Imagine esta cena: depois de anos de estudos, uma jovem se prepara para a formatura no seu curso de odontologia. Vestido já escolhido, fotos tiradas, convites... Tudo pronto para a grande noite. Nome a nome, chega a sua vez e ela sobe ao palco solene para receber seu canudo... Desce e no dia seguinte é convidada para um novo palco, o palco da vida: a recém formada agora está no mercado. Um potencial imenso, mas com muitas dúvidas: estudar mais, arrumar um emprego, fazer um concurso...
E por que não empreender?
Tempos desses fui convidado para ministrar uma aula no Mestrado de Odontologia de uma universidade particular. Assunto? Empreendedorismo. Confesso que não é sempre que me deparo com este tipo de visão: uma instituição de ensino superior instigando seus alunos nas reflexões do universo empreendedor. Naquela oportunidade afirmei que não conheço profissão mais empreendedora que a de dentista. Até porque já fui sócio de um consultório odontológico e bem sei que para um recém formado a tarefa de abrir seu próprio negócio não é das mais fáceis. Reafirmo: não tem profissão mais empreendedora do que a de dentista! Pode ter parecida: advogado, arquiteto, médico, contador... Todas estas profissões se diferem nas técnicas aprendidas nos bancos universitários, mas são muito parecidas nos desafios do ato de empreender. E poucos são os cursos que vão além de formar o profissional operacional. Muitos esquecem que precisam formar estes jovens para o mercado, e que este mercado não tem emprego - seja público ou privado - para todo mundo.
Imaginemos esta outra cena: jovem dentista, recém formado, monta seu consultório em um prédio comercial. Primeira semana de trabalho e ele já tem pacientes: a mãe, o pai, a namorada e a sogra (o sogro não quis dar o cabimento!). Segunda semana? A madrinha, o irmão e três dos amigos mais chegados. E só! O resto do mês à míngua. Mas ele persiste, não desiste! Cartão de visitas no bolso, aproveita qualquer oportunidade para fazer seu nome: divulga entre os amigos, faz trabalho voluntário na comunidade carente, circula em festas, faz curso de gestão... E as coisas vão mudando: o amigo da prima que ele conheceu numa festa liga e marca consulta. O colega do curso indicou ele para a esposa... E de repente - mas não por acaso - sua agenda está cheia e ele, além de construir sua renda, está gerando emprego e riqueza para a secretária, a assistente de consultório dentário, o protético... Troque o personagem acima para o de um jovem engenheiro ou psicólogo e veja o quanto nossos cursos universitários poderiam estar gerando de novos empreendedores ano a ano: seriam centenas? Ou talvez milhares de empreendedores? Imagine o impacto positivo que tantos novos empreendedores, ano a ano, poderiam geram na economia?
Alguém já pensou sobre isto. Foi o economista francês Jean-Baptiste Say (1767-1832), um dos primeiros estudiosos sobre o impacto dos empreendedores na economia. Ele ensinava que um país estocado de empreendedores tem maior potencial de atingir prosperidade do que outros que não investem no empreendedorismo. Por isto, creio e milito na tese que quem cria emprego e renda, riqueza e prosperidade, para sua comunidade, sua cidade, seu estado e seu país, é somente um personagem: o empreendedor.
Por fim gostaria de formular algumas perguntas para os jovens estudantes desta miríade de profissões super empreendedoras que encontramos na atualidade: quantas horas por dia, por mês ou por ano você investe para pensar sobre coisas como:
- Quem é você?
- O que você quer para sua vida? Quais os seus sonhos, seus objetivos?
- Como você vai fazer para alcançar esses objetivos?Prepare-se para empreender conhecendo-se e sonhando, escreva planos e mãos à obra! Como já ensinava Shakespeare "Corra atrás dos seus objetivos. O dia não vai ser diferente se você não fizer diferente". Pense nisso. Bom trabalho. Sucesso!
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