sábado, 30 de abril de 2011

Consultorio "On-Line"


Bom dia. Sou recém-licenciado em ciências da educação e encontro-me desempregado há 5meses. Em conversa com os meus colegas de curso que se encontram na mesma situação, surgiu a ideia de formarmos uma sociedade baseada num projecto de apoio ao ensino para estudantes pré-universitários. O projecto será sustentado em métodos de educação que tirem partido da Web 2.0 (redes sociais, vídeos, plataformas colaborativas, etc.). A ideia parece-me boa, mas tenho dúvidas se formamos a equipa certa para a concretizar. Quais os aspectos que devemos considerar para formar uma sociedade de sucesso?

Caro empreendedor. A validação do capital humano que fará parte da sociedade e partilhará os resultados do projecto é crítica para o seu sucesso. Neste contexto, é importante considerar os seguintes aspectos:

1.Complementaridade e valor acrescentado das competências
A amizade ou proximidade com os colegas de curso poderão não ser os melhores critérios para avaliar o potencial de sucesso da equipa empreendedora. Uma decisão baseada nesses critérios pode inclusivamente originar a perda da pessoa em ambos os papéis, de sócio e amigo. O importante é que o grupo de colegas se possa perspectivar entre si, numa avaliação crítica e imparcial daquilo que são as competências de cada um, medindo o seu nível de complementaridade e valor materialmente relevante para o sucesso do negócio. Esta análise não deve apenas cobrir as competências técnico-profissionais, mas também as de carácter comportamental. No entanto, é igualmente crítico que cada um se identifique com as funções que lhe cabem. O objectivo é que a sociedade possa congregar um valor de competências maximizado numa relação de sinergia.

2.Os mesmos valores e visão estratégica para o negócio
Os sócios devem convergir numa coincidência total da visão estratégica e valores para o negócio. Ter a mesma visão não implica necessariamente um acordo permanente sobre as decisões que determinarão a evolução do negócio, desde que o desacordo seja perspectivado como uma oportunidade de melhoria para uma visão de valor superior. No entanto, no que toca aos valores deve haver plena concordância e coerência com as acções diárias de cada um. Nesses valores deve estar implícita uma relação de confiança, abertura de ideias, e respeito mútuo entre os sócios.

3.Autonomia e inteligência emocional, em competências transversais
Cada sócio deve ser auto-suficiente nas suas funções. As relações entre sócios não devem configurar-se em relações de líder – subordinado, uma vez que estimulam a dependência do valor acrescentado que cada um deve incutir no negócio. Contudo, deverá existir uma entre-ajuda emocional perante os obstáculos naturais de um processo de empreendedorismo, mas que deve ser validada na inteligência emocional e autoconhecimento dos sócios, de forma a evitar entraves de relacionamento causados por comportamentos condicionados pelo medo, ego ou insegurança.

4.Equilíbrio entre dar e receber
Ainda que todos os elementos da sociedade cumpram os requisitos anteriores, é igualmente importante que haja um equilíbrio entre o contributo de cada um, nomeadamente no que se refere ao investimento no capital da sociedade, compromisso e competências críticas acrescentadas ao projecto, e os direitos que poderão usufruir, tais como o poder de decisão ou o retorno sob os benefícios económicos do projecto.
Espero, caro empreendedor, ter respondido à sua questão; estou ao dispor para qualquer outra esclarecimento de que necessite. Votos de muito sucesso!

Maestro Luís Cipriano “Em Portugal por vezes premeia-se a mediania ou até a mediocridade”

O Projecto Zéthoven é um projecto cultural que tem como objectivo o crescer da criança como ser humano através de uma parceria com as artes. Assim a partir dos três anos de idade as crianças mantêm contacto regular com a música, com a dança, com o teatro, enfim, com uma série de actividades que lhes permite o desenvolvimento motor e intelectual.

VE-Segundo afirmou, o Projecto Zethoven foi sem duvida o maior projecto da Associação Cultural da Beira Interior. Como surgiu esta ideia?
LC-Surgiu pela necessidade de se modificar a abordagem musical que se fazia às crianças. No projecto Zéthoven inicia-se sempre pela prática que para além de mais motivador para as crianças aproveita as capacidades inatas que estas idades possuem. Por outro lado, é sempre mais fácil explicar a teoria musical quando na prática e de forma natural essas actividades já foram executadas pelas mesmas. O próprio nome junta Zé, o rapaz do dia a dia, com o final do nome do grande compositor que foi Beethoven. Foi também uma estratégia como se de um casamento do plebeu com o aristocrata, isto na perspectiva da sabedoria musical.

VE-Este projecto tem como principal objectivo aproximar a crianças da música clássica e desta forma potenciar o desenvolvimento das crianças. Acha que a musica pode promover o desenvolvimento de um espírito empreendedor?
LC-A música, como há muito se sabe, desenvolve capacidades intelectuais de forma continuada que traz proveitos para o futuro na abordagem de qualquer situação. Quando o estudo musical promove a abertura de espírito, fá-lo não só para raciocínios musicais mas para todo o tipo de raciocínio que na verdade serão úteis para qualquer indivíduo seja ela qual for a sua profissão. A música estimula o ir mais além e esta postura é fundamental para a sociedade moderna.

VE-Em que medida a ACBI e projectos como o Zethoven funcionam como motores do desenvolvimento do Interior do Pais?
O ACBI têm desde sempre promovido a descentralização cultural no interior, seja através de concertos seja através do ensinamento musical às crianças. Em muitas aldeias fomos nós a fazer o primeiro concerto que há memória. São concertos comentados para que as pessoas entendam o que ouvem e vêm pois ninguém nasce ensinado. Posso dizer que temos sempre os concertos repletos de pessoas que no final perguntam quando é próximo. Falo de gente que vêm directamente das suas quintas e hortas para o concerto, mas a sensibilidade não se mede pela actividade quotidiana de cada um mas sim pela sua disponibilidade para a evolução. No que respeita às crianças do projecto Zéthoven, mais de 4 000 já trabalharam com uma Orquestra Sinfónica. Quantos o fizeram em Lisboa ou no Porto? O Interior é por vezes onde um homem ou uma mulher quiserem.

