, Nuno Pinto de Magalhães numa cerimónia que contou com os presidentes da câmara da Mealhada, Carlos Cabral e da Associação Comercial e Industrial, Carlos Pinheiro.
O prémio visa “reconhecer os projetos empreendedores e inovadores já desenvolvidos, neste caso em 2012, no concelho da Mealhada, com implementação no Luso, potenciadores do desenvolvimento económico da região”.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Projectos individuais de pequena dimensão podem criar emprego

A aposta em "projetos individuais de pequena dimensão" pode ser a solução para a criação de empregos nas cidades, defendeu hoje à Lusa o responsável pelo projeto "Europa para os Cidadãos".

O belga Marc Verachtert falava à margem da conferência "Projetos de emprego personalizados para cidades: oportunidades para o crescimento", que foi realizada na cidade da Covilhã e que contou com a presença de vários representantes de outros municípios europeus aderentes.
"Não temos soluções fixas e ainda estamos numa fase inicial, mas já conseguimos perceber que a aposta em empregos individuais que se afirmem no mercado local ou externo - por exemplo através da internet - pode ser uma das chaves que procuramos para a criação de empregos", afirmou.
Acrescentou que cada aposta deve ser autossuficiente e possível de concretizar numa estrutura pequena, nomeadamente em casa, para se obter poupança de recursos.
O responsável pelo projeto e também representante do município de Hasselt (Bélgica) deu como exemplo possível os artesãos, que podem fazer chegar as suas peças a todo mundo - "cada vez mais apreciadas por públicos com recursos financeiros" -, sem que tenham de sair de casa.
Sem esquecer que estava na Covilhã e tendo conhecimento que dentro de dias é inaugurado o novo Centro de Dados da PT, Marc Verachtert desmistificou a ideia de que se deve apostar em massa na formação na área das novas tecnologias, pois considera que "já há uma oferta superior às necessidades".
"Esses empregos estão garantidos. Todavia, temos um sem número de quadros qualificados prontos para preenche-los", fundamentou,
Este responsável prefere concentrar-se nas "outras oportunidades que surgem em paralelo" com empreendimentos deste grau de grandeza e aponta a possibilidade da criação de empregos através da prestação de serviços que tenham como objetivo "facilitar a vida" aos funcionários daquela ou de outras estruturas similares.
"Estou designadamente a pensar numa empresa de jardinagem, de limpezas, de realização de compras, de entregas ao domicílio, ou de ‘baby-sitting’, entre tantas outras que poderão dar resposta a necessidades que normalmente os quadros mais qualificados têm", especificou.

Startup Lisboa vence prémio de empreendedorismo

A Startup Lisboa e a iniciativa Portuguese Shoes são os vencedores da fase nacional dos Prémios Europeus de Promoção Empresarial 2013 e vão representar Portugal na competição europeia, que decorre em Novembro.
 
O IAPMEI apresentou, dia 18 de Setembro, em Lisboa, os resultados nacionais dos Prémios Europeus de Promoção Empresarial 2013, uma iniciativa lançada pela Comissão Europeia para distinguir as melhores práticas na promoção do empreendedorismo na Europa.

Na cerimónia de entrega dos prémios foram divulgados os projetos vencedores nas diferentes categorias a concurso, assim como os dois projetos eleitos pelo júri nacional para representar Portugal na final europeia dos European Enterprise Promotion Awards – EEPA 2013, que terá lugar em Novembro próximo, na Lituânia.

Em comunicado, o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI), que dinamiza os prémios em Portugal, confirma que "a incubadora Startup Lisboa e a iniciativa Portuguese Shoes, dois projetos emblemáticos e com resultados na promoção do empreendedorismo e da internacionalização do calçado português, foram as iniciativas escolhidas" para levar o nome de Portugal à final europeia.
 
Lançada em 2011 no âmbito de uma proposta aprovada no Orçamento Participativo de Lisboa, a primeira Startup Lisboa (na Rua da Prata) já criou já mais de 250 novos postos de trabalho e ajudou à criação e ao desenvolvimento de mais de 100 empresas, das quais 22 já saíram da incubadora e 15 já deram início ao processo de internacionalização.
 
Depois do sucesso alcançado com a primeira Startup Lisboa, na Rua da Prata, dirigida a soluções tecnológicas, a incubadora de empresas de Lisboa inaugurou, no final de 2012, um novo polo, na Rua Castilho, mais virado para projetos na área do comércio e serviços. O Boas Notícias é uma das empresas incubadas neste espaço.
 
Para além destes projetos, que venceram nas categorias ‘Promoção do espírito empreendedor’ e ‘Internacionalização das empresas’, foram distinguidos mais 10 projetos de Norte a Sul do país, nas diferentes categorias a concurso.
 
