domingo, 26 de fevereiro de 2012

Empreendedores têm leque alargado de opções de financiamento

Uma ideia? E agora? Como obter financiamento? É com esta questão que muitos empreendedores se deparam. Não basta obter boas ideias, a questão do financiamento é fulcral, sobretudo porque "o negócio tradicional da banca não apoia o empreendedorismo, contudo existem outros instrumentos que nasceram em Portugal", começou por referir o diretor operacional do Programa ON2, Mário Rui Silva, no último "Empreender à 5ª" que teve como tema o "Empreendedorismo – Opções de Financiamento". Segundo o orador, importante é ter uma ideia clara do negócio e qual a sua vantagem competitiva. Além disso, é fundamental reunir todas as competências necessárias: "É importante haver um conjunto de facilitadores que dão apoio".
Mário Rui Silva ressalvou ainda que, hoje em dia, existem muitas oportunidades no empreendedorismo social e no setor do turismo.
Além disso, o diretor referiu que o "empreendedorismo é uma ´coisa` complicada que está transformada em moda e há muitas iniciativas que não levam a nada". A mesma fonte acrescenta que "empreender é a mola do progresso".
Inovação, assunção do risco e proatividade são os três fatores intrínsecos ao empreendedorismo para João Manuel Esteves, diretor da Incubo – Incubadora de Empresas. O convidado começou por informar a plateia que existe uma oferta variada de opções de financiamento, desde os "business angels" aos apoios e incentivos comunitários.
O orador alertou ainda para a Linha de Crédito PME Crescimento que se encontra aberta especificamente para micro e pequenas empresas. E chamou ainda a atenção para o FINICIA Jovem, um programa do IAPMEI, que apresenta condições especiais para jovens até aos 35 anos com necessidades de investimento inicial até aos 250 mil euros.
João Manuel Esteves salientou ainda a importância de participar em concursos de ideias e de participar em projetos de instituições ou empresas sobretudo pelo networking.
Situada no Alto Minho, a Incubo é uma associação pública que tem como objetivo atrair investimento para a região.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Algar contribui para a recuperação de terrenos rurais degradados

«Da Teoria à Ação - Empreender o Mundo Rural» em Querença
No âmbito de um protocolo de cooperação, assinado pela ALGAR - Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos e a Fundação Manuel Viegas Guerreiro, com vista ao desenvolvimento do projeto «Da Teoria à Ação - Empreender o Mundo Rural» em Querença, vai ser implementado um programa que tem também o apoio do Instituto do Emprego e Formação Profissional, da Câmara Municipal de Loulé, e da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Regional, visando a revitalização de um território rural em estado crítico.
A iniciativa conta com a colaboração de um grupo de jovens licenciados de diversas áreas, que durante nove meses estão a desenvolver projetos sustentáveis do ponto de vista económico, social e ambiental nessa área.
O projeto consiste na revitalização de um território rural, envolvendo diversas especialidades, nomeadamente, agronomia, ambiente, ecoturismo, gestão, marketing, design, e outros, que se junta a outros que desde setembro a equipa residente na aldeia de Querença.
Este programa tem como objetivos principais, “a valorização da aldeia de Querença, os seus recursos sociais, culturais e ambientais, bem como a recuperação de hortas tradicionais. Espera-se que estas ações ajudem na criação de uma marca local de qualidade, assim como à promoção do ecoturismo e a dinamização da área protegida local, e de atividades sustentáveis” – lê-se no
comunicado emitido pela Algar.
Faz também parte do projeto a criação de viveiros de plantas autóctones e o desenvolvimento de novos produtos agro-alimentares que poderão ser comercializados em novos circuitos criados também pelos novos profissionais envolvidos no projeto.
O papel da ALGAR, é referido “de enorme relevância”, já que, caberá a esta
empresa fornecer o composto orgânico necessário (Nutriverde), que irá fertilizar
os novos terrenos para os viveiros, hortas pedagógicas e sociais que serão
criados. Os técnicos da Algar terão ainda a seu cargo, a avaliação dos terrenos
e determinação das quantidades e melhores formas de aplicação do Nutriverde, bem
como a colaboração na realização de ações de formação sobre compostagem de
resíduos orgânicos.


Jovens devem “concentrar energias” em encontrar soluções e não em “lamentar-se”, diz secretário de Estado

O secretário de Estado do Empreendedorismo defendeu hoje a necessidade de alterar o paradigma segundo o qual cabe ao Estado criar emprego e pediu aos jovens que “concentrem energias” em encontrar soluções para o país e não em “lamentar-se”.
"Temos que perceber que não cabe ao Estado criar emprego. Quem cria emprego são as empresas”, afirmou o secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação, Carlos Oliveira, na conferência “Emprego jovem, perspectiva e horizonte”, que decorreu hoje no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), em Lisboa.
Perante uma plateia composta, maioritariamente, por estudantes, o governante afirmou que “o que é pedido à juventude portuguesa é que concentre energias em encontrar soluções e não em lamentar-se que não há soluções para o país”.
O secretário de Estado destacou ainda o papel das empresas e das universidades, defendendo que as primeiras devem “estar atentas e apoiar jovens empreendedores” e que as segundas têm um papel “fundamental” no incentivo e na dinamização do empreendedorismo.
Também presente conferência, o secretário de Estado do Emprego, Pedro Silva Martins, realçou as recentes reformas anunciadas pelo Governo em matéria de legislação laboral. O secretário de Estado disse que as reformas que estão a ser concretizadas neste domínio e que constam do acordo tripartido assinado recentemente “dotam o país de condições de competitividade”.
Conferência “Emprego jovem, perspectiva e horizonte” contou também com as presenças do ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, e do secretário de Estado do Ensino Superior, João Filipe Queiró.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Rede EmpreenDouro quer promover o empreendedorismo e a criação de emprego

Os empreendedores do Douro com novas ideias de negócio dispõem a partir de hoje de uma rede de apoio que conta com 26 entidades da região, incluindo câmaras e associações de desenvolvimento, comerciais e empresariais.
As 26 entidades do Douro uniram-se na Rede EmpreenDouro para promover e apoiar iniciativas empreendedoras e a criação do próprio emprego na região duriense, uma das que apresenta menores índices de desenvolvimento da Europa.
Um conjunto de entidades públicas e privadas do Douro juntaram-se, há dois anos, para preparar em conjunto a estratégia de trabalho em rede com o objectivo de valorizar o Douro como uma boa região para investir e empreender.Desta forma, qualquer empreendedor que tenha uma ideia de negócio poderá recorrer a umas das entidades parceiras de "front office" – câmaras, associações de desenvolvimento, comerciais e empresariais e, a curto prazo, será garantido o encaminhamento do processo dentro da rede.
O apoio passa pela formação na área do empreendedorismo, constituição da empresa, implementação de sistemas de apoio à gestão e apoio na cooperação empresarial e internacionalização.
Um dos responsáveis pelo projecto e docente na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Fontainhas Fernandes, afirmou à Lusa que a instituição, um dos parceiros da rede, tem como objectivo incutir nos estudantes o espírito empreendedor e a necessidade de terem uma atitude "mais activa".
"Entrar numa universidade não é garantia de emprego, os estudantes têm de desenvolver novas competências e colocarem as ideias em prática", disse hoje à margem da sessão de apresentação da rede, na biblioteca da UTAD. A rede, segundo o professor, vêm demonstrar que existe na sociedade uma alteração de paradigmas e mentalidades muito significativa porque as pessoas se aperceberam que é "fundamental" trabalhar em conjunto.
Fontainhas Fernandes salientou ainda que os políticos locais já entenderam que a política autárquica não passa só pela criação de infra-estruturas e equipamentos, mas por dar condições de negócio aos cidadãos."Queremos fixar pessoas e evitar o transvase que existe para o litoral", frisou. Por seu lado, o presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Douro, Artur Cascarejo, avançou que o programa coloca uma "série" de entidades a falar a uma só voz e a rentabilizar recursos. "As autarquias irão criar um fundo supramunicipal para apoiar as excelentes ideias, mas que têm como obstáculo a parte financeira", garantiu.
A médio e longo prazo, explicou o autarca, irão ser criadas uma série de iniciativas dirigidas às escolas do primeiro ciclo até ao ensino superior para dotar os jovens de técnicas de criação de emprego. A falta de empregos é, segundo Artur Cascarejo, um dos "grandes" problemas do país, pelo que esta rede vem "inverter" esta tendência.
A Rede EmpreenDouro terá uma plataforma electrónica com informações sobre financiamento de projectos, estudos de mercados, entre outros.Além disso, as 26 entidades envolvidas terão técnicos especializados para prestar esclarecimentos e dar apoio aos "novos empreendedores"."Temos de transmitir aos jovens o gosto pelo risco", realçou o presidente do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), Sobrinho Teixeira. Liderada pela CDDRN, a Rede EmpreenDouro tem um orçamento de "cerca de 800 mil euros", financiado por fundos comunitários.

