sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Hicislab - “É com os nossos colaboradores que conseguimos fazer a diferença"


A Sociedade Dr. Rodrigues Pereira - Laboratório de Anatomia Patológica, SA, já soprou as onze velas de aniversário tendo sido criada em Julho de 1998, tem conhecido uma grande evolução desde a sua criação.
Esta empresa que se dedica à realização de exames de Anatomia Patológica, que é a especialidade médica no qual se procede ao diagnóstico de lesões tecidulares e ou orgânicas provocadas por situações de doença. Através de observação de células, fragmentos de órgãos colhidos por biopsia ou órgãos na sua totalidade, é possível efectuar o diagnóstico da lesão em si ou de factores que influenciem a terapêutica e o prognóstico. Os tipos de exames efectuados no Laboratório citologia convencional, liquida e aspirativa, exames histológicos e diversos exames complementares.
Entre os clientes desta empresa encontram-se hospitais públicos e privados, clínicas, serviço nacional de saúde e clientes particulares. A sua implantação de mercado foi alargada nos últimos anos a todo o país, sendo que, nos primeiros anos de actividade estava essencialmente confinada à zona norte.
Em 2008 a HicisLab facturou cerca de 900 mil euros com uma margem de EBITDA sobre o volume de negócio de 28%.
Esta empresa foi criada por um conjunto de profissionais de grande experiência, contando a maioria dos seus quadros com mais de 20 anos nesta actividade, em apenas dez anos de actividade o HicisLab passou de 4 colaboradores para os actuais 23 colaboradores entre médicos, técnicos, pessoal de apoio administrativo e auxiliar.
A Presidente do Conselho de Administração Maria Alice Azevedo reconhece que os recursos humanos têm sido um factor fundamental para o sucesso referindo “…é com os nossos colaboradores que conseguimos fazer a diferença, por isso orgulhamo-nos de ter profissionais altamente qualificados e identificados com a cultura da empresa e objectivos de gestão, sendo que cada um, no desempenho das suas tarefas sabe exactamente o que a empresa espera dele e de igual modo também sabem o que esperar da empresa reconhecendo o esforço que esta faz para lhes proporcionar as melhores condições de trabalho. Esta cumplicidade tem sido um dos pilares do sucesso, por esta razão, podemos ostentar uma taxa de rotatividade de pessoal diminuta sendo que a equipa base se mantém desde a sua fundação”.
Esta introdução conduz a outra questão: qual a fórmula mágica que leva uma empresa que nos primeiros quatro anos de actividade tem uma presença quase residual no mercado e a partir de 2002 até 2008 teve um crescimento de quase 100%? É de salientar ainda, o crescimento acentuado no último exercício (27%), numa altura em que fomos fustigados por uma crise económica que nas últimas décadas não existe memória.
Maria Alice Azevedo refere que não existem fórmulas mágicas na gestão que conduzam ao sucesso das empresas, mas não tem dúvidas em destacar que a profissionalização da gestão fez a diferença, acompanhada com uma forte aposta no serviço ao cliente. Por outro lado, ir ao encontro das expectativas dos clientes e sempre que possível superar essas mesmas expectativas é o grande desafio colocado em cada relação com os nossos parceiros de negócio, gerando com cada um deles uma “win-win situation”. Esta postura procura sedimentar relações para “a vida” e não apenas para negócios pontuais, o que tem permitido um crescimento sustentado.