Portugal foi o país com mais candidatos

Portugal foi este ano o país que apresentou o maior número de projetos candidatos aos Prémios Europeus de Promoção Empresarial (European Enterprise Promotion Awards – EEPA), no conjunto dos 32 países participantes.
 
Com um total de 56 projetos a concurso, Portugal foi responsável pela mobilização do maior número de candidaturas à edição 2013 desta iniciativa europeia, seguido do Reino Unido, com 42 projetos, e da Alemanha, com 37.
 
O  IAPMEI afirma que esta adesão "revela o dinamismo dos agentes nacionais, regionais e locais, que atuam na promoção do empreendedorismo".

2º ROTEIRO DA INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO SOCIAL

Realizou-se no passado dia 17 de Setembro de 2013 o 2º Roteiro da Inovação e Empreendedorismo Social, uma iniciativa integrada no programa de Empreendedorismo Social na Área Metropolitana do Porto (AMP) e organizada pelo IES – Instituto de Empreendedorismo Social.

O Roteiro da Inovação e Empreendedorismo Social levou os interlocutores das Redes Sociais dos 16 municípios da AMP a conhecer quatro Iniciativas com características de Inovação e Empreendedorismo Social:

Revista Cais, projeto conhecido pela venda da revista em algumas cidades do país por pessoas em situação de desemprego de longa duração, criado pela associação Cais tendo como inspiração a revista inglesa Big Issue;

Cais Recicla, projeto igualmente da associação Cais, de ecodesign e promoção das competências de empregabilidade, que transforma resíduos industriais em produtos muito atractivos, como colares, anéis, lápis ou cadernos, recorrendo ao auxilio de designers e dando oportunidades laborais a pessoas em desemprego de muito longa duração;

• “Mundo a Sorrir”, Associação de Médicos Dentistas Solidários Portugueses, que surge em Julho de 2005 para trabalhar no campo da saúde, nomeadamente na área da Saúde Oral, com o principal objetivo de promover o bem-estar das comunidades mais desfavorecidas, excluídas e marginalizadas em Portugal, Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe;

Arrebita!Porto, projeto premiado pelo concurso FAZ - Ideias de Origem Portuguesa, de repovoamento e dinamização da cidade através da reabilitação de edifícios devolutos sem qualquer custo, contando para isso com o esforço conjunto de estudantes internacionais de arquitetura e engenharia (que fazem uma espécie de “Erasmus prático”), de empresas (que fornecem materiais de construção) e de entidades públicas (que asseguram a componente logística, como o alojamento dos estudantes).

Esta iniciativa constituiu uma oportunidade para os participantes aprofundarem o seu conhecimento sobre as fases de vida (ideia, piloto, crescimento e maturidade) da Inovação e Empreendedorismo Social, as dificuldades típicas deste tipo de iniciativas e as aprendizagens que os Empreendedores Sociais fizeram e fazem ao longo dos seus projetos e assumirem-se também como “embaixadores” destas iniciativas no seu dia-a-dia!

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Fundação da Juventude apoia o empreendedorismo com visão ambiental

Até 15 de outubro, está a decorrer o concurso “Impulso Toyota ECOWORK”, com o apoio da Fundação da Juventude. O objetivo da iniciativa é promover ideias de negócio que incentivem os portugueses a criar o seu posto de trabalho na área ambiental. A proposta vencedora recebe €5000. Os participantes do concurso vão também ter direito a apoio técnico durante o desenvolvimento dos projetos.
O concurso surge numa altura em que as oportunidades de emprego são mais reduzidas, sendo por isso importante promover o espírito empreendedor e aliar esse espírito a uma conduta responsável, nomeadamente a nível do ambiente.
O concurso
A participação no concurso Impulso Toyota ECOWORK divide-se em 3 fases, ao longo das quais será prestado por parte da organização o apoio de aconselhamento e melhoria dos projetos a concurso.
A primeira fase – a de inscrição – termina no dia 15 de outubro. Nesta fase, o autor da ideia deve descrever em 140 caracteres o conceito do negócio, para além de outros campos de enquadramento da sua participação.

Após esta fase, segue-se uma triagem e seleção das ideias a concurso, onde os candidatos terão de preencher e submeter um modelo de plano de negócio e de marketing para avaliação do júri.
Já a última fase, que decorrerá de 16 de novembro a 15 de dezembro, vai contar com uma avaliação exaustiva por parte do júri dos 10 finalistas e promotores das melhores ideias de negócio sustentável.