Geração Y – Empreender é o caminho

Nos últimos anos, aprendemos a considerar essa geração como a de maior potencial da história, principalmente por conta da grande exposição às informações e às tecnologias, que permitem aos jovens de hoje serem grandes empreendedores.
Essa força empreendedora acontece porque no mercado de trabalho há uma constante busca por modelos que promovam o “enquadramento” dos jovens em processos organizacionais que foram estabelecidos nos últimos 30 anos. Além disso, o modelo brasileiro da CLT não consegue suportar todas as possibilidades de trabalho.
Esses fatores pressionam os jovens a uma constante adaptação em suas escolhas e expectativas, por isso esta adequação leva, naturalmente, a uma busca por alternativas, principalmente fora da realidade corporativa vigente, o que transforma o empreendedorismo em uma ferramenta mais contextual no universo do jovem da Geração Y.
Há também uma característica que precisa ser mais explorada – a do trabalho colaborativo – onde a participação individual e o compartilhamento são fundamentais na construção de uma ideia ou iniciativa. Os primeiros sinais dessa característica são facilmente identificados na forma de comunicação através das redes sociais, tão presente na vida dos jovens.
O grande desafio, portanto, é formar jovens com espírito empreendedor, mesmo em atividades mais tradicionais, para que eles possam apresentar inovações que tragam maior valor e melhores resultados. Não há mistério. Se os jovens forem bem orientados, poderão ter muito sucesso como empreendedores, pois possuem mais caminhos por conta das novas tecnologias e das novas possibilidades criadas com a globalização.
Isso não ocorre apenas com as atividades, mas também com a forma de estabelecerem as parcerias comerciais e os locais onde deverão exercer sua atividade.
Ser jovem na geração Y normalmente está associado a ter um grande potencial, principalmente por conta de todos os estímulos e facilidades que surgiram nos últimos anos. Por consequência, é fácil concluir que atualmente está muito mais fácil empreender.
Agora, precisamos ver esse potencial se transformar em valor e isso só poderá acontecer quando o jovem se propor a ser um empreendedor de sua própria trajetória.

Prémio Jovem Empreendedor da ANJE com candidaturas até 29 de fevereiro

A ANJE recebe, até 29 de fevereiro, candidaturas ao Prémio do Jovem Empreendedor. Trata-se da 13ª edição do galardão que distingue, apoia e promove empresas em fase de criação e/ou expansão de negócios.
O promotor do melhor projecto é contemplado com um prize money no valor de 20 mil euros e usufrui de apoio da ANJE no acesso a instrumentos de suporte financeiro e infra-estrutural, através das iniciativas Ninhos de Empresas, Centros de Incubação e Programas de Apoio a Jovens Empresários.
O júri poderá ainda, caso entenda ser pertinente, conceder menções honrosas a alguns
concorrentes.
Apoiado pelo IEFP - Instituto de Emprego e Formação Profissional, o Prémio do Jovem Empreendedor está aberto a cidadãos entre os 18 e os 35 anos, que apresentem projectos de criação ou expansão de empresas com os seguintes requisitos: exequibilidade financeira, adequação ao mercado, carácter inovador e credibilidade das referências académicas e/ou profissionais dos seus promotores.
Os candidatos devem preencher um plano de negócios que contemple os seguintes dados: informação pessoal; apresentação do negócio; análise do mercado; aplicação económico-financeira; amostragem da conta Estado e outros entes públicos; cálculo de resultados previsionais; e balanços previsionais.
Para apoiar os empreendedores na elaboração do business plan, a ANJE elaborou um documento pré-formatado, o qual pode ser descarregado aqui.
Aquela que é uma das mais antigas competições de empreendedorismo a nível nacional foi criada em 1998 e desde então tem vindo a contribuir para a renovação do panorama empresarial português, lançando no mercado inovadoras start-ups e PME.
Na primeira edição, o Prémio do Jovem Empreendedor consagrou a Critical Software, uma empresa da área das TIC sediada em Coimbra mas que, em virtude dos serviços que presta à NASA, tem também escritório em Silicon Valley, na Califórnia, EUA.
Ao longo destes anos, o galardão da ANJE distinguiu ainda projectos de negócio tão inovadores como Central Casa, Stab Biotec, Crioestaminal, Biosurfit e, mais recentemente, as promissoras empresas Active Space Technologies, Master Blank e CreativeBitBox.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Empreendedorismo de Base Científica e Tecnológica

A Oficina de Transferência de Tecnologia e de Conhecimento da Universidade Técnica de Lisboa realiza entre 23 de Fevereiro e 17 de Abril a 6.ª edição do curso de “Empreendedorismo de Base Científica e Tecnológica”. As inscrições, limitadas a 40 vagas, decorrem até ao próximo dia 17 de Fevereiro.
Para além de orientar os formandos para os processos e condições a respeitar na criação e gestão de uma empresa o curso pretende transmitir aos formandos conhecimentos básicos da actividade empresarial, com enfoque nas empresas de base científica e tecnológica – caracterizadas por condições particulares de negócio e por uma significativa incerteza - dotando os alunos de ferramentas e conhecimentos que lhes permita de futuro preparar e apresentar um plano de negócios consolidado.
Os conhecimentos transmitidos permtirão identificar os principais factores de risco e conhecer os domínios de competência empresarial que deverão estar presentes na criação e desenvolvimento de uma ideia de negócio.
Serão feitas introduções às condições a respeitar nas áreas comercial, legal, financeira e operacional. Marketing, Estratégia Empresarial, Comunicação, Estudos de Mercado, Finanças Empresariais e Fiscalidade são apenas alguns dos eixos pedagógicos a abordar.
Com um limite de 40 incrições, o curso decorrerá de 23 de Fevereiro e 17 de Abril em horário pós-laboral, todas as terças e quintas-feiras, entre as 18h30 e as 20h30, nas instalações da Reitoria da UTL.

Aprender a empreender

As escolas prepararam nossos jovens para conviver bem neste mundo atual? Estamos num contexto virtual caracterizado por incertezas e mudanças constantes, um mundo com novas pessoas, novos valores, novas formas de trabalho e relacionamento.