A certificação de qualidade foi outro dos passos importantes para o crescimento e organização da empresa, colocando no papel as boas práticas já assumidas pela empresa mas que levou uma sistematização de processos e o aprofundar de uma filosofia de exigência e melhoria contínua. Destaca-se aqui, que esta foi das primeiras empresas a obter a certificação de qualidade.
Outro dos factores que fez a diferença foi a criação de uma nova imagem acompanhada de uma outra postura comercial, em que a empresa passou a ser identificada por essa mesma imagem e por um novo logótipo HicisLab. A introdução de uma nova imagem num sector tradicional, foi um risco assumido tendo sido uma aposta ganha. Para os responsáveis pela gestão do Laboratório os objectivos com esta mudança foram alcançados, não pela imagem per si, mas por todo um conjunto de acções que a acompanharam.
Por outro lado, a exigência empregue na relação com os clientes é também estendida a montante criando com a grande maioria dos fornecedores uma relação de parceria considerando-os como uma extensão da própria organização, esta situação conduziu a uma redução de stocks com tempos de resposta reduzidos e com estabilidade ao nível da qualidade.
Pode-se afirmar que estabilidade e relações duradouras são conceitos chave para o sucesso desta empresa, onde podemos observar tal facto na relação com colaboradores, fornecedores e clientes.
A acrescentar a estes factores deve-se juntar a inovação! Levando a constantes e avultados investimentos nos últimos anos desde instalações, equipamentos, formação e a adopção das mais recentes técnicas de diagnóstico. Este é também um factor de diferenciação, na opinião de Maria Alice Azevedo, face ao tradicional tecido económico nacional, optando sempre que possível, pelo investimento dos meios libertos na empresa, gerando este factor um efeito “bola de neve” no crescimento da mesma. Em muitas das empresas o que se verifica é uma descapitalização não permitindo uma capacidade de renovação, conduzindo em alguns casos mesmo ao encerramento.
Uma pergunta que não podia deixar de ser feita, que perspectivas tem para o HicisLab após anos consecutivos de forte crescimento? No entanto a resposta não podia deixar de ser mais pronta, “continuar com a filosofia de gestão que temos pautado até à data, não tendo no entanto, a fobia de querer crescer a todo o custo, o que temos feito é crescer com qualidade e sustentabilidade.” Esta é uma questão que a Administração do Laboratório coloca sempre que são necessários novos investimentos, e que encontra resposta no equilíbrio dos mesmos sabendo que não é possível num mercado como o nosso crescer de forma ilimitada, por isso recorrem com o equilíbrio que economicamente parece mais sensato em cada momento, entre uma estrutura de custos fixos e variáveis adequada à sazonalidade do negócio e à previsível variabilidade de procura do mesmo, o que permite responder de forma adequada ao aumento da procura e não ter grandes impactos com a redução da mesma.
Questionando ainda a responsável deste Laboratório e principal accionista, que características considera que um empreendedor deve ter?
“Desenvolver com paixão a sua actividade. Pois só dessa forma, no contexto actual, se consegue justificar o risco e a enorme disponibilidade e dedicação à actividade desenvolvida. E, um profundo conhecimento do negócio”


quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Análise Prof. Carlos Navaza - “Estamos perante uma empresa que tem uma ideia de competitividade determinada”


