sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
Hicislab - “É com os nossos colaboradores que conseguimos fazer a diferença"
A Sociedade Dr. Rodrigues Pereira - Laboratório de Anatomia Patológica, SA, já soprou as onze velas de aniversário tendo sido criada em Julho de 1998, tem conhecido uma grande evolução desde a sua criação.
Esta empresa que se dedica à realização de exames de Anatomia Patológica, que é a especialidade médica no qual se procede ao diagnóstico de lesões tecidulares e ou orgânicas provocadas por situações de doença. Através de observação de células, fragmentos de órgãos colhidos por biopsia ou órgãos na sua totalidade, é possível efectuar o diagnóstico da lesão em si ou de factores que influenciem a terapêutica e o prognóstico. Os tipos de exames efectuados no Laboratório citologia convencional, liquida e aspirativa, exames histológicos e diversos exames complementares.
Entre os clientes desta empresa encontram-se hospitais públicos e privados, clínicas, serviço nacional de saúde e clientes particulares. A sua implantação de mercado foi alargada nos últimos anos a todo o país, sendo que, nos primeiros anos de actividade estava essencialmente confinada à zona norte.
Em 2008 a HicisLab facturou cerca de 900 mil euros com uma margem de EBITDA sobre o volume de negócio de 28%.
Esta empresa foi criada por um conjunto de profissionais de grande experiência, contando a maioria dos seus quadros com mais de 20 anos nesta actividade, em apenas dez anos de actividade o HicisLab passou de 4 colaboradores para os actuais 23 colaboradores entre médicos, técnicos, pessoal de apoio administrativo e auxiliar.
A Presidente do Conselho de Administração Maria Alice Azevedo reconhece que os recursos humanos têm sido um factor fundamental para o sucesso referindo “…é com os nossos colaboradores que conseguimos fazer a diferença, por isso orgulhamo-nos de ter profissionais altamente qualificados e identificados com a cultura da empresa e objectivos de gestão, sendo que cada um, no desempenho das suas tarefas sabe exactamente o que a empresa espera dele e de igual modo também sabem o que esperar da empresa reconhecendo o esforço que esta faz para lhes proporcionar as melhores condições de trabalho. Esta cumplicidade tem sido um dos pilares do sucesso, por esta razão, podemos ostentar uma taxa de rotatividade de pessoal diminuta sendo que a equipa base se mantém desde a sua fundação”.
Esta introdução conduz a outra questão: qual a fórmula mágica que leva uma empresa que nos primeiros quatro anos de actividade tem uma presença quase residual no mercado e a partir de 2002 até 2008 teve um crescimento de quase 100%? É de salientar ainda, o crescimento acentuado no último exercício (27%), numa altura em que fomos fustigados por uma crise económica que nas últimas décadas não existe memória.
Maria Alice Azevedo refere que não existem fórmulas mágicas na gestão que conduzam ao sucesso das empresas, mas não tem dúvidas em destacar que a profissionalização da gestão fez a diferença, acompanhada com uma forte aposta no serviço ao cliente. Por outro lado, ir ao encontro das expectativas dos clientes e sempre que possível superar essas mesmas expectativas é o grande desafio colocado em cada relação com os nossos parceiros de negócio, gerando com cada um deles uma “win-win situation”. Esta postura procura sedimentar relações para “a vida” e não apenas para negócios pontuais, o que tem permitido um crescimento sustentado.
A certificação de qualidade foi outro dos passos importantes para o crescimento e organização da empresa, colocando no papel as boas práticas já assumidas pela empresa mas que levou uma sistematização de processos e o aprofundar de uma filosofia de exigência e melhoria contínua. Destaca-se aqui, que esta foi das primeiras empresas a obter a certificação de qualidade.
Outro dos factores que fez a diferença foi a criação de uma nova imagem acompanhada de uma outra postura comercial, em que a empresa passou a ser identificada por essa mesma imagem e por um novo logótipo HicisLab. A introdução de uma nova imagem num sector tradicional, foi um risco assumido tendo sido uma aposta ganha. Para os responsáveis pela gestão do Laboratório os objectivos com esta mudança foram alcançados, não pela imagem per si, mas por todo um conjunto de acções que a acompanharam.
Por outro lado, a exigência empregue na relação com os clientes é também estendida a montante criando com a grande maioria dos fornecedores uma relação de parceria considerando-os como uma extensão da própria organização, esta situação conduziu a uma redução de stocks com tempos de resposta reduzidos e com estabilidade ao nível da qualidade.
Pode-se afirmar que estabilidade e relações duradouras são conceitos chave para o sucesso desta empresa, onde podemos observar tal facto na relação com colaboradores, fornecedores e clientes.
A acrescentar a estes factores deve-se juntar a inovação! Levando a constantes e avultados investimentos nos últimos anos desde instalações, equipamentos, formação e a adopção das mais recentes técnicas de diagnóstico. Este é também um factor de diferenciação, na opinião de Maria Alice Azevedo, face ao tradicional tecido económico nacional, optando sempre que possível, pelo investimento dos meios libertos na empresa, gerando este factor um efeito “bola de neve” no crescimento da mesma. Em muitas das empresas o que se verifica é uma descapitalização não permitindo uma capacidade de renovação, conduzindo em alguns casos mesmo ao encerramento.
Uma pergunta que não podia deixar de ser feita, que perspectivas tem para o HicisLab após anos consecutivos de forte crescimento? No entanto a resposta não podia deixar de ser mais pronta, “continuar com a filosofia de gestão que temos pautado até à data, não tendo no entanto, a fobia de querer crescer a todo o custo, o que temos feito é crescer com qualidade e sustentabilidade.” Esta é uma questão que a Administração do Laboratório coloca sempre que são necessários novos investimentos, e que encontra resposta no equilíbrio dos mesmos sabendo que não é possível num mercado como o nosso crescer de forma ilimitada, por isso recorrem com o equilíbrio que economicamente parece mais sensato em cada momento, entre uma estrutura de custos fixos e variáveis adequada à sazonalidade do negócio e à previsível variabilidade de procura do mesmo, o que permite responder de forma adequada ao aumento da procura e não ter grandes impactos com a redução da mesma.
Questionando ainda a responsável deste Laboratório e principal accionista, que características considera que um empreendedor deve ter?
“Desenvolver com paixão a sua actividade. Pois só dessa forma, no contexto actual, se consegue justificar o risco e a enorme disponibilidade e dedicação à actividade desenvolvida. E, um profundo conhecimento do negócio”
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Autor:Paulo Ferreira - Economista
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