terça-feira, 9 de agosto de 2011

Rede social brasileira une empreendedores e possíveis investidores

A realidade de muitos empreendedores pode ser resumida em uma equação aparentemente simples: uma empresa de sucesso vem de uma boa ideia, viabilizada com um investimento inicial. O que não é simples é achar esse capital. Foi isso que os irmãos Felipe e Fernando Dulinski, de Porto Alegre (RS) notaram ao trabalhar no mercado de música entre 2007 e 2008. “Os músicos são como empreendedores: muitos não têm o apoio necessário para terem sucesso”, afirma Felipe, 23 anos.

Ao identificar essa necessidade em outros mercados, a dupla abraçou a ideia de ligar projetos de empreendedorismo a possíveis investidores. Assim nasceu a rede social e colaborativa Makaha. O nome é inspirado em uma ilha havaiana que, de acordo com uma fábula, foi salva de uma forte estiagem por um dos moradores, que teve uma boa ideia, coragem e motivação.

Na rede, os participantes inscrevem suas ideias de negócios – um site, uma loja, um novo produto – e obtêm a avaliação de outros empreendedores e também de possíveis investidores.

A ideia dos irmãos é que essa rede ajude aperfeiçoar o projeto cadastrado, fazendo com que fique mais apto a receber algum tipo de investimento. O próprio Makaha recebeu apoio de um investidor anjo. “Nós percebemos que muitos dos projetos inscritos no site precisam melhorar pontos da gestão e do próprio modelo de negócio”, diz Felipe. “Com a ajuda do processo de avaliação pelos usuários, nós podemos minimizar os riscos dessa empresa no mercado de verdade.”

Ao se cadastrar no site, o usuário pode escolher um de três perfis: o de empreendedor, com um projeto que precisa de investimento e pode ser avaliado por outros usuários; o de investidor, que busca ideias interessantes de negócios e ao mesmo tempo pode ajudá-las com suas avaliações e conhecimento; e os especialistas, que não cadastraram um projeto, não estão procurando investir, mas acham que podem ajudar no aperfeiçoamento das ideias com seu know-how.

A avaliação, por sua vez, simula uma bolsa de valores, com compra e venda de ações virtuais de cada projeto, na moeda fictícia da rede – o Maks. Um projeto com ações valorizadas e, dessa forma, uma avaliação positiva, vai conquistando níveis mais altos de um processo que tem seis etapas. “Alcançar o topo desses passos é como ganhar um selo de qualidade, que mostra que ele está pronto para receber um investimento”, afirma Felipe. O próprio Makaha pretende investir em até quatro projetos até o fim do ano.

Lançado há cinco meses, o site possui 940 usuários e 120 projetos brasileiros cadastrados, além de dois internacionais. Eles ocupam todos os seis níveis de avaliação. Alguns ainda estão no papel, e outros têm estrutura formada e até faturamento. O próximo passo do Makaha é aprimorar o modelo de avaliação e classificar seus especialistas de acordo com o know-how de cada um.

Para manter o site no ar, os irmãos pretendem usar estratégias de gameficação – atividades tradicionais, como elaborar um plano de negócios, transformadas em games -, buscando a participação empresas que queriam associar suas marcas aos conteúdos que possam ajudar o desenvolvimento dos projetos cadastrados.

Bem bacana, não é? Com certeza pode empolgar muitos empreendedores que não sabiam como conseguir investimento. Ou até mesmo aqueles que precisam de críticas construtivas sobre suas ideias de negócios.

Confiram alguns projetos inscritos no site. “Eles têm bastante potencial por trabalharem conceitos atuais, como sustentabilidade e redes sociais”, afirma Felipe. “Também são projetos atrativos a possíveis investidores.”

MeuWebGestor
Plataforma de aplicativos baseados na nuvem com foco em gestão de micro e pequenas empresas. “Eles dão agilidade aos negócios de menor porte, que têm um número reduzido de colaboradores e departamentos para exercer todas essas funções”, diz Felipe.

Boombeer

Projeto de uma rede colaborativo-social em que os usuários do portal contribuem avaliando e compartilhando bons lugares para saborear cervejas. Também contará com uma parte de compras coletivas com o mesmo tema.

Desabafei.me
Um sistema que coleta reclamações de consumidores – os desabafos – para servir de pesquisa para produtos, empresas, ações e interações sociais. “Uma vez consolidado, o Desabafei.me pode se tornar uma ferramenta de marketing para mensuração de lançamentos, campanhas e até a imagem da companhia”, afirma Felipe.

ReciclaBituca
Projeto de reciclagem de bitucas de cigarro em papel reutilizável. Para isso, pretende desenvolver coletores específicos para recolherem esse material.

Kids Fitness
Academia que contará com uma equipe de psicólogos, nutricionistas e personal trainers especializados no trabalho com crianças. O objetivo do projeto é ajudar pais a melhorar a qualidade de vida dos seus filhos.

Energia do Calor
O projeto, desenvolvido pelo físico indiano Pranab Ghosh, sugere uma nova forma de produção de energia sustentável. A ideia é gerar eletricidade utilizando o calor da atmosfera, sem o uso de combustíveis fósseis.

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