Ser empreendedor sempre foi uma tarefa difícil, que implica risco, factor que se contrapõe a um dos aspectos básicos que orienta as pessoas, a segurança.
Obviamente, sem pessoas capazes de assumir este risco de empreender, a sociedade não podia evoluir e continuaríamos na pré-história. Por isso, devemos agradecer a existência de pessoas empreendedoras e mais, devemos ajudá-las, o que muitas vezes se apregoa mas que raramente tem conotações práticas.
Além disso, em épocas de crise como a actual, é quando é necessário mais empreendedores e, consequentemente, se devem dar mais ajudas aos mesmos.
Tenho grande satisfação ao ter um caso de empreendedorismo com êxito como o que reflecte a Hicislab, uma empresa com 11 anos de vida que alcançou uma estabilidade empresarial notável e com perspectivas de continuar. Sendo que, no ano passado, apesar da envolvente económica ser desfavorável, teve um crescimento de 27%.
Cingindo-me aos aspectos estratégicos apresentados no relato da empresa, agrada-me que a presidente do conselho de administração, Maria Alice Azevedo, destaque o serviço ao cliente como a sua forte aposta competitiva. Sempre que tenho oportunidade de falar com algum empreendedor ou com possíveis candidatos aconselho-os a perguntarem a si próprios: “Porquê que os clientes me vão comprar e não vão a um concorrente que oferece o mesmo produto ou serviço?”. A resposta a esta pergunta é a chave da subsistência de uma empresa. Portanto, uma resposta clara como a da Hicislab é um sinal de qualidade empresarial.
A presidente reflecte ainda a importância que a empresa dá aos colaboradores, aspecto que é digno de se destacar, não só pelo seu valor de responsabilidade social, mas pela coerência no aspecto do serviço ao cliente assinalado, pois não devemos esquecer que são os colaboradores os que têm de pôr em prática na sua relação com o cliente, o valor que a empresa quer dar. Esta coerência também reflecte a relação que se quer ter de estabilidade e de duração com os clientes e que afecta tanto os colaboradores como os administradores. Esta coerência seria ainda mais plena se os aspectos anteriores se traduzissem em objectivos quantitativos no seu plano estratégico e no seu plano operativo, espero e desejo que assim seja.
Portanto, estamos perante um exemplo de uma empresa que tem uma ideia de competitividade determinada e estabelece os objectivos, as politicas e as acções adequadas à ideia citada, coerência que é básica para o êxito empresarial.
Não obstante, há aspectos sobre os quais gostaria de prevenir a Hicislab, e consequentemente empresas ou empreendedores semelhantes, a profissionalização e a inovação.
As empresas criadas por profissionais de uma determinada área, neste caso profissionais de análises clínicas, têm o inconveniente principal de não funcionar como um negócio. É preciso diferenciar produto e negócio e como tal, administrar ambos sem interferências. Os grandes profissionais do produto não são pessoas do negócio e portanto há que saber aceitar as suas limitações e rodear-se de profissionais do negócio ou de empresa. Outro aspecto importante é a inovação. Este tipo de empresas nascem porque conseguiram inovar. O risco é a vantagem da inovação, mas como qualquer outra, é preciso mantê-la. Não é suficiente tê-la no presente, mas fazer a sua gestão e melhorá-la, no que a maior parte dos casos implica além disso, uma dotação relevante dos recursos económicos.
De lembrar que em estratégia é preciso correr sempre mais que os concorrentes, pois eles correm com o objectivo de nos alcançar. A Hicislab está no bom caminho estratégico para se consolidar como uma empresa importante. Somente uma última recomendação: crescer e consolidar-se exige cada vez mais centrar-se no relevante, e reconhecer o que permitiu chegar aqui. Se continuar assim, em breve voltaremos a ver a Hicislab como um caso de sucesso.

Carlos López Navaza


quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Entrevista José Oliveira - “Nenhuma empresa irá sobreviver ao futuro se não inovar"


VE - O ano de 2004 foi um marco importante na sua vida. Pode explicar-nos porque?
JO - O ano de 2004 foi, a seguir ao nascimento dos meus filhos, o “ANO”. Tudo aconteceu conforme esperado.
O primeiro acontecimento foi a tomada de consciência da necessidade de criar, não uma empresa qualquer, mas sim a Bi4all.
Toda a aprendizagem pela qual passei ao longo da minha vida, foi aplicada na empresa. Toda a minha experiência de Gestão e Informática foi aplicada no seu melhor. Isso, aliado ao conhecimento e experiência dos meus sócios (Andro Moreira e Hugo Pinto) foi o factor determinante para o sucesso da empresa.
Também foi nesse ano que o Ibergovernance (Instituto Ibérico de Corporate Governance) começou a tomar forma. Em 2005 surge então o Ibergovernance, como resultante da parceria Bi4all, ISEG e Vieira de Almeida, Sociedade de Advogados Lda.
Dessa parceria surge também a Pós-Graduação Corporate Governance que, curiosamente, foi a primeira Pós-Graduação de ISEG em conformidade com o Tratado de Bolonha.

VE - Quais foram as condições que propiciaram a criação da sua própria empresa?
JO - Em primeiro lugar, a conjuntura Económico - Social do mercado à data.
A necessidade das empresas em arranjarem consultoria especializada nas áreas de actuação da Bi4all foi o mote necessário.
Em segundo lugar, a relação existente com os clientes, fornecedores e finalmente com os consultores que já trabalhavam comigo desde 2000 nestas àreas.
Posto isto, só faltava o Business Plan, realizar o Capital Social (100.000€) e arrancar, pois estavam reunidas as condições necessárias.