Para lidar com o novo é necessário uma nova educação. As salas de aula atuais são lugares pouco atraentes, diferente do que acontece no mundo real. A educação escolar ainda tem o foco no ensino e não na aprendizagem. Privilegia o conhecimento do professor e não a experiência do aluno. Reforça a postura passiva e não estimula a iniciativa. Está na hora da educação fazer tudo
ao contrário.
Aprender é natural e prazeroso. É um processo fundamentalmente individual, cada um tem um ritmo e uma forma de aprender diferente. As pessoas são capazes de aprender sempre, aos sete e aos setenta anos. Aprender é humano, as crianças possuem uma capacidade infinita de aprendizagem, a cada minuto adquirem uma nova forma de agir com relação ao seu mundo. Adoram explorar o ambiente, fazer descobertas e perguntar. As perguntas são essenciais para aprender.
Esta deve ser a primeira mudança que os professores podem fazer na sua sala de aula, deixar de ensinar a resposta e estimular os alunos a fazerem perguntas.A segunda é garantir a
individualidade do aprendizado. Deixar a diversidade se fazer presente no ambiente escolar. Ninguém é igual a ninguém.
Aprender a perguntar é o caminho poderoso para encontrar novas formas de agir, novas soluções que serão mais adequadas ao mundo atual. Cada um descobrirá sua própria resposta. O foco está na diferença.Aprender é um processo com um propósito, deve ter um significado pessoal. Só aprende quem está envolvido e comprometido.
O aprender não esta só relacionado à mente, está também ligado aos sentimentos e à vontade. Aprende-se com o corpo inteiro.A escola pode ajudar os jovens a descobrir seu potencial e se preparar para um futuro incerto criando um ambiente que desenvolva suas habilidades pessoais, sua criatividade e principalmente a autoconfiança. Os professores de hoje podem não saber como será o mundo daqui a dez anos, mas podem preparar seus alunos a acreditar na suas habilidades
de enfrentar os desafios e ter senso de responsabilidade com suas conquistas.

Existem muitos educadores inspirados que criam estratégias interessantes para romper com um modelo padronizado da sala de aula. Algumas escolas utilizam metodologias fabulosas. Apostam em professores criativos e independentes. Estimulam nos alunos a criação de projetos e metas pessoais, promovem oficinas de ideias e invenções, incentivam as atividades fora da escola
como estágios e serviços comunitários, valorizam a ação e o talento.Focam no aprender a empreender por isso são diferentes. São experiências excepcionais até chamadas de "revolucionárias" por apostarem em métodos contrários ao sistema educacional vigente.
Nossas escolas ainda formam a juventude para desejar um emprego público ou um cargo de executivo numa grande empresa. Ao contrário do ensino convencional que educa para a estabilidade que já não existe mais, aprender a empreender é uma forma de desconstruir as respostas prontas do presente e apostar na criatividade dos jovens em investir nos próprios empreendimentos e construir seu próprio futuro.

A inovação e o empreendedorismo são a alavanca e o ponto de apoio que dão sentido à mudança

"Dêem-me uma alavanca e um ponto de apoio e eu moverei o mundo", disse o génio Arquimedes em Siracusa, colónia grega, há mais de 2000 anos. Mas o simples princípio das alavancas e roldanas compostas é também na Física, na Economia e nas Ciências Sociais e Humanas e, mais ainda, é absolutamente prioritária a sua implementação prática, por intermédio da inovação e do empreendedorismo, para fomentar o crescimento económico, o emprego e a internacionalização.
É conhecido o fenómeno do "tipo ondulatório", quando se estuda a avaliação dos efeitos diretos e indiretos da formação de novos negócios e de startups na evolução do emprego regional durante um período de tempo, que é explicado por um conjunto de fatores.
Em primeiro lugar, por causa dos time lags ou desfasamentos entre as medidas implementadas relativamente ao impacto na formação de novas empresas startups e os efeitos visíveis e mensuráveis, no que respeita ao crescimento do emprego e do aumento da competitividade.
Em segundo, porque existem fatores positivos e negativos que afectam o fenómeno. No que se refere aos fatores positivos, por um lado, as novas startups estimulam e promovem a introdução de produtos e de serviços inovadores, conduzindo à comercialização da inovação, à economia do conhecimento e ao crescimento económico sustentável.
Em terceiro lugar, os ciclos de melhoria podem ocorrer em ambos os lados, quer no que se refere aos "novos entrantes", quer no que respeita às empresas dominantes e incumbentes, que reagem ao acréscimo de competição gerado pelas startups inovadoras.
Existem também efeitos indiretos do lado da oferta ou spillovers, que as novas empresas geram no mercado, contribuindo para o aumento da inovação e da concorrência e produzindo resultados em termos de criação líquida de emprego. Os efeitos podem também ser nulos, quando existe uma "mera substituição" dos empregos existentes por novos, havendo como que uma regeneração do fenómeno, ou podem mesmo ser negativos porque os produtos e serviços, e, muitas vezes, os modelos de negócio mais inovadores, implicam maior risco, e, por isso, uma probabilidade maior de falhar do que os existentes.
Por outro lado, os novos negócios durante o seu período de arranque estão no seu lado negativo até à obtenção de retorno do investimento e das necessárias condições de expansão. Podem ainda haver efeitos indiretos da oferta ou spillovers por parte das novas empresas, produzindo resultados líquidos negativos no mercado, dependendo da evolução da curva da procura em determinado setor.
Na realidade, em qualquer das condições anteriormente referidas, a conclusão a tirar é a de que atividade empreendedora gera valor, uma vez que, no médio e no longo prazo, promove a criação líquida de emprego, o crescimento económico e acrescenta benefícios para o cliente e consumidor finais. De facto, o ritmo de crescimento de emprego nas PME e das startups foi cerca de duas vezes superior ao das grandes empresas na última década, sendo aquelas responsáveis por cerca de 85% do total de empregos criados nesse período. Por outro lado, em situações de recessão económica como a que vivemos atualmente, as PME, estando mais expostas a choques sistémicos, e as startup, apresentando uma taxa de sobrevivência de cerca de 50%, contribuem, ainda assim, para o saldo positivo da criação de emprego.
Se é verdade que as economias de escala, os níveis de produtividade e a maior facilidade de escoamento de produtos pelos canais de distribuição e de comercialização que as grandes empresas conseguem desenvolver promovem uma recuperação mais rápida, não é menos que a inovação e o empreendedorismo são alavanca e o ponto de apoio para a mudança. E o ponto-chave é o enfoque na dinamização de redes entre startups, PME, grandes empresas e universidades que promovam modelos de parceria com valor acrescentado e competências sustentáveis, a partilha da inovação e da transferência de tecnologia, os ganhos de produtividade ao longo da cadeia de valor e o acréscimo de economias de escala e de gama.
Recentemente, nos Master courses da NOVA School of Business& Economics, com os seus projetos, os alunos promoveram ganhos de produtividade e de eficiência, optimizaram processos e aumentaram os níveis da qualidade dos serviços de empresas tão diferentes como a VW Autoeuropa do setor automóvel, a PME Opensoft do setor das tecnologias de informação, que esteve em Silicon Valley, e a INPAR, startup de consultoria de processos de negócio e de CRM.
O desafio passa por proporcionar o desenvolvimento de conhecimento, de skills e de atitudes adequados e diferenciadores aos alunos para desenharem e porem em prática estes Planos de Mudança e de Melhoria Contínua e de Inovação nas empresas. Por outro lado, reforçar o posicionamento estratégico que o triângulo escola, aluno, empresa representa hoje em dia no contexto de economia do conhecimento e da inovação e apoiar a transição do aluno entre a universidade e o mercado de trabalho, em torno dos desafios atuais, promovendo valor acrescentado para as empresas que participam no programa.
As empresas podem ainda promover spin offs destes projetos para incubadoras e aceleradores de negócios como o Startup Lisboa e o seu desenvolvimento e a sua expansão serem apoiados por este tipo de estruturas. Na Europa, na última década, cerca de 67% dos 87 milhões de postos de trabalho são PME e as startups contribuíram com cerca de 17,5 milhões de novos empregos (8,6 milhões líquidos), conforme estudo recente, enquanto que, nos EUA, mais de 60% da criação de emprego pertence a empresas com cerca de 5 anos de atividade, o que vem demonstrar a importância desta alavanca em termos culturais, sociais e económicos para acelerar a mudança nos mercados globais.
* Professor convidado da NOVA School of Business & Economics e membro do Board of Directors da APBA – Associação Portuguesa de Business Angels

