domingo, 3 de julho de 2011
A diferença está na criatividade e antecipação de cenários
Os empreendedores de hoje, são, na sua essência completamente diferentes dos visionários de antigamente. Qual a veracidade deste pensamento?
Os principais vectores de implementação, e empreendedorismo, nos dias de hoje podem-se destacar (entre muitos outros) neste cinco. Uma lógica criativa, uma vertente de sobrevivência pessoal, uma plataforma informativa e tecnológica, uma adopção clara que só na estratégia "blue ocean" se poderá hoje em dia vingar num negocio verdadeiramente inovador e empreendedor, e por fim quem procura verdadeiras lacunas e interstícios do mercado em prol do consumidor.
O empreendedor perfeito (se é que existe perfeição em algo) conseguirá aglutinar todas estas vertentes supracitadas.
Qualquer modelo de negócio deve surgir de uma folha em branco e uma caneta (nunca um lápis) a partir dai, escrever, desenhar, graficar tudo que se tem em mente. Façam-se umas analises SWOT sempre tão bem vindas a qualquer gestor ou economista, enumerem os seus 4 ou 5 P's do negocio (mais tarde derivaram de 5 a 7 C's) proposto por um Marketeer qualquer, que ambicionaria ter o seu nome ao lado do Philip Kotler nos manuais de Marketing.
Desenvolva-se dessa maneira, com uma esferográfica, pois todos os disparates e erros que pareçam na altura disparatados e erráticos, poderão ser verificados num futuro relativamente próximo, como verdades e pensamentos inolvidáveis do apelo da criatividade pretendida.
Posteriormente poder-se-á perguntar o porquê desta ideia? Precisava o mercado disto, ou precisava eu do proveito deste negócio? São precisamente dois factores em cima enumerados que se podem complementar. A minha necessidade enquanto consumidor e a minha necessidade de ganhar dinheiro. Naturalmente não necessitam de andar de mãos dadas estas dois interesses do mercado (os nossos e os vossos) mas se surgirem assim ainda melhor, há uma ambição nata para o fazer crescer. Há muitos anos, nomeadamente no ultimo século, dir-se-ia que qualquer dos mercados hoje em voga em todo o mundo, seria inacessível e impossível de ser bem-sucedido, desde uma pessoa voar, quanto mais aos dias de hoje por 10€ entre capitais europeias. Ninguém pode apelidar algum céptico de ser um "Velho do Restelo" que, por altura dos anos 90 pensar que iria voar por "2 contos" entre o Porto e Roma, quanto mais julgar que poderia apesar da inflação, do aumento do preço do petróleo, o fazer passados 20 anos... Aqui entra nesta mesma linhagem a estratégia "Blue Ocean" onde as companhias” low cost” por elas próprias, descobriram os interstícios de gigantes da aviação mundial e hoje em dia, disputam e arruínam companhias de aviação de bandeira com casos bem conhecidos e próximos.
Por ultimo a base do conhecimento, da partilha de informação, da pesquisa, do mundo à distancia de um "click", do social networking.
Imagine-se o que um empreendedor, futuro empresário, teria de diferente há não mais que 10 anos em relação aos dias de hoje.
Teria uma ideia de negócio. Onde? Na sua mente, claro. Este, penso, ser o único ponto similar.
Após isso, pesquisaria um nome, uns significados e tentar saber mais sobre o tema. Poderia ir pesquisar em bibliotecas municipais, ou em universidades, possivelmente lendo umas teorias ao alcance só de algumas universidades de economia, ou mesmo ter que ir ver alguns arquivos na Torre do Tombo para dados mais históricos. Uma enciclopédia e um “Petit Larousse” poderiam ajudar à maturação do modelo negocial. Quantos registos comerciais, prediais, patentes e propriedade industrial teria que percorrer, quantos dias passaria e com ajuda de alguns intermediários à procura de um imóvel que fosse conveniente para o seu negócio? Quantas entrevistas após anúncios em jornais teria que fazer para arranjar os perfis adequados ao seu negócio, como se comportava a concorrência, se não fosse ver "in loco" como funcionava? Como no caso de pioneirismo, adivinhava se alguém no concelho vizinho já se tinha adiantado na ideia, e como poderia saber dados sociais, métricos, estatísticos, e outros quantos para fazer um verdadeiro plano de negocio? Quanto tudo isto teria custado, em tempo, deslocações e requerimentos? E sem umas inúmeras questões que dariam facilmente para transformar um mero e simples artigo de opinião numa dissertação de cariz académico.
Para tudo ser feito e bem feito, nunca em menos de um mês poderia reunir a informação que necessitaria.
Se hoje pretendesse fazer o mesmo, fazendo um horário de funcionalismo publico, talvez fizesse a parte de pesquisa em meio dia de trabalho. No resto do meio dia que sobrasse, usaria o mesmo para formalizar o que pretendia “on line” sem esquecer todas as benesses, taxas, e empréstimos ou facilidades que poderia consultar em qualquer banco ou website de incentivos governamentais existentes na web. Por fim, o poder tratar da empresa e marca na hora através da internet a fim se registar o seu novo rumo de vida.
As regras continuam iguais às de alguns anos. O que para os outros demorava um mês, para todos também demorava, o que hoje para pode demorar um dia, demora o mesmo para quem está em similar situação. A diferença está, e isso nunca mudará, na criatividade, na antecipação de cenários, e na forma de usar facilmente (ou não) as ferramentas tecnológicas que todos temos ao dispor.
Afinal, a vontade de sobreviver por meios próprios já existia, a vontade de ver lacunas de mercado na altura eram chamadas oportunidades, a criatividade era chamada inteligência, e o "blue ocean" seria chamado de "falta de oferta" do mercado. As tecnologias ao serviço do mercantilismo, eram as que existiam.
Os empreendedores de hoje não são completamente diferentes dos visionários de antigamente, têm é mais meios digitais e informativos ao seu dispor, mas os (proto) concorrentes também.
As regras continuam iguais para todos, só o trabalho de cada um é que poderá fazer a diferença. E recorde-se, sua-se muito para alcançar a sorte no trabalho e na vida.
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autor:Rui Pedro Oliveira Gestor
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