A Associação Cultural e Desportiva de Atenor (ACDA), no concelho de Miranda do Douro está a promover um concurso de empreendedorismo no feminino, “único em todo o distrito de Bragança”, destinado a 15 mulheres do planalto mirandês.
Segundo o dirigente da ACDA Moisés Esteves, na região existem muitas mulheres com potencial e ideias de negócio, mas a quem “faltava qualquer coisa para dar andamento ao projeto de cada” e este curso vem preencher algumas lacunas e ajudar criar projetos empreendedores no feminino.
Atenor foi assim a única aldeia do distrito de Bragança ser contemplada com um fundo de 75 mil euros, proveniente da União Europeia, para implementação de um curso de empreendedorismo feminino no âmbito da cidadania e igualdade de géneros. “Os únicos requisitos para frequentar o curso de empreendedorismo é ser mulher e ter qualidades de empreendedora”, referiu Moisés Esteves.
Agora, cada uma das formandas será apoiada com cerca de cinco mil euros para dar início ao seu negócio, caso o mesmo seja aprovado e as ideias não faltam. “Estou desempregada há dois anos e faço trabalhos manuais que vendo porta a porta, mas faltava-me potencial económico para fazer investimento nos materiais. Este curso tornou-se ouro sobre azul para desenvolver os meus projetos, já que não é fácil a uma mulher arranjar emprego aos 50 anos de idade”, disse à Lusa Isabel Rúpio, uma das formandas.
Já Albertina Fernandes contou que resolveu aceitar o projeto para criar uma unidade onde se vai dedicar, aos fins de semana a confecionar pão caseiro.
“Com estes cinco mil euros vou ter a hipótese de construir o meu próprio forno, para dar andamento ao meu trabalho e criar assim um nicho de mercado na aldeia”, frisou a formanda.
Trabalhos manuais, projetos nas áreas da cosmética ou da fotografia ou fabrico de produtos através de recursos endógenos são outras ideias que movem mulheres de Atenor.
“Este curso vai permitir colocar 15 mulheres no mercado de trabalho, ou incentiva-las à criação dos seus posto de trabalho. Estamos convencidos de que vamos conseguir atrair novos projetos para a aldeia”, frisou Moisés Esteves.
Os responsáveis pela ACDA acreditam que este curso poderá ser um impulso para a economia local, numa região deprimida onde aparecem “poucas oportunidades para a criação de pequenas empresas”.
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