terça-feira, 23 de novembro de 2010

Sua organização estimula o intra-empreendedorismo?


O conceito de intra-empreendedorismo foi estabelecido há duas décadas, mas as empresas não estavam dispostas a dar aos empregados a liberdade para criar e, consequentemente, errar e oferecer-lhes um orçamento para financiar inovação, além do mais não queriam arcar com os custos dos erros que inevitavelmente acontecem no percurso. Hoje esse conceito já está muito difundido e valorizado nas organizações. Na verdade o desejo “dourado” é criar uma organização em que os colaboradores fazem a diferença de forma voluntária porque querem e vêem vantagens pessoais em fazê-los, ou seja, ter performance empresarial e humana simultaneamente.
A competência de execução nada mais é do que uma forte ênfase no curtíssimo prazo, mas quando forçada além do necessário leva a deterioração organizacional. Figurativamente, afirmamos que a marcha de um automóvel tem limite de velocidade e se você forçar além do limite o motor estoura, ou seja, chega um momento em que você precisa trocar de marcha.
O intra-empreendedorismo é um sistema revolucionário para acelerar as inovações dentro de grandes empresas, talvez esta mudança de marcha necessária, que se realiza através do uso melhor dos seus talentos empreendedores. É um sistema que oferece uma maneira saudável para se reagir aos desafios empresariais.
Mas nem todas as organizações conseguem visualizar essas oportunidades, por estarem ainda presas a modelos de negócio ultrapassados – continuam subestimando seus talentos e subutilizando as aptidões da sua equipe. A busca incessante pelo último ponto percentual de produtividade faz a empresa ignorar o enorme potencial inexplorado do seu patrimônio humano e acaba sufocando o espírito empreendedor das equipes. O verdadeiro empreendedor é aquele que é capaz de identificar, agarrar e aproveitar as oportunidades, buscando e gerenciando recursos para transformá-las em negócios de sucesso.
Além de não termos a prática de trabalho e arquiteturas organizacionais que permitam o estímulo do comportamento empreendedor, outro ponto negativo pode ser a própria cultura da empresa. Muitas vezes ela desencoraja a busca de oportunidades, sobretudo nas organizações altamente formais e burocráticas. Para difundir uma cultura mais empreendedora devemos atuar em quatro dimensões. A primeira e mais importante é a autonomia, que permite às pessoas agirem sem as sufocantes restrições impostas por políticas e estruturas desenhadas para entregar produtos e serviços, mas que não preparam o ambiente para a busca de novos negócios e oportunidades de melhoria. Inovação é a segunda dimensão mais importante, pois reflete a tendência da empresa de apoiar novas idéias, novidades e experimentações, que possam resultar em novos produtos ou serviços, bem como fazer algo de forma mais racional e econômica. A terceira dimensão é a pró-atividade, capacidade de antecipar as necessidades futuras do mercado e satisfazê-las antes da concorrência. E, por fim, a dimensão de assumir riscos e aceitar o fracasso é determinante para agarrar oportunidades que podem aumentar a vantagem competitiva da empresa.
Com a aceleração da dinâmica da competição, o patrimônio humano das organizações talvez seja a única forma verdadeiramente sustentável de vantagem competitiva. Acreditamos que as pessoas são dotadas de uma curiosidade inata e estão imbuídas da motivação natural para agir e aprender. Portanto, devemos aproveitar a engenhosidade de nossas equipes e recompensar os empreendedores internos para que sejam importantes agentes de desenvolvimento. Isso pode ser feito com a introdução de novos produtos e métodos de produção, além de outras atividades inovadoras que estimulam a competitividade e o crescimento da organização.

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