VE-Muito se fala da importância do trabalho em equipa numa orquestra. Qual a importância desta aprendizagem no âmbito do projecto Zethoven?
LC-No Projecto Zéthoven inicia-se sempre a aprendizagem musical com classes de conjunto, sejam os Grupos de Percussão seja o Coro. O trabalho em equipa é fundamental para se obterem resultados a nível individual. Repare, que na maioria das cursos superiores, nunca existe uma cadeira que promova o trabalho em equipa, sendo antes uma selva em que cada um pensa em si. No entanto quando chegam ao mercado de trabalho são obrigados a trabalhar uns com os outros, o que não deixa de ser uma contradição, e que por vezes provoca maus resultados ou períodos longos de adaptação. Uma criança que na escola responda um disparate a uma pergunta do professor provoca de imediato a risada geral e até do próprio. Num ensaio, uma criança que se engane e comprometa o trabalho do grupo, fica envergonhada e tenta rapidamente fazer bem. È a diferença à qual aqueles que idealizam o sistema educativo português nunca estiveram atentos.

VE-Pela sua dimensão internacional, este projecto dá também a estas crianças a oportunidade de entrar em contacto com novas culturas e desafios. Pode-se dizer que este projecto além da vertente cultural prepara também os alunos para os desafios de uma economia global?
LC-A globalização é uma realidade e qualquer projecto realista terá de assim o entender. Dou-lhe o exemplo do Coro Misto da Beira Interior, também um projecto da ACBI e que é o destino das crianças com melhores resultados. É o Coro em Portugal com mais medalhas conquistadas em Concursos internacionais. Tivemos o concurso Robert Schumann na Alemanha. Devido a dificuldades económicas tivemos de ir de autocarro e durante a viagem eu próprio, com um fogão de campismo, fiz para todas seis refeições de salsicha o equivalente a três dias de viagem mantendo o ritual no regresso. Resultado? Uma medalha de Prata. Isto é o que fica para a história, ou seja os resultados. A palavra impossível aqui dentro não entra. Mesmo com armas diferentes temos de competir e eu não nasci para participar nas festas dos outros… prefiram que eles venham à minha.

VE-Quantas Crianças já passaram pelo Zethoven e que avaliação fazem desta experiência?
LC-Num cálculo por aproximação, hoje, mais de 40 000 crianças já estiveram em contacto com o projecto, seja de forma continuada, seja de forma pontual, não havendo nenhum distrito do País que não tenha usufruído do projecto. Como disse atrás, um projecto cultural que se mantêm neste país durante onze anos tem de no mínimo ser sólido. Sei de antemão que nem todas as crianças vão ser músicos mas fico satisfeito por poderem ser bons ouvintes e essenciamente seres humanos melhor formados. Anseio mesmo que alguns possam ser políticos pois aí teria a garantiam que decerto seriam mais cultos do que a maioria daqueles que há anos fingem possuir esse atributo. Vivemos num país que para se ser Vereador da Cultura é preciso muita coisa menos ser-se culto. Estas crianças terão decerto uma palavra a dizer numa possibilidade de mudança de atitude.

VE-Este projecto destaca-se ainda pela rede criada entre diferentes entidades desde autarquias, escolas, governos civis e a própria ACBI. Pode-se falar também de um exemplo de empreendedorismo em rede?
LC-Sim, mas a rede demorou a solidificar-se pois antes foi necessário mudar mentalidades. Repare que no interior, cada Presidente de Câmara é uma espécie de “reizinho” feudal que quer bem demarcadas as fronteiras das suas terras. Se um tem uma piscina com ondas, o do lado constrói também uma e se possível com ondas maiores mesmo que as duas possam distanciar-se por meia dúzia de quilómetros. No Projecto Zéthoven as crianças interagem entre si e são escolhidas para os concertos em função da sua produtividade e nunca da sua origem. Por isso foi preciso explicar e fazer entender que o objectivo é o produto final e que este está acima de qualquer regionalismo ou perspectiva eleitoralista. Todos juntos ainda somos poucos e remar na mesma direcção traz sempre mais possibilidades de chegarmos ao destino. Só trabalhamos com autarquias que percebam este modo de actuar até porque no Projecto Zéthoven não há milagres, há trabalho e produto final.

VE-Actualmente muito se fala de potenciar o empreendedorismo como meio de ultrapassar esta crise económica que vivemos actualmente. Na sua opinião que medidas poderiam ser tomadas para se desenvolver esta capacidade desde a infância?
LC-A criança por natureza é empreendedora mas tem o azar de ter uma sociedade habituada ao emprego e não ao trabalho, e uma sociedade que tem mais imaginação para se desculpar do insucesso do que propriamente fomentar o sucesso. No Projecto Zéthoven por exemplo, existem metas a cumprir, mas a idade da criança nunca é uma forma de travão, antes pelo contrário, fomentamos a sua evolução e a sua capacidade de iniciativa. Se por exemplo uma criança de 12 anos, por capacidades inatas e por atitude assinalável, consegue realizar o mesmo trabalho de uma de 15 anos, é de imediato colocada no grupo desta última faixa etária, aproveitando e desenvolvendo tudo aquilo que ela poderá dar e de novo trazer. Em Portugal por vezes premeie-se o medianismo ou até a mediocridade. Nós premiamos a competência e o ir mais além.

