sábado, 29 de janeiro de 2011

Empresárias da tRASHCHIk criam "Peças de decoração únicas e com muito carisma"


Tendo como cenário de fundo o Oceano Atlântico é de uma conversa na varanda de um Hotel no Funchal que nasce um projecto que assenta na arte e paixão pelo antigo - a tRASHCHIk
Sofia de Almeida Santos e Cláudia Correia da Silva, são assistentes de bordo e ambas tem uma forte ligação a arte. Sofia desde cedo se habituou as viagens aos antiquários e aos leilões com os seus pais. Cláudia, artista plástica auto didacta tem participado em exposições Nacionais e internacionais onde apresenta as suas telas.
A tRASHCHIk nasceu da procura de mobiliário "diferente dos outros". Pretende criar objectos únicos e exclusivos, preferindo o estilo eclético à uniformidade. o charme ao standardizado. “Somos apaixonadas desde sempre por Arte. A arte enche-nos de emoções. O que quisemos foi transpor para a decoração essas emoções” afirmam Sofia e Claudia.
A recuperação de peças antigas, a sua transformação e até mudança de funcionalidade está na base do trabalho desenvolvido por esta equipa de criadoras e empresárias.
O processo inicia-se com a observação do objecto e com a identificação do destino a dar ao mesmo. Depois desta fase tanto objecto como o seu projecto de recuperação são enviados para uma equipa de trabalho (4 pessoas) que procedem a transformação final.
“Procuramos criar peças únicas e com muito carisma. Algo que marque presença no lar. Passamos muito tempo nas nossas casas e achamos que como tal devemos transforma-las em algo que seja a expressão de nós próprias” afirma Sofia.
O mundo é a fonte de inspiração para o trabalho desenvolvido. Uma constante atenção à realidade envolvente é potenciada pelas constantes viagens que as criadoras realizam sem nuca esquecer as suas raízes. “Inspiramo-nos no que é Português, na Poesia, nas Emoções. Não tentamos copiar tendências a não ser que estas nos digam algo. No fundo apenas tentamos agradar os nossos olhos. Apenas isso” afirmam as criadoras.
Embora ambas continuem a exercer a sua actividade profissional a ideia sempre foi a criação de um negócio que além de rentabilidade financeira também proporcionasse satisfação pessoal.
Um conceito inovador e estilo ecléctico têm sido o factor diferenciador desta dupla de criativas com grande aceitação pelo mercado. A tRASHCHIk conta já com assinatura em 47 diferentes peças e as criadoras encontram-se actualmente a recuperar 19 peças a pedido de um cliente para decoração de uma casa.
De um entrevista televisiva nasceu o primeiro convite para a decoração de um espaço. “Adorámos concretizar este desafio e a verdade é que desde então tem sido vários os convites para decoração”. Foram já 6 os espaços remodelados.
As novas tecnologias foram o canal inicialmente escolhido para dar a conhecer a tRASHCHIk, atreves de um blogue com o mesmo nome. Rapidamente o “passa a palavra” fez crescer a visibilidade do projecto e rapidamente as empresarias estavam a ser convidadas para participarem em entrevistas televisivas e a serem noticia em revistas da especialidade. “Mas o segredo deve-se sem dúvida ao 'Querer Muito' aliado como tudo na vida a uma boa dose de Sorte” dizem Sofia e Claudia
Neste momento podemos encontrar peças da tRASHCHIk na loja Voa Store, no Chiado, na loja Fusion em Cascais e também online através do blog.
Embora seja ainda um projecto bastante recente podemos dizer que os resultados são de facto significativamente positivos. “Continuamos a achar q o sucesso é a soma de vários ingredientes. Criatividade. Vontade de Vencer. Paixão pelo que se faz. Estratégia e muita... muita sorte.”
Para o futuro desejam apenas continuar a criar “O que a arte tem de bonito é que nunca sabemos o que provoca nas pessoas, a quem mais 'toca' ou se gosta ou não se gosta.”

Entrevista

VE -Começar um projecto de negócio num contexto económico desfavorável. Pensaram em algum momento que poderia não ser a melhor altura para iniciar a tRASHCHIk ?
Muito sinceramente. Não. Além do mais acreditamos que por vezes é no meio de grandes crises que novos mercados têm a sua grande oportunidade. Não há regras fixas em nada. Há sempre Os Que Sucedem e Os Que Não Sucedem em tempos difíceis ou fáceis. Não temos pressa para o sucesso. Vamos caminhando e esta é apenas mais uma fase desse percurso. É assim que vemos as coisas. Somos positivas por natureza.

VE -O facto de manterem as vossas carreiras profissionais, facilitou a vossa decisão?
Obviamente que termos a segurança de um bom emprego nos deu a possibilidade de arrancarmos para este projecto. A nossa saudável situação financeira decorrente de um trabalho seguro, sem dúvida nos alavancam para projectos mais arrojados pois sabemos que deles não dependemos. Se corresse mal nunca ficaríamos 'sem chão'. Sim. Manter a nossa carreira profissional teve até hoje mais pontos positivos do que negativos. O cansaço é o lado negativo. Mas estamos cá para o que der e vier: A paixão é assim mesmo.

VE - Porque no mercado da arte? Porque recuperar/reutilizar peças antigas?
Pela mesma razão de que ainda agora falamos. Paixão. Adoramos a ideia de aproveitar o velho ou antigo. Na vida nada se destrói... Tudo se transforma. Deveria ser assim em tudo.

VE - Dizem que se inspiram em tudo o que é Português, nas emoções e na poesia. É a nossa história e cultura um facilitador do processo criativo?
Todas as histórias e culturas o são quando nelas fomos nascidos e criados. As raízes mais cedo ou mais tarde sempre se manifestam no ser humano. Como portuguesas que somos, claramente que sim. Mas sem grandes ' bairrismos mundiais’. Não esqueçamos que antes de sermos de Portugal. Somos também do mundo. E mais uma vez referimos que somos eclécticas. E aí encontramos um pouco de tudo... é ai sim que 'O Portugal' entra também.

VE - Utilizaram a Internet e as Redes Sociais para dar a conhecer o vosso trabalho e o projecto. Qual a importância deste tipo de ferramentas nos resultados obtidos?
A importância da Internet foi fulcral. Não sabemos como teria sido sem a sua existência. Mas claramente o crescimento não teria sido tão rápido. Foi a Grande aliada sem sombra para dúvidas e assim continua a ser.

VE - Dizem que para um factor fundamental para ser bem sucedido é estar no sítio certo na hora certa. Acreditam que o networking pode fazer a diferença?
Claro que sim.

VE - Que conselhos dariam a quem quer empreender e desenvolver o seu próprio projecto?
Tanta coisa... Mas é só a nossa opinião... vale o que vale. Paixão será o primeiro conselho. Todo o sucesso do mundo a nível monetário se tornará incompleto se não sentirmos um enorme prazer no que fazemos. Pode ser sucesso na mesma, é claro. Mas certamente para nós não nos encheria as medidas. Depois disso o óbvio... uma série de características que são comuns a todos os que querem vencer na vida... vontade, pensamento positivo, perseverança, um método, coragem, não ter medo de errar, ver as fases más como sendo ´menos boas', tentar. Tentar é aquilo que no fundo mais aconselhamos. A vida é isso mesmo. Atrevam-se sempre a Tentar!