VE - Quais os principais desafios a ultrapassar numa fase inicial?
JO - A principal dificuldade que as novas empresas encontram numa fase inicial é o facto de estas entidades não serem reconhecida pela Banca e também não haver apoios do Estado na criação de novas empresas. Ou seja, não existe crédito nem qualquer organismo oficial que apoie a nova empresa no arranque.
Para terem uma ideia, cerca de 80% das empresas criadas num determinado ano, fecham até 2 anos depois. Esta estatística dá-nos uma perspectiva negra daquilo que os empreendedores encontram pela frente quando decidem investir e desenvolver novos projectos
Ultrapassados os problemas financeiros iniciais, a próxima dificuldade é a capacidade de resposta às necessidades dos clientes. Ou seja, como vendemos horas/homem, tem de existir um número de consultores especialistas disponíveis para cobrir essas necessidades. No inicio é difícil de gerir esta relação “um cliente na mão/um consultor na outra”.
Outra das dificuldades prende-se com a relação com os fornecedores, pois os clientes pagam em média a 60 dias e a maioria dos fornecedores obrigam as empresas a pagarem a pronto pagamento. Mais uma vez falta o” Histórico”.
Isto é, perante os novos clientes a nova entidade não tem historial. A primeira reacção dos “ainda não clientes” é perceberem a capacidade e a experiência dos consultores envolvidos. Neste capítulo, como já actuávamos neste mercado por outra empresa desde 2000, foi de certa forma fácil demonstrar a nossa experiência. Mas, mesmo assim, perdemos alguns negócios de grande dimensão pelo simples facto de sermos muito novos enquanto empresa, pois, como é compreensível , os clientes não estão dispostos a arriscar.
Para terminar, os novos colaboradores preferiam ir para uma grande consultora em vez de ficarem na Bi4all. Felizmente o nosso nome e o conhecimento do mercado foi mais uma vez factor determinante neste capitulo.

VE - Naquela altura qual era a proposta de valor que a Bi4all tinha para oferecer ao mercado?
JO - Curiosamente desde a sua criação a Bi4all mantém a mesma oferta .
O facto de sermos pioneiros numa série de áreas, faz com que andemos sempre um pouco à frente do mercado.
Isto tem vantagens, tais como o reconhecimento do mercado em termos de inovação mas, por outro lado, tem um retorno do investimento relativamente longo (2 a 3 anos). Estamos a falar no Corporate Governance.
A Bi4all até à data é a única entidade em Portugal com uma visão unificada do Governo das Sociedades. Digamos que o Governo das Sociedades tal como as grandes consultoras o apresentam é apenas uma parte do “Bolo”. Devido às restrições que as empresas tiveram de fazer em meados de 2002 com a separação da Auditoria da Consultoria, optaram por estar somente de um lado do controle, perdendo a visão unificada do governo das sociedades
Neste momento, o mercado já tem uma visão mais aberta sobre estas matérias principalmente porque, com a crise que se apresenta, se constacta que todo o trabalho realizado não evitou os resultados desastrosos que se verificaram em diversas empresas Publicas e Privadas, por falta dessa mesma visão global e unificada.
O Governo das Sociedades é muitas vezes entendido como abrangendo somente os deveres e responsabilidade do Concelho de Administração (componente do legal na nossa perspectiva).
Sem dúvida que é importante essa componente do Governance, mas falta toda a estratégia de Definição de Standarts (ex.: implementação das IAS/IFRS em empresas não cotadas em Bolsa pois enquanto boas práticas, as mesmas deverão ser implementadas – a nossa componente de Fiscal ), compliance (ou seja toda a componente de gestão de Risco integrada com os processos de negócio - a nossa componente Compliance) e, finalmente, a componente tecnológica.
Resumindo: unificação dos sistemas de informação tanto em termos de Planeamento e Controlo de Gestão, Relatórios para tomada de decisão, Datawarehouses únicos por entidade, Dashboards e Balance Scorecard.
Pelo facto das grandes Companhias estarem organizadas por competências separadas e sem ligação entre as diversas áreas, torna-se por vezes difícil conciliar todos estes conceitos. Ora, tal não existe na nossa empresa, pois os nossos consultores têm esta visão perfeitamente definida e a maioria dos projectos da Bi4all vai de encontro à nossa visão.
Temos casos de projectos que começaram, por exemplo, em implementação das SOX (Empresas cotadas na Bolsa dos EUA) e terminam com projectos de Business Intelligence ou Balance Scorecard para Gestão da Performance.