VE-É verdade que a participação numa Orquestra potencia o rigor, a exigência e a competição entre os seus membros, garantindo no entanto um bom resultado enquanto equipa?
LC-Numa Orquestra basta um dos músicos ter um mau dia em cima do palco para de imediato passar a ser uma ma dia para toda a Orquestra, pois o resultado que apresenta, apesar de poder ser afectado por um só individuo, reside no somatório das capacidades de todos. A competição neste caso é extremamente salutar e resulta nos bons resultados de todos, pois quanto mais elevado foi o nível do individual mais pode potenciar os resultados do colectivo. Numa Orquestra como numa empresa, o bom desempenho individual resulta num excelente colectivo que trás benefícios a esse mesmo colectivo mas que de imediato se reflecte também no individual. Quando se contrata uma Orquestra beneficia-se salarialmente os seus músicos. Se não é contratada também o individual não usufrui dessa desejável situação económica. Ninguém contrata uma Orquestra aos bocados mas sim pelo seu todo.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Portugal: Cruz Vermelha critica campanha “Direito à Alimentação”

A Cruz Vermelha Portuguesa está a introduzir nas suas acções diárias de voluntariado uma nova área de actuação – o empreendedorismo – que pretende dar novas armas a quem pretenda sair da pobreza pelos seus próprios meios.

“É preciso capacitar as pessoas para que possam sair do ciclo de pobreza. Estamos a investir imenso nessa área, através da formação das pessoas”, explicou Cristina Louro, vice-presidente da Cruz Vermelha Portuguesa.

Durante a conferência “Voluntariado: que valor económico?”, promovida pelo Montepio em parceria com o Diário Económico, Cristina Louro criticou o recente movimento de atribuição de refeições, pelos restaurantes, aos mais necessitados, o Direito à Alimentação. “Contraria todos os princípios da Cruz Vermelha. É preciso ajudar as pessoas de outra forma: precisamos de dar a cana de pesca para as pessoas poderem pescar, não o inverso. Se damos muito peixe, acabamos por nunca dar a cana de pesca”, explicou.

Recorde a campanha Direito à Alimentação.

A responsável disse ainda que são precisos voluntários dedicados para operacionalizar esse apoio, até porque o trabalho é muito pesado. “É preciso um coacher em cada família”, explica Cristina Louro, que exemplifica com um caso que presenciou na Irlanda.

“Há gerações de pessoas na mesma família que nunca trabalharam. Nunca tinha visto isso. Pessoas com 120 quilos, a verem televisão o tempo todo… é preciso contrariar a esse ciclo, por isso vejam bem a quantidade de voluntários que são necessários para esse trabalho”, concluiu a vice-presidente da Cruz Vermelha, que é responsável pela gestão de cerca de 10 mil voluntários em Portugal.

O Centro Atlântico acaba de editar «Uma Carta para Garcia», de Elbert Hubbard, obra inserida na Colecção Classicus. Nota para o prefácio de Raul Diniz

«Como é possível enquadrar a eficácia pessoal, a pró-actividade, o cumprimento eficaz de uma missão - por mais difícil ou impossível que ela possa parecer -, numa era em que a globalização, o trabalho de equipa ou até a força imparável das multidões exige a celeridade, o resultado imediato, a eleição do curto prazo? Numa época em que se exalta a urgência do empreendedorismo, será Rowan, o herói desta pequena história, a personificação de quem empreende, persevera e cumpre, simplesmente, a missão que escolhe como sua? Se, como afirma o autor do Prefácio, estamos perante uma situação de self-management cujo fundamento é o autoconhecimento, a ferramenta o autocontrolo, a alavanca a auto-estima, como fazer vingar estas características numa gestão que se quer colaborativa, onde o todo se sobrepõe à soma das partes? Uma Carta para Garcia faz o elogio somente de «aquele que faz o seu trabalho». E se, no ambiente empresarial do século XXI, se incentivam os esforços colectivos, talvez esteja na altura de se exaltar estas qualidades individuais que, depois sim, somadas, conduzirão ao todo. Ou à missão cumprida»


Concurso Cidadania e Empreendedorismo Social

A Universidade de Aveiro lançou o concurso de projectos Cidadania e Empreendedorismo Social, UA - 2011, para o desenvolvimento de «projectos de empreendedorismo social aliados ao exercício da cidadania activa, centrados na resolução de problemas sociais»

As candidaturas estão abertas até 30 de Maio.

Em jogo estão três prémios no valor de mil, 500 e 250 euros, respectivamente para os 1º, 2º e 3º lugares. Podem candidatar-se estudantes de qualquer ciclo de estudos do Ensino Superior Universitário ou Politécnico e estudantes dos Cursos de Especialização Tecnológica da UA..

Os projectos a apresentar poderão ser de autoria individual ou colectiva (máximo de 3 elementos) mas todos os (grupos) proponentes deverão ser orientados por um docente da UA que deverá validar a candidatura associando o seu nome.

O anúncio dos resultados ocorrerá a 18 de Novembro e a apresentação dos três projectos vencedores e entrega dos respectivos prémios a 5 de Dezembro de 2011 (Dia Internacional do Voluntário) em sessão própria a realizar para o efeito.

Pedido de informações pelo e-mail: voluntariadoua@ua.pt

A Sogrape Vinhos assinala 200 anos do nascimento de Dona Antónia com uma campanha de apoio ao empreendedorismo

No âmbito da comemoração dos 200 anos do nascimento da “Ferreirinha”, a Sogrape Vinhos evoca o espírito empreendedor e as qualidades de organização e gestão empresarial de Antónia Adelaide Ferreira.
Para além desta comemoração, a Sogrape promove ainda uma iniciativa, que decorre até Setembro, que visa reconhecer e valorizar o mérito de pessoas que se tenham candidatado a projectos de microcrédito com vista à constituição de microempresas, através da atribuição de apoios monetários no valor total de 45 mil euros.
Todos os meses, durante o período da campanha, três projectos serão distinguidos com um prémio individual de 2.500€, cabendo aos portugueses a selecção dos negócios com mais mérito em www.donaantonia200anos.eu. Em cada mês, são partilhados no website os projectos a concurso, sendo vencedores aqueles que mais votos reúnam naquele período.
“A Sogrape Vinhos reforça o compromisso de responsabilidade social assumido desde a sua fundação, em 1942, ao mesmo tempo que homenageia e perpetua a obra e a recordação da Ferreirinha, símbolo não só do empreendedorismo e da viticultura duriense, mas também um exemplo maior do altruísmo e da generosidade para com os mais necessitados”, afirma Francisco Ferreira, CEO da Sogrape Vinhos.

