A Clínica de Nutrição do Porto nasceu em 2002 pela mão de Pedro Queiroz. “Investi na altura tudo o que tinha pois sabia que era aquilo que queria fazer para a vida”, relembra o nutricionista, em entrevista à Vida Económica. Em 2009, a clínica teve um volume de negócios de cerca de 500 mil euros. Embora sem sentir a crise, Pedro Queiroz reconhece que este “é um período de muitos ajustes e de encargos acrescidos para as empresas. Só as mais fortes poderão sobreviver lutando pelos seus ideais e mantendo níveis de qualidade”.
VE - Podemos dizer que actua no negócio da saúde e bem-estar. O que levou enquanto jovem empreendedor a optar por este mercado?
VE - Podemos dizer que actua no negócio da saúde e bem-estar. O que levou enquanto jovem empreendedor a optar por este mercado?
Desde o primeiro ano de faculdade que decidi que esta seria a opção a tomar… Ao longo dos anos da licenciatura fui canalizando todas as energias e aprendizagem para tornar esse sonho possível. Lembro que no ultimo ano (estágio) preparei tudo ao detalhe: quanto iria cobrar por consulta, quantos clientes teria de ter para o negócio ser economicamente viável, até ao pormenor de saber de antemão tudo o que seria necessário investir (da balança, à fita métrica)…
Foi das fases mais interessantes no processo de empreender a criação de uma empresa.
Foi das fases mais interessantes no processo de empreender a criação de uma empresa.
VE - Quais as dificuldades que encontrou a quando da criação da sua própria empresa?
A escolha do local sabia ser determinante para o sucesso deste projecto… Assim que determinei o local procurei o imóvel e o mais difícil foi arranjar fundos para adquirir o espaço. Lembro na altura que tive de ter dois fiadores… Investi na altura tudo o que tinha pois sabia que era aquilo que queria fazer para a vida. Os dois primeiros meses sem clientes também não foram nada fáceis.
VE - A preocupação com a adopção de estilos de vida mais saudáveis e o culto ao corpo, é uma realidade hoje em dia. Em que medida esta mudança cultural da sociedade Portuguesa tem influenciado o desenvolvimento do mercado da estética e bem-estar?
Sem dúvida que esta nova percepção da sociedade tem tornado a procura por estes serviços uma constante ao longo dos anos. Mas, como em todas as áreas, à medida que o mercado aumenta a concorrência apresenta também novas soluções… O grande desafio é acompanhar constantemente o avanço dos conhecimentos clínicos e estéticos apresentando um serviço de excelência de forma constante e permanente.
VE - Enquanto empresário quais são as áreas em que actua directamente?
A Clínica está focada na perda de peso de forma saudável.
VE - Nos últimos anos temos assistido a um crescimento vertiginoso do nº de empresas nesta área. Qual o factor diferenciador da Clínica de Nutrição do Porto face aos restantes players no mercado?
Procuramos inovar no atendimento e dedicação ao cliente, estando constantemente a acompanhar as mais recentes tecnologias. Apesar das metodologias únicas julgo que a mais valia principal está na equipa que diariamente procura ajudar todos aqueles que procuram corrigir o peso em excesso e iniciar uma nova etapa das suas vidas. É este entusiasmo que nos motiva a procurarmos ser a melhor clínica de nutrição no norte do país.
VE - Não estará o mercado a ficar saturado?
Diariamente surgem e desaparecem empresas a actuar nesta área. É uma área onde o trabalho e a dedicação fazem a diferença. Uma excelente formação dos profissionais e margem para avançar constantemente nas mais recentes tecnologias é fundamental. É uma área onde os bons acabam por estagnar e muitas vezes não sangrar. Só os muitos bons, com vocação e dedicação total acabam por sobreviver.
VE - Qual o conceito na base da Clínica de Nutrição do Porto?
Ser a melhor clínica na área da perda de peso, onde a dedicação e os resultados que diariamente ajudamos a alcançar nos motivam para continuamente apresentarmos o melhor serviço. A par dos melhores especialistas em nutrição procuramos disponibilizar as mais recentes tecnologias para eliminação de celulite e gordura localizada recorrendo a tecnologias não cirúrgicas. A inclusão recente da “lipo-aspiração” não-cirúrgica demonstra a aposta da clínica na excelência dos tratamentos de gordura localizada.
VE - A CNP conta já com uma unidade em Guimarães. Podemos esperar a abertura de novas unidades no futuro próximo?
A abertura em Guimarães é uma experiência para testar o conceito noutros mercados. Por vezes em meios mais pequenos apercebemo-nos de detalhes que complementam a qualidade do serviço. A aposta noutros mercados poderá surgir mas não é nesta fase uma prioridade.
VE - Numa área onde a tecnologia é cada vez mais avançada com uma forte pressão para reduções dos preços, como consegue a Clínica de nutrição do Porto manter o equilíbrio entre qualidade/preço para os seus clientes?
