quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Feira de Empreendedorismo dá a conhecer projectos inovadores

Com o objectivo de promover a actividade empresarial, a inovação e o espírito empreendedor, a Câmara Municipal de Famalicão e a Associação de Empreendedores da mesma localidade organizam entre 7 e 9 de Outubro a I Feira do Empreendedorismo.

A iniciativa, que tem ainda o apoio do Instituto Português da Juventude e do Instituto de Emprego e Formação Profissional, conta com a participação de cerca de meia centena de empresas e instituições famalicenses, consideradas exemplos de empreendedorismo.

O evento que, decorre na Casa das Artes, destaca-se ainda pelo programa, que decorre paralelamente à Feira e que inclui a realização de workshops, seminários e demonstrações tecnológicas entre outras.

Do rol de convidados para falar sobre empreendedorismo, sobressai a presença do jornalista Camilo Lourenço. O apresentador do programa 'A Cor do Dinheiro' da RTP irá participar no debate 'Empreenda por favor!', sábado, dia 8, a partir das 15h, deixando alguns conselhos sobre o apoio ao desenvolvimento de projectos.

Para o presidente da autarquia, Armindo Costa, «com esta iniciativa pretendemos, acima de tudo, valorizar o nosso tecido económico, criando condições favoráveis ao desenvolvimento da iniciativa privada, à inovação, ao empreendedorismo e à motivação dos jovens para a actividade empresarial».

domingo, 25 de setembro de 2011

Ideias e tecnologias em potência

A internacionalização da Venture Catalyst já estava traçada desde a sua génese. A América do Sul foi o alvo prioritário de Rafael Simão.

Os cinco projectos em que a Venture Catalysts já trabalhou acederam a um total de 400 mil euros.

Empresa: Venture Catalysts
Área de actividade: Empreendedorismo tecnológico
Número de colaboradores: 5
Investimento inicial: 5 mil euros

A Venture Catalysts é uma empresa que potencia ideias e tecnologias para responder a estímulos do mercado. Rafael Simão é a mente por trás do projecto, cujo objectivo é o de valorizar o conhecimento gerado através de Investigação & Desenvolvimento (&D) nas universidades portuguesas. Já existem mecanismos de apoio a projectos "spin-off" e "startup", mas ainda com "inúmeros obstáculos" para que vinguem no mercado. É por isso que Rafael Simão quer que a sua empresa actue como "catalisadora" e proporcione a criação ou desenvolvimento de competências e estratégias para que haja acesso a fundos, rede de contactos e mercado. "Isto implica, entre outras coisas, trabalhar próximo dos promotores e falar a mesma linguagem dos mundos de I&D, do empreendedorismo e dos negócios."

A Venture Catalysts tem empreendedores que ajudam outros empreendedores a terem sucesso.
"A nossa experiência e formação diversificadas permitem-nos ser fluentes na linguagem de quem tem as ideias, de quem as patrocina e de quem compra os produtos ou serviços em que elas se baseiam", explica o empreendedor de 29 anos.

Quando se candidatou-se ao "Startup Chile", não teve dúvidas: trata-se de um continente em expansão económica e desenvolvimento global, quer a nível de infra-estruturas, quer de investimento em I&D. A possibilidade de contacto com empreendedores que desenvolveram ideias disruptivas provenientes dos cinco continentes é a principal vantagem.

"A necessidade de trabalhar remotamente em equipa é um dos principais desafios. Quando ultrapassado, dará lugar a um novo modo de trabalho à distância, que será essencial para a internacionalização."

Os cinco projectos em que a Venture Catalysts trabalhou até agora permitiram aceder a aproximadamente 400 mil euros, provenientes de diferentes fontes de investimento. "Este ecossistema em que estamos inseridos funciona muito na base do 'see it to believe it' e estes casos de sucesso são momentos-chave no desenvolvimento do nosso projecto." Agora, a equipa de Rafael Simão vai arrancar com a avaliação de mais quatro ideias: três internacionais e um nacional.

À conquista do mercado global a partir do Chile

Na primeira edição do programa, o "Startup Chile" recrutou sete empreendedores portugueses. Saiba como funciona a iniciativa e conheça os projectos de Frederico Câmara, Tiago Matos, José Moura, Clara Vieira e Rafael Simão.

Não é a primeira vez que Tiago Matos e Filipe Gonçalves fazem as malas e viajam à procura de novas oportunidades de trabalho. Foi enquanto estavam em Inglaterra e na Holanda, respectivamente, que surgiu a oportunidade de criarem um projecto seu, o Vendder.com.

Estava na hora de se lançarem como empresários. Daí a concorrerem ao "Startup Chile", um programa criado pelo Ministério da Economia chileno e promovida pela Corfo, Agência de Desenvolvimento Económico Chileno, foi um passo. Agora, o objectivo já é juntarem-se a gigantes como a Amazon ou a Ebay.

A iniciativa visa atrair empreendedores e empresas em "early stage" que queiram utilizar o Chile como uma plataforma para a internacionalização dos seus negócios. Obectivo: transformar o Chile no centro do empreendedorismo e inovação da América Latina.

Em 2010, a iniciativa arrancou com um projecto-piloto, que levou 22 "startups", provenientes de 14 países, para o Chile. Cada empresa tem direito a cerca de 30 mil euros para seis meses e um visto temporário de um ano para que possa desenvolver os seus negócios e aceder às redes de contactos e investimento mais fortes no país.

O sucesso da primeira edição levou a uma expansão para 2011, cujo objectivo é o de atingir 300 participantes. A primeira etapa de candidaturas fechou com 329 concorrentes, provenientes de 44 países. Destas, foram escolhidas 110, vindas de 28 nações. Das 110, 90 já chegaram ao Chile, totalizando agora 150 empreendedores estrangeiros em solo chileno.

650 candidaturas
Na segunda etapa, em Agosto, concorreram 650 pessoas oriundas de 60 países. Pela primeira vez, os chilenos puderam concorrer ao programa, que agora está mais focado em concentrar o talento no país do que apenas em atraí-lo. Em Outubro, haverá mais uma etapa de candidaturas e o objectivo é que, no final de 2014, estejam mil "startups" a funcionar.

Os empreendedores recrutados passam por um processo de selecção conduzido por especialistas da indústria e por empresários, juntamente com um conselho de inovação chileno. Os sectores variam. Há equipas especializadas em energia e comércio electrónico, mas, também, em empreendedorismo social e "design", entre outros. É essencial que os projectos tenham sido concebidos com uma estratégia global, acreditando que a via para o sucesso é através da expansão e não do isolamento.

Todos os participantes no programa são avaliados durante a estadia, através de indicadores como a participação em eventos locais, realização de "workshops" na área de especialização e pela contratação de talento local. O envolvimento da comunidade é, essencialmente, "a corda que se amarra" ao programa. O sucesso da iniciativa já levou a "spin-offs" em países como os Estados Unidos da América ("Startup America") e Reino Unido ("Startup Britain").

Por enquanto, o Chile recrutou sete empreendedores portugueses. Frederico Câmara, Tiago Matos, Filipe Gonçalves, José Moura, Clara Vieira e Rafael Simão são alguns dos jovens empresários que fizeram as malas e rumaram ao hemisfério Sul. Conheça-os.

O primeiro fórum sobre empreendedorismo em Angola

O vice-governador provincial de Luanda para a área económica, Miguel Catraio, reconheceu que os empreendedores nacionais têm contribuído de forma expressiva para o crescimento económico.

“Espero que as contribuições saídas do fórum sirvam para impulsionar o empreendedorismo na província de Luanda e municípios”, afirmou. O vice-governador de Luanda, que efectuou a abertura do primeiro Fórum sobre Empreendedorismo em Angola, definiu o perfil do empreendedor como um indivíduo com competências para conseguir oportunidades de negócio e assumir riscos para atingir os seus objectivos.
O presidente da Associação dos Empreendedores de Angola, Jorge Baptista, realçou que o país tem registado um crescimento acelerado de empreendedores. Em contrapartida, reconheceu que grande parte da população é empreendedora em função das necessidades.
“No país, 40 por cento dos angolanos pratica empreendedorismo por necessidade. Estes dados mostram a existência de empreendedores apenas por falta de condições financeiras”, referiu. Jorge Baptista disse que a falta de formação e a dificuldade de acesso ao financiamento por parte dos pequenos empreendedores constituem duas das contrariedades existentes para o sucesso das empresas.
“Aumentou o número de bancos, mas este acréscimo em nada se reflectiu na actuação dos empreendedores”, referiu. Na sua opinião, o país está a alcançar níveis económicos aceitáveis e há a necessidade do Executivo apostar cada vez mais nos empreendedores. O responsável da empresa Pérola Negra, Nelson Rentula, corrobora da mesma opinião, afirmando que a banca deve facilitar e reduzir as taxas de juro dos créditos.“Os bancos cobram taxas de juro muito altas e os planos de pagamento estão estipulados a um curto período de tempo”, sublinhou. Na sua opinião, os empresários devem reunir condições financeiras e conceber planos aceitáveis, para investir no mercado angolano.
“O nosso mercado ainda não oferece as melhores condições para investir. Contudo, os empreendedores devem fazer uma pesquisa de mercado para de facto concluir se o negócio é rentável”, sugeriu.Sob o lema “Promover a capacidade empreendedora em Angola”, o encontro, que termina hoje, visa debater a criação de um quadro institucional incentivador para empreendedores. Para hoje, está previsto abordar temas como “O contexto económico e social e enquadramento institucional” e “Política de apoio ao empreendedorismo em Angola”.


Empreendedor realmente tem independência?

Esse desejo, embora tenha contribuído para muitas histórias de sucesso, também representa uma das frustrações de quem é dono de um negócio próprio

Em homenagem ao mês da independência, dedico o artigo deste mês ao esclarecimento de um tema que costuma ser mal interpretado e compreendido pelos futuros empreendedores. Afinal, o que é independência?

A cada turma de alunos que desejam seguir a carreira empreendedora, logo no primeiro dia de aula, eu pergunto os motivos que os levam a escolher esse caminho. Independência é uma das palavras mais citadas, mais do que senso de realização, mais do que sonho atendido e bem mais do que dinheiro. Ao explorar melhor os motivos que eles usam para justificar esse desejo por independência, as respostas caminham, inexoravelmente, para a insatisfação com os atuais empregos, uma infelicidade diretamente proporcional ao grau de autocracia imposto pelos chefes. Suas ideias são pouco consideradas, desestimuladas, podadas e até mesmo ignoradas. A convicção de que se tivessem mais independência poderiam fazer mais pela empresa acaba alimentando, por um lado, a frustração pela falta de liberdade e por outro lado, o desejo pelo negócio próprio.

Bem, aqui vai o meu primeiro torpedo de desilusão. Embora esse desejo esteja por trás de muitas grandes histórias de empreendedores de sucesso, também representa uma de suas primeiras frustrações, ao se darem conta do que efetivamente significa ser dono de um negócio próprio. Minha tarefa aqui é explicar um pouco porque esse desejo de independência não passa de um mito.

Em primeiro lugar, nem todos sabem direito o que fazer com a liberdade. Acredite: muitas pessoas simplesmente se sentem totalmente perdidas e desorientadas quando lhes é dada a total liberdade. Sobretudo aqueles que aprenderam, ao longo de toda sua vida, que o mundo vai dar-lhe as regras e as referências necessárias para garantir que vão direcionar seus esforços na direção correta. Para muitas pessoas, não basta apresentar as metas, é preciso também dizer como atingi-las. Essas pessoas não se sentem bem guiando os outros, e sim seguindo os outros.