Para mais informações visite http://www.donaantonia200anos.eu/ideias

Loulé: IN FORMA'11 recebeu 5 mil visitantes

O Pavilhão do NERA, na Zona Industrial de Loulé, voltou a acolher mais uma edição da IN FORMA, um certame dedicado à formação, emprego e empreendedorismo que recebeu cerca de 5 mil visitantes.

Numa época de crise socioeconómica, onde o emprego é um dos problemas que mais preocupa a população, a feira contou com 50 expositores em representação de entidades empregadoras, de formação, de apoio ao empreendedorismo, de ensino básico, secundário, profissional e universitário e dos organismos públicos envolvidos nestas matérias.

Do programa da IN FORMA'11 destacou-se a sessão de divulgação sobre «Apoios à Criação de Emprego e Empresas», o seminário «Ser empreendedor – construir no presente o futuro» e a conferência proferida por Cláudia Gama, do grupo Nabeiro Delta-Cafés, sobre «A responsabilidade social das empresas no desenvolvimento local».

Durante a realização do certame foram ainda entregues os diplomas no âmbito de processos de aprendizagem dos cursos do centros de formação de Faro, Centro de Emprego de Loulé e Centro de Emprego de Faro e a entrega de diplomas a adultos que concluíram processos de qualificação através de reconhecimento, validação e certificação de competências dos centros Novas Oportunidades do Concelho de Loulé.

A IN FORMA'11 contou ainda com um programa de workshops promovidos pelos expositores e de animação, como atuação de tunas, dança e animação sociocultural.

A organização esteve mais uma vez a cargo da Câmara Municipal de Loulé, Direção Regional de Educação do Algarve, IEFP, IP - Delegação Regional do Algarve e NERA – Associação Empresarial da Região do Algarve.

Marcas portuguesas apoiam o empreendedorismo

O Portugal ao Quadrado é um projecto pioneiro em todo o Mundo que pretende potenciar o valor das marcas portuguesas e democratizar o acesso à publicidade, através de um espaço de visibilidade exclusivo. De salientar que as mais-valias do investimento que as marcas fizerem, que se estima que possa atingir até 400 mil euros, revertem para um veículo de apoio a empresas start up portuguesas.

Dado o objectivo de oferecer grande visibilidade às marcas, seleccionou-se a maior empena publicitária do País, situada em Lisboa, no cruzamento da Avenida da República com a Avenida de Berna, num total de 1.500m2, correspondentes a 1.500 espaços publicitários de 1m2.

Cada marca pode adquirir no máximo até 30 m2, num investimento mensal de 60 euros por m2, e o projecto terá a duração de um ano, o que representará um valor de 720 euros por m2 por mês. A tela final será descerrada, preferencialmente, na semana de 10 de Junho, dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas, se estiverem preenchidos os 1.500 espaços disponíveis.

O PORTUGAL2 conta com a Câmara Municipal de Lisboa, a Investlisboa e a Associação Empresarial de Portugal (Programa: Compro o que é nosso) como parceiros.

Northwestern Entrepreneurship Week 2011 - 23 a 27 de Maio

Northwestern promove a 2nd Annual Entrepreneurship Week. Durante a semana poderá partilhar diversas experiencias empresariais que irão decorrer ao longo do Campus da Universidade. Os eventos incluem oradores, workshops, concursos de elaboração de plano de negocios e muito mais.

Para mais informações visita http://www.innuvation.org/eweek/index.php/

Lançamento do Livro “Empreendedorismo:do Conceito à Aplicação, da Ideia ao Negócio, da Tecnologia ao Valor” | Pedro Saraiva, Professor da Universidade

Terá lugar no dia 4 de Maio, pelas 18h30, na EGP-UPBS ( Pólo dos Salazares) a Apresentação do livro “Empreendedorismo: do Conceito à Aplicação, da Ideia ao Negócio, da Tecnologia ao Valor” por Pedro Saraiva, Professor Catedrático da Universidade de Coimbra.

A obra resulta da experiência acumulada de duas décadas do autor, centrada no empreendedorismo, enquanto professor, investigador, vice-reitor da Universidade de Coimbra, mas sobretudo também como dinamizador da criação de múltiplas novas realidades organizacionais.

Os conteúdos da obra serão comentados por um painel de convidados, composto pelo seguinte conjunto de oradores:

Prof. José Sarsfield Cabral, Professor Catedrático da Faculdade de Engenharia
Doutor Luís Reis, Chief Corporate Centre Officer da Sonae e docente da EGP-UPBS
Dr. Manuel Carvalho, Jornal “Público”
Prof. Nuno de Sousa Pereira, Presidente da Direcção da EGP-UPBS

Entrada livre sujeita a confirmação com Cristina Magalhães: cmagalhaes@egp-upbs.up.pt

sexta-feira, 22 de abril de 2011

A motivação dos empreendedores, nem todos eles querem ser bilionários - veja quais são os perfis dos empreendedores brasileiros

Recentemente, a revista Forbes publicou a lista dos homens mais ricos do mundo. Uma olhada rápida e podemos perceber que a maioria dos bilionários são empreendedores. Entre os 30 brasileiros, metade deles são donos dos seus próprios negócios. A característica dessa lista nos leva facilmente a generalizar a conclusão de que as pessoas escolhem o empreendedorismo como uma forma de ficar rico.

Estudos acadêmicos de todo o mundo mostram que essa ideia é equivocada e que, na verdade, os verdadeiros empreendedores estão em busca de outras realizações. O que percebemos é que os empreendedores brasileiros podem ser classificados em quatro tipos na sua relação com o dinheiro:

1) O empreendedor por necessidade, aquele que precisa do dinheiro para sobreviver, não encontra outra forma de remuneração por dificuldades para se inserir no mercado de trabalho e acaba adotando o caminho do empreendedorismo como forma de se sustentar. Geralmente, esses empreendedores não desejariam ter um negócio próprio se pudessem escolher. Sua taxa de mortalidade é alta, pois ou o empreendedor abandona seu negócio na primeira oportunidade de emprego que aparece ou acaba quebrando mesmo por falta de competência, de estrutura ou porque a oportunidade não era sustentável ao longo do tempo.

