quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

CRIANDO UMA VANTAGEM COOPERATIVA


O novo ambiente competitivo, as novas institucionalidades vigentes e a nova idéia do papel dos governos marcaram uma série de transformações que fizeram renascer o interesse sobre o papel que os pequenos produtores podem ter na reestruturação produtiva, assim como no desenvolvimento de regiões e países. Esse interesse coincide com o reconhecimento de sinergias coletivas geradas pela participação em cadeias produtivas que efetivamente fortalece as chances de sobrevivência no mercado cada vez mais competitivo.

As grandes mudanças ambientais, as incertezas, a complexidade e intensidade competitiva, têm levado ao surgimento de diferentes modelos e redes organizacionais. Nesse sentido, tais mudanças ocorrem simultaneamente, com a emergência de um novo paradigma tecnológico, que impõe um processo produtivo mais intensivo em conhecimento, alterando significativamente o ambiente competitivo e colocando novos formatos institucionais para as pequenas e médias empresas.

Na discussão atual, a capacidade de se articular cadeias produtivas competitivas, em espaços locais, depende da sobremaneira de sua inserção complementar as suas congêneres em nível local. As transformações que decorrem do processo de globalização, associadas a outras, tecnológicas e institucionais, impactam profundamente as formas de organização e as premissas de desenvolvimento de cada país ou região. As estratégias dos grandes agentes econômicos implicam em escolhas de regiões que se integram ou que possuem dificuldades para se convergirem, o que vem redefinindo hierarquias e dinâmicas de crescimento econômico de territórios em toda aldeia global.

Destaca-se, também, que a inserção dos empreendimentos no mundo dos negócios em nível global requer a percepção, por parte das instituições públicas e privadas dos Estados, de que a competição não só está mais acirrada como as vantagens competitivas passam a depender cada vez mais da interação sinérgica entre as dimensões empresarial, estrutural e sistêmica. A primeira dimensão tem a ver com a capacidade empreendedora dos agentes econômicos; a segunda, com a infra-estrutura (logística) local/regional e a terceira está relacionada às principais tendências em níveis nacional e internacional.

Cooperatividade sistêmica é uma expressão estranha! Cooperatividade sistêmica é o exercício da cooperação entre os agentes que compõem um determinado todo, beneficiando todas as partes que o constituem e o meio onde ele se insere. A cooperação, dependendo do seu grau, tem a capacidade de contabilizar ganhos sociais, econômicos, políticos, culturais e ambientais que podem advir da cooperação, entrando em contato com o conceito de vantagens cooperativas sistêmicas e tendo a oportunidade de verificar que elas decorrem da aplicação de estratégias cooperativas elaboradas e implementadas por agentes que se articulam em modelos organizacionais especiais.

A competitividade vem sendo tratada como se fosse à majestade absoluta de todos os processos de desenvolvimento. Com um discurso monofônico, seus pregadores alardeiam a necessidade de se sacrificar tudo: ignorar princípios, esquecer cresças, violentar-se, violentar os outros, desconsiderar tratos e contratos, danificar ambientes efetivos e físicos. A competitividade é mesmo essa panacéia? Qual seu verdadeiro papel nos processos sociais e econômicos? Quais os seus alcances e limites? Por que é dado esse tipo de tratamento ao fenômeno da competição? Qual a relação da competição com a cooperação?

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