Em segundo lugar, eliminar aquilo que o deixa infeliz no trabalho não necessariamente vai levá-lo a ser mais feliz. Empregados infelizes no trabalho porque não se dão bem com o chefe podem não se tornar felizes se a convivência for interrompida. Essa fixação por se livrar do patrão pode dar uma falsa impressão de que, como empreendedor, o fato de não ter chefe garantirá sua satisfação. O descontentamento com o chefe não pode ser confundido com a necessidade de liberdade. Talvez uma simples mudança de emprego possa resolver o problema. Isso nos faz questionar essa situação de liberdade. Quando você diz que quer ter mais independência, de quem exatamente você quer ser independente?

Em terceiro lugar, o empreendedor não é nem de perto tão independente quanto ele gostaria de ser. Ele acaba descobrindo que, na verdade, depende mais ainda dos outros. Depende do cliente, pois ele precisa comprar seus produtos ou serviços; do fornecedor, que precisa ser confiável e de qualidade; dos funcionários, de cuja mão-de-obra precisa; dos sócios, com quem divide responsabilidades; do governo, de parceiros e até do concorrente.

Em quarto lugar, enquanto a independência pode ser interpretada no começo como liberdade, depois será traduzida como responsabilidade. E o peso da responsabilidade é grande demais para algumas pessoas. A liberdade pode dar a impressão de que o empreendedor faz o que lhe dá na cabeça. Afinal, a empresa é dele, certo? Bem, isso é só impressão. Na verdade, o empreendedor se dá conta do quanto outras entidades dependem dele e de sua empresa. Algumas pessoas que seguem o caminho do negócio próprio mais cedo ou mais tarde se dão conta de quantas famílias dependem do salário que ele paga aos funcionários, de quantas empresas só existem por causa do produto ou serviço que ele coloca no mercado ou das compras que ele faz. Encarar essa responsabilidade de frente é para poucos.

Em quinto lugar, independência é diferente de autonomia. Você pode não ter toda a liberdade desejada, mas pode ter autonomia, porque isso não tem nada a ver com liberdade e independência. Autonomia diz mais respeito ao poder de tomar decisões por conta própria. Você continua dependendo de funcionários, clientes, fornecedores e parceiros, mas a decisão final é sempre sua. Claro que você precisa considerar uma série de fatores ao tomar uma decisão, mas ninguém tira do empreendedor que, no final, é ele quem decide. Os empresários até apreciariam mais independência na condução dos seus negócios, mas o que os leva a empreender mesmo é a autonomia.

Eu lembro que, quando era pequeno, ficava deslumbrado com os tanques, uniformes e aparatos militares que sempre marcavam presença obrigatória nos desfiles de 7 de Setembro. É claro que eu não tinha a consciência de que, em pleno regime ditatorial, liberdade era o que menos tínhamos. Olha só a ironia. Comemorávamos o dia da independência sob pleno regime militar. E hoje? A liberdade que temos para escolher nossos governantes já provou ser um sistema melhor do que o anterior? Sem dúvida a democracia trouxe a tão desejada liberdade de escolha. Mas, quando pensamos na diferença entre independência e autonomia, vemos que a independência não necessariamente garante que as pessoas sejam maduras o suficiente para exercer a autonomia da escolha. Autonomia pode ser entendida como a sabedoria de usar bem a liberdade conquistada. Livre-se do seu chefe abrindo um negócio próprio, mas saiba que, para usar bem a liberdade conquistada, o empreendedor precisará amadurecer sua autonomia, e aí está um grande e necessário aprendizado.

* Marcos Hashimoto é professor de empreendedorismo do Insper, consultor e palestrante (www.marcoshashimoto.com)

Inscrição na Pós-Graduação em Inovação e Empreendedorismo no Turismo com prazo alargado

Até 16 de Outubro, os interessados podem candidatar-se à 2.ª edição da Pós-Graduação em Inovação e Empreendedorismo no Turismo, promovida pela DNA Cascais e a Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril.

Esta formação superior tem como objectivo promover o aparecimento de vocações empresariais e desenvolver competências nas áreas da criatividade, inovação e empreendedorismo neste sector.

A pós-graduação destina-se a diplomados que queiram criar o seu próprio negócio dentro do ‘cluster’ Turismo, a licenciados que pretendam adquirir competências em Gestão da Inovação e do Empreendedorismo e a potenciais e actuais empreendedores inscritos na DNA Cascais.

A coordenação científica do curso é da responsabilidade de Luís Mira Amaral (professor catedrático convidado do Instituto Superior Técnico e do Instituto Superior de Gestão, presidente do Banco BIC e ex-Ministro da Indústria, do Trabalho e da Segurança Social), de José Carlos Pinto Coelho (presidente da Confederação do Turismo Português e presidente do Grupo Onyria – Golf Resorts) e de Luís Correia da Silva (ex-Secretário de Estado de Turismo e consultor e empresário de turismo).

O curso incluirá aulas e seminários que decorrerão no Ninho de Empresas da DNA Cascais, em Alcabideche. As aulas terão lugar às sextas-feiras, entre as 18h30 e as 23 horas, e aos sábados, entre as 9 horas e as 18 horas.

A DNA Cascais tem à disposição dos alunos uma incubadora virtual de negócios, e o 1.º classificado da Pós-Graduação terá direito a um ano gratuito no regime de incubação virtual. Em relação ao financiamento dos projectos, a Agência poderá ainda apoiar todos os empreendedores na obtenção de capital, aproveitando o seu Ecossistema Empreendedor e a sua rede de contactos público-privados.

Para mais informações sobre as candidaturas, consulte o site da ESHTE.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Empreendedorismo e Estratégia

A partir dos dados Eurostat, divulgados em julho passado, iniciamos este artigo dando realce, ao facto de os números do desemprego terem vindo a bater recordes atrás de recordes, culminando em maio deste ano com a taxa de 10,9%, levando a que Portugal se tenha fixado no 4º lugar, entre os países europeus, com a taxa de desemprego mais elevada. Outro indicador de relevo é a taxa de 22,2% no que concerne ao desemprego entre os jovens. A agravar a situação, refira-se que a OCDE prevê que o desemprego poderá vir a alcançar os 11,4% em 2011.

A mudança de paradigma é um facto... o emprego para toda a vida deixou de existir; a carreira para toda a vida deixou de existir! A este propósito, um estudo norte-americano refere que, até aos 38 anos, a média de mudança de emprego será entre as 10e as 14!!!
Brad Sugars, fundador e CEO da Action Coach, comenta ainda que “Ter um emprego é estar nas mãos de um chefe que num dia pode decidir retirar-lhe 100% do seu rendimento.”.

Estes são certamente alguns dos fatores que levam jovens e menos jovens a encarar a criação de empresas e do seu próprio emprego como uma alternativa credível à procura ativa de emprego. Ainda bem que assim é, pois a promoção do Empreendedorismo e a criação de empresas é fundamental para o desenvolvimento socioeconómico em Portugal.

É crucial, no entanto, garantir uma cada vez maior taxa de sucesso nas empresas recém-criadas, e para isso, importa não só identificar oportunidades no mercado e reunir o financiamento necessário, mas também definir uma estratégia empresarial.
Com efeito, a definição clara de uma estratégia é fundamental. Deve existir um planeamento cuidado; ela constitui-se, então, numa ferramenta de apoio à gestão, visando o desenvolvimento futuro da organização da empresa, especificando as grandes orientações que lhe permitirão, de forma sustentada, construir, modificar, melhorar ou fortalecer a sua posição face à concorrência.

O processo estratégico é comummente dividido em três grandes fases – a análise, a formulação, a implementação. Da eficácia e eficiência com que esta última for elaborada, na passagem da teoria à prática, dependerá o sucesso.
Tendo em conta a instabilidade que se vive, cientes das suas consequências, em particular para as micro empresas e as PME’s, importa que os empreendedores optem por planeamentos estratégicos de curta e média duração. realizados apenas por si ou também pelo recurso a empresas especializadas.

Daí resultará o Plano de Negócios da empresa, o qual deverá ter como principais objetivos:

• Testar conceito de negócio;
• Orientar as operações;
• Atrair recursos financeiros;
• Transmitir credibilidade;
• Desenvolver a equipa de gestão.

A estratégia deve andar assim de mãos dadas com o Empreendedorismo e a criação de empresas permitindo maiores possibilidades de sucesso aos permitindo aos jovens e menos jovens, que encarem a criação do seu próprio emprego e de empresas como uma alternativa credível à procura ativa de emprego.

Artigo publicado na Revista Negócios e Franchising, edição de janeiro/fevereiro de 2011

Seminário ‘Marketing e empreendedorismo” do IPAM procura sensibilizar sociedade

No âmbito do lançamento da Pós Graduação em Marketing e Empreendedorismo, o IPAM – The Marketing School, organiza o Seminário “Marketing e Empreendedorismo” no próximo dia 28 às 18h30, tendo a duração prevista de duas horas.
Este seminário tem como objetivo principal a sensibilização para a importância do Marketing e de uma atitude empreendedora na sociedade atual.

O programa integra a apresentação da Pós Graduação em Marketing e Empreendedorismo e a intervenção dos vários membros do painel constituído por especialistas com um percurso académico e profissional de referência, que partilharão as suas vivências, experiências e perspetivas sobre os temas em destaque. O evento é dirigido a empresários, profissionais de Marketing, estudantes, e ainda a todos os interessados pelas temáticas a abordar.

Trata-se de um evento que adotará o formato de debate com bastante interação e participação com os presentes. O painel será constituído por:

- Miguel Gonçalves (Idea starter, Spark agency),
Aumentou a sua visibilidade quando foi convidado para ir ao programa Prós e Contras da RTP e partilhou a sua atitude proativa, otimista e empreendedora.

- Paula Arriscado (Toyota Portugal),
Tem assumido o cargo de Diretora de Marketing da Toyota Portugal e irá dar o seu contributo sobre a importância de uma atitude empreendedora para as empresas;

- Victor Sá Carneiro (Professor Universitário e CEO, PTBan),
Com “know how” acumulado de vários anos na promoção do Empreendedorismo e ainda como Business Angel, irá partilhar a importância da promoção do Empreendedorismo e do financiamento de novos projetos.

- Paulo Morais; e Marco Lamas, Coordenadores da Pós Graduação.

A Pós Graduação em Marketing e Empreendedorismo adota uma metodologia inovadora, desde logo por aliar o Marketing e o Empreendedorismo, e eminentemente prática que levará os alunos a elaborar um projeto, devidamente acompanhados por especialistas em diversas áreas. No final da Pós Graduação, os alunos, se desejarem, poderão ainda apresentar o seu projeto a um grupo de Business Angels com interesse e vontade em investir em projetos sólidos e inovadores.

Empreendedorismo feminino em debate na União Europeia

Deputada defende mais incentivos para a criação de empresas por mulheres
No âmbito do debate sobre o empreendedorismo feminino nas pequenas e médias empresas que teve lugar na sessão plenária de Estrasburgo, a deputada do PSD ao Parlamento Europeu, Regina Bastos, salientou que "apesar das grandes dificuldades que as pequenas e médias empresas têm vindo a sofrer nestes últimos anos, elas continuam a ser uma importante fonte de criação de emprego e um motor para o crescimento da economia europeia."

Regina Bastos, nomeada relatora sombra para este relatório, defendeu que "o empreendedorismo feminino deve ser incentivado, pois tem um enorme potencial a ser explorado e é uma forma de aumentar a taxa de emprego".