Existe uma dualidade na percepção de valor do dinheiro para esses empreendedores. Ou eles se classificam como os artistas que veem em sua atividade uma necessidade para sobreviver, mas dão importância a coisas mais “nobres” na vida, enquanto existem outros que gostariam de ganhar mais dinheiro e conseguir respirar um pouco, mas não conseguem por pura falta de competência. Estes precisam se contentar em conseguir terminar mais um dia sem passar fome. Nessa categoria se encaixam os empreendedores autônomos, artistas e alguns profissionais liberais, microempreendedores e empreendedores informais.

2) O empreendedor pós-sobrevivência. Trata-se daquele que começou como empreendedor por necessidade e consegue superar o sufoco dos primeiros anos, quando a instabilidade é alta, e a fragilidade, também. Normalmente às duras penas, esses empreendedores conseguem estabilizar seus negócios e atingir um nível de volume de negócios que lhes garante um ganho mínimo sem sobressaltos. Esses empreendedores têm medo de que seu negócio saia do controle. São traumatizados pelos primeiros anos de vida do empreendimento, passaram por muitas dificuldades e respiram com alívio a estabilidade adquirida.

Apesar de os empreendedores normalmente serem conhecidos pela predisposição para assumir riscos, esse tipo de empreendedor não tem a mesma propensão. Para ele, perder o negócio é um risco proporcionalmente muito grande e, por isso, ele se contenta em ter uma empresa pequena, mas que ele consiga controlar e manter. Para eles, o negócio é um meio de vida e não vemos neles muitos arroubos de crescimento. Os pequenos negócios de sobrevivência, como mercadinhos de bairro, postos de gasolina, lojas de varejo, salões de cabeleireiro e outros, se encaixam nesta categoria.

3) O empreendedor por oportunidade é aquele que, embora bem empregado e com ótimas perspectivas de carreira no emprego tradicional, identifica uma oportunidade e cultiva há tempos o sonho de empreender e ser o dono do próprio nariz. Eles normalmente se prepararam bem antes de se lançarem como empreendedores. Adquirem formação específica, ficam sempre de olho nas janelas de oportunidade, se mantêm sempre informados, acumulam capital e, quando chega o momento, largam o emprego para perseguir seus sonhos. A taxa de mortalidade desses empreendimentos é baixa porque os riscos proporcionais são bem menores do que os empreendedores por necessidade. A relação com o dinheiro que eles constroem varia em função de outros elementos que lhes dão satisfação, como equilíbrio de vida, hobbies e passatempos, família, viagens, prazer do trabalho, experimentação de coisas diferentes, vida social, entre outros. Para esses empreendedores, o dinheiro é bem-vindo sempre e cada vez mais, porém sua importância cai na medida em que ele atinge uma remuneração que lhe dá um bom padrão de vida, a ponto de ele poder se concentrar em outras coisas que lhe dão satisfação.

O sucesso, para esses empreendedores, não é exclusivamente o financeiro, e sim o equilíbrio propiciado por outras conquistas, nas quais o dinheiro é apenas um desses componentes. Esses empreendedores querem que seus empreendimentos cresçam, mas não muito. Não se veem como donos de empresas gigantescas, das quais acabarão se tornando escravos. Ao contrário, preferem se manter como médias empresas em um crescimento orgânico, mas excelentes em seus campos de atuação. Por isso mesmo, esses empreendedores não se dão muito bem com investidores de risco, pois invariavelmente seus objetivos entram em conflito. Enquanto o investidor quer ganhar muito dinheiro e rápido, o empreendedor troca facilmente seus objetivos de maior ganho por uma causa social ou um bem maior que o seu negócio pode gerar. Para eles, empreender é um estilo de vida, e não uma forma de enriquecer. Entram nessa categoria empresas de tecnologia, serviços baseados em capital intelectual, negócios com médio a alto grau de inovação e nichos de mercado de alto padrão.

4) Empreendedores de alto crescimento. Esses são os que querem sair na lista da Forbes. Para esses empreendedores, não há limite para crescer. Querem crescer muito e rápido. Representam o objeto de desejo de grandes investidores, pois compartilham os mesmos objetivos e reconhecem os demonstrativos de resultados como o principal, senão o único, parâmetro de desempenho. Esses empreendedores abrem mão de muita coisa para se dedicarem aos seus negócios. Procuram estar sempre bem relacionados com pessoas de poder, valorizam o prestígio e são vaidosos. Para eles, não há outro objetivo em ter um negócio senão a de proporcionar a liberdade de comprar tudo que de bom e de melhor o dinheiro possa obter e acreditam fielmente que o dinheiro pode tudo em uma sociedade capitalista.

Há quem questione esses empreendedores e seus valores e princípios, mas há uma grande quantidade de pessoas que se espelha em seus exemplos e cultivam os mesmos valores e objetivos. A mídia especializada trata de reforçar a mitificação destes empreendedores, dando ênfase e importância às suas histórias de vida e realizações, levando a uma questionável concepção do que é ter sucesso na vida. Nessa categoria está qualquer tipo de negócio, desde que seja grande ou esteja na rota do alto crescimento.

* Marcos Hashimoto é professor de empreendedorismo do Insper, consultor e palestrante

Encontro Nacional de Incubadoras

Fernando Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Montalegre, participa no próximo dia 27, no auditório municipal de Boticas, no "Encontro Nacional de Incubadoras - Apoio às Empresas" cujo público alvo são empresas, start-ups, potenciais empresários e incubadoras. Uma presença marcada pela assinatura de um protocolo tendo em vista a constituição de um centro de incubação no concelho, projeto integrado que deverá compor a futura Rede de Incubação do Barroso.

