domingo, 25 de março de 2012

Pensar, criar, Inovar e Empreender

Vou iniciar este artigo com uma verdade incontestável que todos nós conhecemos e ninguém nos deixa esquecer, não porque considere essa verdade um “destino” ou mesmo um “fado”,mas sim porque considero que deve ser aproveitado mais do que isso, como o “rastilho”, o combustível, o ponto de partida para a acção.

O cenário em Portugal não é o mais animador e 2012 está a ser e vai ser certamente um ano particularmente difícil, todos os indicadores disponíveis nos mostram isso mesmo:
• Taxa de desemprego a aumentar;
• Medidas de contenção orçamental e austeridade;
• Redução consumo particulares e redução investimento das empresas.

A comunicação social transmite-nos constantemente notícias que reforçam esta mesma ideia, através dos jornais, da Televisão, rádio e internet. Nos cafés, na rua, nos meios de transporte, as palavras que mais ouvimos são: Austeridade, crise, Troika.
Nós precisamos, no entanto de ouvir, Pensa, cria, inova. Eu, tu, nós, podemos!! Vamos todos contribuir para alterar o cenário actual. O que podemos nós fazer? Não podemos ficar de braços cruzados à espera que a situação melhore; temos irremediavelmente de ser, apesar de todas as dificuldades e obstáculos, os agentes da mudança, temos que empreender!!!

Cada um de nós pode construir o seu futuro e assim também o futuro de Portugal, senão o fizermos, se não desenharmos o nosso plano de vida o que nos pode acontecer é cair no plano de outra pessoa e ai não podemos certamente esperar o melhor, como diz Jim Rohn(Empreendedor, autor e orador motivacional):
“If you don’t design your own life plan, chances are you’ll fall into someone else’s plan. And guess what they have planned for you? Not much.” É crucial por isso promover a criação de empresas
em Portugal.
Felizmente têm sido lançadas cada vez mais iniciativas em contexto empresarial e também universitário; não podemos, no entanto, nos esquecer de que em Portugal uma grande percentagem de empresas encerra logo no 1º ano de actividade e apenas um número muito reduzido chega ao 5º ano de existência.
Para que seja possível alterarmos esta relação devemos assim criar condições, não apenas com o objectivo de criar empresas, mas também de garantir a sua sustentabilidade.
Saliento aqui, cinco eixos fundamentais e críticos para o sucesso e sustentabilidade dos projectos empresariais e empresas: Planificação, Formação; Dinamização Comercial; Networking e Mentoring.

Planificação:
A definição clara de uma estratégia é fundamental. Deve existir um planeamento cuidado; a planificação constitui-se, então, numa ferramenta de apoio à gestão, visando o desenvolvimento futuro da organização da empresa, especificando as grandes orientações que lhe permitirão, de forma sustentada, construir, modificar, melhorar ou fortalecer a sua posição face à concorrência.
O processo de planificação (estratégico) divide-se em três grandes fases – a análise, a formulação, a implementação. Da eficácia e eficiência com que esta última for elaborada, na passagem da teoria à prática, dependerá o sucesso.

Deste processo resultará o Plano de Negócios da empresa, o qual deverá ter como principais objectivos:
• Testar conceito de negócio;
• Orientar as operações;
• Atrair recursos financeiros;
• Transmitir credibilidade;
• Desenvolver a equipa de gestão

A Formação
A criação de valor na sociedade actual resulta sem dúvida da inovação, da consequente produtividade, dimensões estas que resultam da aplicação pragmática do conhecimento, isto é, do desenvolvimento de competências.
O grau de eficácia e eficiência das organizações em potenciar o “seu” capital humano e em desenvolver competências ditará o seu sucesso ou insucesso. Deve assim haver uma aposta contínua em apreender mais e melhor, numa clara actualização de conhecimento e desenvolvimento de competências tanto técnicas como comportamentais.

ADinamização comercial
Este é um dos factores que leva ao insucesso de muitas empresas, a ideia pode ser excelente e a oportunidade existe, os produtos ou serviços são fantásticos, no entanto, sem uma rede comercial eficaz e eficiente isso não é suficiente, vivemos numa era de grande competitividade e de muita oferta. A dinamização comercial é crucial, se não existem essas competências internamente, devem ser procurados parceiros que desenvolvam essa vertente.

O Networking
Esta é uma palavra cada vez mais ouvida, começa a ser consensual a importância e relevância atribuída ao Networking.
Não se trata de coleccionar números de telefone, endereços de correio eletrónico ou “amigos” nas redes sociais, mas sim utilizando essas várias ferramentas de construir relações que permitam aos empreendedores integrar redes de partilha de conhecimento, potenciar parcerias e negócios bem como explorar novas oportunidades.