tRASHCHICk- Análise Prof. J. Cesar Rocha Alves


Mais do que uma épocas de mudanças, estamos a passar na verdade, por uma mudança de época que traz grandes transformações no mercado de trabalho e nas suas relações, onde o principal capital é o capital intelectual.
O caso em apreço é um bom exemplo de empreendorismo onde alguns dos conceitos essenciais para o sucesso são fundamentais, concretamente a criatividade, competência, paixão, diferenciação e inovação.
Se retrocedermos á Revolução Industrial no Reino Unido, vemos que o empreendedor buscava nichos de mercado para investimentos lucrativos e criação de emprego.
Diante desse quadro, a análise de risco era fundamental para a tomada de decisão.
Era entendido no fundo que, se o Empreendedor lucrava, isto ocorrera porque ele tinha inovado e fizera algo de novo e de diferente.
Jean Baptiste Say, em 1996, consolidou este conceito e pode ser identificado como o pai daquilo a que se convencionou chamar, Empreendorismo.
A Consolidação desta disciplina foi assim acreditada com a associação clara do empreendorismo à inovação, ao facto de se criar coisas novas e diferentes.
A inovação está aqui bem presente, ou seja, existe aqui uma preocupação de ocupar um espaço, nicho de mercado, subentendendo-se aqui também, uma preocupação ambiental, aliás, preocupação actual de toda a sociedade.
Depois vêm as competências, porque sem elas, seria impossível a concretização dos objectivos.
E quando falamos em competências, falamos de formação e conhecimento sobre o que pretendemos fazer, bem como a capacidade de sabermos abordar o mercado a que nos queremos dirigir, isto é, os meios de divulgação do negócio.
Em meu entender, o empreendorismo inovador, associa uma ideia à sua implementação no mercado, explorando oportunidades de negócio por meio de uma oferta de um produto ou serviço diferente, ou pela mudança da forma em que esse produto ou serviço é entregue ao mercado, o que me parece ser o presente caso.
O empreendorismo representa um caminho para transformar um esforço criativo numa inovação.
Os Portugueses possuem um elevado potencial de inovação. A criatividade e a flexibilidade são algumas das características que temos, importantes para a geração de ideias novas.
No entanto, a transformação de ideias em oportunidades de negócio ainda é um processo que apresenta muitas oportunidades de melhorias.
A formação/conhecimento, torna-se aqui decisiva para contribuir para que os potenciais empreendedores saibam como formular e implementar uma estratégia competitiva, bem como procurar e gerir os recursos necessários para o seu empreendimento.
Devemos apostar na formação, é decisiva.

"Natureza das Multinacionais não incentiva ao Intra-empreendedorismo"


Num mercado competitivo como o das Tecnologias de Informação, a Pragmasis distingue-se pela dimensão e agilidade da empresa, o que permite responder de imediato às necessidades de cada Cliente, como salientam Alfredo Leite Castro e Jorge Afonso Silva

VE - A Pragmasis é uma empresa que desenvolve software para um sector de mercado bastante especifico - A banca. Pode nos dizer qual é especificamente a vossa área de actuação?
LC – A PragmaSis tem actuado primordialmante no desenho e implementação de soluções informáticas para os canais presenciais da Banca, especificamente as Agências Bancárias. A nossa ferramenta de desenvolvimento de aplicações, AP.NET – Application Platform, permite construir eficazmente soluções à medida de cada instituição financeira. Estas soluções são executáveis tanto num ambiente de canal presencial, como em ambientes não-presenciais, por exemplo, Home-Banking.
JAS - É de salientar que no desenrolar dos projectos para os nossos clientes, actuamos fortemente como consultores durante a fase de desenho e arquitectura da solução final, de modo a transferir a nossa experiência e “know-how”.

VE – Ambos os sócios fundadores da empresa tiveram uma carreira profissional em empresas Multinacionais. Segundo a sua experiência, estas empresas promovem as condições para que se desenvolva o intra-empreendedorismo?
LC – A natureza intrínseca das multinacionais não incentiva a que tal aconteça. As soluções a propor aos clientes são quase sempre as dependentes do catálogo de produtos da empresa, complementadas com os serviços necessários a cada implementação específica. A dimensão do mercado nacional, na perspectiva duma multinacional, não justifica normalmente os custos de “start-up” dum projecto de raíz ou inovador.
JAS – Nos anos recentes, talvez porque a componente Serviços ganhou uma maior enfâse para as multinacionais, temos visto uma maior abertura destas às iniciativas de projectos de âmbito local.

VE – Com carreiras profissionais de sucesso, o que os levou a optar pela criação de um projecto próprio?
LC – Quando se está inserido na estrutura duma grande empresa, a progressão profissional implica muitas das vezes uma desistência da componente técnica, passando a gestão a ser predominante, mesmo absoluta. Este percurso não era atraente. Foi portanto fácil tomar a decisão de partir para um projecto próprio, com objectivos bem definidos, que julgávamos satisfazer uma necessidade do mercado bancário nacional.

VE- Quais foram os principais desafios que encontraram para criarem a vossa própria empresa?
LC – Por vezes, a ignorância pode ser uma vantagem. O nosso desconhecimento dos trâmites inerentes à criação duma empresa, amplificada pelo optimismo de quem inicia uma nova etapa, fizeram-nos ultrapassar as burocracias sem que tenham ficado traumas. Verdade se diga, que tivemos também ajudas de quem já sabia destes assuntos.
JAS – Uma dos desafios que enfrentámos na altura da criação da PragmaSis foi a aceitação pelos potencias clientes da nossa nova identidade. O mercado alvo viu-nos durante anos como empregados duma multinacional, e uma compreensível inibição inicial teve de ser vencida. Outra dificuldade teve a ver com natural urgência em criar de raiz a ferramenta tecnológica necessária para atingirmos os nossos objectivos. Os primeiros meses foram dedicados à implementação do produto AP – Application Platform, numa versão que suportasse OS/2 (então predominante na banca) e simultaneamente Windows.

VE - Quando de fala em desenvolvimento tecnológico fala-se de inovação. De que forma a Pragmasis promove e fomenta a inovação na sua intervenção com os seus clientes?
LC – Embora inovação seja importante, a faceta que exprime melhor a filosofia da PragmaSis é o pragmatismo. Perante os requesitos dum projecto, preferimos soluções já provadas que satisfaçam as necessidades. A adoptção de novas tecnologias, apenas porque são novas e estão na moda, não tem aqui qualquer acolhimento. Pode parece uma postura conservadora, mas é apenas realista. Quantas novas tecnologias vimos surgir, monopolizar as atenções e desaparecer fugazmente, nos últimos anos ? Na PragmaSis estudamos primeiro as tecnologias emergentes, esperamos que as mesmas estabilizem demonstrando a sua validade, e então inovamos as nossas soluções.
JAS – Não somos apologistas de fazer “experimentação” nos projectos dos clientes. O risco para o cliente tem de ser minimizado respeitando-se os objectivo definidos. Qualquer inovação tecnológica ou funcional que introduzimos num projecto é sempre equacionada em termos vantagem versus risco.

VE – Actuando essencialmente no mercado nacional, que tipo de relacionamento tem com os vossos clientes? Pode-se falar em fidelização?
JAS – Fidelização é uma expressão demasiada forte, susceptível de interpretação negativa, abusiva. Penso que conseguimos establecer com os nossos clientes uma relação de confiança e fiabilidade. Quando nos comprometemos num objectivo, é porque sabemos que o podemos cumprir. E os nossos clientes reconhecem isto.

VE- Actuando a Pragmasis num sector altamente competitivo (TI’s),em que os grandes player’s são internacionais, o que diferencia a empresa face a concorrência?
LC – O “commitment” da PragmaSis nos projectos é um dos factores que pensamos ter grande valor para os nossos clientes. Da situação inicial de “projecto do cliente”, passamos rapidamenta à situação de “projecto comum”, nosso. Também a dimensão e agilidade da empresa permite-nos responder de imediato às necessidades e requisitos específicos de cada cliente. A competição, particularmente a internacional, não tem esta flexibilidade.
JAS – O que também nos diferencia, é a nossa postura de sinceridade para com os clientes. Se a PragmaSis não pode responder satisfatoriamente a um requisito do cliente, seja em termos técnicos, seja em termos de custo, preferimos assumir frontalmente esse facto, aconselhando por vezes a própria concorrência. A longo prazo, esta sinceridade acaba sempre por pagar dividendos.

VE – Nos últimos anos assistiu-se a uma revolução profunda no mercado bancário com a chegada da banca electrónica. O vosso negócio foi de alguma forma afectado por esta nova realidade?
LC – Sim, e de um modo positivo. Para além das soluções que vínhamos implementando, tipicamente do tipo Cliente/Servidor, desenvolvemos novas ferramentas e produtos para esta área, que foram adoptados pela maioria dos nossos clientes. Alargámos portanto a abrangência das nossa soluções técnicas.
JAS - Temos hoje um portfolio de ferramentas e soluções que cobrem amplamente muitos dos requisitos de TI na banca, em particular na componente de infra-estruturas aplicacionais distribuídas. Uma percentagem significativa das operações nacionais executada por “banca electrónica”, dependem de componentes e soluções desenvolvidos pela PragmaSis.

VE – A Pragmasis possui uma estrutura bastante reduzida face a outras empresas. Esta flexibilidade é fundamental para actuar num mercado tão reduzido, nesta actividade, como o Português?
LC – Já referimos que a flexibilidade é um factor diferenciador da PragmaSis.É uma característica de que não abdicamos. Mas não penso que seja fundamental para actuar no mercado nacional. O mercado procura alguns tipos de soluções, por exemplo envolvendo mão-de-obra intensiva, a que empresas menos ágeis respondem mais eficazmente.

