segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Metas audaciosas, grandes e cabeludas.


Relendo um relatório da Gerenal Electric, ainda na gestão do mega CEO Jack Welch, citava que a GE havia estabelecido metas para as margens de lucro e mudanças de inventário que eram respectivamente 50 e 100 por cento mais altas do que a organização tinha obtido nas últimas três décadas. Ele explicou o raciocínio: “Ao termos de nos esforçar para atingir essas metas ‘impossíveis’, aprendemos a fazer coisas mais rapidamente do que teríamos de feito se estivéssemos tentado cumprir metas ‘fáceis de realizar’.”
Tenho notado durante os processos que participo, que com a justificativa de que metas muitos desafiadoras desmotivam, junto com o advento dos processos de remuneração variável que forçam a negociação “para baixo”, no sentido de garantir o atingimento por quem está sendo contratado, estão conduzindo as empresas para o traiçoeiro território do “subdesempenho satisfatório”.
O principal factor que distingue as empresas que conseguem alcançar desempenhos superiores é a predisposição destas de definirem saltos radicais nos indicadores considerados como o “motor do negócio”: redução de custos, aumento de produtividade, velocidade do lançamento de novos produtos, etc. A realidade é que os gestores impõem limitações implícitas e explícitas ao seu próprio pensamento a respeito de crescimento e resultados. Temos que abrir os olhos para as oportunidades ocultas.
O segredo paradoxal que as empresas que tem coragem de definir metas distendidas, e que não são mais facilmente atingidas, em relação aos objetivos incrementais tradicionais, exatamente por forçarem o repensamento radical das actuais operações, têm alcançado melhores desempenhos. A complacência organizacional e a timidez pessoal de alguns lideres em manter padrões históricos de desempenho, acabam originando padrões restritivos de crescimento. As melhorias incrementais, limitam e matam o espírito empreendedor e criativo das equipas.
Suponha que você seja capaz de atingir 100%, mas você estabeleceu sua meta 90%, só para garantir que conseguirá atingi-la. O seu conservadorismo vai se multiplicando cada vez que você estabelece uma nova meta. Por outro lado, se você estabelece as suas metas acima de 100% e trabalha exaustivamente para alcançá-las, sua próxima meta será ainda mais ambiciosa. Isso produzirá um crescimento exponencial. Com o passar dos anos, haverá uma grande diferença entre as pessoas e empresas que estabeleceram metas impossíveis de realizar e nunca as alcançaram e aquelas que nunca estabeleceram qualquer meta ambiciosa.
Acredite que poucas pessoas querem trabalhar numa empresa cuja aspiração é a mediocridade. O anseio pela excelência, o desejo de participar de uma equipa vencedora são intrínsecos à natureza humana. Embora todos os bons líderes reconheçam essas verdades elementares, muitos poucos foram capazes de responder às exigências decorrentes dessas necessidades dentro das próprias organizações. O problema é que, em geral, os líderes procuram envolver os empregados intelectualmente, por meio da análise estratégica racional, e não emocionalmente, por meio do fascínio da ambição. Da próxima vez, não aceite o subdesempenho satisfatório, crie metas desafiantes, que capture de forma intensa e obstinada a ambição da sua equipe, tenha coragem de desafiá-los.

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