O mentoring
Nunca somos detentores da verdade absoluta, principalmente no início de um novo desafio, no lançamento de um novo projecto ou criação de empresa. Quem inicia o seu percurso empreendedor, não tem experiência, não conhece o mercado e em alguns casos, não tem conhecimentos de gestão. O que fazer?
Pedir ajuda, sugestões ou conselhos, procurar quem tenha um percurso académico também, mas principalmente empresarial, acumulado de experiências positivas e porque não, também negativas. Alguém que seja capaz de orientar e ajudar a tomar decisões, não apenas nos maus momentos, mas em todos.

Para terminar, não nos podemos esquecer que a criatividade e inovação devem estar na base de qualquer projecto, temos de nos diferenciar, não podemos simplesmente fazer mais do mesmo e devemos ainda apostar em algo que realmente gostemos de fazer, pois a paixão move montanhas.
Bom trabalho, Empreendam!!! E Divirtam-se!!!

Porto recebe primeira loja especializada na fileira da oliveira


Oliva & Co abriu este mês no Porto e é a primeira loja nacional especializada na fileira da oliveira.
Neste novo espaço, podem adquirir-se e degustar-sevários produtos, quer da marca Oliva & Co, quer de outros produtores. Obrigatório mesmo é serem nacionais.
Várias gamas de azeite virgem extra, cosméticos àbase de azeite, conservas de peixe, vegetais, queijos e enchidos em azeite, doçaria variada, chá de oliveira, azeitonas, pastas e patês de azeitonas são alguns dos produtos disponíveis neste espaço situado numa perpendicular à Rua do Rosário. “Em plena loja pode tomar-se um chá e comer-se um pudim azeitado. A literatura,
o artesanato e os demais utensílios deste tema também farão parte do quadro que compõe a Oliva & Co”, como se pode ler no comunicado de imprensa.
Segundo a mentora do projeto, Helena Ferreira, esta “não é uma loja gourmet. Pretende ser uma loja democrática que abrange diferentes públicos, com preços diversos, mas em que a qualidade é sempre garantida. Esta primeira loja é um laboratório de experiências para otimização dos produtos da fileira da Porto recebe primeira loja especializada na fileira da oliveira para testar a reação e aceitação do público”.
Neste novo espaço com uma decoração dedicada à oliveira, também se vão realizar debates, provas e degustação de azeite, workshops e cursos de azeite.

domingo, 4 de março de 2012

Aumentar a competitividade na região centro é objetivo da InovCluster

InovCluster - Estratégias para um futuro sustentável


O InovCluster - Associação do Cluster Agro Industrial do Centro, é um cluster privado sem fins lucrativos, sediado nas instalações do CATAA (Centro de Apoio Tecnológico Agro-Alimentar),
na zona industrial de Castelo Branco. Criado em Maio de 2009 com 11 associados, começa a funcionar em pleno a partir de Janeiro de 2010. Com apenas cerca de dois anos de actividade, conta neste momento com 103 associados, que se dividem da seguinte forma: 77 empresas; 10 Associações; 6 Municípios; 7 Instituições de I&D e 5 Instituições de Ensino.

Segundo a Diretora Executiva do InovCluster, Engª Cláudia Domingues, a diversidade de instituições envolvidas garante transversalidade, complementaridade e integração de recursos e conhecimento.

Os objectivos do Inovcluster passam por aumentar a competitividade, promover a inovação e a
sustentabilidade, estando detalhados num conjunto de seis áreas de networking com os seus associados:
- Divulgação de oportunidades de financiamento;
- Realização de seminários e workshops;
- Reuniões bilaterais;
- Acompanhamento de candidaturas a projectos;
- Divulgação de tendências e inovação;
- Representação dos produtos dos associados.

Desenvolvimento regional e nacional

A associação pretende contribuir para que a Região Centro se afirme ao nível nacional, ibérico e
europeu como um território líder nas fileiras agro industriais de excelência, suportado na singularidade e na qualidade dos seus agro recursos, na preservação da biodiversidade e da diversidade paisagística dos seus espaços agrícolas e rurais, e na competitividade dos sistemas produtivos locais e regionais.
Abrangendo as fileiras da carne, do peixe, do mel, do leite e lacticínios, do azeite, hortofrutícola, vinho e vinha e cereais.
Apresentam crescente produtividade e com uma margem de progresso para ganhos de diversidade e valor acrescentado. O InovCluster surge como entidade facilitadora de knowhow
e de ferramentas que permitem às entidades associadas promover os seus produtos, efetuar novos investimentos e aperfeiçoar ideias inovadoras, como fatores de desenvolvimento da atividade e aumento do volume de negócios.

A importância do poder local

Um dos principais apoios à Associação parte da Câmara Municipal de Castelo Branco, que na figura do seu presidente, Joaquim Morão, é um dos principais impulsionadores deste projecto.
Esta instituição garante o financiamento de 30%, sendo os restantes 70% financiados através do programa COMPETE – Programa Operacional Fatores de Competitividade, pelo QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional e ainda pela União Europeia – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. Este último consiste na candidatura de projectos específicos para o desenvolvimento da região e apoiados no âmbito do cluster.