VE – Normalmente o caminho de um pequeno projecto como o vosso é a sua aquisição por uma grande Multinacional. Já alguma vez sentiram essa pressão por parte da concorrência?
JAS – Curiosamente não temos sentido pressão. Temos encarado qualquer hipótese como merecedora de estudo, mas talvez em resultado do nosso espírito de independência, não nos sentimos pressionados.
LC – Pensamos que uma eventual aquisição da PragmaSis por outra empresa só fará sentido para assegurar o futuro a longo prazo das nossas soluções nos clientes. Não é uma necessidade no horizonte próximo. A dimensão reduzida da PragmaSis, se por vezes é um factor de dúvida no início do relacionamento com um novo cliente, permite-nos no entanto enfrentar as oscilações do mercado com muita solidez.

VE – As novas tecnologias é uma área extremamente atractiva para os jovens. Que conselho daria aos jovens que quisessem empreender nessa área?
LC- Como em todas as áreas de actividade, e não apenas nas novas tecnologias, a palavra chave é Profissionalismo. Aquilo que fazemos, temos de o fazer com o nosso melhor empenhamento e competência, e olhar criticamente para os resultados. Não se mantêm um percurso profissional de sucesso sem um esforço continuado, em que a transpiração largamente excede a inspiração.
Confiabilidade é indispensável para ter aceitação num mundo empresarial. É vital que os clientes possam confiar no resultado do trabalho e na pessoa.
JAS - Ter Abertura de Pensamento que leve à curiosidade na pesquizar novas soluções, à aceitação crítica de inovações, a progredir profissionalmente.
Finalmente, encontrar um nicho de actividade em que possamos exercer Excelência, é um factor decisivo de sucesso.

VE- Que desafios a Pragmasis tem pela frente nos próximos tempos?
LC – Pragmaticamente ? Conquistar o próximo projecto.
JAS – Com sucesso para o Cliente, e portanto para a PragmaSis.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Prémio: Empreendedorismo e Desenvolvimento Rural

O Município de Ponte de Lima, apostando na defesa da ruralidade característica de grande parte do seu território, vê no fortalecimento do empreendedorismo rural uma forma de conseguir comunidades locais sustentáveis e de potenciar o desenvolvimento dessas áreas.

Este prémio tem por objectivo reforçar a capacidade de execução da população-alvo, para estimular a iniciativa e inovação, estruturar o tecido local e reforçar o peso das organizações rurais.

A existência e incentivo destas práticas empresariais em meio rural permitem um maior dinamismo da comunidade combatendo processos de desertificação e envelhecimento populacional, permitindo um aumento do n.º de postos de trabalhos e preservando a base económica tradicional assente nos ofícios tradicionais (como a agricultura, pecuária, produção de fumeiro e outros produtos locais tradicionais).

Prazo para apresentação de Candidaturas 15 de Janeiro a 20 de Fevereiro de 2011

Para mais informações http://www.cm-pontedelima.pt/evento.php?id=524

Gabinete de Apoio ao Empreendedorismo - FEUP

É já no próximo dia 2 de Fevereiro que a Divisão de Cooperação da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), em parceria com a JuniFEUP e a PSZ Consulting, irá promover mais um Gabinete de Apoio ao Empreendedorismo (GAE). Esta sessão de Consultoria na área do Empreendedorismo irá decorrer entre as 14h30 e as 18h30, na FEUP.

Destinado a toda a comunidade FEUP, o Gabinete de Apoio ao Empreendedorismo, oferece a oportunidade a docentes, estudantes e técnicos de clarificarem algumas questões relacionadas com ideias de negócio, nomeadamente: como transformar uma boa ideia num negócio de sucesso (Plano de Negócios); como criar uma empresa, acesso a Apoios e Incentivos, avaliação da ideia de negócio e diagnóstico da capacidade empreendedora.

Com atendimento gratuito e individual, os participantes poderão esclarecer dúvidas e conhecer os fundamentos essenciais para a concretização de um negócio de sucesso.

DNA Cascais desafia espírito empreendedor

Foi ontem apresentada a 5.ª Edição do Concurso Escolas Empreendedoras (CEE) e do 5.º Concurso de Ideias de Negócio de Cascais (CINC). As duas iniciativas são promovidas pela DNA Cascais, e visam estimular o espírito empreendedor e a criação de novos projectos empresariais no Concelho. As candidaturas estão abertas até 29 de Abril de 2011.
Em 2010, o vencedor do CEE foi o projecto “Groovy - Champô para Cabelos Estragados”, criado pelas alunas Constança Paiva Raposo, Cristina Navin e Beatriz Nieves Ferreira. No âmbito do CINC, foi distinguido o projecto “King’s Coast”. A ideia de negócio apresentada por Eurico Paes, Manuel Pinheiro e Paulo Dias prevê o incoming de paquetes de luxo em Cascais e a disponibilização de outros serviços associados ao turismo.

“Temos grandes expectativas em relação à quinta edição destes dois concursos. Queremos conhecer as propostas criativas e inovadoras que os empreendedores de Cascais - tanto os que ainda estão em fase de formação como os que já se lançaram no mundo profissional - têm para tornar o Concelho mais positivo e, assim, contrariar este clima de crise que temos vivido”, assinala Carlos Carreiras, Vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais e Presidente da DNA Cascais.

O vencedor será escolhido entre 12 projectos finalistas, e irá receber um prémio de 2.500 euros em conta BPI para integrar o capital da nova empresa ou reforçar o capital da empresa já criada.

O projecto vencedor do CINC será escolhido com base no grau de inovação do projecto, sua exequibilidade, impacto económico, social e ambiental nos sectores de actividade e relação dos currículos e envolvimento dos promotores com a concretização do projecto.

Para obter mais informações http://www.dnacascais.pt/Default.aspx?ID=625

IPAM debate meios para criar emprego próprio

O Instituto Português de Administração de Marketing (IPAM) promove, na próxima terça-feira, dia 1 de Fevereiro, um seminário com o tema "Empreendedorismo e Apoios Financeiros ao Investimento para Jovens e Desempregados".
Inserida no âmbito da Unidade Curricular de Desenho e Operações de Serviço do segundo ciclo do curso superior de Gestão de Serviços de Clientes, a iniciativa vai contar com a participação de Marcos Fernandes, director-geral da Agência de Desenvolvimento da Câmara Municipal de Cascais, que vai apresentar várias soluções e exemplos de casos de sucesso e insucesso de iniciativas empreendedoras.
O evento começa pelas 19 horas e a entrada é gratuita.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

EMPREENDER...

Um ano começa e as expectativas que se apresentam não são nada animadoras. O que fazer? Devemos sucumbir ao pessimismo? Ou ver esta crise como um desafio?
Certamente todos nós já vivemos períodos de grandes dificuldades e incerteza, quer a nível pessoal ou profissional. Qual foi então a formula usada para ultrapassar esses obstáculos? A situação que agora atravessamos exige de cada um de nós uma elevada dose de empreendedorismo, uma capacidade de inovar e olhar a realidade de modo diferente.
Em Chinês a palavra Crise é composta por dois caracteres que isoladamente significam Perigo e Oportunidade. Identificar e criar novas oportunidades é sem duvida a solução para a conjuntura actual. No entanto vislumbrar uma oportunidade não chega. Para ser bem sucedido exige um bom planeamento, criatividade, trabalho duro e flexibilidade.
Segundo Peter Ducker , o empreendedorismo é como qualquer disciplina, pode ser aprendida. Quais são as características essenciais a um empreendedor? Segundo um artigo da SBA.Gov intitulado “Is Entrepreneurship For You?” As características mais comuns aos empreendedores são: Criatividade, Curiosidade, Orientação para Metas; Capacidade para resolver problemas; Resiliência; Confiança; Independência; Comprometimento; Integridade; Elevada capacidade de Organização.
Na conjuntura actual dizemos que é fundamental que um Empreendedor seja dotado de persistência e coragem. Persistência na procura de elevados níveis de performance, e Coragem para quando necessário fazer um turnaround e seguir um caminho completamente diferente que certamente levará a melhores resultados.
O Projecto “Empreender” fez no passado dia 08 de Janeiro um ano desde a sua primeira edição no Jornal Vida Económica. Já conta com alguns casos publicados que nos permitem chegar a conclusão que apesar das dificuldades é POSSIVEL ser bem sucedido. Todos os empreendedores mencionados tem certamente algo em Comum – NUNCA DESISTIRAM. Esse é o seu compromisso consigo próprios e com os seus sonhos.
Independentemente das circunstâncias em 2011 continuaremos a divulgar casos de pequenas e micro empresas que continuam a dar sentido a afirmação de Peter Drucker “ A melhor forma de prever o futuro é cria-lo”.
Deixe-nos a sua opinião ou indique nos casos de interesse em http://ve-empreender.blogspot.com/ , ou através de empreendedor@vidaeconomica.pt.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Universidade de Coimbra lança novo centro de investigação