E terminou sublinhando a "importância dos Estados-Membros adoptarem medidas de conciliação da vida familiar com a vida profissional para favorecer a criação de empresas por mulheres" assim como "a necessidade de aconselhamento sobre os modos de financiamento e de gestão financeira disponíveis, bem como a importância do acesso ao financiamento e em particular o acesso ao microfinanciamento, destacando para isso o programa de financiamento europeu Progress."

REDEMPRENDIA : “ Novos Empreendedores aprendendo a Empreender”

Um programa de bolsas para estágios em empresas como incentivo à criação de novas empresas!

Dirigido a empreendedores que desejem concretizar o seu projecto empresarial: mestrandos, doutorandos, estudantes de pós-graduação ou recém-licenciados, poderão usufruir de uma experiência valiosa.

Será dada preferência aos candidatos que escolham uma empresa no estrangeiro.

Candidaturas até 30 de Setembro.

Para mais informações http://www.uc.pt/driic/docs_novidades/brochura_estagio_empreendedores.pdf

AAUM aposta em moda e empreendedorismo

O Liftoff - Gabinete do Empreendedor da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM), sediado no campus de Gualtar, visa apoiar ideias de negócio inovadoras provenientes da comunidade académica e da sociedade em geral.

Neste sentido, juntamente com o CITEVE - Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal e a spin-off ‘Edit Value’ Consultoria Empresarial, o Liftoff encontra-se a promover um concurso de ideias inovadoras de base tecnológica direccionado para o sector da moda, denominado ‘O Empreendedorismo está na Mo da!’.

Os interessados em candidatar-se poderão submeter a sua ideia de negócio até 15 de Outubro através de um formulário disponível em liftoff.aaum.pt. As melhores ideias serão divulgadas até 31 de Outubro.

Os oito vencedores do concurso receberão apoio técnico especializado para elaboração de um plano de negócios profissional. A selecção das ideias premiadas terá em conta a ligação da ideia ao sector da moda, o seu carácter inovador e aplicabilidade prática, o potencial de mercado e internacionalização, bem como o perfil dos seus promotores.

FLEXIBILIZANDO A ORGANIZAÇÃO


A estrutura organizacional segue a estratégia, sendo a principal ferramenta de sua implementação. Os executivos tendem a desenvolver projetos estratégicos, planos e propostas que de certa forma são adequados aos seus cargos e responsabilidades atuais, maximizando suas recompensas na atual estrutura operacional. Não se engane a estratégia também segue a estrutura, porque as estruturas limitam não apenas quais estratégias serão desenvolvidas, mas também que tipos de estratégias podem ser facilmente implementadas. Entretanto, esse modelo convencional é uma fonte de rigidez, não de agilidade. Na maior parte do tempo, a estrutura direciona rigidamente a estratégia e sua execução. Dessa forma, ao definir os domínios e alocar as responsabilidades, a estrutura limita a estratégia.
Alguns executivos por vezes ainda mantêm a ilusão de que as estruturas organizacionais podem ser mudadas com um risco de caneta no organograma. Isso não é verdade. As bases das redes pessoais são extremamente resistentes, talvez tão resistentes quanto os esquemas cognitivos. As redes sociais tendem a sobreviver e têm sido freqüentemente sintetizadas como a causa da importância da organização informal. Desta forma, transformar a mudança organizacional em uma efetiva alavanca para a renovação requer atenção às características complementares do desenho da organização, incluindo as redes de relacionamentos informais.
Na verdade, é o equilíbrio cuidadoso das múltiplas perspectivas e dimensões na organização que promove a agilidade. As empresas precisam liberar a estratégia da estrutura e depois reorganizar a sua estrutura que deverá ser governada pela estratégia escolhida. Quanto mais ágil a organização, menor o poder e a necessidade do desenho organizacional e principalmente das estruturas formais. Precisamos engajar todos na colaboração e negociação com seus colegas que representam as dimensões da organização. Em vez de estar alinhada estavelmente a uma única hierarquia organizacional piramidal, uma organização deve ser multidimensional. Tal organização requer constantes negociações e equilíbrio entre os executivos que representam cada uma de suas dimensões.
A organização flexível requer que os executivos tomem decisões descentralizadas. Integrar as ações coletivas em torno de valores e normas comuns são fundamentais para se tornar uma organização de livre desempenho. Uma organização nova e mais flexível deve nascer. Os problemas das nossas organizações não podem ser revolvidos com o mesmo tipo de pensamento que produzimos no passado. Tentar fazer isso significa repetir as mesmas coisas “erradas” de maneira melhor. Um caminho mais produtivo, no entanto, seria começar definindo o que são as coisas “certas”. Durante as últimas décadas, a administração de nossas empresas, teve como característica marcante a definição de regras, papéis e procedimentos regidamente definidos, bem como por um estilo de gestão sustentado pela hierarquia. Tais culturas funcionam melhor em mercados e segmentos estáveis e previsíveis. Nossa economia e sociedade mudaram substancialmente ao logo das últimas décadas. É preciso voltar nossas empresas a uma cultura mais colaborativa e orientada por objetivos comuns, apostar nas equipes e flexibilizar a organização.

Universidade Técnica de Lisboa promove curso de Empreendedorismo de base científica e tecnológica

A Oficina de Transferência de Tecnologia e de Conhecimento (OTIC) da Universidade Técnica de Lisboa (UTL) vai realizar a 5ª edição do curso de “Empreendedorismo de Base Científica e Tecnológica”. As inscrições, limitadas a 30 vagas, decorrem até 30 de setembro.
A formação tem um total de 33 horas e será ministrada em horário pós laboral, das 18h30 às 20h30, e decorrerá de seis de outubro a seis de dezembro, todas as terças e quintas feiras, nas instalações da Reitoria da Universidade Técnica de Lisboa.
O curso destina-se a todos aqueles que tenham ou venham a ter projetos de lançamento de empresas de base científica e tecnológica. “Em particular, o curso adequa-se aos investigadores envolvidos em projetos com potenciais spin-offs empresariais, bem como a alunos de doutoramento ou de outro nível que pretendam explorar resultados dos seus projetos através do estabelecimento de empresas de base científica e tecnológica”, refere o comunicado de imprensa.
O valor de inscrição é de 25 euros para alunos de 1º e 2º Ciclos das escolas da UTL e de 50 euros para alunos de 3º ciclo, docentes, investigadores ou técnicos superiores ligados à instituição. No caso de candidatos exteriores à UTL o valor de inscrição será de cem euros.

Alfândega recebe Feira do Empreendedor em novembro

A ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários, através da marca Academia dos Empreendedores e com o apoio do Instituto de Emprego e Formação Profissional organiza de 17 a 19 de novembro de 2011, a 14ª edição da Feira do Empreendedor subordinada ao tema “Inovação Portugal”.
O evento, que tem lugar no Centro de Congressos de Alfândega do Porto, pretende reunir no mesmo espaço um conjunto de produtos e serviços de apoio ao empreendedorismo. Paralelamente, os visitantes poderão assistir a alguns eventos que promovem o networking empresarial, o apoio informativo e formativo, apoio consultivo e coaching, como adianta a organização.
Com mais de cem empresas presentes, a organização espera mais de 20 mil vistantes.

“Realize o seu Sonho” até 15 de maio

Está já em marcha mais uma edição do concurso de empreendedorismo “Realize o Seu Sonho”. Promovido pela associação Acredita Portugal, este visa promover o empreendedorismo empresarial e social. As inscrições para o mesmo estão abertas até ao próximo dia 15 de maio, em www.sonho.org.
Cada pessoa “pode inscrever até três sonhos”, sendo que “cada sonho demora só 30 segundos a inscrever”. Os critérios de avaliação dos projetos incluem a sua viabilidade, inovação, a motivação do promotor e utilidade pública. O montante de prémios pode ir até aos 60.000 euros.
A associação Acredita Portugal é uma organização sem fins lucrativos, políticos ou religiosos que tem como missão “desenvolver e reforçar a confiança dos portugueses e nos portugueses” e o objetivo de apoiar na realização de projetos empreendedores.
A sua atividade está centrada em dois eixos de atuação: a promoção de uma atitude positiva e construtiva e a disponibilização de ferramentas de autodesenvolvimento. Foi assim desenvolvida uma ferramenta “online” que ajuda potenciais empreendedores a estruturar o seu plano de negócio de uma forma acompanhada e cujo produto final é uma apresentação em “power point” que pode ser apresentada a financiadores.
Foi esta ferramenta que deu origem ao concurso “Realize o Seu Sonho”. Até agora foram recebidas mais de 700 candidaturas, oriundas de mais de 100 concelhos. Sete dos dez projetos finalistas estão, neste momento, em fase de implementação. “Na 2ª edição do concurso recebemos 2965 projetos de 224 concelhos, representando 73% de todos os concelhos em Portugal”. Como júri do concurso contam-se personalidades como Francisco Pinto Balsemão, António Câmara, Vera Pires Coelho, Tomaz Morais, António Gomes Mota, Manuel Forjaz, Isabel Jonet e Paulo Taylor.

Duas empresas nascidas na Católica com crescimento significativo

A FoodInTech e SAport, duas empresas nascidas na Universidade Católica, acabam de se lançar sozinhas no mercado. “Em incubação desde 2008, e após um crescimento significativo, os responsáveis pelos negócios concluíram que possuíam já estrutura e uma atividade consolidadas para atuar por conta própria”, refere a escola em comunicado de imprensa.
A Universidade possui, atualmente, 30 projetos de incubação em diferentes fases, desde o desenvolvimento de ideias ao estádio de saída.
A FoodInTech (www.foodintech.pt) desenvolve tecnologias de informação concebidas para apoiar as empresas do setor agroalimentar nas suas operações de transformação. Conta com um total de sete colaboradores e um volume de negócios superior a 150 mil euros. A SAport (www.saport.pt) emprega nove pessoas e alcançou já um volume de negócios de 120 mil euros, estando direcionada para a consultoria nas áreas da engenharia, qualidade e segurança alimentar também do setor agroalimentar.
A Católica Porto promove “o empreendedorismo junto da sua comunidade de estudantes, investigadores e docentes, incluindo a disponibilização de uma incubadora com espaços para incubação e pré-incubação”, esclarece a mesma fonte. Aí, são prestados serviços de apoio, como promoção do desenvolvimento empresarial, prestação de serviços de utilização de infraestruturas e equipamentos ou apoio em transferência de tecnologia.
A promoção do empreendedorismo está incluída na iniciativa SpinLogic, enquadrada no programa “O Novo Norte ON2”, cofinanciado pela União Europeia. Os projetos estão organizados por linhas temáticas: Artspin para a área das Indústrias Culturais e Criativas (seis empresas em incubação e cinco projetos em pré-incubação); Biospin no domínio da Bio-Economia (seis empresas em incubação e quatro projetos em pré-incubação) e Socialspin para o setor da Economia Social (quatro empresas em incubação e cinco projetos em pré-incubação).

A Bi4all foi considerado o melhor parceiro do ano pela Microsoft


A Microsoft distinguiu a Bi4all com o prémio “Melhor Parceiro de Business Intelligence em Portugal”.
Como reconhecimento pela dedicação e compromisso no desenvolvimento e implementação
de soluções e serviços inovadores com tecnologia Microsoft, a Bi4all recebeu da Microsoft Portugal o prémio “Distinção pelo desempenho e contributo para o desenvolvimento do negócio Microsoft Business Intelligence em Portugal”.