VE - Estando num sector altamente competitivo (TI’s) qual foi a estratégia definida para a penetração de mercado?
JO - A Bi4all prima pela orientação à satisfação dos Clientes.
Na nossa prespectiva ,um cliente satisfeito é um cliente que se vai manter sempre , sendo um veículo de comunicação e publicidade dos mais eficazes (mouth to mouth).
Estamos também sempre empenhados em apostar nas tecnologias existentes no mercado que melhores resultados apresentam em termos de implementação .
Finalmente, os nossos colaboradores têm todos, sem excepção ,de fazer as respectivas certificações necessárias para uma boa execução dos trabalhos - a nossa aposta na formação de competências é bastante elevada.
Para terminar direi que a Bi4all pretende ser uma empresa com uma identidade forte. Nós fazemos Business Intelligence e Governance. E é isso que nos faz diferentes.
VE - Qual a representatividade da Bi4all no mercado actualmente?
JO - A Bi4all tem uma representatividade bastante grande, pois os colaboradores chave da nossa organização estão juntos a trabalhar desde 2000 e no total contam com mais de 300 projectos realizados em cerca de 250 clientes.
A Bi4all desde 2004 conta já com mais de uma centena de clientes e mais de 150 projectos feitos, a maioria em empresas multinacionais.
A Bi4all é GOLD partner da Microsoft e o principal parceiro de Negócio da IBM/Cognos em Portugal.

VE - Que tipo de relacionamento previligia com os vossos clientes?
JO - A Bi4all tem um tipo de relacionamento muito pessoal com os clientes. Quase todos os nossos clientes têm os contactos directos dos nossos consultores envolvidos no seu projecto para qualquer eventualidade. Fora isso, existe sempre mais um conjunto de especialistas à disposição dos clientes para questões mais complexas e que necessitem de um apoio mais especifico.
Para projectos de risco, um dos sócios entra sempre como responsável de projecto para garantir a sua concretização com sucesso.


VE - Como esta estruturado o vosso portfolio de produtos/serviços?
JO - O nosso portfólio divide-se em duas componentes:
• Corporate Governance;
• Business Intelligence
Do lado do Corporate Governance temos os Processos de Negócio, os Balance Scorecard para Gestão da Performance, a Gestão do Risco (incluindo a Implementação das Sarbanes Oxley), a definição de Standards (por exemplo Normalização Contabilistica de um grupo de empresas para melhor consolidação das contas, etc...), os Manuais de Processos e uma área em que somos particularmente fortes que é o Planeamento e Orçamentação.
Do lado do Business Intelligence temos os Datawarehouses, a integração de sistemas, os Cubos Olap e Modelos Rolap, os Dashboards, os Portais BI e muito mais associado a esta temática.

VE - Em termos geograficos qual é a distribuição da vossa carteira de clientes?
JO - 80% dos nossos clientes estão centralizados na área da Grande Lisboa.
10% Porto e 10% entre Bruxelas, Inglaterra e Espanha

VE - Qual a Estrutura de capital da Empresa?
JO - A empresa tem 100.000€ de Capital Social e está distribuido da seguinte maneira.
40% em Sócios Trabalhadores
40% em Sócios Capitalistas Portugueses
20% em Sócios Estrangeiros

VE - Como avaliam a satisfação dos clientes com os vossos serviços?
JO - Só conseguimos avaliar a satisfação de um cliente pela sua fidelização.
Posso dizer que até ao dia de hoje perdi somente 1 cliente e cerca de 60% da nossa facturação é toda baseada em clientes correntes.
Temos clientes que já trabalham connosco (através dos Sócios trabalhadores) desde o ano 2000. É o caso da Merck Sharp & Dhome, Jannsen Cilag, Johnson & Johnson, Servier Portugal e muitos mais.

VE - Pode-se falar em taxa de fidelização?
JO - Sim, claro. Acreditamos que só vinga nestas áreas quem conseguir satisfazer sempre o seu cliente. O cliente é a peça mais importante da empresa. Independentemente do valor da sua facturação, são os mesmos que garantem a sustentabilidade da empresa. Logo, temos de lhes agradecer toda a confiança que depositam em nós ano após ano.