A Universidade de Coimbra (UC) pretende criar até 2014 um novo centro de investigação multidisciplinar nas áreas da biomedicina e biologia celular e molecular. Com capacidade para albergar até 250 cientistas, o espaço, que ficará localizado no Pólo das Ciências da Saúde, representa um investimento de 15,5 milhões de euros.
O BIOMED III insere-se no plano de desenvolvimento da Faculdade de Medicina no Pólo das Ciências da Saúde e está integrado no BiomedUC, promovendo a interdisciplinaridade nos domínios da biomedicina, biologia celular e molecular aplicada às ciências da saúde. O envelhecimento, neurociências e doenças degenerativas, oncologia e meio ambiente e a imunologia serão alvos de investigação prioritários.

PME Investimentos cria linha de financiamento com Business Angels

A PME Investimentos anunciou o lançamento de uma linha de financiamento no valor de 27 milhões de euros para apoiar a criação e o arranque de pequenas e médias empresas, através dos business angels, disse a Lusa.
Segundo a PME Investimentos, trata-se de "um instrumento financeiro pioneiro em Portugal, que foi concebido para cobrir as necessidades de financiamento das actividades desenvolvidas pelos business angels, num montante global da ordem dos 27 milhões de euros".
Este é um projecto implementado pela PME Investimentos no âmbito do Finova (Fundo de Apoio ao Financiamento à Inovação), financiado por fundos comunitários no quadro do programa Compete que está ligado ao Quadro de Referência Estratégico Nacional, com financiamento do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.
Os business angels estão tradicionalmente envolvidos na criação e arranque de pequenas e médias empresas (PME), associando-se ao desenvolvimento deste tipo de projectos, com o objectivo de promoverem a criação de emprego e o desenvolvimento económico.

Inovação com Europass para empresas

A dificuldade em aceder aos fundos disponibilizados pelos Programas Europeus de Ciência e Inovação, dado o seu elevado grau de complexidade, excessiva burocratização e mesmo os altos custos, em tempo e dinheiro, necessários à elaboração das candidaturas, esteve na base do lançamento do projecto Europass para as empresas.
Lançado pela Iberia Advanced Healthcare, empresa que actua na inovação e empreendedorismo na área da saúde, este projecto foi já apresentado ao Parlamento Europeu, no âmbito da Comissão da Indústria, Investigação e da Energia - ITRE do Parlamento Europeu, que pretende simplificar as regras de participação no actual e futuros programas.
Segundo António Lúcio Baptista, presidente da empresa, o grau de dificuldade que hoje se coloca ao acesso àquelas modalidades de financiamento “constitui um entrave à inovação e progresso da Europa”.
Exemplos desta afirmação prendem-se com o facto de “25 a 40% do tempo de trabalho dos investigadores ser passado a tratar de burocracias”; por outro lado, a complexidade dos programas - quadro explica que “a relação entre projectos submetidos e aprovados seja de 1/10 ou 1/15”. Mais ainda, a obrigatoriedade de apresentação de relatórios financeiros leva a problemas administrativos sérios. Ou seja, “mesmo que a candidatura seja aceite, são levadas a cabo várias auditorias que por vezes não aceitam o que foi acordado. Isto porque há uma grande discrepância de critérios entre os vários “offices”, que podem considerar o mais pequeno erro uma fraude”.
A Iberia apresentou assim um “Europass” para empresas. “Este documento seria uma forma de standardizar um CV “online”, no qual constariam os elementos mais importantes relacionados com as empresas, os trabalhos realizados ou projectos em carteira”.
No mesmo CV seria referido o seu interesse em inovar e quais as áreas particulares em que deseja fazê-lo, através de três palavras-chave, ou “tags”, que possam agilizar processos de busca através da Internet e, assim, facilitar o acesso a investigadores, cientistas, investidores ou até empresas parceiras, ao nível comunitário e, paralelamente, eliminar canais distorcidos.

Empresas formam cluster para hotelaria de vocação global

Amorim Revestimentos, Cifial, Lasa, Lusotufo, Molaflex, Porcelanas Costa Verde, Recer e Viriato são as oito empresas que constituem o Hi.global, um cluster vocacionado para a indústria hoteleira, que agrega um conjunto de competências complementares, em áreas que passam pelos pavimentos, revestimentos, louça e cerâmica, têxteis-lar, mobiliário, colchões e acessórios, apresentando-se como um fornecedor premium junto das mais exigentes cadeias de hotéis e restauração internacionais.
Estas organizações reúnem um conjunto de competências em áreas diversas, possibilitando uma oferta integrada, diferenciada e estruturada à medida das necessidades de cada cliente.
O projecto visa unir esforços e sinergias destinadas ao sector hoteleiro e à restauração, a nível internacional. Concebido para oferecer a estes sectores soluções integradas de produtos e serviços em condições competitivas e com significativa incorporação industrial portuguesa, este cluster integra parceiros que, em parceria, apresentam vantagens competitivas que vão desde a redução do investimento e do risco às diversas sinergias criadas - a rede comercial é operada de forma comum, as estratégias de marketing e de I&D incorporam o know-how de cada empresa e o serviço prestado ao cliente final passa a ser uma vantagem competitiva mais tangível.
A selecção criteriosa das melhores matérias-primas, aliada a uma forte aposta no design e a um enorme rigor tecnológico caracterizam o Hi.global, que apresenta assim um equilíbrio entre a forma e a função de todos os seus elementos, desenvolvidos em parceria com os clientes, e produzidos com as mais avançadas tecnologias do mercado.

Estudo «Web Trends – 10 cases made in web 2.0» apresentado no Corte Inglès Gaia


As oportunidades geradas pela evolução das tecnologias de informação, nomeadamente a Internet e as redes sociais, em 10 domínios centrais da economia, constituem o cerne do livro estudo «Web Trends – 10 cases made in web 2.0». Lançado pela agência de comunicação Comunicarte, esta edição será apresentada a 13 de Janeiro no El Corte Inglès de Gaia.
Com prefácio de Francisco Maria Balsemão, presidente da ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários, o documento «Web Trends – 10 cases made in web 2.0», que estará nas bancas em Janeiro, aborda o tema “de uma forma dinâmica, prática e exemplificativa”, caracteriza Ana Sofia Gomes, directora da Comunicarte.
O primeiro capítulo aborda as principais alterações que se têm vindo a apontar com a evolução da web, os passos para o eGovernment, o cibercrime, entre outros assuntos. São apresentados, no capítulo seguinte, dez “case studies” em outras tantas áreas: marketing e publicidade; comunicação social; empresas e negócios; sociedade; educação; política; saúde; cultura; lazer e; religião.
Cada uma das áreas é comentada por um especialista. O último capítulo refere-se à investigação «Comunicação 2.0 no franchising em Portugal», onde é apresentada a análise sobre o impacto da web num modelo de negócio de expansão também assente numa rede.
No caso do turismo, o livro refere que a utilização da Internet tem tornado desnecessário o recurso a intermediários, nomeadamente agências de viagem, na marcação de viagens. Segundo o INE, em cerca de 13,2 milhões de viagens turísticas
(73,2% do total) realizadas em 2009, não existiu qualquer marcação prévia dos serviços associados à deslocação, incluindo transporte ou alojamento. Em 18,1 % dessas deslocações foi marcado pelo menos um serviço directamente no prestador, sem recurso a agência de viagens ou operador turístico.