Para além de receber €5000 para o arranque da atividade, o vencedor terá também acesso a instalações físicas para a fixação da sede da empresa durante 6 meses, assim como o acesso a condições especiais para aluguer de viaturas híbridas e empilhadores Toyota.

Todos os finalistas vão ter ainda a oportunidade de ver o seu projeto ser submetido para avaliação de Business Angels, habilitando-se a um maior apoio financeiro e de aconselhamento na gestão.

Cursos de Direito nos EUA agora formam empreendedores

No momento, um mal que está corroendo o prestígio das faculdades de Direito americanas é a quantidade de bacharéis que, em um período de nove meses após a formatura, não conseguem empregos. A causa do problema já foi diagnosticada há tempos: as escolas preparam mais "candidatos a emprego" do que o mercado de trabalho pode absorver. Um remédio indicado para curar o mal que aflige os bacharéis e as faculdades é formar advogados empreendedores, em vez de "candidatos a desemprego".
Muitas faculdades estão se empenhando seriamente para virar esse jogo. No lugar de algumas "clínicas" rápidas, que algumas faculdades ofereciam até agora, muitas delas decidiram oferecer disciplinas emprestadas do currículo das escolas de negócios ou de Administração. Em algumas escolas, os estudantes de Direito já podem fazer cursos de Finanças, Contabilidade, Administração, liderança e empreendedorismo.
Cursos de marketing e vendas também podem ser uma opção: nenhum profissional pode se sair bem se não souber promover ou "vender" seu trabalho, sua marca, seu nome ou sua firma. Competência profissional não é, definitivamente, o único requisito básico para o sucesso.
No entanto, a função maior dos cursos de negócios, entremeados nos cursos de Direito, é produzir bacharéis com mentalidade empresarial. "Nós vemos o empreendedorismo como uma forma de mentalidade, disse ao The National Law Journal o professor Brad Berntal, da Faculdade de Direito da Universidade do Colorado, uma das primeiras nos EUA a enfrentar o problema. "Para iniciar uma empresa, não é um fator indispensável ser um empresário. Mas uma mentalidade empreendedora é fundamental", ele afirma.
A ideia essencial é que os bacharéis deixem a faculdade com o mesmo espírito dos estudantes de negócios ou de Administração. Eles querem abrir seus próprios negócios e não se tornarem candidatos a emprego no mercado e se dedicar a disputar, a duras penas, as poucas vagas em oferta. Um emprego em uma banca bem-sucedida às vezes ajuda, mas só para ver como ela toca os seus negócios e aprender mais.
A formação de uma mentalidade empreendedora — que, por sinal, é um atributo que se desenvolve, não um dom de nascença — também pode ajudar muito os profissionais que pretendem se dedicar à advocacia empresarial.
A explicação é simples, disse ao jornal o diretor do Programa Zell de Empreendedorismo e Advocacia (ZEAL) da Faculdade de Direito da Universidade de Michigan. "Tradicionalmente, os advogados veem riscos como algo a ser eliminado ou minimizado. Essa abordagem não funciona no mundo dos negócios, principalmente entre os novos empreendimentos, onde a grande recompensa requer coragem de assumir riscos". Assim, um dos objetivos maiores é ensinar os estudantes de Direito a pensar sobre os riscos da mesma forma que os empresários o fazem.
Todos os cursos de negócios nos EUA ensinam que um dos requisitos básicos para se abrir uma empresa é contratar, imediatamente, um contador e um advogado. Mas há um temor generalizado de se discutir novos negócios com advogados. Já se sabe, desde logo, que eles vão apontar, basicamente, problemas. Pode ser desestimulante. Por isso, os advogados precisam encontrar um ponto de equilíbrio e mesmo aprender a discutir negócios com os empresários.
"Os advogados precisam deixar de ser máquinas mortíferas de ataques a negócios", diz o diretor.
Para ajudar nesse quesito, as faculdades estão colocando os estudantes de Direito para trabalhar com estudantes da escola de negócios ou de Administração, bem como com novos empreendedores de suas respectivas cidades, que querem abrir uma empresa. A ideia é transmitir uma visão jurídico-empresarial aos estudantes de negócios e empreendedores sobre os pontos de contato da lei com o empreendimento, como constituição da empresa, registro de marcas comerciais, contratos etc.
Os estudantes de Direito podem, em contrapartida, aprender como eles pensam, como falam, como se comportam, como veem o empreendimento e como fazem as coisas. Podem ainda conhecer suas expectativas e aprender como abordar possíveis problemas jurídicos de uma forma mais estimulante. E a estabelecer prioridades para questões jurídicas. Os estudantes formam relacionamentos e futuros clientes.
Por isso, esse aprendizado é extremamente útil para advogados que se preparam para abrir sua própria firma ou para fazer carreira solo. Mas também ajuda muito os futuros profissionais que pretendem buscar emprego em assessorias jurídicas de empresas ou de qualquer associação não governamental: eles estarão mais preparados para discutir com os empresários os negócios da empresa. Ou com os dirigentes de entidades, os seus empreendimentos.
"A reclamação clássica dos bacharéis em Direito sempre foi não entender nada de negócios. Mas isso está mudando", disse o diretor da ZEAL. A Faculdade de Direito de Michigan oferece, agora, 28 cursos de negócios, muitos dos quais envolvem simulações e treinamento prático de negociações. Um curso, para o qual a faculdade pretendia atrair 25 estudantes, recebeu 167 inscrições.
A prestigiosa Faculdade de Direito de Harvard começou a oferecer capital inicial para bacharéis que lançarem empreendimentos destinados a melhorar a sociedade.
Uma situação inesperada é que alguns estudantes se desgarram do curso de Direito para se enveredar nos negócios ou no sistema financeiro. Em Michigan, um estudante de Direito e um estudante de negócios se juntaram para lançar um bem-sucedido portal, do tipo mídia social, focado em casamentos. No Colorado, um estudante criou uma plataforma de blog para viajantes, que terminou comprado pela AOL.