Produtividade: passa o tempo a queimar tempo, depois queixa-se

Os novos tempos pedem-nos que sejamos mais produtivos mas nem sempre conseguimos esse resultado. Na maior parte das vezes, o problema não está na falta de capacidade para executar o trabalho mas sim na falta de organização e concentração.
Na verdade, são muitas as distrações no ambiente de trabalho. Somos constantemente interrompidos por tudo e por nada, passamos horas ao telefone e à volta de emails sem real importância, gastamos tempo em reuniões e conversas de corredor que não nos levam a lado algum nem reforçam os laços entre as pessoas, muito pelo contrário. Depois queixamo-nos que temos trabalho a mais, que temos de fazer horas extra, que não temos tempo para mais nada a não ser trabalhar.
Sejamos francos. Todos sabemos que estar no posto de trabalho não significa necessariamente estar a produzir.
Porque o sucesso profissional depende cada vez mais do grau de produtividade, é essencial adotar hábitos que melhorem o desempenho.
Ficam aqui alguns exemplos:
1. Planear o trabalho no dia ou na semana anterior, tendo em conta os objetivos e as prioridades;
2. Elaborar listas de atividades com pequenas tarefas, para que se torne mais fácil a sua execução;
3. Estabelecer prazos limite para a conclusão das tarefas, a fim de agirmos com rapidez;
4. Realizar uma tarefa de cada vez, começando e terminando a mesma com a máxima concentração;
5. Reduzir as distrações, ousando dizer "não" com elegância e assertividade;
6. Manter fechadas as redes sociais e as aplicações de mensagens instantâneas e, sempre que possível, aceder ao correio eletrónico apenas em alguns momentos do dia;
7. Fazer pausas a cada 60 ou 90 minutos ou quando a preguiça se instala, a fim de pôr as ideias em ordem e recarregar energias;
8. Registar as tarefas realizadas não só para manter tudo organizado mas também para tomar consciência "onde estamos e para onde vamos";
9. Criar um sistema de recompensas que premeie quando o objetivo é alcançado;
10. Arranjar motivos fortes para agir, ter a motivação em alta é meio caminho andado para chegar à meta.Obviamente, existem muitas outras formas de elevar a produtividade. Agora, cabe a cada um de nós identificar as mais apropriadas.

Acha que não tem criatividade? Dou-lhe 30 sugestões para acabar com essa desculpa

Fazem-nos crer, com alguma frequência, que a criatividade é um dom de apenas algumas pessoas ou que as ideias são mera obra do acaso. Puro engano. Todos somos capazes de gerar ideias e as estas são, na maior parte das vezes, o resultado de um trabalho de campo ou de conhecimento acumulado. Por isso, é que Thomas Edison considerou as suas invenções "fruto de 1% de inspiração e 99% de transpiração" e o publicitário David Ogilvy disse que "as ideias vêm do inconsciente. Para que uma ideia seja relevante, o inconsciente precisa estar bem informado".
Se estamos realmente interessados em desenvolver a nossa capacidade criativa temos, antes de mais, de acreditar no poder da nossa mente e depois fazer uso disso diariamente, tanto no campo pessoal como no profissional.
A "criatividade é como ginástica: quanto mais se exercita mais forte fica", já dizia Walt Disney. Além disso, quanto mais ideias gerarmos, maior é a probabilidade de encontrar ideias excelentes, que nos ajudam a concretizar os nossos propósitos e objetivos, ou seja, a sair da situação onde nos encontramos para a situação que desejamos. Não tenhamos por isso receio de explorar esta capacidade que é ilimitada. Os únicos limites são aqueles que impomos à nossa própria imaginação.
Da teoria à prática: sugestões para desenvolver o pensamento criativo
1. Ter o hábito de registar as ideias que vão surgindo, num bloco, num notebook, num gravador ou noutro suporte;
2. Anotar as ideias que surgem logo de manhã, ao acordar;
3. Reservar pelo menos dez minutos do dia só para pensar ou simplesmente silenciar;
4. Ativar a curiosidade, a fim de procurar novos dados e informações;
5. Manter os cinco sentidos em estado de alerta para receber informações que chegam do exterior;
6. Alargar os horizontes de conhecimento através da leitura, do contacto com novas pessoas, de viagens, da participação em eventos, etc.;
7. Nunca ficar contente com a primeira ideia, procurar sempre outras ideias para escolher a melhor;
8. Partilhar as ideias com outras pessoas a fim de enriquecê-las, uma boa ideia na gaveta não serve para nada;
9. Praticar o método "chuva de ideias", conhecido por "brainstorming", quer individualmente quer em grupo;
10. Escutar pontos de vistas diferentes e até divergentes para abrir a mente;
11. Buscar inspiração em pessoas que fogem do senso comum;
12. Apresentar o desafio ou situação a uma criança;
13. Evitar julgar as situações, procurar antes compreendê-las;
14. Fazer as perguntas certas e depois escrever, preferencialmente no presente do indicativo, pelo menos vinte respostas para cada pergunta;
15. Usar metáforas e analogias para relacionar as soluções com a situação real;
16. Manter uma atitude positiva, os pensamentos negativos bloqueiam novas ideias;
17. Deixar a mente aberta a novas ideias, cultivando o pensamento lateral;
18. Listar, até mentalmente, os pontos fortes e as oportunidades das situações em causa;
19. Desenhar as ideias para as tornar mais reais e ver o que acontece;
20. Ousar fazer coisas de forma diferente para sair da rotina e experimentar a neuróbica;
21. Substituir o "mas" pelo "e" no discurso diário para eliminar barreiras que impedem a ação, certamente surgirá uma solução;
22. Decorar a casa, local de trabalho ou ecrã do telemóvel com citações ou imagens inspiradoras;
23. Criar novas ideias a partir de ideias existentes, melhorando-as ou transformando-as;
24. Prestar atenção aos detalhes e fazer a diferença a partir deles;
25. Resolver uma situação de cada vez e por etapas, dessa forma um problema enorme será resolvido mais facilmente;
26. Não guardar tudo para o último dia, para que o consciente processe todas as dimensões da situação e o subconsciente também;
27. Estabalecer um prazo e até desenvolver um certo sentido de urgência;
28. Dormir sobre o assunto, clarificando previamente a situação atual e desejada e identificando as barreiras a ultrapassar, para que o cérebro continue a processar a informação;
29. Não esperar pela perfeição para pôr uma ideia em prática, as melhorias e os ajustes vão sendo feitos ao longo da sua implementação;
30. Passar da ideia à ação, mantendo sempre um pensamento criativo. Vamos, então, abrir a nossa mente e deixar fluir as ideias... as melhores são para pôr em marcha!

Inscrições abertas para intercâmbio em empreendedorismo

Debater o empreendedorismo jovem e novas formas de conquistar o mercado de trabalho é o objectivo do intercâmbio "Power of Youth". A associação sem fins lucrativos Raise It Now está a promover a iniciativa que vai levar sete jovens portugueses à Lituânia, em Março. As inscrições já estão abertas.
«Com este projecto, espera-se que os participantes melhorem a sua preparação para o mundo laboral actual e descubram novas formas de promover o empreendedorismo pessoal e empresarial», explica Ana RitaSeirôco, gestora de Projectos da Raise It Now.
O intercâmbio conta também com a participação de jovens da Turquia, Roménia e Lituânia. A iniciativa conta com debates interactivos, actividades de grupo e jogos de simulação empresarial, através dos quais os participantes vão poder partilhar experiências sobre empreendedorismo jovem e ganhar aptidões para a criação de novas oportunidades de emprego, num contexto europeu.
Vão ainda poder trocar experiências com empresários locais e jovens empreendedores da Lituânia, organizar e participar numa conferência e usar métodos e princípios de educação não formal.
O quê: Intercâmbio "Power of Youth"
Onde: Cidade de Kaunas, Lituânia
Quando: 19 a 28 de MarçoQuem: Jovens portugueses entre os 18 e os 25 anos
Quanto: 175 euros (inclui viagem, alojamento, alimentação e actividades)
Para mais informações: intercambios@raiseitnow.org.pt

