quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Planeamento ou Pensamento Estratégico?


Existe hoje, no contexto da formulação estratégica nas organizações, uma questão fundamental: as definições empresariais e seu desdobramento serão mais bem conduzidos por um processo de planejamento ou de pensamento estratégico?

No processo do planeamento estratégico a palavra chave é “análise”, ou seja, o desmembramento dos principais aspectos relacionados com a estratégia empresarial em várias partes, para facilitar seu estudo e conseqüente compreensão, e assim tomar decisões fundamentadas em fatos concretos e dados precisos. O objetivo é conhecer a natureza da organização, fazer um bom diagnóstico do desafio e conceber suas intenções estratégicas (missão visão e valores), este processo parte do entendimento do ambiente e dos fatores competitivos (externos e internos) e, então, traçar objetivos e metas de médio e curto prazo e os correspondentes planos de ação (formalmente documentados). O que pode ser questionado neste processo? Um plenamento formal, com ações previamente estabelecidas, pode levar a organização na direção errada, particularmente num mundo onde a mudança das condições de competição é acto contínuo.

Assumindo que a estratégia é um pensamento complexo, por natureza, envolvendo percepção e intuição, podemos então aceitar que a estratégia acontece em nossa mente, antes de desenvolvermos todo o processamento analítico e sistemático do planeamento. Um processo no qual as informações nem sempre são precisas, às vezes são abundantes, outras vezes indisponíveis. É onde se baseia os defensores do processo de pensamento estratégico, onde a palavra de ordem é “síntese”, ou seja, a reunião de elementos concretos e abstratos em um todo, que tem sua origem num processo mental intricado com pensamento não-linear, que trata da complexidade de um grande volume de informações, que assume que os riscos inerentes são naturais e, assim, faz uso de intuição para a tomada de decisão e de criatividade para o desenvolvimento de novas abordagens para problemas antigos. Para esta escola, ter estratégia significa ter consistência de comportamento ao longo do tempo.

Atualmente, por razões históricas, sociais e antropológicas, estamos diante da possibilidade de melhor utilizar o cérebro e a mente, aprendendo a lidar com os pensamentos de modo mais produtivo. O sucesso das empresas, em um mundo de mudanças cada vez mais rápidas, requer das empresas um modelo estratégico de gestão de negócios e que seus gerentes e especialistas sejam criativos e habilidosos e possuam elevado nível de pensamento estratégico. Isso será necessário e de grande valia para a empresa ou suas unidades de negócio no desenvolvimento de cenários mais confiáveis e para reduzir a incerteza de suas decisões de negócios. Esta habilidade para o pensamento estratégico também será importante quando a empresa necessitar inovar - imperativo competitivo para todas as empresas, especialmente quando ela operar em ambientes altamente competitivos onde for difícil e mesmo impossível desenvolver e sustentar vantagem competitiva estrutural ou operacional sem ser imitada pela concorrência.

1 comentário:

Anónimo disse...

Como autor do texto, gostaria de registrar a referência bibliográfica que não foi publicada:

Referência Bibliográfica:
Danny Miller e Peter H. Friesen, "Archetypes of Strategy Formula¬tion", Management Science (maio de 1978), p. 921.

James Brian Quinn, IBM (A) case, in James Brian Quinn, Henry Mintzberg e Robert M. James, The
Strategy Process: Concepts, Contexts, Cases (Englewood Cliffs, N.J.: Prentice Hall, 1987).

Mintzberg,Henry - A CRIAÇÃO ARTESANAL DA ESTRATÉGIA

Pagano, Robin - Planejamento ou pensamento estratégico? - Março/202 - Site: http://www.intelligentia.com.br/novidades/artigos/ensaio_rap0203-2.pdf

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