segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Ecossistema de Negócios

Da mesma forma que em um ecossistema biológico, em que as espécies tornam-se mais seguras e protegidas quando agrupadas e vivendo em um mesmo ambiente, em um “Ecossistema de Negócios”, as empresas, clientes, fornecedores e parceiros podem compartilhar produtos, processos, sistemas e competências, formando redes de negócios que fortalecem seus membros individualmente.

 
Um ecossistema de negócios se organiza sempre em tomo de necessidades que não estão sendo atendidas ou ao menos não estão sendo bem-atendidas. Não necessariamente são necessidades que deveriam estar sendo atendidas pelo poder público ou pelo setor privado (ou outro agente qualquer), mas sim necessidades em geral que podem mobilizar a atuação conjunta de diversos protagonistas. Para atender a essas necessidades, são necessárias algumas competências essenciais, ou seja, capacidades indispensáveis para a concepção e a execução de produtos ou serviços que satisfaçam aquele conjunto de necessidades de forma colaborativa.

 
A conexão entre essas competências e as necessidades é feita por um dos protagonistas do ecossistema, que denomino “empresa-hub”, que deve estabelecer o projeto do empreendimento. A expressão “empreendimentos” está sendo utilizada como sinônimo de atividade organizada para prover algum tipo de benefício (produtos, serviços, suporte etc.) a clientes ou usuários claramente delimitados. Esses empreendimentos empregam as competências para entregar produtos e serviços que satisfaçam aquele rol de necessidades. As competências são formadas a partir da combinação de recursos, tangíveis e intangíveis, que podem ser de propriedade da “empresa-hub” ou podem ser terceirizados em uma rede de parceiros. A vantagem de se optar por uma estrutura terceirizada é que ela abre espaço para a formação de uma rede significativa de empreendimentos, gerando ocupação e renda para um grande número de pessoas.

 
James Moore em seu livro, “The Death of Competition”, é incisivo ao dizer: vence a inovação. Segundo o autor, praticamente todas as empresas, podem obter recompensas financeiras significativas se criarem produtos, serviços e processos inovadores de forma mais eficiente e eficaz do que outras empresas do setor. Porém, acrescenta que precisamos de um truque para que isso aconteça. Qualquer dada inovação exige que existam clientes e fornecedores. E, quanto mais radical (e freqüentemente mais valiosa) for à inovação, mais profundo e amplo deve ser o envolvimento dos outros jogadores, sobretudo os clientes. Isso valoriza o aprendizado da administração de uma comunidade ou rede de organizações muito ampla, na qual todos os jogadores compartilham de uma visão sobre como concretizar essa inovação. Na verdade, atualmente o principal fator que limita a inovação não é a carência de boas idéias, tecnologia ou capital. É a incapacidade de obter a cooperação em comunidades diversas de jogadores que devem se tornar partes integrantes de um processo abrangente.

 
Hoje, a cooperação é tão ou mais importante do que o combate no estilo antigo, onde o vencedor colhe todos os louros. De fato, diz Moore, essa antiga ferocidade morreu; e se não reconhecer isso, você e a sua empresa estarão em apuros. Não se pode mais fazer tudo sozinho. O velho tipo de competição meu produto versus o seu produto ignora o contexto ou ambiente dentro do qual vocês fazem negócios, e esse contexto é essencial, pois mesmo negócios excelentes podem ser destruídos pelas condições ao seu redor. Em vez de pensar em si somente e sua empresa participando de um mercado ou setor, adote um novo conceito. Comece a pensar em si como um jardineiro e no ambiente de negócios como um ecossistema.

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