Empreendedorismo: Investimento estrangeiro em Portugal cresce mais de 200%

O investimento directo estrangeiro (IDE) aumentou mais de 200 por cento, para 4,4 mil milhões de dólares, em 2011 face ao ano anterior, de acordo com os dados preliminares das Nações Unidas.
De acordo com o relatório Global Investment Trends Monitor da Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), os fluxos de IDE aumentaram 203,3 por cento em Portugal, no último ano, de 1,5 mil milhões para 4,4 mil milhões de euros.
Estes números serão confirmados pela organização em Abril.
Segundo o relatório preliminar, Portugal foi a terceira economia desenvolvida que registou o maior crescimento em 2011, a seguir à Áustria e à Itália, sendo que o valor de partida nacional é mais baixo do que o daqueles dois países.
Os fluxos globais de IDE aumentaram 17 por cento, para 1.509 mil milhões de dólares, em 2011 face ao ano anterior, superando a média pré-crise.De acordo com a Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), apesar da turbulência económica global, o IDE aumentou 17 por cento para 1.509 mil milhões de dólares (cerca de 1.160 mil milhões de euros), superando a média dos três anos pré-crise (2005-2007), que era de 1.472 mil milhões de dólares.
Os fluxos globais de IDE aumentaram tanto nos países desenvolvidos como nos países em vias de desenvolvimento, revela o mesmo estudo, antecipando para 2012 «progressos modestos» para cerca de 1.600 mil milhões de dólares, ainda aquém do pico de quase 2.000 mil milhões de 2007.
Os países em desenvolvimento continuaram a ser responsáveis por metade dos fluxos globais de IDE em 2011, tendo atingido um novo recorde, impulsionado por investimentos na América Latina, que registaram um aumento de 35 por cento, e as economias de transição, onde o IDE subiu 31 por cento.

Módulos fotovoltaicos dão prémio de empreendedorismo a investigadores da FEUP

O Prémio Solvay para as áreas da Química, Engenharia Química, Materiais e Ambiente foi entregue ao projeto "Dye-Sensitized Solar Cells: A New Vision For Making It A Competitive Technology", desenvolvido por Adélio Mendes, Luísa Andrade e Joaquim Gabriel.
Segundo Adélio Mendes, "a ideia do projeto surgiu duma conversa com o Eng. Alberto Barbosa, da Efacec. Na altura, em finais de 2007, sugeri a possibilidade de se desenvolver uma tecnologia diferente, inovadora e promissora de células fotovoltaicas, as células sensibilizadas com corante ou em inglês dye-sensitized solar cells (DSC)", disse à VE.
A ideia desenvolvida pela equipa da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto incide na produção de energia através de painéis fotovoltaicos, instalados nos vidros dos edifícios, com uma configuração singular em vidros duplos. O projeto visa o desenvolvimento de células fotovoltaicas, ambientalmente sustentáveis, que permitem amortizar o preço dos painéis pelo consumo da energia elétrica que é produzida.
Trata-se de uma tecnologia ainda não disponível comercialmente, facto que "permitiu acreditar que seria possível à Efacec ir buscar à cadeia de valor uma fração mais significativa". Por outro lado, explicou, "as DSC apresentam-se como a tecnologia ideal para integração em edifícios. Estas são bonitas, têm a capacidade de aproveitar melhor a radiação difusa que as células tradicionais de silício, e tinham uma previsão de custos de fabrico também muito favorável".
Produção em massa arranca em 2015.
O calendário previsto estabelece que "até meados de 2012" serão produzidos protótipos laboratoriais de DSCs "com uma área de cerca de 1 m2". A partir destes protótipos "deverá avançar-se para o licenciamento não exclusivo de algumas das tecnologias desenvolvidas, e a captação de financiadores".
Em 2013 deverá arrancar "a montagem duma fábrica e em 2014 deverão ser disponibilizados os primeiros módulos fotovoltaicos DSC. Entretanto, já em 2012 deverão ser disponibilizadas comercialmente pequenas células fotovoltaicas", resumiu aquele investigador. Em 2015 "é expectável que todos os processos de fabrico estejam já afinados e que se possa iniciar a produção em massa destas células". A montagem e arranque da fábrica original, com uma capacidade anual de 2 MW, deverá custar cerca de três milhões de euros.
Em termos gerais, "o principal mercado das DSC é a sua integração em edifícios, tendo um potencial económico enorme". Estudos preliminares indicam que estas células, quando integradas em vidro duplo, deverão ter um custo de cerca de duas a três vezes superior ao custo original do mesmo vidro duplo.
Enquanto empreendedor, Adélio Mendes refere que o lançamento de uma nova tecnologia "tem um custo de fabrico inicial superior que vai diminuindo com a amortização dos investimentos e com o aperfeiçoamento dos processos de fabrico e do produto".
Com "a descida acentuada do preço das células de silício, a margem possível de venda das DSC começa a diminuir. Desta forma, a necessidade de um investimento maciço inicial para o amadurecimento mais rápido da tecnologia vem comprometido".
Adélio Mendes é autor ou coautor de mais de 150 artigos internacionais com revisão e de 18 famílias de patentes. Tem sido investigador principal em projetos financiados pela FCT, AdI, Comissão Europeia e por empresas Nacionais e Internacionais, entre elas a EFACEC, CUF-QI, CIN, UNICER, Tomorrow Options, AirProducts and Chemicals (EUA), NASA (EUA).
Luísa Andrade desenvolve atividades de investigação na área de células fotovoltaicas (Células de Grätzel), células fotoelectroquímicas para produção de hidrogénio e gás de síntese e em fotocatálise.

Inovar não basta: é preciso ser empreendedor e exportar

Ter ideias inovadoras não chega. É preciso transformá-las em bons projetos, com visão empreendedora, e pensar sempre na internacionalização dos produtos. O mercado nacional é demasiado pequeno para os investimentos que a inovação exige por parte das empresas. Foram estas algumas das conclusões do quinto debate Made in Portugal organizado pelo DN, dedicado ao tema "A Inovação em Portugal". O painel contou com Sérgio Simões (Bluepharma), Miguel Pina Martins (Science4you), José Mendes (Universidade do Minho), Sérvulo Rodrigues (ES Ventures) e Manuel Teixeira (ANJE). Os intervenientes defenderam que Portugal deve apostar no sector para subir no 'ranking' da inovação e... das exportações.

Para inovar, comecemos pelo futuro: Portugal tem de investir no empreendedorismo, estreitar as relações entre universidades e empresas em matéria de inovação e fazer do mundo o seu mercado. Estas foram algumas das ideias deixadas pelo painel sobre a "Inovação em Portugal", em mais um debate promovido no auditório do DN no âmbito da iniciativa Made in Portugal.
"A inovação tem de ter valor económico, senão não passa de uma curiosidade", defendeu o presidente executivo da ES Ventures, empresa de capital de risco do Grupo Espírito Santo. Sérvulo Rodrigues explica ainda que uma empresa da área da inovação não pode resumir-se a produzir para consumo 'interno': "O mercado nacional é bom como 'piloto', mas estas empresas têm sempre de pensar no mercado global."

Inovar. Empreender. Exportar. É esta a cadeia que tem de ser seguida no campo da inovação, sob pena de haver desperdícios numa crise que é, como explicou Sérvulo Rodrigues, "omnipresente".
A necessidade de fomentar o empreendedorismo esbarra na tradição empresarial portuguesa e em algumas lacunas que ainda subsistem nas empresas e naqueles que continuam a ser um dos maiores focos de inovação do País: as universidades.
Outro dos intervenientes do debate - moderado por António Perez Metelo, redator principal do DN - foi o vice-reitor da Universidade do Minho, José Mendes, que alertou para o "défice de conhecimento na transferência da tecnologia". "Muitas vezes falta o know how para, por exemplo, saber como vender uma patente", acrescenta. Já Sérgio Simões, vice-presidente do conselho de administração da Bluepharma, defendeu que é preciso "tempo e investimento".
Sérgio Simões garante que em termos de criatividade "há muitas ideias, mas falta um método".