O prémio foi entregue em nome da Microsoft ao partner Andro Moreira durante o evento Microsoft WorldwidePartner Conference 2011 que decorreu em julho em Los Angeles.
“Este prémio vem coroar o esforço e o investimento que a Bi4all tem vindo a realizar, e demonstra que a aposta na especialização e certificação de todos os seus consultores tem dado frutos”, refere a empresa premiada em comunicado de imprensa.

Recentemente a Bi4all foi selecionada também para fazer parte do BIPAC da Microsoft. O Partner AdvisoryCouncil (PAC) é um Programa exclusivo acessível apenas por convite.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Escolha uma Plataforma. Escolha um Mercado. Lance-se.


Apenas dez websites controlam 75% do total das visitas a páginas. A Apple vende 70% da música digital; a Amazon controla 70% dos eBooks. A Google dá resposta a 63% das pesquisas mundiais. Vinte e cinco comerciantes on-line dominam 75% do comércio eletrónico, tendo o valor aumentado face aos 70% do ano anterior[1,2,3,4]
Não se engane, estas estatísticas caracterizam-se por monopólios. Ao passar os olhos pelas análises a estes mercados, o leitor pode concluir que a Internet não tem oportunidades para startups. Mas os números contradizem a realidade. Por três motivos estamos agora na melhor altura de sempre para lançar uma empresa:
1. As Startups podem vender a centenas de milhões de utilizadores através das novas plataformas;
2. A computação elástica minimiza os custos de desenvolvimento e permite atingir escalas infinitas.
3. Os mercados financeiros estão a ficar mais fortes.

Novos mercados-alvo
Atualmente, um empresário da Internet pode aceder a um mercado de enorme dimensão, como a Índia, clicando apenas num botão. O Facebook, Apple e as plataformas de distribuição da Google servem em conjunto mil milhões de utilizadores no F8 iOS e Android. Estas plataformas disputam os utilizadores através da oferta de conteúdos únicos criados pelas equipas de desenvolvimento. Para aumentarem a sua parte do mercado, as plataformas aliciam os criadores com ferramentas de distribuição e acesso livre a clientes pagantes, simplificando as estratégias de implementação.

A competição entre plataformas exige períodos de tempo mais rápidos na comercialização de conteúdos. As plataformas não se podem arriscar a empatar uma potencial vantagem competitiva com burocracia - para grande benefício dos empreendedores. Atualmente uma startup já não tem de aumentar o seu capital para sobreviver a uma negociação de uma parceria de distribuição que poderia durar 12 meses, seguida de um período de seis meses de distribuição. Pelo contrário, um processo de análise de duas semanas permite rever, cuidadosamente, uma aplicação antes de a disponibilizar a centenas de milhões de utilizadores. Se a aplicação for única e valiosa, a plataforma comercializa a aplicação em lojas de aplicações como as do Android ou a loja iTunes. A publicidade gratuita corta os custos de marketing de um produto ao mesmo tempo que conduz à sua adoção massiva.

Uma vez nas mãos dos clientes, as aplicações permitem aceder a milhares de milhões de dólares de poder de compra com as opções existentes para pagamento só com 1-clique. Os pagamentos 1 clique multiplicam as taxas de conversão de vendas ao eliminarem a necessidade de introdução do cartão de crédito. Os clientes compram, por capricho bens virtuais, revistas e livros. Estes sistemas também facilitam as transações entre países e moedas diferentes, abrindo a possibilidade de novos mercados. As startups podem fazer negócios em 190 países logo no primeiro dia, sem se precisarem de preocupar com taxas de câmbio ou fraudes. O Facebook e a Apple vendem, quer nos EUA quer fora, milhões de cartões pré-pagos, que servem de solução a clientes com contas bancárias a descoberto. A simplificação dos pagamentos aumenta a base de clientes e maximiza as compras, enriquecendo tanto o criar como a plataforma.

Computação Elástica
Quando uma aplicação tem sucesso, a infraestrutura backend tem de suportar uma base de clientes em crescimento. Servidores carregados e sobrelotados é anacrónico. Ao permitir substituir este dispendioso equipamento, a computação elástica à medida responde aos picos e a crescimentos na procura por parte dos clientes, fornecendo aprovisionamento, armazenamento e gestão de servidores – baixo custo. A Amazon cobra dez cêntimos por uma hora de tempo de computação. Com a computação elástica as startups podem substituir os custos fixos por custos variáveis, reduzindo o capital necessário para o lançamento e eliminando os riscos de fazer previsões de procura antes do lançamento. .[5]

Como consequência das plataformas e computação elástica, os custos de distribuição são diminuídos, as dificuldades com pagamentos ultrapassadas e as dores de cabeça com servidores deixam de existir. Assim, para lançar um produto torna-se necessário um reduzido investimento de capital. E o mesmo acontece com o custo de aprendizagem. Com uma pequena quantia de dinheiro os empreendedores podem lançar, e fazer várias tentativas enquanto procuram servir o mercado com diferentes produtos. Quando um empreendedor cria um produto de sucesso os mercados financeiros premeiam de forma simpática a empresa.

Desafios aos Empreendedores
À medida que as barreiras de entrada diminuem e que aumenta o retorno das empresas de sucesso, a concorrência começa, obviamente, a materializar-se. Para terem sucesso as startups precisam de criar barreiras de entrada à concorrência seja através de tecnologia proprietária, mecanismos de distribuição exclusivos, marcas fortes, custos de mudança ou economias de escala. Estas barreiras de entrada vão substituir aquelas que foram eliminadas pelas plataformas de distribuição e pelo cloud computing.Além do mais, as startups têm de ter as habilidades e conhecimentos necessários para darem resposta a novos mercados que podem ser alcançados através de plataformas de distribuição. 450 Milhões de Chineses utilizam a Internet, mais do que o número de utilizados nos EUA. Os 750 milhões de utilizadores de telemóvel na índia aumentam mensalmente em cerca de 20 milhões. 70% dos utilizadores do Facebook vivem fora dos EUA. A localização é o primeiro passo de um longo percurso para alcançar o sucesso nestes mercados. Concorrer com operadores locais e startups implica conhecimento do mercado, publicidade hábil e criação de parcerias.[9,10,11]

Por último, à medida que mais empreendedores tentam a sua sorte, aumenta a concorrência pelo talento. Recentemente, a Google deu a todos os seus colaboradores um aumento de 10% para premiar a retenção. A Facebook paga aos engenheiros mais do que qualquer outra empresa de tecnologia de Sillicon Valley. Neste contexto competitivo, os empreendedores precisam de visões de sucesso para conseguirem ganhar talento.[12]

2011: O Ano do Empreendedor.
Em 2011, o otimismo dos empreendedores está garantido. Mercados massivos, computação rentável, e um contexto de saída cada vez mais simples são tudo sinais de que existem um oceano de oportunidades à sua espera.
Por isso, escolha uma plataforma. Escolha um mercado. Lance-se.

Gestão de Compras: A visão inovadora no futuro dos negócios de Compras Empresariais



A função compras numa empresa deve estar intrinsecamente associada à definição das condições e termos de abastecimento de produtos, serviços, bens e equipamentos necessários para o funcionamento directo da cadeia de valor do negócio ou para suporte à sua operacionalização.

Desde as primeiras experiências de comércio dos povos sumérios e fenícios, a acção de comprar ou vender sempre foi polarizada por um sentido de confronto e de alguma rivalidade, dado que cada parte têm objectivos diferentes. Se fizermos uma retrospectiva às últimas décadas, verificamos que subsiste no tecido empresarial, por um lado baixo estímulo relacional com os fornecedores, algo fácil de comprovar nos recentes acontecimentos durante a crise financeira mundial de 2008/09 que envolveu grandes fabricantes como GM, Ford e Chrysler e os seus principais fornecedores que desabafavam sobre um ambiente de “wrestling permanente”, e por outro uma baixa afirmação da função compras dentro das empresas, nomeadamente centrando-se a função em tarefas administrativas associadas às transacções, baixo alinhamento e distanciamento das áreas de negócio e clientes internos, posicionamento em níveis inferiores de responsabilidade da organização, baixa visibilidade para a gestão de topo e pouco appeal para cativar os principais quadros da empresa, levando este status a um controlo muito deficiente de toda a despesa e a uma visão redutora da função compras como centro de custo.

Após sucessivas vagas de evolução da função num domínio mais técnico, analítico e de sistemas de informação de suporte, ao futuro da gestão de compras está reservado um desafio de evolução estratégica e relacional / cultural, reformatando a função e equiparando-a a funções de maior valor acrescentado ao negócio e de maior visibilidade para a gestão de topo, como por exemplo as vendas.

Factores Macro de Influência na Gestão de Compras

Actualmente existem um conjunto de macro-pressões que influenciam os cenários de decisão de compras onde actuam as empresas, nomeadamente a transformação geopolítica e económica global dos mercados e fontes de abastecimento, a alteração do perfil da procura, a evolução do papel dos fornecedores, a reorganização e consolidação das cadeias de fornecimento vs relações de poder entre os principais actores: fornecedores de primeira e segunda linha, fabricantes e retalhistas.
Ao nível das fontes de abastecimento verificamos dois fenómenos de grande impacto: a forte polarização do sourcing de longa distância para diversas categorias de produtos sendo de salientar o crescimento das exportações de produtos de maior valor acrescentado, exemplo da China, e a turbulência enorme no valor das principais matérias-primas / commodities nos últimos 5 anos, que em muitos casos tiveram crescimentos entre 50% e 100% e em simultâneo a sua grande flutuação com enorme impacto na construção e estabilização do modelo de negócio das empresas. Em paralelo, e tendo por referência os EUA, a maior economia mundial actual, observamos que a velocidade de competição cada vez é mais intensa, a consolidação dos sectores continua com uma forte dinâmica e cada vez mais o quadro competitivo é de grande mudança: um grupo de empresas emergentes e de elevado potencial contrasta com um grupo de empresas gordas e que vão definhando, algo que podemos confirmar pelo nível de rotação que ultrapassa os 75% no top 100 de empresas americanas num período de 25 anos!

O perfil da procura está naturalmente cada vez mais marcado pelo comportamento das grandes economias, nomeadamente as de grande escala e que se encontram numa fase de progresso, de sublinhar a China, Índia e Brasil, e que se distanciam do crescimento marginal e/ou recessão que tem ensombrado a América do Norte, os principais países Europeus e outras economias mais maduras, exemplo do Japão.

No tecido empresarial assistimos à evolução do desenho dos modelos de negócio, cada vez mais orientados ao capital da marca com domínio dos canais e da procura, e ao capital das competências centradas no cliente por oposição a modelos clássicos baseados na apropriação da infra-estrutura e do capital físico / inventários ao longo da cadeia. Esta linha de projecção do negócio catalisou um sólido crescimento de empresas como a Zara, Nokia, Ikea, transformando-as em designers, marketeers, integradores, recorrendo ao outsourcing da produção e outras actividades com efeitos na melhoria das estruturas de custos, permitindo que compitam nos mercados em desenvolvimento e que ultrapassem outros concorrentes, com uma redução dos activos fixos, maximização da eficiência, flexibilidade / mobilidade dos activos, melhorando a capacidade de se adaptarem às alterações da procura e às fontes de matérias-primas.

Em simultâneo, de salientar a evolução do papel dos fornecedores, que em alguns setores assumem um protagonismo limite posicionam-se como principais financiadores de projectos, e que em determinados casos acabaram mesmo por “comer” uma parte do negócio e adquirir parcelas dos próprios activos das multinacionais “ocidentais", os casos mais mediáticos na área das tecnologias foram em 2005 o passo dado pela Lenovo chinesa, com a aquisição da divisão de PC da IBM norte-americana, e pela BenQ de Taiwan, que adquiriu a área de telemóveis da Siemens alemã.