A Câmara Municipal de Montalegre, representada pelo presidente Fernando Rodrigues, marca lugar no próximo dia 27, no auditório municipal de Boticas, no "Encontro Nacional de Incubadoras", evento que pretende reunir as principais incubadoras nacionais que atuam na promoção e dinamização do empreendedorismo em Portugal.
Com os principais centros de incubação de empresas do país reunidos, a iniciativa «afirma-se como um evento catalisador de novas ideias e sinergias em torno deste apoio à iniciativa empresarial».
Do programa constam conferências, workshops, business drinks e almoços de negócio complementado pelo lançamento de novos projetos de incubação no interior do país.

PRÉMIO MULHER EMPRESÁRIA

Salientar que a Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) promove, até dia 26, o "Prémio da Mulher Empresária", galardão de empreendedorismo feminino que inclui duas categorias de competição com um prémio, em cada uma, no valor de 5.000 euros : "Start - Criação de Empresas" e "Grow - Expansão e Reafirmação de Empresas".

“Start - Criação de Empresas” - dedicada ao reconhecimento da inovação associada empresas constituídas há menos de um ano ou de planos de negócio em vias de implementação.
“Grow - Expansão e Reafirmação de Empresas” - visa reconhecer o percurso e vocação empreendedora de empresárias responsáveis por negócios já amadurecidos, mas ainda com potencial de crescimento.

INTERIOR EMPRESARIAL

Realizado no auditório municipal de Boticas, este "Encontro Nacional de Incubadoras" pretende dar a «conhecer e divulgar apoios ao empreendedorismo, refletir oportunidades e fechar novos negócios e parcerias». Os trabalhos têm início com o painel "Oportunidades e Estratégias do Alto Tâmega", o qual culmina com a assinatura de protocolos de colaboração entre a ANJE e as autarquias de Montalegre, Ribeira de Pena e de Boticas, tendo em vista a constituição de um centro de incubação em cada um dos referidos municípios, um projeto integrado que deverá compor a Rede de Incubação do Barroso.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Paredes: Feira de emprego regressa ao Pavilhão Rota dos Móveis

Depois do sucesso da primeira edição, está de regresso ao Pavilhão Rota dos Móveis, em Lordelo, Paredes, a segunda edição da inVista – Feira de Emprego,Formação e Empreendedorismo, iniciativa do Projecto Paredes m.e.i.a.s. com o apoio da Câmara Municipal de Paredes, Junta de Freguesia de Lordelo e Instituto da Segurança Social.

Agendada para os dias 5, 6 e 7 de Maio, a InVista 2011 prepara-se para dar um salto assinalável nesta edição, passando a ocupar a totalidade do Pavilhão Rota dos Móveis, por força do crescente número de entidades que manifestaram já o desejo de se associarem a esta iniciativa.
De acordo com a Organização, existem já cerca de 40 entidades que confirmaram a sua presença neste evento que se tornou já uma referência na Região do Vale do Sousa e que pretende ser uma janela aberta para o futuro de jovens e adultos à procura de emprego ou de se lançarem pela primeira vez no mercado de trabalho.
Assim, além da presença de várias escolas públicas e profissionais da Região do Vale do Sousa, a InVista 2011 viu também a sua influência alargada a diversos Centros de Formação do Distrito do Porto e nada menos do que cinco Universidades.

Lagoa: Sessão de esclarecimento para imigrantes sobre empreendedorismo

A câmara de Lagoa vai promover, dia 28 de abril, a partir das 9:00 horas, no salão nobre dos paços do concelho, uma sessão de esclarecimento para imigrantes, integrada num projecto de promoção do empreendedorismo.

Trata-se de uma iniciativa que resulta de uma parceria entre a autarquia, o Centro de Emprego e Formação Profissional de Portimão e a Rede GIP Imigrante, integrada no projeto «Promoção do Empreendedorismo Imigrante (PEI 2011)», dirigida aos cidadãos imigrantes que pretendam “melhorar a sua condição de vida através do desenvolvimento de uma atitude empreendedora”.

O PEI 2011, patrocinado pelo Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultura (ACIDI) e Presidência de Conselho de Ministros, pretende promover o empreendedorismo junto das comunidades imigrantes que, no caso do município de Lagoa, reforça a edilidade, “são bastante activas e numerosas”.

Esta sessão de esclarecimento contempla os seguintes apoios: realização de um curso de «Apoio à Criação de Negócios», facilitação de contactos junto de programas de apoio ao empreendedorismo, acompanhamento ao longo do desenvolvimento do negócio e a possibilidade de candidatura a um concurso de ideias de negócio.

A entrada é livre e as sessões contarão com a presença de técnicos de origem moldava, russa, ucraniana, brasileira e cabo-verdiana, aptos a esclarecer os presentes em português ou na sua língua materna ou em ambas.

Para mais informações, os interessados podem contactar a câmara de Lagoa através da linha verde 800272475.

“Aveiro Empreendedor”

O protocolo entre as 18 entidades que se associaram ao projecto pretendem fomentar o investimento e criar mais emprego no município de Aveiro. O presidente do conselho de administração da Martifer, Carlos Martins, foi o orador convidado da cerimónia que decorreu no edifício da antiga Capitania e deixou a perspectiva de que o momento actual, de crise económico-financeira, poderá vir “trazer alguma dose de empreendedorismo às pessoas”.
Para o empresário, não restam dúvidas de que o cenário actual de crescimento do desemprego pode impulsionar os portugueses “a darem o salto”, criando o seu próprio emprego. Na sessão de apresentação pública do “Aveiro Empreendedor”, Carlos Martins acabou também por falar do seu exemplo pessoal e do percurso traçado pela Martifer, lembrando o facto de ter arrancado com a empresa com apenas 26 anos. E deixou alguns conselhos aos futuros e potenciais empreendedores.
“Ser empreendedor é alguém que tem uma ideia e estuda noites a fio sobre essa ideia”, vincou o empresário. “O empreendedor é aquele que toma uma decisão sozinho”, acrescentou Carlos Martins, evidenciando também a necessidade de “o empreendedor ser alguém que sabe dizer não” e “alguém que sabe escolher pessoas e, acima de tudo, escolher líderes”.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Empreendedorismo: Portugueses que empreendem lá fora

São mais de cinco milhões os portugueses que vivem no estrangeiro. Desde 2008, a Cotec já distinguiu seis com o Prémio Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa. Conheça as histórias por detrás do sucesso.
Inserir o nome e palavra passe, conversar com amigos, sair. Onde quer que esteja, pode utilizar o eBuddy para comunicar nos seus “chats” preferidos. A ideia é de origem lusitana, mas tem sede em Amesterdão, Holanda. Paulo de Carvalho, 32 anos, é a cabeça por trás do conceito. Quatro anos depois de se ter mudado para aquele país lançou a sua própria empresa.