O espírito empreendedor

O século XXI trouxe consigo muitos desafios económicos que colocaram o empreendedorismo no topo da agenda. A sua importância tem vindo a surgir como um tema central nas discussões sobre a recuperação das economias. Os empreendedores e os pequenos negócios ajudam a criar novos postos de trabalho e são os pioneiros de mudanças que ditam as novas leis do mercado.

Ser empreendedor é um desafio que muitos ambicionam, mas que poucos estão preparados para enfrentar.

 A travessia é feita de muitas hora de trabalho, de altos e baixos e do confronto com muitas situações limite do ponto de vista financeiro e emocional. É uma opção que exige uma grande dose de sacrifício pessoal. Só consegue fazer esta viagem quem for movido por um sonho.

 O que move o empreendedor não é o dinheiro; não pode ser, porque a caminhada é longa e as sementes que se plantam demoram tempo a dar frutos. É mais fácil a segurança de um ordenado ao final do mês. O que o move é a vontade de perseguir um sonho; de fazer a diferença. Por isso, são eles que mudam o rosto das economias e com isso o rosto do mundo.
Sem o espírito aventureiro dos empreendedores, o mundo seria um lugar diferente.

 Nos EUA, eles são assumidamente uma fonte significativa de empregabilidade. O ritmo e a velocidade a que, nesse país, nascem companhias inovadoras e com um crescimento rápido, é muito elevado, especialmente quando comparado com a realidade europeia.

 As razões da discrepância são várias e não se prendem apenas com a dimensão do mercado, até porque o mercado hoje é global. Atitude é a palavra mágica. O espírito empreendedor começa na liberdade para ousar, arriscar e errar. Nos EUA, os empreendedores são vistos como heróis que ousaram arriscar. Mesmo que falhem, merecem uma segunda e uma terceira oportunidade, até conseguirem. E são muitas as histórias de empresas globais que falharam no início e se reinventaram até encontrarem a fórmula correta. A estes empreendedores, o que lhes é dito é: "Sonha alto e não vaciles perante a adversidade".

Na Europa, e em Portugal, é mais assustador ousar e arriscar, porque aos empreendedores é-lhes pedido que sejam contidos nos seus sonhos e é-lhes apontada uma espada quando falham. Dificilmente lhes é dada uma segunda oportunidade.

Num cenário em que a capacidade da economia para gerar emprego jovem é cada vez menor, é vital mudar esta mentalidade, começando nas universidades. Falo por experiência própria, porque estou a montar um negócio que se pretende que tenha uma escala global, que está a ser lançado nos EUA e noutros países da Europa. Deste lado do Atlântico, puxam-me para trás pelo braço, sussurram-me ao ouvido que eu tenho de ser mais comedida nos meus sonhos e apontam-me uma lista exaustiva de tudo o que pode correr mal. Do outro lado do atlântico, seguram-me na mão e pedem-me para olhar para cima, para um mundo ilimitado de possibilidades. Dizem-me "Sonha alto. Continua a ser corajosa. Estamos aqui para encontrar soluções que te ajudem a lá chegar".

 E, quando algo não funciona, dizem-me "vamos tentar outra solução". É dessa força, que me põe a olhar para cima nos momentos de adversidade, que retiro energia para continuar. Eles venceram. Escolhi acreditar no impossível.