Os empreendedores do Douro com novas ideias de negócio dispõem a partir de hoje de uma rede de apoio que conta com 26 entidades da região, incluindo câmaras e associações de desenvolvimento, comerciais e empresariais.
As 26 entidades do Douro uniram-se na Rede EmpreenDouro para promover e apoiar iniciativas empreendedoras e a criação do próprio emprego na região duriense, uma das que apresenta menores índices de desenvolvimento da Europa.
Um conjunto de entidades públicas e privadas do Douro juntaram-se, há dois anos, para preparar em conjunto a estratégia de trabalho em rede com o objectivo de valorizar o Douro como uma boa região para investir e empreender.Desta forma, qualquer empreendedor que tenha uma ideia de negócio poderá recorrer a umas das entidades parceiras de "front office" – câmaras, associações de desenvolvimento, comerciais e empresariais e, a curto prazo, será garantido o encaminhamento do processo dentro da rede.
O apoio passa pela formação na área do empreendedorismo, constituição da empresa, implementação de sistemas de apoio à gestão e apoio na cooperação empresarial e internacionalização.
Um dos responsáveis pelo projecto e docente na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Fontainhas Fernandes, afirmou à Lusa que a instituição, um dos parceiros da rede, tem como objectivo incutir nos estudantes o espírito empreendedor e a necessidade de terem uma atitude "mais activa".
"Entrar numa universidade não é garantia de emprego, os estudantes têm de desenvolver novas competências e colocarem as ideias em prática", disse hoje à margem da sessão de apresentação da rede, na biblioteca da UTAD. A rede, segundo o professor, vêm demonstrar que existe na sociedade uma alteração de paradigmas e mentalidades muito significativa porque as pessoas se aperceberam que é "fundamental" trabalhar em conjunto.
Fontainhas Fernandes salientou ainda que os políticos locais já entenderam que a política autárquica não passa só pela criação de infra-estruturas e equipamentos, mas por dar condições de negócio aos cidadãos."Queremos fixar pessoas e evitar o transvase que existe para o litoral", frisou. Por seu lado, o presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Douro, Artur Cascarejo, avançou que o programa coloca uma "série" de entidades a falar a uma só voz e a rentabilizar recursos. "As autarquias irão criar um fundo supramunicipal para apoiar as excelentes ideias, mas que têm como obstáculo a parte financeira", garantiu.
A médio e longo prazo, explicou o autarca, irão ser criadas uma série de iniciativas dirigidas às escolas do primeiro ciclo até ao ensino superior para dotar os jovens de técnicas de criação de emprego. A falta de empregos é, segundo Artur Cascarejo, um dos "grandes" problemas do país, pelo que esta rede vem "inverter" esta tendência.
A Rede EmpreenDouro terá uma plataforma electrónica com informações sobre financiamento de projectos, estudos de mercados, entre outros.Além disso, as 26 entidades envolvidas terão técnicos especializados para prestar esclarecimentos e dar apoio aos "novos empreendedores"."Temos de transmitir aos jovens o gosto pelo risco", realçou o presidente do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), Sobrinho Teixeira. Liderada pela CDDRN, a Rede EmpreenDouro tem um orçamento de "cerca de 800 mil euros", financiado por fundos comunitários.
Sem comentários:
Enviar um comentário