VE - Em termos financeiros este ano será o melhor de sempre. Pode-nos dizer qual o volume de negocios que espera alcançar este ano?
JO - Será o melhor ano de sempre até à data, pois pretendemos crescer sempre. Não sabemos é se o salto que demos este ano será comparável a outros anos próximos (assim o desejariamos).
Este anos os nossos objectivos serão ultrapassados (1.9M €), pois tudo indica que chegaremos aos 2 milhões de facturação.

VE - Parece um contracenso, estando o mundo a passar por uma crise sem precedentes, como explica os bom resultados da Bi4all?
JO - O bom resultado da Bi4all foi o culminar de todo o trabalho realizado por todos nós e que gerou uma onda de satisfação do lado dos nossos clientes, levando a que coloquem nas nossas mãos os seus maiores projectos desta área.
A título de exemplo, posso dizer que neste momento somos os responsáveis por todo o desenvolvimento de um grande Banco Portugues em termos de Business Intelligence e Planeamento e Orçamentação. Anteriormente já estavamos nesse banco mas em parceira com 2 grandes consultoras.
Outro dos exemplo que tenho para dar é um dos maiores grupos farmaceuticos do mundo que colocou nas nossas mãos todo o desenvolvimentos dos sistemas Business intelligence da Europa e EMEA.
São projectos destes que nos enaltecem e desafiam cada vez mais a nossa capacidade de inovação e desenvolvimento, com vista a uma cada vez maior satisfação dos actuais e futuros clientes.
Por outro lado sou de opinião que a própria crise reforçou nas empresas a necessidade de ter ferramentas e técnicas de gestão que lhe permitam um melhor e maior conhecimento de todos os parâmetros facilitador do Governo das Sociedades e de uma mais atempada tomada de decisões .

VE - Mas a rentabilidade da empresa acompanha este desempenho?
JO - Sim acompanha, pois quantos mais consultores a empresa tem, menor a dependência de taxas de ocupação máxima. O que tem de se garantir é que a contratação de novos colaboradores só deva ser feita quando conseguirmos garantir que esse mesmo consultor tem trabalho pelo menos para um ano. Dessa forma garantimos o sucesso tanto para o colaborador como para a empresa. Até agora temos contratado sempre com base em necessidades crescentes e sempre sustentando essas contratações em novos contratos/clientes e novos projectos relevantes.

VE -Desde a criação da empresa alguma vez contou com algum tipo de apoio/fundo do Estado?
JO - Nunca. Esse é o verdadeiro problema em Portugal.
Por exemplo em Espanha quando uma empresa é criada, nos primeiros 2 anos não paga impostos. Em Portugal não existe nenhum apoio por parte do Estado para estas acções em concreto. Neste momento existe o ultimo apoio comunitário a Portugal que abrange os Empreendedores. O problema é que a burocracia, a dificuldade em conseguirmos ver a luz ao fim do túnel é de tal forma, que acabamos por desistir desses apoios.
Há pouco tempo foi-nos apresentada por um Banco com quem trabalhamos uma proposta de apoio ao investimento que tinha a ver com fundos comunitários (PME Invest III). Para se ter acesso a esse fundo, a empresa tinha de ter em 3 anos de resultados, pelo menos 1 com resultados positivos. A Bi4all como já tinha mais de 3 anos de existência, e os últimos com resultados positivos conseguiu ter acesso a esse apoio. Neste momento esse apoio terminou e apareceu agora uma nova alternativa (PME Invest IV). No entanto as condições mudaram um pouco (em 3 anos de resultados, 2 têm de ser positivos). Ora, em ambientes de crise, com as empresas a fecharem as portas, só consegue garantir acesso a estes fundos quem deles não necessita, pois os necessitados não irão certamente conseguir apresentar as condições mínimas para garantir fundo.

VE - Pensa que estes mecanismos disponíveis são importantes para o desenvolvimento/criação de novas empresas?
JO - Deveriam efectivamente existir claros incentivos aos empreendedores.
Poderia seguir-se o exemplo de Espanha, no que já referi quanto a impostos.
Outro dos mecanismos que deveria estar disponível seria o Estado responsabilizar-se (por exemplo em termos de aval) pelas novas empresas desde que fosse apresentado um Business Plano consistente. No entanto tudo isto só teria relevância se o tempo e capacidade de resposta do próprio Estado fosse breve. É que mesmo que tudo funcionasse, o factor tempo/decisão em Portugal, como nós sabemos, é sempre o maior entrave do estado Português.