"Existe algum dinheiro para investir nos projetos, mas há carência de bons projetos e investimento sério. Uma coisa é colocar 100 mil euros numa empresa, outra é colocar 5 milhões de euros. E muitas vezes as empresas precisam desse dinheiro para ganhar escala", explica Sérgio Simões.
Sérvulo Rodrigues ripostou dizendo que a ES Ventures investiu 250 milhões de euros na empresa desde 2000 e que "todas as semanas" são-lhe apresentados 11 projetos de pessoas que procuram o investimento da ES Ventures, metade dos quais portugueses.
Todos os intervenientes do debate concordaram que as empresas da área de inovação precisam de ter uma escala global e serem direcionadas para a exportação. Caso contrário, tudo não passará de uma brincadeira. Foi, no entanto, com brinquedos (científicos), que Miguel Pina Martins, presidente do conselho de administração da Science4you, conseguiu atingir o sucesso e começar a exportar.
Miguel Pina Martins aponta como um dos entraves ao crescimento da inovação o facto de o povo português não ser "naturalmente empreendedor. Temos de conseguir contornar que os jovens tenham menos aversão ao risco e começar a ser também um País exportador". O presidente da comissão executiva da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), Manuel Teixeira, concordou dizendo que a crise "obrigou-nos a mudar de vida", criticando algumas das decisões políticas que não travaram a troca de uma aposta "nas fábricas pela construção civil".
Manuel Teixeira defendeu ainda que se contratem jovens, não só portugueses como também "quadros estrangeiros" para as empresas da área da inovação, que tenham conhecimento dos mercados para potenciarem as exportações.

O vice-reitor da Universidade do Minho, José Mendes, refere que "Portugal está em 30.º lugar no índice de inovação, mas devia estar em 15.º ou 16.º e as exportações não deveriam representar 32% do PIB, mas 50%".
Por sua vez, Manuel Teixeira deu como exemplo a compra de uma participação da EDP por parte de uma empresa chinesa como um sinal de que "Portugal pode ser uma lancha rápida entre Brasil, Europa e China".
Os participantes no debate do Diário de Notícias veem na crise uma oportunidade para mudar o País. "A austeridade, que sofremos de vez em quando, aguça-nos a criatividade", lembrou José Mendes. Miguel Pina Martins afirmou que"a crise deve ser vista pelo lado positivo, pois vai ajudar a criar métodos" quepermitam ter sucesso no futuro.
Universidades grandes aliadas
Só juntando as empresas e as universidades é que a inovação poderá atingir o sucesso. Daí que todos os intervenientes no debate tenham lembrado o importante papel destes estabelecimentos de ensino na área.

Sérvulo Rodrigues acredita que "as universidades estão cada vez mais mobilizadas para que os trabalhos académicos incluam o empreendedorismo." Embora a relação entre as empresas e as universidades nem sempre seja fácil, Sérgio Simões deu como exemplo a Bluepharma - uma empresa que exporta 73% daquilo que produz - e que beneficia de uma parceria com a Universidade de Coimbra.
Miguel Pina Martins admite igualmente que ainda era estudante quando teve a ideia de criar a Science4you e que foi o facto de os seus produtos "terem o selo da Faculdade de Ciências que levou ao seu sucesso, uma vez que é um selo de qualidade".
Já o vice-reitor da Universidade do Minho defende uma alteração do paradigma. "Devia ser o capital de risco a ir para a universidade. Porque não colocar empresas de capital de risco no campus?", propôs José Mendes.
Em matéria de inovação e empreendedorismo, há ainda um longo caminho a percorrer. O painel de convidados concordou que não basta ter uma boa ideia. É preciso torná-la num projeto que traga valor acrescentado. E depois: trabalhar. Como disse Sérgio Simões: "Tudo tem de ter 5% de inspiração e 95% de
transpiração."

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Agradeça a quem lhe passa a bola!


A maioria de nós gosta muito do resultado final, principalmente quando não ficamos agarrados a empates ou decisões que têm de ser divididas. É mais interessante olhar para um cenário definitivo onde uma equipa ganha, e a outra perde (se formos nós os vencedores, melhor ainda!). Isto também é verdade no desporto em geral. Todos gostamos daqueles que aparecem e dão nas vistas nos episódios de sucesso das suas equipas. É habitual ganharmos afectos à volta de quem marca mais golos, ou daqueles que marcam mais pontos, etc.. No final comentamos: “ele marcou dois golos… ele marcou mais de trinta pontos, foi bestial…” Mas, para eles o terem feito, alguém teve de colocar lá a bola! Alguém teve de a recuperar na defesa! Alguém teve de atrapalhar, ou provocar problemas, ao ataque do adversário! Ele marcou, mas, alguém fez com que isso fosse possível! Será que perguntamos, tantas vezes quanto as necessárias, quem foram essas pessoas? Será que as reconhecemos o suficiente?

O treinador Dean Smith tornou a equipa de Norte Carolina famosa no basquetebol Universitário dos EU, não só pelos resultados que alcançou mas pelos comportamentos que os jogadores exibiam enquanto jogavam. A sua filosofia apoiava-se na máxima: “Play Smart; Play Hard and Play Together”! Porém, reconhecia, tal como muitos de nós, que esta frase para além de ser bonita quando é escrita ou lida, ganha uma beleza que a diferencia se for tornada real. Isto é, se deixar de estar limitada aquilo que se diz, para estar expressa nos comportamentos e atitudes dos jogadores marcando, com clareza, que é uma mensagem cultural sentida e vivida por todos. Um dos sinais que era importante dar para que todos sentissem que estavam juntos (together) era agradecer ao colega sempre que ele fazia um bom passe. Segundo Dean Smith, esta ideia deveria ser visível a todos os que apoiavam a equipa, e à própria imprensa, ao ponto deste agradecimento se revelar num acto público de apreciação. Era uma regra, tal como qualquer outra. Começou por ser praticada nos primeiros anos dentro das sessões de treino, até ao momento que deixou de ser necessário porque já fazia parte da filosofia de jogo da equipa de Carolina do Norte. Este treinador ia ao ponto de dizer que: “mesmo quando falhamos uma bola fácil debaixo do cesto deveremos dizer obrigado, ou até pedir desculpa, ao colega que passou a bola. Ele cumpriu o seu trabalho, nós é que não…”

As pessoas gostam de ser reconhecidas. Nesse sentido esta regra ia ao ponto de permitir que o jogador que passa a bola aparecesse associado às imagens mais marcantes do jogo. Sempre que um jogador marca um golo, ou um cesto, o que acontece? O público olha para ele, os fotógrafos, os jornalistas que relatam o jogo e as câmaras de televisão ficam, na maioria das vezes, presos a este jogador. Dean Smith conhecia bem este tipo de hábitos que caracterizam os espectáculos desportivos. Aproveitando esta realidade, conseguiu que os jogadores que passam bem a bola aparecessem a festejar, ou a serem cumprimentados, pelos colegas. Isto, porque o jogador que marcava o cesto corria de imediato ao seu encontro num gesto que sendo simples, ou exuberante, dizia: “Obrigado, este cesto devo-o a ti. Ou, desculpa, falhei o cesto… não cumpri com a minha parte.” Este foi um hábito que todos os que jogaram nas equipas de Dean Smith interiorizaram. Não só enquanto jogadores, mas enquanto pessoas, para o resto das suas vidas.

