quinta-feira, 3 de junho de 2010

Análise de António Vale "I-Sete e a fórmula de sucesso para o relançamento da economia"



A I-sete é mais um bom exemplo da capacidade empreendedora dos jovens, tradicionalmente menos avessos ao risco e mais disponíveis para a criação de empresas e de actividades inovadoras. Por outro lado demonstra que ainda é possível criar actividades económica e financeiramente viáveis mesmo num mundo tão competitivo como é o nosso, sem que para tal sejam necessários orçamentos avultados dedicados á investigação e desenvolvimento.
De facto, a evolução tecnológica é geradora de novas necessidades e basta estar atento á evolução dos mercados para encontrar oportunidades de negocio.
A I-sete é bem exemplo da inovação na criação de uma actividade empresarial, que surge da necessidade de tratamento de resíduos de consumíveis informáticos e da sua reintrodução no mesmo mercado. Sendo os equipamentos informáticos de grande consumo relativamente recentes este é consequentemente um negocio inovador.
Paralelamente importa registar o nível de formação superior do promotor da empresa em análise, factor seguramente diferenciador no desenvolvimento da actividade da mesma e da sustentabilidade que tal formação permite dar ao projecto de crescimento da I-sete. Assim, a formação em Gestão de Empresas de Tiago Vasconcelos é seguramente uma ferramenta de grande utilidade no planeamento da actividade da empresa, na percepção que a formação e motivação dos recursos humanos são fundamentais para o seu desenvolvimento, para alem da compreensão de que com escala diluem-se custos fixos e os capitais investidos são melhor rentabilizados.
Outra questão relevante é a apetência que os empresários com formação superior têm para estabelecer um relacionamento próximo com as universidades e pólos de investigação, permitindo que o binómio empreendedorismo/investigação seja capaz de gerar novos produtos e negócios, permitindo incrementar a capacidade de inovação das empresas.
Gostaria também de realçar o projecto de internacionalização da I-sete o qual resulta seguramente da constatação da reduzida dimensão do mercado português. De facto, Espanha é naturalmente uma área de potencial crescimento não apenas para a I-sete mas para todas as empresas que de alguma forma se consigam diferenciar e apresentar novos produtos e/ou serviços com uma melhor relação preço/qualidade. Espanha pode estar numa situação económico-financeira difícil, com uma taxa de desemprego elevada e com um exagerado índice de endividamento do Estado, empresas e famílias. No entanto, não deixa de ser 4 vezes maior que Portugal e, sem dúvida alguma, irá sair da situação actual muito rapidamente. Quiçá mesmo antes que Portugal o consiga fazer!
Importa também realçar o efeito gerador de emprego deste projecto, porquanto 24 pessoas dispõem de emprego devido á acção empreendedora de um só investidor pelo que é de destacar o efeito que as politicas de apoio á criação de empresas podem ter nos dias de hoje.

A I-sete demonstra que, para o relançamento económico nacional, são mais importantes medidas de promoção de criação de empresas do que propriamente o investimento em grandes obras públicas. Se cada nova empresa conseguir criar 5 postos de trabalho, seriam necessárias 100.000 novas empresas para colocar o pais em pleno emprego. Alavancando esta onda de criação de empresas com 10.000 €/empresa o Estado investiria 1.000 M€, rapidamente recuperáveis em sede de IRS, IRC, Segurança Social, e IVA.
Em resumo creio que se pode concluir que Portugal e o seus decisores políticos conhecem bem a fórmula que pode permitir alavancar a economia portuguesa, bastando apenas terem a humildade para aceitar este facto e a coragem politica para desinvestir onde não há e nunca haverá qualquer retorno.

Fórmula para o Relançamento da Economia

Formação Elevada
+
Incentivo à Criação de Novas Ideias

+
Incentivo ao Empreendedorismo

+
Incremento da relação Universidade/Empresa

+
Promoção da Internacionalização

=
Crescimento Económico




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