A Visão Inovadora e a Mudança Organizacional nas Compras da Empresa

Tendo presente que em termos relativos na estrutura de custos de uma empresa a despesa representa a parte principal e com tendência de crescimento quer pela própria dinâmica de crescimento orgânico das vendas quer por maior recurso a outsourcing, a função de gestão de compras ganha cada vez mais importância na contribuição para os resultados. Para referência as empresas líderes e com melhores práticas obtêm poupanças anuais médias de 5 a 6% na despesa que se reflecte directamente na construção da margem operacional do negócio. Este papel mais proactivo e com uma forte orientação estratégica é crítico nomeadamente em sectores de forte competição, margens muito baixas e com cadeias de sourcing intensivo como exemplo o sector automóvel, bens de consumo durável, electrónica, etc.


Num estudo efectuado em 2009 pela ATKearney sobre as estratégias futuras da gestão de compras, os executivos apontaram como principais drivers da missão e objectivos da função: a melhoria ano a ano da performance dos fornecedores, assegurar a continuidade dos abastecimentos e a melhoria do rácio do peso da despesa no total de vendas. Mas se as compras não estiverem alinhadas estrategicamente não só se perde uma oportunidade de acrescentar valor ao negócio como se pode incorrer numa séria ameaça, por exemplo, se o plano estratégico de uma empresa passa por diversificar o negócio e se a estratégia de compras não estiver alinhada à inovação com os fornecedores porventura as poupanças que podem estar a ser conseguidas por uma orientação das compras centrada na alavancagem e redução da despesa serão sempre insuficientes para endereçar a estratégia de negócio pretendida a longo prazo.

De forma a dar consistência à visão e papel da gestão de compras o líder da função deve actuar desde logo como integrador dos processos de Research & Development, envolvendo as várias partes dentro da organização, nomeadamente marketing, produção, logística e qualidade, na fase de desenho do produto onde se centra a maior influência sobre a curva de geração do seu custo, promovendo a colaboração entre fornecedores, aperfeiçoando a standardização e a sistematização das especificações e reforçando o focus no custo total do ciclo de vida do produto, gerindo os riscos de fornecimento das cadeias, derivados das distâncias geográficas, volatilidade dos preços das commodities, moedas e câmbios, e mantendo uma permanente atenção sobre oportunidades de outsourcing e offshoring em torno do negócio.

Mas na realidade encontramos um conjunto central de razões relativas ao fraco desempenho de cariz organizacional / comportamental e de perfil / competências da liderança da gestão de topo e das equipas de compras, nomeadamente gaps de maturidade e afirmação das estruturas centrais de compras e falhas na atribuição clara do ownership das categorias de compra. A maioria das empresas apresenta ainda margens de progresso significativas com percentagens de despesa centralizada inferior a 40% quando nas empresas de maior maturidade esta percentagem anda na ordem dos 70%.

O desenho da organização das compras implica clarificar o papel de algumas áreas, nomeadamente as Compras, as áreas de Negócio, Clientes Internos, e o Planeamento de Materiais e Aprovisionamento, optando de acordo com pressupostos e critérios tais como dimensão económica, especificidade técnica, transversalidade entre negócios, matricialidade fornecedor / sub-categorias de compra, por uma centralização mais completa ou coordenação central mais light, ou por uma descentralização do ownership das compras nos negócios / clientes internos, que nessas categorias irão ter a responsabilidade do sourcing. A arrumação destas responsabilidades, identificando posteriormente por sub-categoria qual a equipa de participantes em cada passo do ciclo de sourcing levou várias empresas a criarem um framework de suporte à decisão e revisão sistemática de responsabilidades, dado que o ambiente é dinâmico e opções de descentralização em determinadas fases da empresa poderão deixar de fazer sentido com a evolução do negócio, ou vice-versa.

Este conceito organizacional implica uma reformatação de perfis e competências nas equipas de compras, desde logo porque os recursos passam a aplicar o tempo que consumiam em actividades operacionais em actividades de deep sourcing com mais valor acrescentado, nomeadamente especificação de requisitos de compra, pesquisa de fornecedores, definição de estratégias por sub-categoria, negociação, contratação e gestão da performance dos fornecedores.

Estas actividades têm puxado gradualmente para as estruturas de compras quadros e profissionais com mais competências técnicas e analíticas, por exemplo análise financeira e custos, conhecimento de operações / cadeias internacionais, gestão de projectos bem como reforçou a necessidade de perfis fortes ao nível dos soft skills menos tradicionais nesta função, por exemplo, capacidade de interacção e de desenvolvimento de um framework de comunicação assertiva com os grupos de interesse mais críticos, administração, clientes internos e os principais segmentos de parceiros / fornecedores, seleccionando os canais e formatos mais adequados.

Marketing Inverso: Solução de Rotura para um Modelo Empreendedor

Após estabilização interna das responsabilidades de compras e das principais interfaces da função, a visão da empresa ganha consistência com o desenvolvimento diferenciado das relações com os principais agentes do negócio a montante, definindo os principais segmentos de fornecedores e estendendo as práticas para montante que tradicionalmente aplica a jusante com os seus clientes, o redenominado marketing inverso e a gestão das relações com fornecedores.

Para este salto de maturidade definitivo, é útil recorrermos à experiência de empresas de referência ao nível das práticas de marketing inverso, neste campo é incontornável o percurso desenvolvido por empresas como a Toyota, Dell, Apple e Southwest Airlines onde se vive num ecossistema com os parceiros!

Com os segmentos de fornecedores estratégicos e preferenciais são dinamizados fóruns e mesas redondas para construir soluções de maior integração e colaboração na cadeia de valor, maximizando a eficiência das operações de abastecimento, planeamento e as complementaridades, com exigência na performance e com fortes estímulos à excelência, a título de exemplo são atribuídos prémios para os melhores fornecedores, para os melhores projectos de inovação, etc. e são niveladas as competências e conhecimento sobre as melhores práticas de organização, eficiência e programação das operações, por exemplo o incontornável percurso do modelo Keiretsu desenvolvido ao longo das últimas 4 décadas pela Toyota, assistindo o núcleo de parceiros estratégicos na adopção da sua filosofia lean, o TPS (Toyota Production System) e de uma atitude constante de eliminação dos desperdícios e gorduras em toda a cadeia de valor.

Da mesma forma esta atitude contagia os fornecedores para um registo proactivo, dinâmico, de maior visibilidade de resultados e provoca um choque cultural, abrindo um novo horizonte para substituir a função compras tradicional, baseada no histórico modelo de força e de confronto por um modelo empreendedor e de colaboração, onde a gestão se orienta por tornar a relação mais atrativa em ambos os sentidos, comprador - fornecedor e vice-versa.

“O empreendedorismo não é só para desempregados”



O IPAM – The Marketing School acaba de lançar uma nova pós-graduação em Marketing &
Empreendedorismo. O curso tem como objetivo final a planificação e implementação de um modelo de negócio,que poderá ser apresentada a um grupo de business angels – possíveis investidores –, de forma a potenciar a sua concretização.
A Vida Económica esteve à conversa com os coordenadores. Marco Lamas afirmou que “temos um Portugal com um potencial empreendedor grande. Falta-nos é promover essa cultura empreendedora”. Já Paulo Morais adiantou que “o empreendedorismo não é só para desempregados”

Empreender – Que expectativas têm em relação a esta nova pós-graduação em Marketing & Empreendedorismo?
Marco Lamas – As expectativas são elevadas, logo por causa da conjugação de duas áreas muito importantes:o marketing e o empreendedorismo. Tentamos unir estas
duas áreas de uma perspetiva nova.

E – A quem se destina este curso?
Paulo Morais – Temos três públicos que queremos atingir: aquele empresário, que não tem valências de gestão do próprio negocio, as pessoas mais novas que querem desenvolver o seu próprio negócio e o próprio funcionário que quer mostrar projetos diferentes ou a própria empresa que sabe que tem competências para desenvolver algum projeto mas em vez de estar a recorrer ao outsourcing ou a empresas parceiras, tem aqui uma equipa a trabalhar connosco. Estamos a vender não só formação como também consultoria e profissionais aptos para acompanhar todo o processo.

ML – Muito vezes confundimos empreendedorismo com criação de empresas, para nós é muito mais do que isso. Muito empreendedorismo por conta de outrem.
Precisamos hoje em Portugal de empresas e organizações empreendedoras. Por isso, este públicoalvo de quem já trabalha numa empresa.

E – Uma das características que diferencia esta formação é que as pessoas têm a possibilidade de criar uma empresa?
ML – É uma pós graduação que tem várias disciplinas ao longo do ano letivo, e todas elas vão dar o seu contributo para a criação de um projeto.
PM – O próprio corpo docente está preparado e sabe que a qualquer momento pode ter de recorrer com detalhe ao plano de negócio. Nós detetamos uma lacuna no mercado, que é a formação, que tem várias disciplinas isoladas, são feitos diversos trabalhos que vão para o arquivo ou mesmo para o lixo. Quisemos construir um projeto do principio ao fim que na pior das hipóteses olhamos para esse projeto e percebemos que não é viável.

E – Consideram que os portugueses são empreendedores?
ML – Temos um Portugal com um potencial empreendedor grande. Falta-nos é promover essa cultura empreendedora. Levar as pessoas a perceber que podem fazer mais, melhor e criar valor. Voltando aos projetos, há a possibilidade para quem quiser de apresentar esses projetos a eventuais investidores e parceiros, como os business angels.

E – Os apoios existentes ao nível do financiamento são suficientes, atualmente?
ML – Temos alguns sistemas de incentivos importantes que devem ser aproveitados. Mas creio que continuamos a ter sistemas muito burocráticos. Temos também um sistema de incentivo muito virado para o reembolso.
PM – Esta pós-graduação tem um objetivo muito prático de as pessoas poderem começar a implementar e a fazer. Há pessoas que têm muitas ideias em bruto na cabeça e tentamos que a pessoa organize as ideias e desenvolva o projeto. Temos uma componente teórica que assiste toda esta componente prática. Mas as pessoas na vida real podem já estar a desenvolver o projeto que estamos a fazer aqui dentro. O nosso objetivo é passar à prática e interessa-nos é fomentar a informação para ser implementada.

E – Esta sinergia ente o marketing e o empreendedorismo é também uma mais-valia?
ML – Um projeto empreendedor em todas as suas fases tem de ter marketing.

PM – Na perspetiva do marketing, hoje em dia ser empreendedor é decisivo. Temos de deixar de estar na zona de conforto, temos que tentar criar novas oportunidades de negócio. Um dos principais handicaps é a componente analítica e financeira. São poucos os marketeers que conseguem ser objetivos neste ponto, por isso este namoro não é por acaso. Quando vamos apresentar um projeto a alguém temos de saber explicar o retorno sobre o investimento. E é muito raro, isso existir nos planos de marketing.

E – Consideram que os atuais empresários já dão a importância suficiente à formação?
ML – Ainda há um longo caminho a percorrer e mais uma vez tem haver com cultura.
PM – Os novos profissionais que estão a entrar no mercado e os profissionais que têm desafios nas mãos estão completamente desorganizados em relação à informação. É inevitável este caminho.

E – Como veem a criação de uma pasta dedicada ao empreendedorismo pelo governo?
ML – Vejo como uma excelente medida, agora vamos ver como ela se materializa. Quem temos à frente dessa pasta é um empreendedor. Devemos ter medidas que apoiem muito mais as microempresas para ajudá-las no desenvolvimento.

