domingo, 6 de novembro de 2011

Empreender à 5ª debateu o empreendedorismo na infância


“Os portugueses são criativos, têm é dificuldade em colocar essas ideias em prática”, afirmou o professor da Escola de Negócios Eudem, Joao Cesar Rocha Alves, no último Empreender à 5ª, que teve como tema “Empreendedorismo – Ensinar Empreender”. Aliás como relembra o convidado, o ecobarómetro sobre o empreendedorismo diz-nos que 62% dos portugueses teriam preferência por ter o seu próprio negócio se pudessem optar. Em 2009, esta percentagem passou para 71%. Contudo comparando estes números com a média europeia, o nosso país encontra-se abaixo.
O professor define empreendedorismo como “a capacidade que cada um tem de levar a cabo uma ideia e transformá-la em negócio”. Contudo Rocha Alves adianta que o estímulo que se dá aos alunos do ensino básico e secundário é quase ZERO. “Urge uma criação de cultura que potencie predisposição para o risco, inovação e autonomia para iniciarem os seus próprios projetos”, refere. Acrescentando que o facto de os portugueses se contentarem com pouco reprime a sua capacidade iniciativa.
O orador quebrou ainda três dos mitos mais comuns: Os empreendedores são natos, nascem para o sucesso; os empreendedores são “jogadores” que assumem riscos altíssimos e que são “lobos solitários” e não conseguem trabalhar em equipa.
“Enquanto a maioria dos empreendedores nasce com um certo nível de inteligência, empreendedores de sucesso acumulam relevantes habilidades, experiências e contatos com o passar dos anos”, adianta o docente. Além disso, evitam riscos desnecessários e são ótimos líderes.
Durante o encontro, foi dado a conhecer o caso de sucesso do jardim de infância Caminhar, uma empresa familiar que nasceu há três anos através do sonho de duas irmãs. Com formação superior em Educação de Infância, e com o apoio incondicional dos seus pais decidiram criar um projeto que respondesse aos desafios de uma sociedade moderna e cada vez mais exigente.
Preparado para receber crianças desde os quatro meses até aos seis anos de idade, o Caminhar encontra-se atualmente completo, existindo já uma lista de espera. As instalações primam pela qualidade, pela estética mas, acima de tudo, privilegiam a segurança das cerca de 80 crianças que diariamente animam o dia destas duas empresárias e da sua equipa de colaboradores.
Mas a preocupação por estarem a participar na formação da próxima geração de cidadãos e conscientes da importância do respeito pela liberdade e valores dos outros levou à criação de dois clubes que contam com membros muito ativos. O Clube da Pegada Verde, destinado às crianças mais velhas e que se dedica a trabalhar as temáticas ambientais. O Clube dos Pequenos Filósofos, aberto à participação das crianças a partir dos três anos, tem como principal preocupação levar as crianças a entenderem que tem que respeitar os outros e as diferentes opiniões.
Como referiu a educada Sara Cardoso durante o debate, a creche tenta “encontrar o melhor de casa um, vendo na criança um ser capaz, com ideias, opiniões e necessidades”. Daí que o Caminhar defenda “a aprendizagem pela ação”.

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