Marc Barros
marcbarros@vidaeconomica.pt

CeNTI abre portas a pensar no mercado

Empreendedorismo e inovação em nanotecnologias direccionadas para a criação de produtos de elevado valor acrescentado e orientados para o mercado são os grandes objectivos do Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes – CeNTI, que foi recentemente inaugurado.
Este instituto, que nasceu em 2008 a partir de um “spin-off” de investigação do CITEVE - Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e de Vestuário, actua privilegiadamente numa base de consórcio e em sinergia com diferentes instituições.
Na sua inauguração foram apresentados dez destes projectos, desenvolvidos em associação com igual número de empresas nacionais e dos quais resultaram já oito patentes em processo de registo nacional, europeu e mundial.
Estes abrangem áreas da saúde e bem-estar, desporto e lazer, protecção individual, segurança, automóvel, aeronáutica, construção e arquitectura, energias renováveis e fotovoltaica, entre outras. Destacam-se um interruptor de iluminação embebido num ladrilho e um têxtil com repelência à sujidade, entre inúmeros outros projectos que prometem revolucionar a relação das empresas com a investigação.
Segundo António Veira, director do centro, os principais obstáculos que se colocam ao sistema científico nacional quanto à integração em sistemas de apoio e financiamento comunitários devem-se ao facto de “Portugal não ter uma estrutura organizada instalada mais perto dos locais de decisão” em “articulação com as entidades nacionais e os organismos oficiais da Comissão Europeia”.
Assim, “em muitos casos, as instituições portuguesas, por não terem massa crítica suficiente e dimensão”, ou “não prestarem a devida atenção às oportunidades reais existentes”, não têm tido “a força suficiente para entrarem em consórcios europeus”, perdendo oportunidades de desenvolvimento e financiamento.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Planeamento ou Pensamento Estratégico?


Existe hoje, no contexto da formulação estratégica nas organizações, uma questão fundamental: as definições empresariais e seu desdobramento serão mais bem conduzidos por um processo de planejamento ou de pensamento estratégico?

No processo do planeamento estratégico a palavra chave é “análise”, ou seja, o desmembramento dos principais aspectos relacionados com a estratégia empresarial em várias partes, para facilitar seu estudo e conseqüente compreensão, e assim tomar decisões fundamentadas em fatos concretos e dados precisos. O objetivo é conhecer a natureza da organização, fazer um bom diagnóstico do desafio e conceber suas intenções estratégicas (missão visão e valores), este processo parte do entendimento do ambiente e dos fatores competitivos (externos e internos) e, então, traçar objetivos e metas de médio e curto prazo e os correspondentes planos de ação (formalmente documentados). O que pode ser questionado neste processo? Um plenamento formal, com ações previamente estabelecidas, pode levar a organização na direção errada, particularmente num mundo onde a mudança das condições de competição é acto contínuo.

Assumindo que a estratégia é um pensamento complexo, por natureza, envolvendo percepção e intuição, podemos então aceitar que a estratégia acontece em nossa mente, antes de desenvolvermos todo o processamento analítico e sistemático do planeamento. Um processo no qual as informações nem sempre são precisas, às vezes são abundantes, outras vezes indisponíveis. É onde se baseia os defensores do processo de pensamento estratégico, onde a palavra de ordem é “síntese”, ou seja, a reunião de elementos concretos e abstratos em um todo, que tem sua origem num processo mental intricado com pensamento não-linear, que trata da complexidade de um grande volume de informações, que assume que os riscos inerentes são naturais e, assim, faz uso de intuição para a tomada de decisão e de criatividade para o desenvolvimento de novas abordagens para problemas antigos. Para esta escola, ter estratégia significa ter consistência de comportamento ao longo do tempo.

Atualmente, por razões históricas, sociais e antropológicas, estamos diante da possibilidade de melhor utilizar o cérebro e a mente, aprendendo a lidar com os pensamentos de modo mais produtivo. O sucesso das empresas, em um mundo de mudanças cada vez mais rápidas, requer das empresas um modelo estratégico de gestão de negócios e que seus gerentes e especialistas sejam criativos e habilidosos e possuam elevado nível de pensamento estratégico. Isso será necessário e de grande valia para a empresa ou suas unidades de negócio no desenvolvimento de cenários mais confiáveis e para reduzir a incerteza de suas decisões de negócios. Esta habilidade para o pensamento estratégico também será importante quando a empresa necessitar inovar - imperativo competitivo para todas as empresas, especialmente quando ela operar em ambientes altamente competitivos onde for difícil e mesmo impossível desenvolver e sustentar vantagem competitiva estrutural ou operacional sem ser imitada pela concorrência.

Alto Desempenho e/ou Felicidade?


1. A Febre de Domingo à Noite

O êxito consiste em alcançar o que se deseja;
a felicidade, em desejar o que se alcança.

Anónimo


O leitor transborda de energia quando vai trabalhar? Sente que, caso ganhasse o euromilhões, continuaria a querer fazer o mesmo trabalho que faz agora? O seu trabalho é uma parte da sua identidade e uma forma de se sentir realizado e feliz? Se respondeu que sim a todas estas perguntas, faça o favor de não continuar a ler este artigo. Continue como está e contagie os outros, as organizações precisam de si.

Se, por outro lado, o leitor é daqueles que à sexta-feira suspira de alívio por terminar a semana, reza para que o fim-de-semana dure uma eternidade e ao domingo à noite sente aquela “febre” acompanhada de uma pequena angústia que murmura baixinho “amanhã lá tenho que ir outra vez”, este artigo pode ser-lhe útil.

Há anos que estudo a excelência humana, ou como podemos nos superar adquirindo competências que nos ajudem a atingir os objectivos pessoais e profissionais. Esta é uma abordagem fascinante e com bastante aceitação nas organizações. Tenho reparado, no entanto, que as mesmas organizações que buscam o alto desempenho e a excelência nem sempre promovem, e aceitam, nesse caminho a felicidade dos seus colaboradores.

Parece-me que um conjunto de crenças limitadoras leva as lideranças, e a nós próprios, a associar o trabalho bem feito à pressão e ao desconforto, como se o prazer fosse incompatível com a disciplina e com o foco nas tarefas. Instituiu-se que a própria ideia de felicidade pode ser um assunto “lamechas”, que abre caminho ao facilitismo e ao bem-estar egoísta e individual em detrimento dos interesses das equipas e das organizações. Para piorar as coisas, nesta época de crise, as lideranças preocupam-se mais em reparar os danos do que em desenvolver os seus colaboradores e estes vivem mais preocupados em manter o seu posto de trabalho do que em explorar o seu potencial criativo.

Diz Arménio Rego, num artigo ao Diário de Noticias: ‘Trabalhar numa organização pode ser um travão às potencialidades individuais ou, pelo contrário, um espaço de superação individual e de desenvolvimento de forças virtuosas como a sabedoria, a coragem, o amor, a justiça e a temperança. Trabalhar em organizações deflagradoras de experiências negativas não gera apenas custos laborais. Também degrada a vida pessoal e a familiar. Uma pessoa que vive situações laborais intensas de medo ou stress pode não ser capaz de afastar da sua vida privada esses sentimentos. Essas situações podem decorrer da inadaptação à função, da decepção com a carreira, de uma liderança tóxica ou, globalmente, de um clima organizacional cínico e "doentio". Os efeitos podem ser a fadiga, a preocupação, a irritabilidade e diversas doenças cardiovasculares ou endocrinológicas.

Distintamente, uma vida de trabalho saudável promove uma vida integralmente sã. Nas organizações em que vigora a gestão positiva há equilíbrio entre as necessidades económicas e as práticas de um colectivo social saudável: encorajamento aos mais fracos, recompensa da lealdade, estímulo da competição justa, gestão apropriada do stress. A gestão positiva origina, pois, organizações com dinâmicas sociais saudáveis.

(...) Incentivar virtudes, respeitar a dignidade humana, prezar a excelência, velar pela busca de felicidade, promover a cooperação e a confiança – eis aspectos que poderão gerar consequências desejáveis nos indivíduos e nas organizações. Os efeitos da positividade organizacional podem mesmo transcorrer para o exterior – gerando impacto positivo na satisfação dos clientes e na comunidade circundante’.

É pois possível – e desejável – associar a excelência e o alto desempenho à felicidade. Recentes estudos na universidade da Califórnia demonstram que as pessoas mais felizes tendem a ganhar mais dinheiro, a serem melhor sucedidas e a terem uma vida mais longa e saudável. Se observar as pessoas que se destacam em qualquer área de actividade vai reparar que todas elas têm um profundo prazer nas suas actividades. Numa entrevista recente ao jornal Público, o cineasta Manoel de Oliveira, que com cem anos de idade continua a realizar um filme por ano e a estar presente nos principais festivais de cinema europeus, dizia: ‘Eu descanso quando estou a filmar, as chatices acontecem é fora do trabalho’. Torna-se fácil descobrir um dos segredos da sua vitalidade...