E – Quais consideram ser áreas-chave para investir?
PM – A saúde é um setor que tem muitas dificuldades de entrada mas que tem muito para
explorar e precisa muito de empreendedorismo.É um setor que no âmbito geral é conservador e está estagnado.
ML – As energias renováveis e a tecnologia.
PM – Mas também o bem-estar até porque cada vez as pessoas têm mais cuidado com o
corpo. Sobretudo hoje em dia não podemos fazer o mesmo que os outros fazem. Temos setores tradicionais onde é possível melhorar, criar valor.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

À procura de inovadores à escala global

O nome do MIT e a experiência em "coaching" de empreendedorismo do ISCTE são uma ajuda para as empresas que passam pelo concurso Portugal Venture Competition. O objectivo tem de ser a internacionalização e o milhão de euros que podem receber em prémios dá um empurrão no arranque.
O "Portugal Venture Competition", promovido pelo ISCTE e pelo MIT Portugal, vai na segunda edição e posiciona-se como o "concurso dos concursos", mas não por falta de modéstia. "Uma iniciativa como esta só é possível num ambiente que esteja num estágio maduro em termos de concursos. Se não houvesse trabalho já feito, não era possível", afirmaGonçalo Amorim, responsável pela coordenação do concurso.

Muitos dos projectos que se candidatam ao "Portugal Venture Competition" já foram finalistas noutros concursos de empreendedorismo e de ideias de negócio, um estágio de aprendizagem e amadurecimento dos projectos que se torna fundamental para que estejam prontos para acelerar a chegada ao mercado e à internacionalização, dois dos grandes pilares da iniciativa conjunta do ISCTE e do MIT Portugal.

Gonçalo Amorim afirma que o concurso começa onde o apoio a ideias empreendedoras e planos de negócio terminam e a diferenciação está numa visão centrada no mercado e num objectivo global. "Pensámos o concurso com uma estrutura diferente, que trouxesse muitos milhões de euros de investidores que quisessem ver propostas sérias", explica Gonçalo Amorim.

O apoio ao empreendedorismo era uma das áreas que não estava a ser explorada na parceria MIT Portugal e o ISCTE decidiu usar a sua experiência no ensino e com a iniciativa Audax para dar forma o modelo do concurso, que conta com parcerias de várias entidades nacionais e internacionais, justifica Luis Reto, reitor do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL).

"O nosso maior enfoque é na fase pós-prémio, incluindo as condições necessárias para a projecção global das empresas seleccionadas. Com isso, pretendemos abrir novas fronteiras aos projectos candidatos e potenciar a internacionalização dos premiados, contando com a contribuição do júri internacional e de uma rede voluntária de catalisadores", explica Luis Reto.

O montante dos prémios, que se eleva a um milhão de euros para distribuir entre os que chegam à recta final e dão provas de qualidade, é um elemento de atracção de ideias, mas este valor pode multiplicar-se pela exposição a uma carteira de investidores e capitais de risco que procuram projectos maduros e credíveis. "Este não é mais um concurso em que se ganha um valor em espécie e nada acontece", diz Gonçalo Amorim. "Aqui, trata-se de empresas e assumem-se riscos", refere.

LinkedIn traça perfil de fundadores de empresas novatas nos EUA

A maioria dos empreendedores americanos que se aventura em uma empresa nova pela primeira vez tem entre 30 e 39 anos, enquanto 34% estão na faixa dos 20 e 25% têm mais de 40 anos de idade, de acordo com um levantamento do site de relacionamento LinkedIn.

A pesquisa foi feita com dados de mais de 13 mil perfis de donos de startups e procurou identificar aspectos comuns a profissionais que começaram seus negócios após o ano 2000

Os campos de estudos técnicos é o mais presentes nos perfis - além do empreendedorismo, engenharia da computação, ciências da computação e física aparecem mais vezes do que áreas como administração e recursos humanos.

As escolas de negócio mais frequentes na formação universitária dos empreendedores são Stanford, Harvard e MIT.

Outro dado apurado pela pesquisa são as empresas americanas que mais produzem fundadores de startups. As campeãs são companhias de tecnologia, como Adobe Systems, Apple, eBay, Electronic Arts e Google.

Em média, os profissionais passam 2,5 anos na posição de funcionário antes de abrir a própria empresa. As regiões que mais surgem nos perfis das startups são a Califórnia, onde fica o Silicon Valley, e as cidades de Nova York e Boston.



Transformar ideias em negócios

Até ao próximo dia 11 de setembro estão abertas inscrições para mais uma edição do BetaStart, um programa de aceleração de ideias e incentivos ao empreendedorismo, organizado pela Beta-i - Associação Para a Promoção do Empreendedorismo e Inovação, em colaboração com o Billy The Group.

Com duração de quatro semanas, o programa pretende afirmar-se como uma "plataforma que incentive e crie condições para que os empreendedores desenvolvam as suas ideias e possam atingir mais rapidamente o seu objetivo", explica uma nota à imprensa.

Esta terceira edição do programa decorre entre 17 de setembro e 14 de outubro no Bootcamp em Lisboa. Dedica-se a apoiar o desenvolvimento de ideias nas áreas de marketing e comunicação e pretende juntar uma equipa de 30 profissionais e empreendedores, em dois horários distintos: laboral e pós-laboral.

Durante a formação os empreendedores vão aprender a passar da ideia à prática e no fim terão ainda a possibilidade de ver o seu projeto apresentado a um grupo de investidores.

Prémios Diogo Vasconcelos distinguem investigação e empreendedorismo

Está a terminar o prazo de entrega de candidaturas para os prémios Diogo Vasconcelos. Os candidatos devem inscrever-se até 16 de Setembro.

O prazo de entrega de candidaturas para os prémios "Diogo Vasconcelos – Tecnology Export e Diogo Vasconcelos - Applied" está a terminar. Quem estiver interessado em participar deve enviar a sua candidatura até 16 de Setembro.

Os prémios surgem de uma parceria entre a Associação Comercial do Porto (ACP) e a Universidade do Porto (UP), como homenagem ao gestor e empreendedor portuense Diogo Vasconcelos, que faleceu recentemente. O objectivo é premiar uma empresa start-up ou spin-off da UP com "maior potencial de internacionalização" e o melhor "projecto de investigação desenvolvido" na universidade, garante, em comunicado, a ACP. O valor do prémio é igual para os dois concursos: 7500 euros para os projectos vencedores.

Os interessados podem consultar informação complementar no website do concurso e enviar as suas candidaturas para o email premiosacpup@cciporto.pt .

O anúncio dos vencedores acontece a 6 de Outubro, sendo que a entrega dos respectivos prémios terá lugar no Palácio da Bolsa.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Cinco estratégias para melhorar seu brainstorm

Hoje foi dia de reunião de pauta, aquele momento em que nos reunimos para definir o que será produzido para as próximas edições da revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios. É a hora em que deixamos as ideias fluírem e tentamos espremer o máximo de criatividade de cada um. Você, empresário que prima pela inovação e por boas ideias, deve conhecer bem momentos como esses, mas com um nome diferente: as reuniões de brainstorm.

Nem sempre é fácil ter ideias geniais – horas de conversa podem muitas vezes resultar apenas em frustração. Então o mote é partir para a luta. Para ajudar seus leitores empreendedores, a revista Inc. listou algumas estratégias que facilitam esse tipo de reunião. Abaixo você confere cinco:


1) Vamos a la playa
A fundadora da empresa de design de games Morphonix, Karen Littman, aconselha a esquecer a mesa de conferência e ir para algum lugar mais inspirador. “Duas vezes por ano, nós alugamos uma casa de praia. Acredito que estar fora do escritório já inicia o processo criativo e estimula que você saia do lado esquerdo do cérebro”, afirma. Ou seja, mudar o ambiente pode tirar o funcionário de sua zona de conforto, dos seus comportamentos habituais e estimular a criação e inovação. Se você não tem dinheiro para algo mais elaborado, por que não um bar ou um restaurante?

2) Os tomadores de decisão também têm de participar
Para Steven Pritzker, professor de psicologia da Universidade de Saybrook, o brainstorm sempre fica mais eficiente se você coloca as pessoas que efetivamente tomam as decisões junto com os outros funcionários, na mesma sala. Para Pritzker, os executivos podem dizer na hora se uma ideia os agrada, e esse feedback estimula uma participação maior.

3) Tome uma ducha
O instrutor de comédia Geoff Garlock, do New York City’s Upright Citizens Brigade Theatre, recomenda uma boa ducha antes de começar a reunião. Durante o banho, a mente fica mais relaxada e as ideias surgem. Como não é nada prático sair de uma reunião para entrar debaixo do chuveiro, os funcionários podem usar essa tática para criar e depois trazer os novos conceitos para a empresa. Sem aparecer na reunião enrolado em uma toalha e com um pato de borracha, claro.

4) Faça todos se comportarem como seus consumidores
Karen, da Morphonix, diz que, quando quer tirar algo novo dos colaboradores, ela faz com que todos se comportem como os consumidores da empresa. No caso da sua, crianças. Esse processo pode fazer com que você pense fora da caixa.

5) Faça reuniões individuais
Em encontros com a equipe toda, algumas ideias podem ser minadas. Os colaboradores podem se sentir mais confortáveis ao exporem algumas das ideias sozinhos, e não na frente dos pares.

Procura-se um parceiro

Batman e Robin, Toquinho e Vinícius, Bill Gates e Steve Ballmer: o que faz uma parceria funcionar? Por que algumas duram décadas, enquanto outras não chegam a completar um ano? A revista Entrepeneur reuniu um time de especialistas e listou os elementos cruciais para uma boa parceria nos negócios. Descubra se você e seu sócio formam ou não uma dupla imbatível.

Confiança
Tem que ser total, dos dois lados. Para que os parceiros trabalhem e tomem decisões em perfeita sintonia, é preciso que os dois estejam comprometidos com a parceria. Aqui, não importa tanto se as personalidades são semelhantes ou opostas: o importante é que cada um seja capaz de colocar a mão no fogo pelo outro.

Respeito mútuo
Em um relacionamento de negócios, é fundamental que as habilidades dos parceiros sejam complementares. Dessa mameira, cada um vai respeitar o talento único do outro. É preciso cada um dos lados reconheça o valor do colega de sociedade: ele tem que saber que, sem a participação do parceiro, nada teria sido conquistado.

Mesmos valores e visão
Depois da confiança, é o item mais importante. É impossível abrir uma empresa junto com alguém que tenha objetivos diferentes: em algum momento, a receita vai desandar. Também não dá para confiar seus sonhos a alguém que não compartilhe os mesmos princípios éticos que você. Uma parceria assim está fadada às brigas e ao fracasso.

Transparência e honestidade
Aqui, os experts apontaram semelhanças com o casamento: todos os assuntos têm que ser colocados na mesa e discutidos, por mais difíceis que pareçam. É preciso conversar abertamente sobre dinheiro, ter coragem de admitir os erros, discutir as diferenças de estilos de gestão etc. Conselho de expert: ao conhecer um parceiro em potencial, conte a ele tudo o que acha que ele precisa saber de você. Depois, encoraje-o a fazer o mesmo. Se, depois disso, você ainda achar que a parceria vale a pena, vá em frente. Talvez você não fique tão famoso quanto as duplas aí em cima, mas com certeza seu negócio vai agradecer.

Marketing e Empreendedorismo

Nos últimos anos tem havido uma evolução grande na investigação, e na aplicação prática do Marketing e do Empreendedorismo, duas áreas consideradas consensualmente como fundamentais para o desenvolvimento das empresas e, em consequência, para o desenvolvimento económico e social dos países.