VE - Sei que considera as pessoas a principal vantagem competitiva da sua empresa. Com quantos colaboradores conta actualmente a Bi4all?
JO - Actualmente a Bi4all conta com 35 colaboradores efectivos e alguns sub contratados.

VE - Sendo um sector extremamente dinâmico, registam uma taxa de rotatividade de colaboradores elevada?
JO - Sim, todos os anos perdemos colaboradores e ganhamos outros. No entanto, curiosamente, nos últimos 2 anos a Bi4all somente perdeu 1 colaborador. Foi uma vitória.

VE - A Bi4all tem alguma politica de gestão/retenção de talentos?
JO - A principal política passa por premiar financeiramente aqueles que mais se destacam ao longo do ano.
Fora isso, de acordo com a sua avaliação semestral, os colaboradores podem ainda receber até 2 ordenados liquidos /ano. Para terem uma idea do profissionalismo que a Bi4all reconheçe nos seus colaboradores, práticamente todos receberam , em 2008, 16 ordenados e no primeiro semestre de 2009 já foi pago também um ordenado extra a TODOS os nossos colaboradores.


VE - Na vossa área de negócio a actualização de conhecimentos permanente é fundamental. Como asseguram isso aos vossos técnicos?
JO - É difícil garantir a actualização permanente e ao mesmo tempo garantir que nenhum cliente fica sem o trabalho feito. É com muita luta e dedicação que todos os anos têm de fazer um conjunto de certificações importantes, tanto para a Empresa como para enriquecer o seu curriculum pessoal.

VE - Existe um sistema de avaliação de desempenho formal e estabelecido?
JO - Sim, existe e é extremamente importante. Nele consta informações dos clientes, das chefias e a sua auto avaliação. É com base nessa avaliação de desempenho que os prémios são processados.

VE - Quando falamos do sector das TI’s obrigatoriamente falamos de Inovação. Como se vive a inovação na Bi4all?
JO - Na minha opinião nenhuma empresa irá sobreviver ao futuro se não inovar.
As empresas que andarem no mar sem ter a audácia de pretender andar na crista da onda, irão ser engolidas pelas ondas e não irão sobreviver.
As que se destaquem pela inovação e qualidade irão sobreviver e serão essas que farão de Portugal um país mais competitivo e com capacidade para gerar riqueza no futuro.

VE - Em termos tecnológicos o que podemos esperar no futuro para a área de Business Intelligence?
JO - Bom, o futuro irá passar cada vez mais por plataformas integradadoras chamadas “All-In-One” e pelas plantaformas freeware Busines Intelligence. O factor diferenciador será depois a sua boa aplicabilidade e a sua boa implementação. Neste momento estas duas correntes já existem, mas ainda irão demorar alguns anos até atingirem a sua maioridade.

VE - E para a Bi4all podemos saber o que prepara para o futuro?
JO - Crescer, crescer sempre de forma sustentada, aliada sempre a uma grande capacidade técnica altamente especializada.
Estamos também a equacionar a aquisição de uma empresa internacional para podermos atingir outros mercados de forma mais directa.


Bi4all - As vantagens competitivas da empresa são as pessoas


Para alguns, o período de serviço militar é uma perda de tempo na vida, para José Oliveira, empresário de 42 anos, foi uma oportunidade de amadurecimento e reflexão da qual ainda hoje obtêm beneficio na sua vida pessoal e profissional.

Este licenciado em Gestão de Empresas pelo Instituto Superior de Línguas e Administração e com uma pós graduação em E-Business pelo ISEG, iniciou a sua carreira profissional em 1991 na Rhone Poulenc Agro Portugal Lda, onde desempenhou a função de Gestor de Tecnologias de informação, tendo sido responsável pelo diversos projectos tais como a transição para o Euro e a passagem do ano 2000.