2. A felicidade não é apenas um alívio

No passado cometi o maior pecado que um homem pode cometer:
não fui feliz.
Jorge Luís Borges

Venho de uma família humilde e de baixas habilitações. Os meus pais vieram da “aldeia” para a cidade “sem nada” e, com trabalho árduo e muita poupança, passaram de empregados a proprietários de um restaurante. Fui criado num ambiente em que a dedicação ao trabalho, a orientação para o cliente e o esforço eram a norma, uma vez que o estabelecimento estava aberto das 9h às 2h todos os dias do ano, excepto na noite de Natal, e era, por isso, também a nossa casa. Nesse ambiente, o bem-estar era o menos importante, o mais importante era ter clientes suficientes para pagar aos fornecedores, aos empregados e para a educação dos filhos. Lembro-me que os momentos de maior “felicidade” eram vividos ao domingo à noite quando já tinha passado o fim-de-semana, habitualmente com grande afluência de clientes, e se aproximava a segunda-feira, um dia de trabalho tranquilo, e um dia de escola para mim. A felicidade era o alívio.... Até chegar o fim-de-semana seguinte.

Hoje os filhos já saíram de casa e a situação económica dos meus pais é estável e confortável, no entanto quando os visito, no seu mais recente restaurante, continua o mesmo clima de esforço, sacrifício e trabalho árduo no ar. Quando dedicamos uma vida inteira a um padrão de crenças e a determinados hábitos torna-se muito difícil mudar...

Mas é possível! Não com receitas fáceis, gurus milagrosos ou powerpoints musicados a circular na internet, mas com vontade de mudar a perspectiva e treino de novos hábitos. Isto faz-me pensar em Albert Camus quando afirmou que ‘o heroísmo de pouco vale, a felicidade é mais difícil’. Ela é seguramente mais do que um alívio no fim de um trabalho bem feito. Pode ser encontrada no próprio acto de trabalhar.

Em 1999 foi apresentado o Manifesto da Psicologia Positiva por Martin Seligman, caracterizando este ramo da psicologia como o ‘estudo científico do funcionamento humano óptimo’. Tem como objectivo descobrir e promover os factores que permitem aos indivíduos e às organizações prosperarem, em vez de colocar a ênfase na doença e no distúrbio, como sempre fez a psicologia tradicional. Ou seja, o estudo da felicidade, para melhorar a qualidade das nossas vidas, passou a ter uma base científica e deixou de estar restrito aos livros de literatura pop e de auto-ajuda. Não é função da psicologia positiva dizer às pessoas que devem ser mais optimistas, ou mais espirituais, ou mais simpáticas e bem-humoradas; a sua função é antes descrever as consequências destas características. Aquilo que cada um fizer com essa informação depende dos seus próprios valores e objectivos.

O curso mais popular da melhor universidade do mundo, Harvard, é sobre psicologia positiva. Todos os anos mais de 1000 alunos, entre eles centenas de executivos, inscrevem-se no curso do jovem filósofo e psicólogo Tal Ben-Shahar para aprenderem técnicas que lhes permitam encontrar congruência, prazer e significado na corrida diária e sentirem-se, além de bem sucedidos, felizes. Afinal de contas, parece que a felicidade ajuda ao sucesso e o sucesso não é outra coisa, senão a felicidade....

A boa notícia é que podemos efectivamente, se quisermos, tornarmo-nos mais felizes. Apesar de apenas cada um poder saber o que é a felicidade para si próprio, já que ela será sempre subjectiva, tem se verificado como padrão que as pessoas mais felizes experimentam no seu dia-a-dia mais emoções positivas do que negativas. A busca da felicidade no trabalho poderá ser, afinal, esta conquista.

Segundo Sonja Lyubomirsky, professora na universidade da Califórnia e autora do livro The How of Happiness, a felicidade depende em 50% da herança genética; em 10% das circunstâncias da vida, tais como o local onde vivemos, quanto dinheiro ganhamos ou o aspecto físico; e em 40% da nossa atitude, o que pensamos e o que fazemos. Ora, é operando nestes 40% que poderemos aumentar os nossos índices de satisfação e bem-estar para maximizar a nossa relação com o trabalho e com os outros. Vem assim comprovar-se a proposta de Aristóteles quando afirmou que a felicidade depende de nós e a de Abraham Lincoln ao intuir que ‘a maior parte das pessoas é tão feliz quanto decide ser’.

3. Entre o Prazer e o Significado

A penincilina cura os homens, mas é o vinho que os torna felizes.
Alexander Fleming

Uma coisa ínfima com significado vale mais do que
algo sublime em que o significado esteja ausente.
Carl Yung

Encontrar na nossa vida actividades que nos tragam simultaneamente benefícios presentes (prazer) e benefícios futuros (significado) parece ser uma das chaves para uma maior felicidade.

Uma actividade profissional em que apenas nos preocupamos com o conforto momentâneo não é compatível com a nossa necessidade humana de encontrarmos um sentido para as nossas acções e a médio prazo deixa de trazer bem-estar porque o próprio prazer se banaliza e esgota; por outro lado um trabalho em que estamos constantemente a correr em busca de um benefício futuro, mas em que não vivemos com agrado e satisfação o momento presente, além de ser esgotante, é contraditório, pois não é boa ideia perder os valores que se quer atingir no percurso para os conquistar.

Depois existem aqueles que já desistiram, que não encontram no seu trabalho nem agrado nem propósito e se deixam andar acomodados num mal-estar, infelizmente contagiante para os outros, de declínio, de ressentimento, de incapacidade de avançar, de paralisia e bloqueio. Chamaremos a estes niilistas.

Diz Tal Bem-Shahar no seu livro Happier: ‘Defino felicidade como a experiência global do prazer e do significado. Uma pessoa feliz goza de emoções positivas e ao mesmo tempo vê a sua vida como tendo um objectivo em vista. A ilusão do competidor desenfreado é pensar que atingir um destino futuro lhe irá trazer uma felicidade duradoura. A ilusão do hedonista é a de que apenas a viagem é importante. O niilista, tendo desistido tanto do destino como da viagem, está desiludido com a vida. O competidor desenfreado transforma-se num escravo do futuro; o hedonista num escravo do momento; o niilista num escravo do passado.

Atingir a felicidade duradoura exige que apreciemos a viagem na nossa rota em direcção a um destino que consideramos importante. A felicidade não é chegarmos ao cume da montanha nem escalarmos sem rumo. A felicidade é a experiência de escalar até ao cume’.

No seu livro O Medo, o filósofo José António Marina partilha connosco esta abordagem: ‘Em muitas ocasiões afirmei que a nossa procura da felicidade é frequentemente dilacerante, porque somos movidos por dois desejos contraditórios: o bem-estar e a superação.
Precisamos de estar confortáveis e precisamos de criar alguma coisa de que nos sintamos orgulhosos, e pelo qual nos sintamos reconhecidos. Uma actividade que dê um sentido à nossa existência, por muito ilusório que esse sentido seja. Temos, pois, que harmonizar desejos contraditórios. Precisamos de construir a casa e descansar nela. Precisamos estar refugiados no porto e a navegar. Agora posso completar a descrição. Aspiramos a fugir da angústia e a enfrentá-la´.

Desafio o leitor a reflectir sobre a sua relação com o seu trabalho: está no quadrante dos niilistas, isto é, não encontra nem prazer, nem orgulho nas suas actividades profissionais actuais? Ou situa-se na zona dos hedonistas, o seu trabalho dá-lhe prazer e mantêm-no no seu espaço de conforto, mas não encontra nele nada que lhe traga benefícios futuros e de que se orgulhe? Ou será que faz parte do grupo dos corredores, está é preocupado em ganhar o máximo de dinheiro, ser promovido ou ir para um emprego melhor, “mudar o mundo”, superar-se constantemente e ser o melhor nem que tenha que passar os dias num tormento de desmotivação a fazer algo de que na verdade não gosta?

Se aquilo que pretende efectivamente é a excelência e destacar-se na sua actividade, pense, antes de mais, no que poderá fazer para ter o prazer na viagem e o cume bem visível. Para isso, convém que o seu trabalho esteja na resposta a três perguntas: o que é que me traz significado? O que é que eu gosto de fazer? No que é que eu sou competente?