Hoje, a eBuddy tem escritórios em Londres, São Francisco (EUA) e emprega 90 pessoas. Em 2009, venceu a segunda edição do Prémio Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa, promovido pela Cotec Portugal – Associação Empresarial para a Inovação, com o Alto Patrocínio do Presidente da República. Não foi o único. Desde 2008, já foram distinguidos seis empreendedores portugueses.

As candidaturas para a quarta edição do galardão estão abertas até 26 de Março. Objectivo: distinguir os portugueses que se destacaram pelo seu papel empreendedor, inovador e responsável fora do país. Para Filipe de Botton, membro da direcção da Cotec e presidente do júri, há duas lições a reter. “Por um lado, o prazer genuíno que têm todos os que participam, por serem reconhecidos e acarinhados por Portugal.” Por outro, a rede de contactos que resulta do encontro entre os participantes e empresários portugueses.

Lançado em Fevereiro de 2008, o galardão visa estimular a cooperação entre Portugal e os países onde estão sediados os cidadãos nacionais. Para se candidatarem, os empreendedores devem residir no estrangeiro há mais de cindo anos. A receita para o sucesso parece simples: os empresários devem ser exemplos de integração nas economias em que operam. “É importante que os empreendedores conheçam bem o produto que querem vender, exportar ou comercializar. Além disso, devem ter uma enorme humildade, resistência e persistência grande, e saber direccionar de forma inovadora o seu produto, seja de que área for”, revela Filipe de Botton.

EUA e Brasil
São mais de cinco milhões os portugueses que vivem e trabalham no estrangeiro. Na edição de 2010, candidataram-se 81 portugueses provenientes de 26 países e dos mais diversos sectores de actividade. Isidro Fartaria, 55 anos, foi o grande vencedor. Presidente da Titel Holding, um grupo ligado à construção civil, presente em 11 países, incluindo Portugal, está em França desde os sete anos. Nessa mesma edição também foi atribuída uma Menção Honrosa de empreendedorismo social a Acácio Vieira, 36 anos, fundador e director-geral da Healing Wings, uma Organização Não Governamental (ONG) criada em 2000.

Desde 2008, candidataram-se 117 pessoas, provenientes de 30 países. Este ano, Filipe de Botton espera atingir as cem. Se isso acontecer, será “um sucesso”. Os países mais representados têm sido os Estados Unidos da América (EUA), com 27 candidaturas, o Brasil, com 15 e França, com 12. “Acho que é por uma questão cultural: são os países com que os portugueses se identificam mais, que estão mais próximos. O que me surpreende é não estarmos representados nos 192 países onde residem os cinco milhões de portugueses que estão fora de Portugal”, comenta.

A maioria dos candidatos (87%) é do sexo masculino. Os sectores de actividade com maior representação são o empresarial e financeiro (27%), restauração e turismo (17%) e investigação e ciência (16%). Filipe de Botton explica que a maior dificuldade tem sido a escolha do vencedor. “A maioria dos participantes merece ganhar.” O júri classifica as candidaturas em função de cinco eixos de desenvolvimento e nem sempre é fácil encontrar apenas um vencedor. Em 2008, Carlos de Mattos e Fernando Ferreira foram os galardoados, e no ano seguinte foi a vez de Manuel Vieira e Paulo de Carvalho. “Todas as candidaturas se consideram vencedoras só pelo facto de virem a Portugal e serem reconhecidas pelo Estado Português. Isto já lhes dá a noção de que valeu a pena.”

A quem quiser entrar numa aventura “além-fronteiras” pela primeira vez, Filipe de Botton desaconselha o mercado espanhol. “É um mercado extremamente competitivo, muito fechado para as empresas estrangeiras, e que nunca recomendo como primeira experiência de internacionalização”. Para o presidente do júri, as estreias “lá fora” devem ser feitas em mercados mais interessantes, como o inglês. Importante é que estudem todas as vantagens competitivas antes de se aventurarem.

Investigação sobre “Trabalho em tempos de crise” vence Prémio de Mérito Científico Santander Totta/NOVA

O projecto de investigação “Trabalho em tempos de crise: factores e estratégias de inserção profissional entre graduados do Ensino Superior”, liderado pelo investigador Miguel Chaves, é o vencedor da 4ª edição do Prémio de Mérito Científico Santander Totta/NOVA.
A cerimónia teve lugar hoje, na Universidade NOVA, e contou com a presença do Reitor da NOVA, António Rendas, e do Administrador do Banco Santander Totta, António Vieira Monteiro.
Este trabalho, distinguido com o Prémio de Mérito Científico, no valor de 25 mil euros, assume maior relevância no actual contexto económico. A inserção profissional dos graduados do Ensino Superior assumiu uma visibilidade social crescente nos últimos anos, tornando-se objecto de preocupação da sociedade em geral.
A equipa vencedora, liderada pelo investigador da NOVA, Miguel Chaves, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, conta também com os investigadores Mariana Gaio Alves e Pedro Portugal, das Faculdades da NOVA, de Ciências e Tecnologia e Economia.
Com este projecto, os investigadores pretendem analisar as condicionantes que facilitam ou dificultam o acesso dos graduados do Ensino Superior ao mercado de trabalho e o modo como evoluem as suas expectativas profissionais. A equipa visa ainda constituir uma rede de universidades e de centros de investigação que trabalhem a temática da inserção profissional.
Esta é a 4ª edição deste Prémio, que visa distinguir projectos de investigação desenvolvidos por jovens investigadores e fomentar colaborações dentro da Universidade NOVA, nas áreas das Ciências da Vida, das Ciências Sociais e Humanas e das Ciências Exactas e Engenharias. Os membros do Júri do Prémio integram representantes das duas instituições.
O Banco Santander Totta atribui anualmente cerca de 350 bolsas de estudo e investigação, prémios de mérito a estudantes universitários e apoia vários projectos desenvolvidos pelas Universidades, seguindo o eixo da acção social do Banco Santander, que tem a nível mundial mais de 800 acordos de colaboração com universidades em todos os continentes.