Emprego

A associação conta com quatro elementos para garantir o seu funcionamento, Diretora
Executiva, assistente técnica, responsável financeira e assistente administrativa, mas o cluster, com todos os seus associados, representa cerca de 1500 postos de trabalho, não sendo ainda possível estimar o número de postos de trabalho indirectos criados. Mas, segundo a Diretora Executiva do cluster, serão já muitos os postos de trabalho criados para fazer face às especificidades desta indústria e que na maior parte dos casos culmina com a criação de micro empresas.

A importância dos números

Os últimos dados relativo ao Volume de Negócios das empresas associadas, não considerando
ainda as 77 empresas, mas apenas 59, representa cerca de 344 milhões de euros.
Algumas das principais empresas do cluster, responsáveis por cerca de 58% do total do volume de negócios, são a Danone, A. Pires Lourenço, Fábricas Lusitana, Probar, Maçarico, SIA, Adega Cooperativa de Cantanhede e a Lugrade.

Excelência

A união de esforços por um Cluster de Excelência tem sido outro dos principais objectivos da Inovcluster, o que levou, no primeiro semestre de 2011, à identificação de cinco áreas/unidades de intervenção/atuação prioritárias, facto demonstrativo da estratégia
integrada do InovCluster, designadamente:

- Unidade de Internacionalização
O âmbito de atuação da unidade de internacionalização tem como propósito a vigilância de mercados, a prospeção inversa, a participação em missões e feiras, workshops, seminários e
conferências, a apresentação dos produtos dos associados nos mercados externos, estratégias colaborativas no âmbito da logística, apoio/orientação na atividade e iniciação da exportação e a articulação com Pólos e Clusters Internacionais.

- Unidade de Tendências e Inovação
Foram identificadas especificidades do setor Agroalimentar ao nível dos seus produtos e da necessidade em aceder a informação relativa a novas tendências e inovação, quer seja ao nível do
desenvolvimento de novos produtos, da sua embalagem ou imagem.
O InovCluster disponibiliza aos associados informação de tendências e inovação no setor agroalimentar, ao nível de novos produtos, ingredientes, embalagens e tecnologias. Organiza ainda seminários e workshops na área da inovação, articulando com as entidades detentoras
do know-how a introdução dessas inovações.

- Unidade de Apoio ao Empreendedorismo
Pretende, principalmente, estimular e apoiar a criação de novas empresas no setor Agro-industrial e a consultoria no desenvolvimento e comercialização de ideias e tecnologias, de novos produtos e serviços. Assim sendo, e de forma a ultrapassar barreiras com as quais as
empresas se deparam na criação e consolidação de uma empresa ou de um produto inovador, a associação presta apoio a nível de consultadoria aos empreendedores, a nível de marketing, das relações pessoais e comerciais com clientes, fornecedores e colaboradores.

- Unidade de Divulgação e Imagem
Esta unidade visa a promoção dos produtos do setor, dando visibilidade global a marcas e produtos, quer a nível local quer a nível internacional, em feiras, workshops e seminários; ajuda a elaborar material publicitário de apoio à divulgação de produtos inovadores dos associados e identifica produtos com potencial para integração, promovendo a inovação. A articulação de estratégias conjuntas de comunicação e promoção permite dar uma maior visibilidade do sector e das potencialidades da região, sendo geradora de sinergias desde as micro às grandes empresas.

- Unidade de Apoio a projectos
A este nível o trabalho desenvolvido abrange o apoio técnico nas candidaturas a projetos, mas também surge como elemento facilitador na estruturação e sustentabilidade financeira dos projetos.

Prémios

Só pela consistência e dimensão do trabalho supra descrito se justifica que um cluster com apenas dois anos de existência seja reconhecido a nível europeu como exemplo de boas
práticas no funcionamento de um cluster e lhe seja atribuído um prémio de European
Cluster Excellence Iniciative Bronze, que reconhece a excelência do trabalho desenvolvido.

Estratégias colaborativas

Um projeto com estas caraterísticas conduz a uma situação que se define como uma win-win situation em que todas as partes saem a ganhar. A região com a fixação e criação de emprego, a simbiose que se espera entre os centros de conhecimento, como os Institutos Politécnicos de Castelo Branco e da Guarda, as universidades de Coimbra e da Beira Interior e a Escola Superior Agrária de Coimbra, através de centros I&D e as empresas.
Desta forma, ganham as grandes empresas, que diminuem os custos de promoção e garantem os recursos necessários para o desenvolvimento da sua actividade, sejam materiais ou humanos, concentrados numa determinada região, e ganham ainda as pequenas empresas, que têm acesso a mercados (apoio à internacionalização), recursos financeiros (através de projetos de apoio) e técnicos (acesso a I&D) que dificilmente conseguiriam obter por modo próprio.

Este caso é um bom exemplo de que 1 mais 1 pode ser igual a três. Um bom exemplo a seguir e a acompanhar no futuro.