Em 1999 o grupo Rhone Poulenc funde-se com a Hoest Shering Agrevo, aparecendo uma nova entidade chamada Aventis, que se torna dessa forma a maior empresa mundial do ramo farmacêutico. Com esta situação apresenta-se um novo desafio para José Oliveira uma vez que fica responsável pela transição dos sistemas de informação das duas entidades para a nova empresa acabada de criar.
Após o sucesso deste projecto, o grupo decide a centralização dos sistemas de informação ao nível europeu tendo passado o centro de decisão para Bruxelas. A filial em Portugal deixa assim de ter qualquer independência ou poder de decisão no que referia a esta matéria.
Perante este facto, a única opção encontrada por José Oliveira é a entrada novamente no mercado de trabalho. Rapidamente abraça uma nova oportunidade na Sinfic como Gestor da Unidade de Negocio. Desempenhou funções de planeamento estratégico e execução operacional tendo proporcionado à empresa a liderança em certos nichos do mercado Nacional de Tecnologias e Sistemas de Informação.
Passados quatro anos a área de Business Intelligence da Sinfic já representava 34% do volume de Negócios da empresa, no entanto o desenvolvimento da carreira de José Oliveira não acompanhou o crescimento do negócio e por isso a única opção era a sua saída da empresa.
Uma breve passagem por uma empresa de Gestão de Activos fez ver a José Oliveira que era altura de dar forma à sua faceta de empreendedor.

Estavam criadas as condições para o lançamento de um projecto próprio numa área que ele bem conhecia e em que acreditava poder oferecer valor acrescentado.
Com uma carteira de clientes, de boa dimensão, com os quais mantinha relações comerciais de confiança e com o poio das principais softwares do mundo, como parceiros de negócio contando com os melhores consultores do mercado, nasce a BI4all – Consultores de Gestão Lda com um capital social de 100.000 €.

Consciente de que os dois primeiros anos de actividade de uma empresa são os mais críticos, devido à elevada necessidade de financiamento e à obrigatória afirmação no mercado, obrigaram à definição de um plano de negócios minucioso e de um conjunto de objectivos de negócio que permitiram ultrapassar as dificuldades inicias e potenciar o crescimento da empresa.

O alcançar dos objectivos no primeiro de actividade, foi fundamental para a expansão do plano de negócios e o crescimento contínuo da empresa, não só em colaboradores mas também em volume de negócios.

A venda de software de Business Intelligence e a consultadoria na sua implementação são os pilares do negócio desta empresa. O sector tem verificado movimentos de concentração, existindo agora quatro grandes fornecedores de soluções de BI a IBM, a Microsoft, a Oracle e a SAP. Apesar destas alterações no sector, o negócio da Bi4all não parece ressentir-se estimando José Oliveira atingir os 1.900.000,00 € de vendas no final de 2009, o que representa um crescimento de 46% face a 2008.

A crise que se vive actualmente, em todo o mundo e que também se faz sentir no nosso país, embora preocupe o gestor da Bi4all não o faz abrandar o ritmo, apenas o leva a adoptar novas estratégias para responder às necessidades dos clientes, mantendo sempre um nível de competitividade bastante elevado.
Afirma que as vantagens competitivas desta pequena empresa são as pessoas, contando actualmente com uma equipa de mais de 20 consultores, que pautam a sua actuação por valores tão importantes como a seriedade e o rigor num sector de actividade tão competitivo e agressivo, como o da consultadoria e das tecnologias de informação.

Esta empresa conta já com mais de 200 projectos realizados divididos entre reengenharia de processos, Planeamento e Orçamentação, Corporate Governance e Business Intelligence na perspectiva do Reporting. Regista crescimentos anuais de dois dígitos e com uma carteira de clientes significativa dos quais de destacam Johnson & Johnson, Cetelem, Montepio Geral, Banco Itau, e Merck Sharp & Dhome.

Planos para o Futuro…

No horizonte desta empresa está a abertura de uma sucursal no Porto, um mercado ainda pouco explorado por esta empresa, e que lhe permitirá trabalhar todo o mercado do Norte de Portugal e da Galiza. Também é objectivo do fundador fazer crescer a presença da organização a nível internacional, bem como aumentar a proposta de valor aos clientes actuais promovendo e potenciando as relações com os mesmos num princípio de Customer Intimacy.

>