domingo, 3 de julho de 2011

Concorrência leva empreendedores brasileiros para salas de aula

MBA amplia visão estratégica e aprofunda conhecimento sobre as culturas de outros países

Competição acirrada e a busca constante pelo aperfeiçoamento têm levado empreendedores de volta às salas de aula. Ao contrário do que acontecia há alguns anos, quando as opções eram escassas, hoje é possível encontrar cursos em diversas áreas e formatos. Aos poucos, o interesse dos empresários por capacitação tem crescido, embora somente 9% da população adulta do país tenha acesso à educação empreendedora, segundo dados o Global Entrepreneurship Monitor (GEM), de 2010."Os donos das empresas perceberam que quanto maior o nível de educação, maiores as chances de sucesso. Parte das instituições de ensino se alinhou às exigências do mercado. Isso torna o processo de aprendizado dinâmico e rico", afirma Samy Dana, professor de finanças da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Para Dana, na maioria das vezes o empreendedor tem lacunas que só serão preenchidas com a ajuda de uma escola. "Nem todo empreendedor fez administração de empresas. Assim, como um médico ou um arquiteto se capacitam antes de exercer a profissão, os donos de empresas também precisam estudar".

Pioneira nas aulas de empreendedorismo no Brasil, a Fundação Getúlio Vargas oferece desde programas mais longos como o MBA em negócios internacionais e comércio exterior, com duração de 18 meses, a cursos de curta duração como o de liderança para jovens talentos.

De acordo com Dana, na hora de escolher o que cursar é fundamental ter em mente o propósito prático das aulas. "Se o objetivo é resolver questões pontuais, um curso rápido pode ser eficaz e ajudar a descobrir se a matéria será útil. O que não recomendo é fazer algo por modismo ou apenas para ter o diploma".

Eleita neste ano como a quinta melhor escola de negócios do mundo pelo jornal inglês "Financial Times", a Fundação Dom Cabral, com sede em Belo Horizonte, oferece aos alunos diversas modalidades de pós-graduação. Anualmente, participam dos programas 30 mil executivos, 540 deles só nos MBAs.

Silene Magalhães, coordenadora geral dos programas de pós-graduação da instituição, diz que a excelência do ensino e a visão global do mundo dos negócios são alguns dos fatores responsáveis pela tradição da FDC.

"Nossa meta é passar a teoria com alto índice de aplicabilidade. Trabalhamos juntos com as empresas e incentivamos os executivos a medir na prática o retorno do que ensinamos", diz Silene. "A experiência do corpo docente vai além do meio acadêmico e os professores são ligados a companhias de renome. Além disso, fazemos uma triagem rigorosa dos alunos. Nos MBAs, exigimos no mínimo cinco anos de experiência gerencial", completa.

Experiência também é um dos pré-requisitos para ingressar nos MBAs da Fundação Instituto de Administração (FIA). A instituição oferece ao todo 14 MBAs, entre eles o de Gestão e empreendedorismo social e o de Negócios do varejo. Além da análise curricular, Maurício Jucá, diretor acadêmico da instituição, diz que os candidatos passam por entrevista. "Mantemos o nível das turmas e elas ficam mais homogêneas", afirma Jucá.

Comuns no exterior, o ensino pela internet começa a ganhar adeptos no Brasil, principalmente pela comodidade de fazer os próprios horários sem precisar se deslocar. De acordo com a Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), o país tem cerca de 3,5 milhões de alunos matriculados em cursos a distância. Em 2010, o crescimento foi de 33% em relação ao ano anterior.


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