4. Obrigado!

Os infelizes são ingratos; isso faz parte da infelicidade deles.
Victor Hugo

Na minha experiência de formador em empresas, tive a oportunidade de conhecer pessoas felizes e infelizes nas suas actividades. Parece-me que as infelizes nunca estão satisfeitas com o seu trabalho, nem com a chefias, nem com as condições, nem com a remuneração, nem com os colegas, nem com trânsito, nem com o almoço, nem com o horário, nem com a chuva, nem com o sol, nem com... e esta lista nunca mais acaba. O mais provável é que quando forem para outra organização fiquem infelizes com outras coisas. Não adianta mudar para outro lado se levamos dentro de nós a causa do problema.

É obvio que a insatisfação e a inquietação são fundamentais para evoluirmos e criarmos, mas nesse processo é fundamental estarmos gratos por aquilo que a cada momento nos é proporcionado pela realidade. Parece que precisamos constantemente de perder as coisas para as valorizarmos e depois dizermos algo como “afinal, naquela altura é que eu era feliz”...

Os estudos levados a cabo por Robert Emmons, da Universidade da Califórnia, demonstram que as pessoas que tinham um hábito de manter um momento diário ou semanal para expressarem, a si ou aos outros, gratidão pelos acontecimentos e coisas positivas que iam acontecendo tendiam a tornar-se mais empáticos, mais optimistas e mais persistentes na realização dos seus objectivos, pois valorizavam adequadamente os pequenos êxitos de que são feitos os grandes sucessos, em vez de concentrarem a sua energia nos obstáculos e em queixas.

Tudo isto implica a aceitação do Eu e a coragem de se afirmar em vez de estar constantemente a querer ser uma outra coisa. Para Gandhi, felicidade era o momento em que aquilo que pensamos, aquilo que dizemos e aquilo que somos está em harmonia. Dificilmente se poderá ser feliz se estiver sempre a representar um papel, seja na vida, ou até mesmo no cinema. Uma das lições mais valiosas na minha formação de actor de cinema foi a percepção de que quanto mais verdadeiro era em frente à câmara mais impacto tinha no espectador. Quanto mais representava, querendo forçar um resultado que não era sentido e sem harmonia com o que sou, menos impacto e mais cansaço obtinha.

Aceitarmo-nos e estarmos gratos pelo que somos ajuda à felicidade e à excelência como nos descreve Arthur Miller num belíssimo texto: ‘Às vezes penso que se fosse uma magnólia quereria ser uma laranjeira, se fosse uma águia quereria ser um cavalo ou se fosse quadro quereria ser uma fotografia. Esqueço-me que devo ser o que sou. Pela evidência de ser o único que tenho e posso ser e, porque, só quando gostar disso é que posso tocar a felicidade e passá-la.
Fico a pensar que perdemos demasiado tempo em querer dar laranjas, em galopar velozmente ou em ser o flash de um instante supremo. Quando, na verdade, o que podemos fazer é chegar a dar muitas e belas flores, voar cada vez melhor ou tornarmo-nos até num Rembrandt.
Cada qual deve acabar por pegar na própria vida nos braços e beijá-la'.

Fazer a defesa da felicidade no alto desempenho não tem a ver com trabalhar menos ou com um decréscimo de dedicação, como julgam alguns, mas antes trabalhar mais, ou mais intensamente, nas actividade certas – aquelas que são a fonte de benefícios presentes e futuros.

No fundo, ser feliz é, como diz Tal Ben Sahar, aceitar que a vida é isto – o dia-a-dia, o banal, os pormenores do mosaico. Temos uma vida feliz quando retiramos prazer e significado da companhia daqueles de quem gostamos, da aprendizagem de algo novo, ou do empenho que dedicamos a um projecto no emprego. Afinal, parece que é só isto...

Empreendedorismo e Crise - Duas palavras que andam juntas.


Quanto maior é a crise mais os empreendedores reforçam o seu lado irreverente de pessoas que arriscam quando poucos o fazem e que confiam quando todos abrem o livro do pessimismo. Isso acontece quando implementam e dão corpo aos seus projectos, avançando para o terreno no meio do olhar duvidoso dos outros que olham para eles como se fossem uns loucos. Este, é de facto, o termo mais correcto. É preciso uma boa dose de loucura para se ser um empreendedor.

Tenho ao lado da minha secretaria um único post it que tem uma expressão do líder da Apple – Steve Jobs. A frase é – ‘Mantém-te faminto. Mantém-te tolo.’ Olho para ela em dois momentos muito importantes. Quando a nossa equipa tem sucesso, para que o conforto não se instale ao mesmo tempo que nos relembra que os nossos sonhos fazem-nos sentir ‘fome’ por mais. Quando estamos a viver momentos mais apertados, para que os nossos pensamentos negativos possam ser substituídos pela força de acreditar e continuar a arriscar. Este post it acompanha-nos há cerca de três anos, e com ele vivemos o pior e o melhor. A vida é assim. Os negócios são assim. Os mercados, cada vez mais, funcionam assim. Para sobrevivermos neles temos de ter um pouco destas duas características. Fome por mais e tolice suficiente para fazermos coisas que outros não pensaram fazer antes, ou não têm a audácia para as construir. Simplesmente porque entenderam, ou alguém os convenceu disso, que era tolice a mais. A experiência dos maiores empreendedores que conhecemos na história dos negócios contam-nos sempre a mesma situação inicial quando nasce uma ideia ou projecto na sua cabeça e estes são partilhados – os outros dizem para não avançares? Então é altura de o fazeres!

Num ano em que todos falam de crise vai acontecer aquilo que acontece em todas as crises. Uns vão fazer dela uma oportunidade, outros vão sentir-se ameaçados, lamentarão o mundo que eles próprios ajudaram a criar ou ficarão enclausurados nas trincheiras á espera que o ‘fogo’ passe. Como dizia um consultor que ouvi numa conferência em 2008 – ‘Na crise uns compram lenços para chorar. Outros vendem-nos.’ Após esta expressão acrescentou – cabe a cada um de vocês decidir em que lado é que quer ficar...

Quando fiz formação com os militares que protegem a Selva da Amazónia, uma das primeiras coisas que nos ensinaram foi uma cantiga militar a qual tinha uma mensagem forte – “Na selva não sobrevivem os mais fortes. Sobrevivem aqueles mais sóbrios, habilidosos e resistentes.” Num mundo em que vivemos, em que a economia aproxima-se do comportamento do clima, ou seja, as tempestades (crises) são cada vez mais frequentes e devastadoras, esta expressão reforça a importância de todos nós termos um perfil de empreendedor – sabermos claramente para onde vamos, habilidade para sairmos do padrão convencional e inovarmos, capacidade para resistirmos e ultrapassarmos as situações adversas.

No empreendedorismo a palavra crise é frequentemente substituída pela vontade de criar coisas novas. Parece que o empreendedor tem um jeito especial para retirar a letra ‘R’, transformando a palavra ‘crise’ na palavra ‘crie’. Esta é a palavra de ordem para quem quer ser empreendedor em tempos como este.

Parece mais fácil falado ou escrito, mas na realidade não é tão difícil quanto isso. Por exemplo, recentemente, foi feito um estudo que analisou o perfil de líderes empreendedores de empresas conhecidas como a Google, Apple ou a Virgin, entre outros. Os resultados desta análise levou os investigadores a concluir que o seu comportamento se assemelhava ao de uma criança – curiosidade pelo desconhecido e pelo novo; vontade de experimentar; atenção a tudo o que é diferente; gosto e prazer de jogar ou brincar com coisas sérias; capacidade para colocar perguntas difíceis e que colocam em causa a existência das coisas e o status quo; imaginação sem limites ao ponto de fazerem ligações entre coisas ou temas muito distintos e vontade de experimentar. Todas estas características permitem-nos perceber a velocidade enorme de aprendizagem e adaptação que estas pessoas manifestam.

Mas nem tudo são boas notícias. Se é verdade que estas qualidades levam os empreendedores a superarem-se em momentos complicados e a fazerem coisas que a maioria das pessoas duvida ser possível realizar, estas características levadas ao extremo acabam por ditar o final do caminho a alguns empreendedores. A determinação que os move, por vezes, é tão grande que se torna cega, incapaz de ler e interpretar os sinais da realidade. O seu optimismo e confiança transformam os sinais ameaçadores em mais uma motivação ou oportunidade para resolverem um desafio. Um empreendedor gosta de jogar, e por isso entra facilmente numa espécie de competição que o apaixona, mas que é ao mesmo tempo viciante – quanto mais tem sucesso mais quer repetir a sensação de lá chegar e a adrenalina do caminho que é preciso percorrer. Alguns não conseguem regular este impulso e ‘vão a jogo’ mesmo quando deveriam ficar de fora. O ego fala mais alto que o próprio desejo de tornar o sonho numa realidade. Este acto individualista acaba por trazer maus resultados para as suas ideias, projectos e equipas que transformam palavras e promessas em coisas tangíveis.

