sábado, 30 de abril de 2011
Consultorio "On-Line"
Bom dia. Sou recém-licenciado em ciências da educação e encontro-me desempregado há 5meses. Em conversa com os meus colegas de curso que se encontram na mesma situação, surgiu a ideia de formarmos uma sociedade baseada num projecto de apoio ao ensino para estudantes pré-universitários. O projecto será sustentado em métodos de educação que tirem partido da Web 2.0 (redes sociais, vídeos, plataformas colaborativas, etc.). A ideia parece-me boa, mas tenho dúvidas se formamos a equipa certa para a concretizar. Quais os aspectos que devemos considerar para formar uma sociedade de sucesso?
Caro empreendedor. A validação do capital humano que fará parte da sociedade e partilhará os resultados do projecto é crítica para o seu sucesso. Neste contexto, é importante considerar os seguintes aspectos:
1.Complementaridade e valor acrescentado das competências
A amizade ou proximidade com os colegas de curso poderão não ser os melhores critérios para avaliar o potencial de sucesso da equipa empreendedora. Uma decisão baseada nesses critérios pode inclusivamente originar a perda da pessoa em ambos os papéis, de sócio e amigo. O importante é que o grupo de colegas se possa perspectivar entre si, numa avaliação crítica e imparcial daquilo que são as competências de cada um, medindo o seu nível de complementaridade e valor materialmente relevante para o sucesso do negócio. Esta análise não deve apenas cobrir as competências técnico-profissionais, mas também as de carácter comportamental. No entanto, é igualmente crítico que cada um se identifique com as funções que lhe cabem. O objectivo é que a sociedade possa congregar um valor de competências maximizado numa relação de sinergia.
2.Os mesmos valores e visão estratégica para o negócio
Os sócios devem convergir numa coincidência total da visão estratégica e valores para o negócio. Ter a mesma visão não implica necessariamente um acordo permanente sobre as decisões que determinarão a evolução do negócio, desde que o desacordo seja perspectivado como uma oportunidade de melhoria para uma visão de valor superior. No entanto, no que toca aos valores deve haver plena concordância e coerência com as acções diárias de cada um. Nesses valores deve estar implícita uma relação de confiança, abertura de ideias, e respeito mútuo entre os sócios.
3.Autonomia e inteligência emocional, em competências transversais
Cada sócio deve ser auto-suficiente nas suas funções. As relações entre sócios não devem configurar-se em relações de líder – subordinado, uma vez que estimulam a dependência do valor acrescentado que cada um deve incutir no negócio. Contudo, deverá existir uma entre-ajuda emocional perante os obstáculos naturais de um processo de empreendedorismo, mas que deve ser validada na inteligência emocional e autoconhecimento dos sócios, de forma a evitar entraves de relacionamento causados por comportamentos condicionados pelo medo, ego ou insegurança.
4.Equilíbrio entre dar e receber
Ainda que todos os elementos da sociedade cumpram os requisitos anteriores, é igualmente importante que haja um equilíbrio entre o contributo de cada um, nomeadamente no que se refere ao investimento no capital da sociedade, compromisso e competências críticas acrescentadas ao projecto, e os direitos que poderão usufruir, tais como o poder de decisão ou o retorno sob os benefícios económicos do projecto.
Espero, caro empreendedor, ter respondido à sua questão; estou ao dispor para qualquer outra esclarecimento de que necessite. Votos de muito sucesso!
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Autor: Cesar Gomes
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