domingo, 3 de abril de 2011

A sociedade não promove quem pensa diferente


“Empreendedorismo, Criatividade e Inovação” foi o primeiro tema em debate do ciclo de conversas “Empreender à 5ª”, que decorreu na Fnac do Norteshopping.
“O espaço de conforto mental é o maior obstáculo à criatividade” afirmou Vítor Briga durante o encontro. A mesma fonte realçou o grande pensamento dos empreendedores: “Onde os outros vêem limitações, os empreendedores vêem oportunidades”.
O formador de criatividade cativou a plateia dando vários exemplos de como nos tornarmos mais criativos. Quebrar com os hábitos, saber improvisar e um ambiente organizacional que promova a criatividade poderão fazer a diferença na altura de pensar em novas ideias. O orador ressalva ainda que “a sociedade não promove os lunáticos que pensam diferente”. Para além de não aceitar o erro e “para sermos criativos, vamos sempre errar”, adiantou.
Outro dos problemas dos empreendedores é que “muitas vezes quem cria não tem capacidade para gerir o negócio”, explicou Jorge Teixeira, partner da Accelper Consulting. Acrescentando que há uma grande apetência para querer fazer tudo. Contudo “não adianta fazer algo brilhante, senão tiver capacidade de a vender e de a trazer para o mercado”, salientou.
Durante o encontro, Pedro Coutinho, CTO da Ambidata, deu a conhecer a empresa e o seu percurso enquanto empreendedor. “A Ambidata tem uma visão de futuro”, garante o convidado, que fundou a empresa, em 1999, em conjunto com o sócio Paulo Rego.
Líder no mercado nacional, a empresa foi criada em 1999 com apenas dois colaboradores. O seu sócio fundador, Paulo Rego, com uma larga experiência numa empresa internacional ligada ao sector do tratamento de águas, detectou que no mercado nacional não existia nenhum produto de software específico para a área da gestão e controlo dos resultados analíticos da qualidade da água. Quando saiu dessa empresa, e pela verificação de que haveria um nicho de mercado por explorar, que decidiu criar uma empresa para desenvolver uma solução nesta área. Num primeiro momento, em colaboração com um colega que mais tarde viria a tornar-se também sócio, Pedro Coutinho iniciou o desenvolvimento de uma solução de software que tem vindo a crescer ao longo destes últimos 10 anos. Para o empresário, é inegável que “inovação tem de trazer retorno e negócio”.

O empreendedorismo articulado da decisão e incerteza


A visão do mundo actual, na forma como o vemos e interpretamos, assume uma perspectiva cada vez mais complexa e volátil. Essa visão é condicionada por acontecimentos que já não respeitam relações de causa – efeito lineares e emergem simultaneamente a um ritmo acelerado. A informação daí gerada assume um carácter massivo, por vezes impreciso, e a sua propagação em tempo real surge de numa multiplicidade de novas fontes. A sua transformação em conhecimento de base às decisões torna-se por isso, um processo cada vez mais desafiante e complexo.
O contexto em que o empreendedorismo se projecta é, já de si, altamente instável e facilitador do erro de previsão. Mais ainda, o acto de empreender é particularmente vulnerável a essa imprevisibilidade, já que expõe o processo decisório às variáveis de risco, incerteza, inovação, percepção da envolvente e mudança. Perante este cenário, e salvaguardando o risco do empreendedor entrar numa espiral de especulações que redundariam numa paralisia da acção, a solução reside em incorporar o factor incerteza como activo dos resultados da sua decisão.
Para isso, a estratégia empreendedora deve ser construída do ganho marginal de conhecimento obtido da exposição prévia ao mercado das peças nucleares do modelo de negócio, destacadas como experiências laboratoriais. A orientação passa, por exemplo, pelo empreendedor confrontar previamente as entidades reguladoras da envolvente sobre a pertinência e timing adequado do seu negócio; assumir o papel de cliente perante a concorrência e experienciar imparcialmente as possibilidades de diferenciação e vantagem competitiva do negócio; apresentar a potenciais clientes a proposta de valor que pretende fazer valer no mercado e verificar o quanto a valorizam face a propostas concorrentes, e com que frequência de razão; e todas as demais acções que farão “beliscar” o mercado, permitindo incorporar sucessivamente as suas reacções num conjunto testado e articulado de uma unidade de negócio projectada de forma tão blindada quanto possível. Note-se que a acção é anterior e determina a estratégia empreendedora, e não o contrário.
No entanto, ainda que alinhado com os pressupostos apresentados, o empreendedor deverá ter consciência de que o seu plano de negócios estará desactualizado a partir do exacto momento em que foi terminado. A sua validade existe enquanto ponto de partida e documento vivo, orientador mas moldável à mutação inevitável do mercado. A sua construção, ainda que munida de uma estratégia embebida e determinada de interacção prévia, carece da consideração dos resultados verificados após a entrada efectiva do seu modelo de negócio como um todo, no mercado. Neste sentido, a decisão empreendedora deve incorporar orientações de evolução baseadas em cenários de hipóteses, análises de sensibilidade, probabilidade, e árvores de decisão, contrariamente a pressupostos “coeteris paribus” desconexos da realidade actual. A decisão de empreender, ao projectar e incorporar no seu modelo de negócio a incerteza, beneficiará da imprevisibilidade característica da envolvente.
Nas palavras de Louis Pasteur “O acaso favorece apenas as mentes preparadas” e mais do que no século XIX em que foi proferida, esta citação assume as bases incontornáveis da sobrevivência do empreendedor da nova era, a era em que a incerteza é das poucas certezas que existem.