É caso para dizer que o empreendedorismo e a crise são duas palavras que andam juntas, seja numa perspectiva positiva ou negativa.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Jornadas de Empreendedorismo do Instituto Politécnico de Leiria

Destinado à comunidade académica do instituto, esta iniciativa visou, essencialmente, disponibilizar informação e esclarecimentos capazes de contribuir para sensibilizar os presentes para a necessidade de desenvolvimento de uma atitude mais empreendedora, quer venham a trabalhar por conta própria ou por conta de outrem, com vista a uma melhor futura integração no mercado de trabalho.

Para Paulo Antunes, presidente da FORDOC “este projecto visou resumir as características inerentes ao empreendedorismo e desligar este conceito da mera criação de empresas, associando-o a todos os actos que uma pessoa realiza quando não está contente com o estado das coisas e tenta fazer melhor sob a máxima da gestão que nos diz: se não somos parte da solução é porque somos parte do problema”. Segundo os organizadores desta iniciativa ”são as escolas/universidades que têm de começar a preocupar-se em tornar os jovens mais empreendedores, incentivando-os a participar mais em actividades extra-curriculares, de voluntariado e em todo o tipo de experiências que possam desenvolver a confiança, características de liderança, espírito de grupo e a capacidade de sonhar e de realização”.

O que será então necessário fazer para tornar os nossos jovens mais empreendedores? “Antes de mais nada os professores têm que ser eles próprios muito mais empreendedores. Primeiro, porque o exemplo tem que vir de cima e numa escola é o professor o líder do grupo. Segundo, professor algum consegue passar, eficazmente, uma mensagem de algo que o aluno não vê fazer o próprio professor. Daniel Goleman, especialista em inteligência emocional, alerta para este ponto, pois é impossível passar eficazmente um conteúdo, se o próprio defensor desse conteúdo não demonstrar, ele próprio, o seu empreendedorismo na forma motivacional e inovadora dos métodos e técnicas pedagógicas que usa”, refere a FORDOC.

Noticia na Integra http://www.jornaldascaldas.com/index.php/2011/01/06/jornadas-de-empreendedorismo-do-instituto-politecnico-de-leiria/

Cursos de Especialização tecnológica na ESEIG

Estão abertas as candidaturas para os Cursos de Especialização Tecnológica nas áreas de: Técnicas de Contabilidade e Empreendedorismo e Energia e Climatização, na Escola Superior de Estudos e Industriais e Gestão-ESEIG. Trata-se de uma formação pós-secundária de nível IV.
Se pretender continuar a ler esta notícia consulte a edição em papel do "Terras do Ave". Caso pretenda receber comodamente o jornal em sua casa, torne-se assinante.

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ou por e-mail para: geral@terrasdoave.pt

Empreendedorismo Social

O Instituto de Empreendedorismo Social distinguiu o Parque Natural do Alvão (PNAlvão) pelas suas iniciativas de Voluntariado como “Iniciativa de Elevado Potencial de Impacto Social”. Recorde-se que o PNAlvão promove actividades de voluntariado ambiental há mais de duas décadas envolvendo escuteiros, universitários, estabelecimentos de ensino, associações internacionais e mais recentemente organiza anualmente uma semana de voluntariado dirigida aos cidadãos em geral.

Esta distinção vem juntar-se ao Prémio “Green Heroes” que em Setembro de 2010 foi atribuído a esta Área Protegida pelo British Trust for Conservation Volunteers (BTCV) como reconhecimento de quase 20 anos de organização de campos de voluntariado internacional.

Jovens empreendedores apresentaram projectos no AJE

Vários alunos lousadenses que estão envolvidos nos projectos de empreendedorismo, no âmbito do protocolo com a associação Aprender a Empreender, mostraram o que têm feito no âmbito das mini-empresas que foram criadas.
Durante o ano lectivo estão a ser desenvolvidos vários projectos que já estão em execução nas várias turmas do 12.º ano, que aderiram.

O protocolo firmado entre o Contrato Local de Desenvolvimento Social Lousada + e a associação Aprender a Empreender, está a funcionar desde Outubro, coincidindo com o início do ano lectivo. São parceiros neste projecto "A Empresa" a Câmara Municipal e a Associação Empresarial de Paços de Ferreira. Os parceiros do projecto que envolve cerca de 350 alunos que frequentam o 12.º ano na Escola Secundária e nos cursos profissionais promovidos pala autarquia. A iniciativa visa, essencialmente, dar mais competências aos alunos envolvidos, de modo a que possam enfrentar o mercado de trabalho.

Lousada representa 25 por cento do volume de trabalho da Junior Achievement, que foi a empresa impulsionadora de todos os projectos que estão a ser desenvolvidos. O concelho assume-se ainda como único concelho onde este tipo de actividade é transversal a todos as turmas do 12.º ano da Escola Secundária e dos cursos de formação profissional, refere a autarquia.

Com estas actividades pretende-se que os alunos que frequentam o 12.º ano tenham uma noção o mais aproximado possível do funcionamento de uma empresa.

O protocolo firmado envolve o CLDS Lousada + e da associação "Aprender a Empreender", a Câmara Municipal de Lousada, a Escola Secundária de Lousada e a Associação Empresarial de Paços de Ferreira. Os parceiros assumem papéis relevantes no que concerne à parte prática da implementação da "Empresa".

Noticia na integra em http://www.verdadeiroolhar.pt/materias.php?id=15946&secao=lousada

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

"Lá se pensam, cá se fazem" - Empreendedorismo Social

Este é o novo concurso promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian que pretende estimulhar os 5 milhões de Portugueses e descendentes espalhados pelo mundo a conceberem um projecto na área do empreendedorismo e da inovação social, a concretizar em território português.

Apenas poderão submeter ideias/projectos ao concurso os emigrantes portugueses
e luso-descendentes.

O período de candidaturas à primeira fase do concurso decorrerá entre 4 de Janeiro
e 31 de Março de 2010, sendo as ideas pré-seleccionadas anunciadas até ao 15 de Abril
de 2010.A segunda fase do Concurso decorrerá entre os dias 5 de Abril e 30 de Junho de 2010,data em que se anunciará a candidatura vencedora.

O projecto seleccionado será apoiado pela Fundação Calouste Gulbenkian com um montante máximo de 50 mil euros.

Mais informações e regulamento do concurso http://www.ideiasdeorigemportuguesa.org/

sábado, 1 de janeiro de 2011

Workshop "Empreendedorismo"

PORTO:
18 de Janeiro, das 14h30 às 18h30, no Palacete Viscondes de Balsemão

LISBOA:20 de Janeiro, das 14h30 às 18h30, no Conselho Distrital da Ordem dos Advogados


Destinatários:
Jovens Empreendedores
Empresários, Gestores de empresas
Quadros bancários e da administração pública ligados ao investimento
Estudantes universitários especialmente da área de gestão e economia


Programa:
Evolução do empreendedorismo
O empreendedor do projecto
Factores eliminatórios, condicionantes e fundamentais para o sucesso do projecto
Casos de sucesso e insucesso
Estudos de mercado e benchmarking do projecto
Controlo e Avaliação
Utilização do software de análise de investimentos


Formador:
António Cabrita - autor do livro "Criar Sucesso em Negócios Inteligentes" e Director-geral da Gorin Portugal.

Embaixadoras do Empreendedorismo nomeadas pela Comissão Europeia

A escolha da Comissão Europeia recaiu sobre seis mulheres portuguesas com destaque, em matéria de empreendedorismo, em diversos sectores da economia portuguesa: a estilista Fátima Lopes, a empresária Zaida Barbot, a técnica oficial de contas Ana Lucas, a administradora do Banco Carregosa Maria Cândida Rocha e Silva, Maria Rosário Rocha, da cadeia Haity, e Sara Balonas, docente da Universidade do Minho e directora de estratégia da B+comunicação.

As embaixadoras portuguesas do empreendedorismo têm como missão a promoção e desenvolvimento de campanhas de sensibilização junto de outras mulheres, com o intuito de as ajudar na criação das próprias empresas. Vão integrar a Rede Europeia de Embaixadoras do Empreendedorismo, que pretende reunir um conjunto alargado de empreendedoras de sucesso, até 2012.