É de facto uma área onde a evolução é uma constante e as tecnologias surgem a um ritmo cada vez mais veloz. Julgo que a aposta feita na nossa equipa de profissionais (enfermeiras, fisioterapeutas e profissionais de estética) é a grande mais-valia da clínica onde a disponibilidade financeira para acompanhar as mais recentes tecnologias permite ajustar o binómio qualidade/preço.
VE - Qual o perfil do(a) Cliente da CNP? Do Oporto Medical SPA?
CNP: É um cliente informado, que procura resultados e está disposto a pagar para ter a máxima qualidade de serviço e atendimento.
SPA: É um cliente que busca um refúgio na cidade onde consiga ter um momento só para si num espaço com detalhes de serviço ao melhor nível internacional.
VE - Num mercado em que a confiança do cliente nos serviços prestados é fundamental, qual a taxa de fidelização que a CNP regista? Qual a importância da satisfação dos clientes no crescimento do seu negócio?
Felizmente podemos ter orgulho na nossa taxa de fidelização. Temos clientes que nos acompanham desde o primeiro ano de actividade e vão diversificando os tratamentos que fazem, de forma a manter e optimizar os resultados… A taxa de satisfação é também muito elevada e é essa que permite um efeito poderosíssimo que é o efeito “passa palavra”.
VE - Conta já com o apoio de um número razoável de profissionais nas suas empresas. Que importância assume o recrutamento para si? E a formação continua dos seus colaboradores?
Procuramos sempre os melhores profissionais em cada área e fazemos de tudo para os procurar manter motivados e empenhados. Ao longo destes anos muitos deles felizmente continuam a pertencer à equipa e alguns foram deixando por não se integrarem, em certo momento, nos objectivos colectivos do grupo. A formação nestas áreas tem de ser muito especifica devido às tecnologias sempre evolutivas e procuramos também formação interna para desenvolver algumas capacidades necessárias à máxima qualidade de serviço.
VE - Seria expectável que num período de crise económica que o nosso país atravessa os gastos em bens ou serviços secundários como a estética fossem sacrificados. Tem sentido esta tendência na actividade das suas empresas?
A nossa área de trabalho, estamos focados na perda de peso de forma saudável, não tem sentido um agravamento abrupto com a alteração económica do país. Isto tem a ver com o aumento da taxa de excesso de peso e obesidade, mas também com a preocupação crescente das populações no seu bem-estar, auto-estima e saúde. Na nossa actividade o efeito crise não tem sido sentido de forma severa, julgamos nós muito devido ao trabalho colectivo da nossa equipa.
VE - Como encara este período que vivemos na economia Portuguesa? Que implicações tem a conjuntura actual no desenvolvimento da estratégia da Empresa?
É um período de muitos ajustes e de encargos acrescidos para as empresas. Só as mais fortes poderão sobreviver lutando pelos seus ideais e mantendo níveis de qualidade. A estratégia da empresa não tem, para já, sofrido grandes alterações ao nível do investimento muito devido à forte estrutura accionista e mantermos os nossos ideais na busca continua do melhor serviço nesta área.
VE - Será possível estabelecer uma relação entre o bem estar físico e emocional que empresas como a sua proporcionam as pessoas e elevados níveis de produtividade de colaboradores nas empresas?
Julgo que uma pessoa quando se sente bem consigo própria consegue transmitir esta mensagem a nível inter-pessoal (amigos, familiares, colegas de trabalho…) o que acaba por se manifestar no nível de produtividade da empresa para a qual trabalha. Nesse sentido considero que possa ser um contributo para a melhoria de produtividade.
VE -Muito se fala da obesidade da Sociedade Portuguesa e dos benefícios da dieta Mediterrânea, o que parece ser um contra censo. Quais os factores que na sua opinião contribuíram para esta mudança de comportamentos?
Seria de facto um contra censo, se as pessoas aplicassem no seu dia-a-dia os princípios da dieta mediterrânea… Mas, o que verificamos diariamente é que as pessoas devido ao ritmo de vida e outras condicionantes se têm afastado desse ideal alimentar voltando-se para práticas alimentares menos variadas e saudáveis. Com base a uma análise detalhada destes e outros factores propomos às pessoas que nos procuram incutir novas regras práticas e fáceis de implementar para que possam pertencer ao lado saudável da estatística e sentirem-se com mais saúde, mais beleza e mais bem-estar…
VE - Quais os seus planos para o futuro?
Continuar a liderar uma equipa na busca da melhor prática clínica em nutrição.
VE - Que conselhos daria aos empreendedores de Portugal, neste momento?
Procurem ser os melhores naquilo que fazem. Acreditem no vosso projecto e lutem para que seja viável. Façam aquo que gostam para que o vosso trabalho seja “um divertimento”.
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