Nem sempre aqueles que ajudam as equipas nos pequenos detalhes, nas tarefas mais complicadas e menos visíveis, têm o devido reconhecimento. Admito, que a minha opinião é um pouco mais forte. È muito difícil estas pessoas conseguirem um reconhecimento à medida das suas contribuições. Isso acontece um pouco no desporto, mas, essencialmente, nas empresas, onde a cultura de jogar em equipa oferece fortes oportunidades de melhoria nem sempre aproveitadas face à pressão e competitividade acrescida dos mercados. Quando uma equipa de vendas alcança os seus objectivos, ou até os ultrapassa, quem tradicionalmente ganha viagens de incentivo e prémios sobre o valor facturado? Se fosse na equipa de Dean Smith, depois de atingirem o objectivo de vendas (aquilo a que no basquetebol chamamos - marcar o cesto da vitória), certamente teríamos os vendedores e o seu principal responsável a abdicarem dos seus egos, enquanto corriam para o armazém, para a área de desenvolvimento de produto, do Marketing, ou da facturação, para saudarem os colegas dizendo: “obrigado, pelas boas bolas que vocês passaram! Esta vitória só foi possível com a vossa contribuição.”

Lembro-me de um treinador norte-americano, com quem tive o privilégio de trabalhar, dizer-me: “Mário, é fundamental encontrarmos razões para permear aqueles que jamais terão oportunidade para ganhar algum tipo de prémio.” Nessa altura, com 23 anos de idade, esta expressão teve pouco impacto em mim. O facto, é que não a esqueci. Ao longo do tempo fui aprendendo até que ponto aquilo que ele dizia era importante. Principalmente, quando passamos a maioria do tempo nas empresas a falar de motivação, empenho e resultados. E quando gastamos muito pouco tempo a perceber, ou a mudar o que for necessário, para ganharmos essa mesma motivação, capacidade de entrega e performance. Quando o contexto, ou ambiente vivido, não faz com que as pessoas se sintam bem, é frequente ver as empresas a gastarem muito dinheiro em formação, em estudos de consultoria, em reuniões e projectos inovadores com uma máquina de comunicação montada somente com esse propósito. Contudo, tem sido muito discutível, e pouco palpável, até que ponto existe um retorno à volta desses investimentos. Com honestidade, sinto que tentam resolver o problema da maneira errada. Isto é, teimam em encontrar soluções para problemas que sentem sem determinarem, de uma forma concreta, e estruturada, as causas que verdadeiramente condicionam estes reflexos. E, principalmente, quando nem sequer tentam, não conseguem mudar, ou não têm força para influenciar, a força política instalada na organização.

Dean Smith percebeu, desde muito cedo, que o desempenho da sua equipa seria tanto melhor quanto mais identificação cultural existisse entre os jogadores enquanto jogavam. Sendo claro que ele, como líder da equipa, se recusava a falar de palavras bonitas que não tivessem um efeito prático sobre a disciplina colectiva.
Pois bem, falar de trabalho em equipa numa organização exige regras muito claras que todos devem praticar. Falar do conceito em si só parece-me pouco. Tal como este treinador fez, é importante que nas empresas as suas lideranças sejam capazes de ajudar, suportar, e treinar as pessoas a praticarem aquilo que se diz. Together na equipa de Carolina do Norte tinha uma determinada expressão. Numa outra equipa pode ter expressões diferentes. Seja como for, uma coisa é certa - uma empresa, onde as pessoas que a gerem e os seus colaboradores não têm os mesmos valores, jamais funcionará bem!

PME têm nova linha de crédito disponível


A Linha de Crédito PME Crescimento já está disponível com um valor global de 1500 milhões de euros, com dotações específicas para Micro e Pequenas empresas de 250 milhões de euros e para empresas exportadoras de 500 milhões de euros. Esta linha destina-se fundamentalmente a financiar novos investimentos em ativos fixos
corpóreos ou incorpóreos, ou ao reforço do fundo de maneio ou dos capitais permanentes.

Consultora Squadra lança oferta formativa em vendas


A Squadra, marca de serviços de consultoria na área de Marketing & Sales Management, vai ministrar um curso formativo em vendas, visando dotar as empresas e os profissionais de vendas das competências base para a função comercial.

O curso possui uma vertente prática, a qual permite que estas competências sejam adquiridas ou atualizadas de forma sustentada, com exemplos e partilha de casos reais.
Este workshop será ministrado no Porto a 16 de Fevereiro e a 23 seguinte em Lisboa. A formação é dirigida a Comerciais, Gestores de Clientes, Delegados Comerciais e a qualquer profissional que tenha interesse por esta temática. Este curso
intensivo é também direcionado a todos os que procuram a área comercial como uma saída profissional de futuro.

A primeira parte do programa incide no tema da importância da comunicação no contexto da venda. A segunda será sobre as técnicas de venda para o sucesso.

A Squadra é o novo projeto profissional liderado por Rafael Cerveira Pinto, à frente de uma equipa especializada e com uma vasta experiência profissional executiva nas áreas de Marketing e Vendas, em empresas de grande sucesso e prestígio.

O modelo de negócio está assente numa rede de capital humano e integra uma rede de parceiros independentes, especializadas em áreas como Estudos de Mercado, Relações Públicas, Design e Comunicação, Marketing Digital, Incentivos QREN, Internacionalização, entre outras, que permite ter acesso direto ao parceiro mais
adequado, para responder às necessidades de cada projeto.

Nonius investe 2,5 milhões de euros no mercado externo


A Nonius, empresa tecnológica portuguesa especializada em soluções tecnológicas para a hotelaria, vai investir 2,5 milhões de euros na internacionalização com o apoio da Caixa Capital, do Grupo Caixa Geral de Depósitos. Como refere a empresa em comunicado de imprensa, “o aumento dos capitais próprios, com a entrada do novo investidor institucional, vai permitir à Nonius a execução de um plano de investimento global de 2,5 milhões de euros com os objetivos de aumentar o volume de negócios atual de 2 milhões de euros para 10 milhões de euros e aumentar as exportações de 20% para 80% das vendas até 2015”.

Projeto inovador promove valorização dos resíduos florestais


Depois de uma experiência de 38 anos em gestão de negócios em ambiente multinacional,
Jorge Santos criou, em Agosto de 2011, a Greenfiber Tech, uma empresa a operar na área das cleantech.
Tendo como matéria-prima as fibras vegetais numa combinação inovadora com polímeros,a Greenfiber Tech desenvolveu uma fórmula que resulta num produto compósito, designado Smart Composite. Trata-se de uma gama de produtos inovadores mais sustentáveis do que a madeira e compósitos de madeira com termoplástico (WPC – Wood Plastic Composite).

A indústria de construção naval e civil dos EUA e Canadá são os principais mercados dos Smart Composite, que poderão ser aplicados em barcos,terraços, jardins, piscinas, spas, mobiliário de exterior, entre outros. Utilizando tecnologias de transformação já existentes, os Smart Composite inovam no processo de produção. Ao seleccionar e combinar propriedades específicas das fibras vegetais, detectadas e isoladas em laboratório sueco, com polímeros de propriedades singulares,
o resultado é uma alternativa de maior valor e mais eficaz.
Desta forma são valorizados “com mais eficácia os desperdícios da indústria da fileira florestal(coco, casca de arroz, sisal, cânhamo e outros),garantindo produtos com características únicas que reúnem um conjunto de benefícios”, referiu à VE o CEO e fundador da Greenfiber Tech, Jorge Santos.
Neste momento, a Greenfiber Tech está disponível para a entrada de capital de risco e outros investidores.

