Além das dificuldades com o processo de concepção estratégica, as empresas passaram a priorizar movimentos em direção à qualidade e a revisão de seus processos. O como fazer se sobrepunha ao o que fazer. E o planejamento estratégico deixou de ser realmente estratégico. Posso afirmar que o gargalo da estratégia está na alta direção. A ortodoxia estratégica é defendida pelos administradores mais antigos e, usualmente, mais prestigiados da empresa. A formulação da estratégia implica o inesperado, a abrangência do processo, com novos participantes e diferentes pontos de vista, assegura algum grau de novidade ou inovação no que se refere ao produto final. Estratégia é uma questão de perspectiva e não de inteligência, a empresa e o próprio ambiente devem ser vistos sob novos ângulos, e não apenas através de uma ótica mecanicista. Concepção estratégica implica transformação e perpetuidade, deve envolver conhecimento individual e interação social, deve ser cooperativa mesmo quando conflitante, deve incluir tanto análise a priori quanto programação a posteriori e negociação durante todo o processo e, finalmente, deve responder às demandas do ambiente.
Parece evidente que, se se pretende a transformação de uma empresa em uma value innovator, condição proposta para a otimização de seus resultados em uma economia caracterizada pela hipercompetição em mercados saturados, não há como fugir da necessidade de se desenvolver competências para a leitura de ambientes ambíguos – competências para a "exploração" do futuro, com vistas à concepção de estratégias efetivas. Os grandes desafios dos gestores ao desenvolverem estratégias é o de se garantir que esta estratégia não apenas reflita seus vieses ou até mesmo sua própria ignorância sobre o ambiente de negócios e sua evolução. A sobrevivência das organizações dependente de sua habilidade de processar informações sobre o ambiente e de transformar esta informação em conhecimento o qual as capacita a se adaptar efetivamente à mudança.
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