É incontestável que existe uma relação direta entre o nível de Empreendedorismo num país e o seu desenvolvimento económico. Percebemos assim claramente a importância da promoção do empreendedorismo, ainda mais, nos dias atuais, tendo em conta o clima socioeconómico que Portugal e a Europa atravessam.
Importa, também, realçar que o Empreendedorismo não está relacionado apenas com a criação de empresas, nem tão pouco com as micro e as PME. O Empreendedorismo está igualmente ligado às grandes empresas, qualquer empresa ou organização precisa de colaboradores criativos e empreendedores, pois eles são a força motora para as empresas inovarem, se diferenciarem, criando valor e se desenvolverem e, assim, criarem a sua identidade. Os empreendedores criam empresas, desenvolvem projetos novos dentro das empresas existentes, reestruturam empresas e expandem empresas. Falar de Empreendedorismo na criação de empresas, de intra-empreendorismo e de organizações empreendedoras é falar de cultura empreendedora.
O Marketing tal como o Empreendedorismo está (ou deverá estar, porque infelizmente em muitos casos o Marketing ainda é claramente negligenciado) presente em qualquer empresa, não apenas nas grandes empresas, mas também nas micro e PME. Peter Drucker ia mais longe e afirmava que o objetivo de qualquer empresa é estar no mercado, é ter clientes e que, por isso, as empresas têm apenas duas funções básicas, o Marketing e a Inovação, todas as outras representam custos e por isso mesmo o Marketing deve estar presente em todos os departamentos da empresa.
A verdade é que o Marketing e a comunicação são fundamentais. Podemos ser os melhores do mundo no que fazemos, no entanto, se não o comunicarmos ou se o comunicarmos mal, ninguém vem ter connosco, não vamos vender nem vamos garantir a sustentabilidade e crescimento da empresa.
E o Marketing e Empreendedorismo juntos? Qual a possível relação? Que valor pode gerar essa relação?
O Marketing está intimamente ligado a todas as fases do processo Empreendedor , as orientações e a perspetiva do Marketing são sem dúvida uma mais-valia para um Empreendedor ou uma empresa e, portanto, percorrem as várias fases do processo empreendedor.
Entendo o processo empreendedor como um modelo que se constitui como a base de sustento de toda a atividade empreendedora, seja na criação de empresas, lançamento de novos produtos ou serviços ou ainda a expansão e internacionalização de empresas, processo esse constituído por cinco fases: Cultura Empreendedora; Ideia-oportunidade; Projeto; Recursos; Startup.
A ideia (criatividade) é fundamental, a oportunidade (inovação) é, no entanto, essencial, só ela garante a razão de existir de qualquer empresa. O Marketing tem um papel fundamental nesta fase pois é ao Marketing que cabe o papel de realizar análises de mercado e avaliar se as ideias são realmente oportunidades. Pode acontecer as ideias não serem realmente oportunidades, o que é natural, mas isso não deve ser desmotivador para o(s) Empreendedor(es), pois faz parte do processo. Apenas uma pequena percentagem de ideias se revelam verdadeiras oportunidades, e é preciso continuar a trabalhar e seguir em frente.
Na fase do projeto (plano de negócios), o Marketing tem igualmente um papel preponderante. Os planos de negócios integram normalmente um conteúdo dedicado ao Maketing; todavia, o Marketing vai mais longe e está integrado na restante estrutura do documento, nomeadamente na sua base, a análise estratégica que irá determinar a evolução de toda a planificação do projeto.
Um empreendedor ou empresa, constituída para garantir a implementação do seu projeto, necessita angariar ou munir-se dos recursos necessários, que podem ser humanos, materiais e financeiros. O Marketing tem aqui novamente um papel fundamental, apenas uma eficaz e eficiente estratégia de Marketing, reforçada por uma comunicação personalizada, destinada a um público-alvo específico – Banca, Business Angels, Capital de risco, potenciais sócios ou colaboradores –, permitirá passar a mensagem e garantir o sucesso na angariação de recursos.
Por último, na fase de startup, o Marketing é um fator crítico de sucesso, a empresa já existe e agora precisa de vender … e aqui apenas a correta implementação, acompanhamento, monitorização e retificação, quando necessário (se o ambiente externo ou interno mudar o empreendedor ou empresa não podem ficar colados ao papel), permitirá obter o sucesso desejado.
O Empreendedorismo e as competências empreendedoras, nomeadamente a criatividade, a inovação, a resiliência, entre outras, são igualmente uma mais-valia para o Marketing e o desempenho de qualquer empresa nesta área. O Marketing tem que ser, cada vez mais, um Marketing empreendedor, principalmente no ambiente dinâmico, mais competitivo e em constante mutação em que empreendedores e empresas estão envolvidos atualmente.
As metodologias e as ferramentas utilizadas são, em alguns casos, necessariamente diferentes, mas os objetivos a atingir são os mesmos: diferenciar, criar valor e permitir o desenvolvimento e crescimento das empresas.
Devemos assim apoiar esta relação, de enorme potencial, entre o Marketing e o Empreendedorismo, promovendo em consequência o desenvolvimento do nosso tecido empresarial.

Artigo publicado em http://mktportugal.com/blog/ em 08 de agosto de 2011

Empreendedorismo e Franchising em Portugal

Portugal partilha uma realidade comum às restantes economias europeias. Como refere um estudo do IAPMEI (2008), as PME são dominantes na estrutura empresarial nacional, representando 99,6% das sociedades do país e criando 3/4 (75,2%) dos empregos (setor privado). Efetivamente, as PME, nomeadamente as micro e pequenas empresas, assumem-se como pilar das estruturas empresariais, contribuindo para o desenvolvimento económico e social.
A assumpção do risco por parte dos seus responsáveis, a flexibilidade e a inovação que as caracteriza, na busca consciente de soluções e na criação de emprego determinam a sua importância. O Franchising tem um papel fundamental nesta área, promovendo a criação de inúmeras microempresas.

O protagonismo do Franchising é cada vez maior em Portugal; o número de marcas, em particular de marcas nacionais, a criação de emprego e o volume de negócios tem vindo a crescer, acentuando-se esse crescimento no período de 2006 a 2009 como revelam as recentes estatísticas divulgadas (setembro, 2010 – EFF e associações nacionais de Franchising). Apesar deste crescimento, tal como noutros setores da economia, continuamos a ter um elevado número de insucesso e falência nos primeiros anos de atividade.

Sabemos que existem inúmeras vantagens e desvantagens associadas ao modelo de negócio do Franchising, tal como em qualquer outro modelo de negócio; das principais causas de insucesso, salientamos aqui a falta de formação e, por inerência, de competências necessárias para a gestão e expansão de uma empresa franchisada e mesmo franchisadora. A verdade é que a maior parte das empresas franchisadoras, na venda da franquia, incluem já uma Formação inicial. Todavia, apesar dos manuais e conteúdos das formações apresentarem, em alguns casos, uma qualidade de referência, preferencialmente, incidem no know-how e na assistência técnica, específicos do produto/serviço a comercializar, esquecendo componentes fundamentais – a comportamental e a técnica que sustentam o próprio know-how.
Consideramos, pois, que é necessária uma aposta por parte dos franchisadores e dos franchisados numa formação técnica, nas suas múltiplas vertentes – Estratégia, Finanças, Projetos de investimento, Marketing, etc. A aposta numa formação técnica possibilitará o desenvolvimento de competências empresariais, as quais implicam também uma formação comportamental que promova, em paralelo, o desenvolvimento de competências empreendedoras – Liderança, Motivação, Trabalho de equipa, entre outras, potenciando processos e procedimentos de gestão e, consequentemente, viabilizando o aumento das vendas.

A formação será sempre a alavanca para a diferença, que se procura para o tecido empresarial e para uma cultura empreendedora, ainda incipiente, que se quer e deseja fortalecida. O facto da União Europeia e da UNESCO, apontarem para a necessidade de um espírito e de uma cultura empreendedora reforçam esta ideia.

Artigo publicado na edição de novembro/dezembro 2010 da Revista Negócios e Franchising.

Governo dá mais 12 meses às PME para pagar empréstimos

As empresas beneficiárias das linhas PME Investe podem, a partir de hoje, pedir a extensão do crédito por um período de 12 meses, pagando apenas os juros e sem amortizar capital, uma medida que agrada à banca nacional.

Em declarações à Lusa, o secretário de Estado do Empreendedorismo, da Competitividade e da Inovação, Carlos Oliveira, argumenta que «o Governo olha com particular preocupação para a falta de liquidez que o tecido empresarial português tem neste momento, bem como as dificuldades de acesso a crédito».

Carlos Oliveira explicou tratar-se de «uma medida transitória, no sentido de fazer um apoio indireto às empresas na sua tesouraria», ou seja, «é um apoio indireto no sentido em que as empresas que têm planeado os reembolsos das linhas de crédito para os próximos 12 meses, ou 12 meses após a adesão a esta extensão, poderão usar este capital para a continuação da sua atividade, em particular, para as empresas exportadoras».

Inovação, empreendedorismo, competitividade, internacionalização

É necessário mais Inovação, mais Empreendedorismo, maior Competitividade e mais Internacionalização das empresas portuguesas.

Ouvimos estas afirmações todos os dias, provenientes de responsáveis políticos, académicos, empresários e sindicais, mas raramente estas declarações genéricas, bem intencionadas, vêm acompanhadas da referência aos instrumentos e processos que conduzam à sua implementação e concretização.

J. Pfeffer afirmava no capitulo "Organizações onde a Conversa substitui a Acção" do seu livro "The Knowing - Doing Gap", que neste tipo de organizações, existe a convicção de que "as pessoas acreditam que, porque disseram e está na declaração da missão, deve ser verdade e deve acontecer na organização" e "falar muito é confundido com fazer muito", reflexões que me parecem úteis para enquadrar o que ocorre neste momento no nosso país.

A utilização sequencial destas quatro variáveis, promove, de facto, um ciclo virtuoso de crescimento e de desenvolvimento, ou seja, processos de Inovação bem sucedidos, sobretudo os que incluírem uma considerável incorporação tecnológica, que sejam objecto de acções de Empreendedorismo para a sua utilização nos mercados globais, promovem um aumento da Competitivdade do tecido produtivo nacional, permitindo-lhe enfrentar com maior confiança e rentabilidade os processos de Internacionalização, acrescentando valor à economia portuguesa.

Olhemos, então, para os instrumentos que seriam necessários para tornar possível este sonho, de aproximação aos países mais ricos e mais desenvolvidos:
• Centros de Inovação e de registo de patentes nas Universidades
• Institutos de Investigação Aplicada com um focus Internacional
• Centros de pré-Incubação, incubação e desenvolvimento empresarial
• Sociedades de capital semente e de capital de risco
• Parques tecnológicos com especialização em diferentes "clusters" tecnológicos
• Redes de cooperação internacional no âmbito da inovação
• Entidades de divulgação e promoção internacional das "start-ups" inovadoras.
• Redes digitais de partilha de informação e cooperação tecnológica e empresarial.

Não é necessário determos um conhecimento aprofundado sobre a realidade nacional nestes domínios, para sabermos da enorme fragilidade deste conjunto de instrumentos, que são incipientes e em alguns casos quase inexistentes, para compreendermos a razão pela qual este circulo virtuoso de desenvolvimento tarda em iniciar-se.