Quanto ao futuro do negócio, a curto prazo está prevista a abertura de uma fábrica no
distrito do Porto que empregará mão-de-obra qualificada. Para além disso, “há um conjunto vasto de outras aplicações que podem integrar as matérias- primas desenvolvidas pela Greenfiber Tech, o que garante uma maior longevidadeà empresa em termos de desenvolvimento. Novos mercados, novas aplicações, diferentes tecnologias e novos clientes”.
Para o primeiro ano, está prevista uma facturação na ordem de 1,5 milhões de euros. A partir daí, com o desenvolvimento dos diversos produtose a empresa a trabalhar a uma velocidade cruzeiro, estima-se chegar aos 18 a 20 milhões de euros por ano, só com exportações.

A Greenfiber Tech é uma empresa criada no âmbito do EIBTnet, programa que apoia a criação de empresas inovadoras e de base tecnológica promovido pela NET – Novas Empresas e Tecnologias S.A. (BIC Porto). A empresa encontra-se instalada no edifício Promonet, usufruindo dos apoios necessários nesta fase de arranque.

CRIANDO UMA VANTAGEM COOPERATIVA


O novo ambiente competitivo, as novas institucionalidades vigentes e a nova idéia do papel dos governos marcaram uma série de transformações que fizeram renascer o interesse sobre o papel que os pequenos produtores podem ter na reestruturação produtiva, assim como no desenvolvimento de regiões e países. Esse interesse coincide com o reconhecimento de sinergias coletivas geradas pela participação em cadeias produtivas que efetivamente fortalece as chances de sobrevivência no mercado cada vez mais competitivo.

As grandes mudanças ambientais, as incertezas, a complexidade e intensidade competitiva, têm levado ao surgimento de diferentes modelos e redes organizacionais. Nesse sentido, tais mudanças ocorrem simultaneamente, com a emergência de um novo paradigma tecnológico, que impõe um processo produtivo mais intensivo em conhecimento, alterando significativamente o ambiente competitivo e colocando novos formatos institucionais para as pequenas e médias empresas.

Na discussão atual, a capacidade de se articular cadeias produtivas competitivas, em espaços locais, depende da sobremaneira de sua inserção complementar as suas congêneres em nível local. As transformações que decorrem do processo de globalização, associadas a outras, tecnológicas e institucionais, impactam profundamente as formas de organização e as premissas de desenvolvimento de cada país ou região. As estratégias dos grandes agentes econômicos implicam em escolhas de regiões que se integram ou que possuem dificuldades para se convergirem, o que vem redefinindo hierarquias e dinâmicas de crescimento econômico de territórios em toda aldeia global.

Destaca-se, também, que a inserção dos empreendimentos no mundo dos negócios em nível global requer a percepção, por parte das instituições públicas e privadas dos Estados, de que a competição não só está mais acirrada como as vantagens competitivas passam a depender cada vez mais da interação sinérgica entre as dimensões empresarial, estrutural e sistêmica. A primeira dimensão tem a ver com a capacidade empreendedora dos agentes econômicos; a segunda, com a infra-estrutura (logística) local/regional e a terceira está relacionada às principais tendências em níveis nacional e internacional.

Cooperatividade sistêmica é uma expressão estranha! Cooperatividade sistêmica é o exercício da cooperação entre os agentes que compõem um determinado todo, beneficiando todas as partes que o constituem e o meio onde ele se insere. A cooperação, dependendo do seu grau, tem a capacidade de contabilizar ganhos sociais, econômicos, políticos, culturais e ambientais que podem advir da cooperação, entrando em contato com o conceito de vantagens cooperativas sistêmicas e tendo a oportunidade de verificar que elas decorrem da aplicação de estratégias cooperativas elaboradas e implementadas por agentes que se articulam em modelos organizacionais especiais.

A competitividade vem sendo tratada como se fosse à majestade absoluta de todos os processos de desenvolvimento. Com um discurso monofônico, seus pregadores alardeiam a necessidade de se sacrificar tudo: ignorar princípios, esquecer cresças, violentar-se, violentar os outros, desconsiderar tratos e contratos, danificar ambientes efetivos e físicos. A competitividade é mesmo essa panacéia? Qual seu verdadeiro papel nos processos sociais e econômicos? Quais os seus alcances e limites? Por que é dado esse tipo de tratamento ao fenômeno da competição? Qual a relação da competição com a cooperação?

Gabinete de Apoio ao Empreendedor nasce em Aveiro

Nasceu no IPAM de Aveiro o BIZness Preview. Trata-se de um gabinete de apoio aos empreendedores da região e que nasce no âmbito do projeto “Aveiro Empreendedor”.
“A atividade do Gabinete BIZness Preview consiste num acompanhamento individualizado a todos os que pretendam perceber o potencial da sua ideia de negócio, de modo a identificar atempadamente os riscos associados à sua implementação, contribuindo assim para uma tomada de decisão mais ponderada e informada”, explica o presidente das Talent Universities New Leaders. Caetano Alves acrescenta que o principal objetivo é “observar, em janeiro de 2014, a sobrevivência de pelo menos 80% das sociedades constituídas por aconselhamento deste gabinete”.
Este novo gabinete adota uma metodologia ativa e personalizada, daí que programe cada acompanhamento em três sessões individuais com o promotor e uma sessão interna onde especialistas avaliam a ideia de negócio e a proposta de valor.

Caetano Alves recorda ainda que a taxa de sobrevivência, após dois anos, verificada em Portugal situa-se nos 54% contra os 70% registados nos países da OCDE.
Segundo o responsável isto acontece pela precipitação por parte dos promotores. “Raramente encontrámos um promotor de um projeto que tenha resposta efetiva para a pergunta básica: Quem compra o seu produto e quanto paga por ele?”. A mesma fonte adianta ainda que “ser empreender hoje é como ir às compras: é um
processo recheado de facilitismos, o que não é de todo mau, mas dadas as características da sociedade portuguesa, há certo tipo de incentivos que deixam muito a desejar e prejudicam muitas famílias, pois são poucos os empreendedores que procuram apoio de gestão antes de tomar a decisão de constituir uma sociedade”.

Mas que impacto tem o BIZness Preview para a região de Aveiro? “Este projeto tem como meta avaliar, no mínimo 300 potenciais empreendedores e as suas ideias de negócio em 17 meses. Se considerarmos que pelo menos 20/25 por cento das ideias têm potencial de se tornarem num negócio de sucesso estaremos a criar no mínimo quatro a cinco postos de trabalho por mês, que, por sua vez, irão gerar uma dinâmica na economia da região, através da contratação de serviços básicos, arrendamentos, entre outros.”

BetaStart lança quarta edição

Turismo e web mobile no centro de concurso de empreendedorismo

A Beta-i (Associação de Promoção da Inovação e Empreendedorismo), em parceria com o Billy the Group, abriu o prazo para as candidaturas à quarta edição do BetaStart, programa de aceleração de ideias. O objetivo desta edição – para além de ajudar os participantes a desenvolver ideias que num curto espaço de tempo resultem em verdadeiras ‘start-up’ – é sensibilizar os empreendedores para o potencial que a área da web-mobile e do turismo tem no atual contexto nacional e internacional.

As inscrições para a quarta edição do BetaStart estão abertas até ao dia 6 de fevereiro, seguindo-se o processo de seleção que acontece no dia 18 de fevereiro
através de um júri que ouvirá as ideias dos candidatos.
Serão selecionadas 10 projetos com o máximo de três elementos por projeto.

O programa é gratuito, existindo um ‘finders-fee’ de 5% quando o projeto seja selecionado por um investidor via Beta-i.
O BetaStart arranca no dia 25 de fevereiro para proporcionar aos empreendedores
uma plataforma que incentive e crie as condições necessárias para que desenvolvam as suas ideias de forma rápida e sustentada. Terminado este período, pretende-se que as ideias dos participantes atinjam um estado de maturação elevado para se transformarem em verdadeiras ‘start-up’ capazes de dar passos concretos no mercado, não só a nível nacional mas também a nível internacional.

No dia 30 de março os projetos acelerados serão apresentados a um grupo de 30 investidores constituído por empresas de capital de risco, business angels, financeiras, entre outras.