O empreendedorismo sempre foi um traço marcante na personalidade de Paulo Ribeiro. Filho de um comerciante e de uma cabeleireira/quituteira nas horas vagas, escolheu a faculdade de Informática em uma época em que a Tecnologia da Informação no Brasil era, com muita boa vontade, um universo incipiente.
Em 1985, seu primeiro ano como universitário, a profissão não tinha sequer reconhecimento formal. O único computador disponível na faculdade era o UNIVAC – uma geringonça de 13 toneladas, formada por 5200 válvulas, que começou a ser produzida nos Estados Unidos na década de 1950.
A insegurança de um mercado em formação, entretanto, mostrou-se como uma oportunidade para ajudar a criar uma carreira. Logo depois de se formar, em 1988, Paulo decidiu unir o agradável ao mais agradável ainda: montar seu próprio negócio na área de desenvolvimento de sistemas gerenciais.
O investimento inicial foi um microcomputador 386, uma impressora matricial e muita vontade. Porém, as condições de trabalho não eram as ideais. Já responsável por uma família, não podia depender do faturamento do empreendimento recém-criado. Tinha que conciliar a vida de empresário com a de empregado na área de TI de uma grande indústria.
As visitas a clientes em potencial – na verdade, mais amigos do que prospects – só podiam ser realizadas fora do horário comercial. Tais dificuldades, aliadas à realidade do interior de Minas Gerais, onde o processamento de dados não era motivo de preocupação das empresas, redundaram do fechamento da empresa.
Em 1994, Paulo embarca no segundo empreendimento. Após mudar de cidade, resolveu mudar também de ramo. Inspirado no sucesso de empórios, rotisseries e similares em São Paulo, decide investir seus recursos no Empório Gerais, em Pouso Alegre (MG), direcionado ao público gourmet. Sem experiência no ramo, opta por contar com um sócio.
Inaugurado em outubro de 1995, o novo negócio teve seu pico de faturamento no primeiro Natal. O fim de ano bem sucedido dava sinais alvissareiros para o Empório Gerais, mas que não se confirmaram e o ano de 1996 foi de movimento baixo. Apesar da vasta gama de produtos, o negócio não emplacou no pequeno e calmo mercado pousoalegrense.
O sócio, que esperava fazer gordas retiradas do negócio, também se retira. Com isso, Paulo vê o empório naufragar, uma vez que, novamente, sua jornada de trabalho o impedia de se dedicar plenamente ao negócio.
Apesar de duas experiências mal sucedidas, a sanha de formar seu próprio negócio não arrefeceu. Depois de se mudar para Brasília, Paulo decide aplicar seu potencial empreendedor na área em que se destacou profissionalmente, a TI. Ao observar as deficiências da prestação de serviços em help desk na empresa em que trabalhava, decide novamente, montar sua própria empresa. Era o início da FastHelp.
Com base nas experiências vividas, resolve fazer diferente: aprofunda seus conhecimentos sobre prestação de serviço de TI, gestão de empresa, de clientes e de pessoas. Elabora um plano de negócio estruturado, planejando cada etapa deste novo negócio.
Em oito anos, a empresa, que abriu suas portas com apenas dois funcionários contratados e três estagiários, conta com 50 empregados. A causa do sucesso? Somar à intensa dedicação da equipe, estratégias inovadoras de negócio. ”Na prestação de serviços, não basta ser um ótimo técnico. Para realizar um bom trabalho, é preciso conhecer muito bem nosso o cliente. Além da eficiência, você será avaliado pela cordialidade e pelo comprometimento”, diz Paulo.
Com base nessa filosofia, Paulo investe continuamente tempo e recursos para contratar e treinar os profissionais de sua equipe. Entende, ainda, que reuniões periódicas são indispensáveis para a troca de experiência, análise dos resultados, compartilhamento de novas soluções e eventual redirecionamento das ações. “As escalas de trabalho são diferentes, os problemas técnicos são diversos, mas, no fundo, a forma de lidar com os clientes tem que ser a mesma”, comenta, lembrando que “continua a falar muito nesses encontros, mas, procura escutar mais ainda…”
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