Mas a existência destes instrumentos é condição necessária, mas não suficiente, para garantir a implementação e concretização do conjunto de acções que tornam este caminho uma realidade.
No âmbito da implementação e concretização é necessário que se verifique o seguinte conjunto de condições:
• Caracterização e divulgação destas entidades, assim como dos respectivos regulamentos de candidatura e utilização
• Relatórios e Contas detalhados destas unidades, com "bench-marking" internacional
• Gestão profissional e competente das várias unidades, com avaliação da performance e a construção de um sistema de prémios e classificações negativas
• Avaliação e reforço permanente das redes de cooperação tecnológica e empresarial
• Integração deste sistema de inovação e empreendedorismo nas redes e entidades nacionais e internacionais de fomento da internacionalização e globalização.

Infelizmente, a situação actual deste sistema é preocupante e constrangedora, por força da inadequação dos seus instrumentos e da sua gestão completamente ineficaz.

Não vale a pena prosseguir-se no caminho do "é necessário mais…." sem uma avaliação permanente e cuidadosa das acções concretas afectas a este sistema, por entidades independentes e com uma aproximação internacional.

Se não o fizermos, continuaremos a assistir aos passeios pelos inúmeros congressos internacionais que existem nestes domínios, dos dirigentes destas organizações que continuarão a não acrescentar qualquer valor significativo à economia portuguesa.

E. com estes maus exemplos, desmobilizaremos os pequenos e reduzidos núcleos de profissionais, que tentam resistir a este desregramento nacional e contribuir para a construção dum país, intelectualmente mais desenvolvido e mais prospero.

domingo, 4 de setembro de 2011

Empreendedor serial, André Nudelman cria companhias como filosofia de vida; negócios vão de granjas a rede de escolas bilíngues

“Patológico” é, com bom humor, como o empresário André Nudelman define seu apetite por criar novos empreendimentos. Aos 53 anos, Nudelman já tem em sua conta a abertura de nada menos que 32 empresas, em frentes tão díspares quanto um restaurante de comida típica nordestina ou uma rede de lojas de brinquedos. Mesmo para empreendedores tarimbados, é um ritmo estonteante: a média do empresário é de quase uma empresa aberta por ano ao longo de sua vida adulta.

Nudelman entrou no mundo dos negócios por força de circunstâncias pouco felizes. Logo depois de completar 20 anos, quando cursava Direito na Universidade de São Paulo (USP), o empresário tomou as rédeas da incubadora de aves comandada por seu pai, que tinha acabado de falecer.

A Granja Colorado, como se chamava a companhia, cresceu, mas não estava imune ao conturbado cenário econômico do Brasil de meados da década de 1980. “A empresa estava alavancada com recursos do crédito rural, mas o governo suspendeu as operações”, conta o empresário. Com a incubadora endividada, Nudelman teve que vendê-la. Ele tinha 25 anos.

Tempos depois, o empresário mudou-se para Maceió – e foi na capital alagoana um dos momentos mais prolíficos de sua vida de neopatrão. Em um intervalo de cinco anos, ele teve na cidade um restaurante italiano, um de comida típica local, duas pizzarias, uma boate e uma distribuidora de cigarros. Alguns dos negócios foram tocados de forma simultânea.

"Serial entrepreneur"
“Se existe o ‘serial killer’, existe o ‘serial entrepreneur’. Sou o empreendedor em série”, diz Nudelman. E, na explanação sobre um dos talentos mais evidentes de sua vida profissional, o empresário toca no ponto que, para gente menos experimentada na vida corporativa, é um calcanhar de Aquiles. “A mesma facilidade que tive para abrir uma empresa eu sempre tive para fechar”, diz. “As pessoas são muito apegadas (ao negócio). Talvez mais importante que abrir uma empresa é saber a hora de fechar”.

Cerrar as portas de um empreendimento continua a ser o destino indesejado, e não a opção, da maioria dos novos empresários brasileiros. Segundo levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em São Paulo, 58% das empresas não passaram do quinto ano de vida – os dados foram apresentados em 2010. O dado não deixa de ser um alento – dez anos antes, afinal, a taxa de mortalidade nos mesmos cinco anos era de 71% –, mas o número ainda é considerado alto pelo Sebrae.

Empreendedores seriais permanecerão como ponto fora da curva nas estatísticas. Mas, mesmo com a nuvem negra da mortalidade das empresas, que permanece espessa, o empreendedorismo avança no País. De acordo o levantamento do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), o brasileiro é o povo mais empreendedor entre todos os países do G20. O estudo é realizado todo ano e sua última versão, que mapeou dados de 60 países, foi apresentada em abril.

Segundo o GEM, 17,5% da população adulta do País é formada por empreendedores em estágio inicial, um universo de 22 milhões de pessoas – número equivalente ao da população da Austrália. Quase 60% dos novos empresários brasileiros abriu seu negócio com menos de R$ 10 mil.

No papel de empregado
André Nudelman, que já engrossava as estatísticas brasileiras sobre criação de empresas antes mesmo do boom recente, achou que seria uma boa ideia testar seu tino para negócios em terra estrangeira – e, depois da temporada em Maceió, muda-se para Miami, nos Estados Unidos. Mas o ímpeto durou pouco. “Percebi que, lá, eu seria, para os americanos, só mais um cucaracha. Além disso, o investimento teria que ser bem maior por causa do trabalho pessoal: eu não conhecia os fornecedores, a lei e os consumidores”. A estada em Miami estendeu-se por seis meses.

No retorno, ele teve um estalo. A mortalidade de empresas era (na época) de 80% – e , no universo de 20% de empreendimentos que prosperavam, 70% eram criados por ex-executivos de grandes companhias. Era hora de aprender com quem sabia fazer um novo negócio passar a rebentação dos primeiros anos de vida.

Nudelman passou três anos na American Express, primeiro na área de vendas e, depois, como gerente mais graduado, na área de marketing, mesmo sem ter formação na área. “O fato de não ser formado é uma vantagem tremenda”, diz. “Você pode trabalhar com qualquer coisa”.

A afirmação está relacionada à liberdade de escolha, ressalva o empresário, e não a um pretenso desprezo pela educação formal. Durante os anos de empreendedorismo, Nudelman fez MBA e incontáveis cursos gestão e aperfeiçoamento de suas habilidades.

Brinquedo, ruim; escola, bom

Vieram outras iniciativas nos anos subsequentes: uma rede de franquias de venda e locação de jogos para videogame, que chegou a ter 32 unidades no País, sociedade em uma rede de lojas de brinquedos, a desenvolvedora de um software de compras usado por lojistas de roupas, um fundo de investimentos, entre outros. (Sobre a venda de brinquedos, ele faz a anotação: “parecia bom, mas foi o pior negócio. Todo o estoque era consignado, mas 75% das vendas se concentram em três semanas do ano”).

Nudelman decidiu procurar melhor qualidade de vida e, há oito anos, mudou-se para o Canadá. Há sete, em uma joint venture com o grupo canadense Global Schools (cada um tem 50% do negócio), ele inaugurou as primeiras escolas da Maple Bear no Brasil. Entre unidades já abertas ou em fase de certificação para início de operações, a rede de escolas bilíngues já tem 41 endereços no País.

O empresário é dono de 50% da joint venture, mas é prático ao admitir suas limitações. “Procuro não me envolver muito em decisões administrativas”, afirma. “Sou um gerente incapaz. Não perco meu tempo fazendo o que não sei”.

Em sua 32ª iniciativa empreendedora, Nudelman diz que se sente emocionado nas visitas às escolas, feitas em suas quatro viagens anuais ao Brasil (“a educação transforma o País, e formar a elite é tão importante quanto formar o restante da população”). Mas, mesmo realizado, ele se mantém fiel às lições de sua vida de criador de empresas: as portas para eventuais investidores em seu negócio nunca estarão totalmente fechadas.


Pensamento positivo

Haverá um momento em que o governo vai perceber que a estratégia da depressão não funciona. Insistir que estamos mal mas ainda vamos estar pior no futuro, não é certamente a melhor maneira de animar as pessoas e, sobretudo, de relançar a economia.

O resultado está, aliás, à vista. Os consumidores não consomem, os investidores não investem, a iniciativa estagnou e o famoso empreendedorismo, que nunca abundou por estas bandas, perdeu o pouco incentivo que lhe restava. Alguém arrisca montar um negócio neste ciclo de recessão?

O governo acha que procede bem, pois deve falar verdade. E deve. Só que para além da componente informativa também é tarefa de qualquer governo transmitir estímulo e positivismo. Um governo, qualquer governo em democracia, tem por missão mobilizar os cidadãos numa perspetiva positiva e empreendedora. Ou seja, cortar nas finanças públicas é bom; cortar na autoestima dos portugueses é mau.

Dirão que, seguindo aquelas fórmulas do maquiavelismo de trazer por casa, se trata de fazer todo o mal agora para mais próximo das eleições distribuir então o dinheiro, as benfeitorias e o entusiasmo. É duvidoso. Por este andar o retrocesso económico será maior do que o esperado, a receita dos impostos menor, o desemprego galopante e só mesmo o consumo de antidepressivos crescerá em Portugal nos próximos tempos. O negativismo é viral.

E, no entanto, o assunto está profusamente investigado, registado e explicado. Nos últimos anos temos assistido à multiplicação de estudos, edição de milhares livros e realização de incontáveis conferências sobre a importância do pensamento positivo na vida das pessoas, das empresas e da sociedade em geral. Deste interesse nasceu mesmo na década de 90 uma nova disciplina chamada Psicologia Positiva.

É evidente que existe muito charlatanismo à mistura. Há quem faça carreira a vender pensamento positivo em pastilhas ou através de truques de prestidigitação. E, claro está, as religiões nunca perdem comércios lucrativos destes. Já para não falar dos admiradores de culturas exóticas que imaginam que pensamento positivo é sentar de pernas cruzadas a meditar banalidades e não fazer nada.

Apesar disto o assunto é mesmo sério. Embora seja de considerar alguma componente genética no otimismo, base emocional do positivismo, são sobretudo os fatores ambientais que ampliam essa sensação, inata na espécie humana, de que "as coisas vão correr bem". Este impulso positivo, produtivo na resolução de problemas e na ação corrente, parece ser também essencial para a saúde e superação de doenças.

Pelo contrário, a visão negativa do "tudo vai correr mal", deprime e incapacita as pessoas de agir para além de, como está provado, fazer muito mal à saúde. A depressão, por exemplo, favorece as infeções.

O pensamento positivo é pois essencialmente de ordem subjetiva, determinado pelas condições ambientais. Nos indivíduos, certos contextos geram uma predisposição para enfrentar a realidade com uma atitude positiva, ganhando coragem e energia para a ação. Efeito que se revela contagiante produzindo por vezes verdadeiras ondas socais de entusiasmo e positividade. Portugal viveu esse clima durante a Expo98. No futebol também é comum.

O pensamento positivo tem também sido bastante estudado no campo da economia. Muitos autores demonstram como a criação nas organizações de ambientes propícios ao pensar positivo é fundamental para o desenvolvimento de estratégias globais, sinergias, processos de cooperação e inovação.

Mas é naturalmente na economia da sociedade que a questão se põe com mais acutilância. Uma sociedade deprimida e derrotada, onde impera o negativismo e o fatalismo, tem muita dificuldade em gerar as energias necessárias para enfrentar as dificuldades e as resolver de forma satisfatória. Como está à vista de todos Portugal atravessa um desses momentos.

É por isso que, apesar da boa vontade, de muita ingenuidade e, concedo, do desejo de fazer o melhor possível, tem faltado a este governo a compreensão dos mecanismos base das sociedades contemporâneas. Não é por acaso que os anúncios só têm sorrisos.


Este artigo de opinião foi escrito em conformidade com o novo Acordo Ortográfico.