sábado, 2 de outubro de 2010

ESTES MARAVILHOSOS EMPREENDEDORES VISIONÁRIOS


Na linguagem mercadológica, os visionários são colocados em segundo plano, sendo considerados loucos ou que estão na fronteira entre a genialidade e a loucura. Mas é lógico, pois negócios são negócios e invenções são negócios iminentes. Portanto, os livros de management prestigiam com ênfase, ensinando-nos a valorizar, os que empreendem, pois estes sabem trazer à tona a palavra mais mágica das empresas: resultados.
Visionário significa ter visões, ser um sonhador ou um utopista, muitas vezes com idéias mirabolantes e outras com poder para mudar o mundo. Empreendedor é aquele que possui comportamento arrojado, activo e proactivo, que tem a capacidade de transformar as idéias em negócios. Imagine a combinação destas duas características. Seria uma maravilhosa criatura cujos olhos não se limitam a observar a rotina cotidiana, porque insistem em estar no futuro, não para esperar passivamente que ele chegue, mas para correr ao seu encontro com a disposição de moldá-lo e construí-lo com os arrojados contornos do seu sonho e através dele, criar valor para a sociedade.

Vivemos um período de hipercompetição. É possível perceber mudanças profundas no ambiente de negócio. Para entendermos melhor estas mudanças, gostaria de citar três fenômenos. O primeiro é relativo ao ciclo de inovação, ou seja, o tempo entre a descoberta e a utilização da tecnologia para fins comerciais. Podemos observar que é exponencial menor com o passar dos anos. A fotografia entre a descoberta e utilização foram 120 anos, o radar 35 anos, a televisão 12 anos, os novos processadores para computador menos de 6 meses, um produto ou serviço bancário em menos de uma semana. Este primeiro fenômeno faz com que uma tecnologia atinja um maior número de usuários de uma forma nunca vista. Vamos avaliar alguns produtos lançados e tempo em anos para atingirem algo em torno de 50 milhões de usuários: eletricidade – 46 anos, rádio – 22 anos, microondas – 30 anos, telemovel – 13 anos, internet – 4 anos. É sem precedente o impacto da inovação nos negócios, se pensarmos que o Skype, Google e Youtube gastaram menos de 2 anos para atingir este número de usuários.
O segundo fenômeno que podemos observar é a quantidade de produtos oferecidos com a mesma qualidade e preço. Vocês já pararam para verificar quantos produtos similares que contêm as mesmas funcionalidades conseguimos encontrar? Algo em torno de 60 tipos de molhos de tomate, 120 tipos de cerveja, 450 modelos de caros novos. É praticamente impossível diferenciar um produto somente pelos seus atributos funcionais. O terceiro fenômeno e ainda mais grave, é que a competição não é mais entre produtos, mas de valor. Para entender este conceito, lembro de uma conversa com o presidente de uma grande empresa de sapatos para criança. Durante anos, a avaliação da sua concorrência era feita em função apenas dos outros fabricantes de sapato. A grande mudança aconteceu no nível do consumidor, que deixou de comprar sapatos como comprava antes. O consumo caiu por que a concorrência agora é com a conta do telemovel, a assinatura da TV cabo, a despesa de acesso à Internet, etc. Ou seja, o importante hoje é ser uma opção no momento de decisão de compra do cliente. A guerra está no campo da renda do consumidor e não somente dos produtos.
A grande saída para este cenário é buscar a inovação de negócio. Acreditamos que neste processo de comoditização acelerada dos produtos e serviços é possível achar uma saída, à medida que os produtos se tornam cada vez mais iguais e a competição se desloca para o preço, analisar a cadeia de valor do cliente e combinar atributos fora do sector, permite a organização iniciar um processo de descomoditização. A lógica parece simples, mas qual o grande problema? As organizações não entendem o conceito de inovação de negócios e não conseguem ver além do produto.
Quando falamos de inovação, a primeira coisa que vem à mente são produtos de alta tecnologia em grandes empresas que se movimentam a toda velocidade. Sendo assim, parece existir pouca esperança de inovação nas pequenas e médias empresas. Mas inovação de negócio não tem a ver apenas com produtos e tecnologias avançadas. A inovação de negócio está associada á envolvente do produto. Em características não convencionais do sector.
Uma inovação de negócio têm como objetivo: facilitar aos clientes a condução de negócios. Poderíamos chamar de uma inovação centrada no cliente. Ao oferecer propostas de valor cada vez mais atraentes a empresa evita a cilada de competir por preço. Colocar o cliente no centro não é mera retórica. É pré-requisito para o crescimento rentável, sustentável. É rara, porém, a organização que entende o que significar ser centrada no cliente. Aí as empresas pode fazer a diferença. Elas precisam contar com seus empreendedores visionários, que conseguem perceber a mudança do ambiente e converter as ameaças em grandes oportunidades. Seja um visionário empreendedor. Adiante-se, tenha coragem e se lance as novas oportunidades, torne a concorrência irrelevante, através de uma oferta singular.

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