quarta-feira, 30 de março de 2011

Empreendedorismo: Startups às voltas com somas desconcertadas

Se está a pensar dar os primeiro passos num negócio a solo tem de ter conhecimento sobre as dificuldades apresentadas por cifras erradas. É de uma importância premente escrever estas figuras no papel, assim como compor um mapa da distribuição dos seus recursos financeiros. Ao fazê-lo de forma correcta vai sossegar investidores e empregados, para não falar da sua própria paz de espírito. Um plano financeiro é essencial, especialmente se esta for a sua primeira aventura empresarial. Esta é uma descrição dos erros mais comuns que startups fazem nas suas estimativas. Saiba como evitá-los.

Depreciar custos operacionais. Um terço dos empresários que participaram num estudo recente admitiu ter calculado erradamente os gastos logísticos mensais. As despesas óbvias constavam dos seus planos financeiros, mas alguns ‘esquecimentos’ fizeram-nos cair em águas turbulentas. Dois exemplos apresentados: alguém que vai começar a fabricar um produto inovador, descuidou-se dos custos com embalagens; outros precisavam de um meio de transporte para o seu negócio, mas não anteciparam despesas relacionadas com seguro automóvel.
Um simples documento excell para detalhar todas as despesas pode ser uma solução simples e eficaz para evitar esquecimentos. Para ter uma noção clara dos custos envolvidos, pergunte a fornecedores quanto é que estes lhe vão cobrar inicialmente e que tipo de descontos pode esperar com o decorrer do tempo e se comprar grandes quantidades. Questione ainda outros donos de negócios dentro da mesma linha (mas que não sejam concorrentes directos) que custos tiveram no início das suas operações.

Subestimar o custo da startup. Um quinto dos donos de pequenos negócios diz não terem tido suficiente financiamento no arranque do projecto. Muitas vezes empreendedores são demasiado optimistas a respeito das receitas provenientes das vendas iniciais, pensando que estas por si só irão sustentar o negócio. Contudo, estes esquecem-se que mesmo se fechar uma venda, não irá ver esse dinheiro durante 30 ou 60 dias ou até ainda mais tarde. A dica aqui é considerar que algo vai demorar o dobro do tempo a concretizar-se e irá custar duas vezes mais do que planeado. A excepção é receita: aqui a regra dita que divida esta por dois, porque provavelmente será metade do que está à espera.
Ao pedir um empréstimo para dar início a um novo negócio tem de ter em consideração não só as despesas directamente relacionadas com a startup, mas também os seus custos diários até que esta funcione na perfeição.
Ao estimar custos mais elevados, receitas mais baixas e mais tempo para pôr o negócio no bom caminho pode acabar com figuras assustadoras no papel, mas o seu banco ou a instituição que irá providenciar-lhe com o capital quer ver um plano realista. Pense desta forma: os empreendedores que pedem o capital de que realmente precisam (não importa se a figura parece ser elevada) vão ter melhores hipóteses de serem bem sucedidos do aqueles que tomam um empréstimo abaixo das suas necessidades.

Produtos ou serviços com preços errados. Novos empreendedores normalmente têm uma atitude simplista no que diz respeito a marcar preços para os seus serviços ou produtos e que resulta na fórmula: os meus gastos + margem de lucro. Esta regra ignora factores fundamentais como o seu posicionamento no mercado e o real valor do seu produto. Antes de avançar com um preço que lhe parece justo, decida primeiro em que segmento do mercado se quer posicionar: o seu produto é dirigido para as massas com um preço de baixo custo? Ou um nicho do mercado com valores de luxo? Ou ainda um produto de boa qualidade a um preço relativamente baixo? Especialistas aconselham a - primeiro - atribuir um preço que reflicta o seu valor e depois ver se consegue justificar os custos de produção.

Salário? Pois é, esqueceu-se do seu salário, não foi? O seu vencimento tem de constar do plano financeiro. Muitos empreendedores dizem que não vão receber ordenado, inicialmente, e isso é provavelmente verdade. Com o passar do tempo, contudo, você vai precisar de um salário e ao não prevê-lo está a manter despesas e um break-even point artificialmente baixo. Um salário deve constar das suas contas, sem falta, ao entrar no nono mês da sua nova empreitada. Ainda que o negócio não esteja a fazer suficiente dinheiro para lhe pagar, você deve estipular o seu valor para a empresa e este deve constar no balanço das contas, para que possa ser pago posteriormente como compensação. Ninguém irá administrar um negócio de graça pelo que você não deve ser excepção.

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