A Cruz Vermelha Portuguesa está a introduzir nas suas acções diárias de voluntariado uma nova área de actuação – o empreendedorismo – que pretende dar novas armas a quem pretenda sair da pobreza pelos seus próprios meios.
“É preciso capacitar as pessoas para que possam sair do ciclo de pobreza. Estamos a investir imenso nessa área, através da formação das pessoas”, explicou Cristina Louro, vice-presidente da Cruz Vermelha Portuguesa.
Durante a conferência “Voluntariado: que valor económico?”, promovida pelo Montepio em parceria com o Diário Económico, Cristina Louro criticou o recente movimento de atribuição de refeições, pelos restaurantes, aos mais necessitados, o Direito à Alimentação. “Contraria todos os princípios da Cruz Vermelha. É preciso ajudar as pessoas de outra forma: precisamos de dar a cana de pesca para as pessoas poderem pescar, não o inverso. Se damos muito peixe, acabamos por nunca dar a cana de pesca”, explicou.
Recorde a campanha Direito à Alimentação.
A responsável disse ainda que são precisos voluntários dedicados para operacionalizar esse apoio, até porque o trabalho é muito pesado. “É preciso um coacher em cada família”, explica Cristina Louro, que exemplifica com um caso que presenciou na Irlanda.
“Há gerações de pessoas na mesma família que nunca trabalharam. Nunca tinha visto isso. Pessoas com 120 quilos, a verem televisão o tempo todo… é preciso contrariar a esse ciclo, por isso vejam bem a quantidade de voluntários que são necessários para esse trabalho”, concluiu a vice-presidente da Cruz Vermelha, que é responsável pela gestão de cerca de 10 mil voluntários em Portugal.
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