Residentes em países distintos e com uma paixão mutua pela música e pelo empreendedorismo, idealizaram uma produtora musical que tem como objectivo exportar talentos.
Duas pessoas que se conheceram por este mundo fora, e que simpatizaram uma com a outra, decidiram juntar-se para partilhar o sonho de ser empreendedor e criar um projecto próprio.
Residentes em países distintos, um na Finlândia, e outro na Escócia, e com uma paixão mutua pela música e pelo empreendedorismo, idealizaram uma produtora musical que tem como objectivo exportar talentos.
A ideia é simples, mas como em tudo, o mais difícil é pô-la em prática. O que fazem é procurar ídolos conhecidos e não conhecidos, num determinado país, para promove-los no estrangeiro. Existem cantores com talento, e conhecidos em todos os países, mas nem todos conseguem vender a sua música fora do seu país. Eis que entram estes empreendedores a fazer uma espécie de internacionalização de cantores.
O conceito despertou-me a atenção, pois a ideia é simplesmente fantástica. É o mesmo que alguém agarrar no seu produto e internacionaliza-lo, mas neste caso a particularidade é que são pessoas e não produtos, facto que me despertou alguma curiosidade.
Uma vez encontrados os talentos num determinado país, criam um disco onde misturam talentos conhecidos com talentos não conhecidos, e assim se cria o primeiro CD, com o nome do país e a frase "Why not". Por exemplo se fizessem isto em Portugal o título do CD seria "Portugal why not". Uma vez construído o CD, arranca toda uma máquina de publicidade deste CD noutro país, iniciando-se assim a exportação dos cantores. Esta estratégia tem uma particularidade interessante, que é a de conseguir identificar o país onde estão os cantores, e depois saber qual o país mais indicado para a sua internacionalização, de forma a iniciar uma mega campanha à volta destes cantores. Imagine a dimensão do negócio com este exemplo: Portugal, dada a sua dimensão, não consegue gerar muitas vendas de um determinado título, mas tem não só bons cantores não conhecidos, como é o exemplo encontrado nos ídolos, como cantores conhecidos que não se conseguem promover no estrangeiro. Fazer um CD de "Portugal Why Not", com estes artistas, e tentar comercializa-lo, por exemplo, no Brasil ou nos Estados Unidos, multiplica o número de títulos vendidos em muito. Esta é a oportunidade de negócio, que se funciona, torna os empreendedores milionários e os cantores famosos e também milionários.
Tive o prazer de conhecer estes empreendedores, e falar com eles sobre o negócio e fiquei realmente admirado, não só com a ideia, mas mais ainda, com o facto de serem umas autênticas máquinas a angariar capital. Acabaram de lançar o primeiro disco, e assim que o produziram, conseguiram angariar de vários países e de várias capitais de risco mais de 4 milhões de euros para o projecto.
Perguntei-lhes como é que conseguiram tanto dinheiro, de tantas capitais de risco e em diferentes países. A resposta foi simples: acreditam no que fazem e vendem a sua ideia com paixão. Disseram-me que os investidores vêem a paixão pelo negócio nos seus olhos e que simplesmente acreditaram, como eles, que é possível. Obviamente, também existem outros factores que lhes disse que eram importantes, e que concordaram, que é a experiência de um deles no sector, e a história que o mesmo tinha no mundo da música. Isso pesa muito para o investidor, mas sem dúvida que a paixão pelo negócio também pesa e é tão importante como a experiência.
É preciso acreditar no que se faz, porque se você mesmo não compra a sua própria ideia, quem a vai comprar? Isto foi o que Steve Jobs sempre transmitiu ao público. Ele acreditava no que fazia, de tal forma que revolucionou o mercado, e conseguiu vender um telemóvel 4 vezes mais caro que o preço médio do mercado.
Quando se acredita e quando se tem essa paixão pelo negócio, tudo é possível. Uma coisa é gostarmos do que fazemos, outra é ter paixão pelo que fazemos, e transmiti-la ao mercado. Às vezes vemos grandes shows nas empresas multinacionais sobre o quanto somos bons. Pode parecer patético, mas é isso que faz acreditar que somos os melhores, e é isso que contribui para os nossos colaboradores acreditarem, consumirem e venderem essa paixão.
Estava com estes empreendedores num bar a celebrar o aniversário de um deles, e por norma não sou de falar muito em grupo e com desconhecidos, mas a paixão pelo negócio era tão forte que de repente envolveram, de tal forma, que nem dei conta das horas. Eu conheço-me e sei que o facto de me terem conseguido reter por tanto tempo, teve realmente que ver com a paixão que estava no ar sobre o negócio, quase como um filme que estamos a ver e que não conseguimos abandonar antes de chegar ao fim.
Sem comentários:
Enviar um comentário