domingo, 25 de setembro de 2011

À conquista do mercado global a partir do Chile

Na primeira edição do programa, o "Startup Chile" recrutou sete empreendedores portugueses. Saiba como funciona a iniciativa e conheça os projectos de Frederico Câmara, Tiago Matos, José Moura, Clara Vieira e Rafael Simão.

Não é a primeira vez que Tiago Matos e Filipe Gonçalves fazem as malas e viajam à procura de novas oportunidades de trabalho. Foi enquanto estavam em Inglaterra e na Holanda, respectivamente, que surgiu a oportunidade de criarem um projecto seu, o Vendder.com.

Estava na hora de se lançarem como empresários. Daí a concorrerem ao "Startup Chile", um programa criado pelo Ministério da Economia chileno e promovida pela Corfo, Agência de Desenvolvimento Económico Chileno, foi um passo. Agora, o objectivo já é juntarem-se a gigantes como a Amazon ou a Ebay.

A iniciativa visa atrair empreendedores e empresas em "early stage" que queiram utilizar o Chile como uma plataforma para a internacionalização dos seus negócios. Obectivo: transformar o Chile no centro do empreendedorismo e inovação da América Latina.

Em 2010, a iniciativa arrancou com um projecto-piloto, que levou 22 "startups", provenientes de 14 países, para o Chile. Cada empresa tem direito a cerca de 30 mil euros para seis meses e um visto temporário de um ano para que possa desenvolver os seus negócios e aceder às redes de contactos e investimento mais fortes no país.

O sucesso da primeira edição levou a uma expansão para 2011, cujo objectivo é o de atingir 300 participantes. A primeira etapa de candidaturas fechou com 329 concorrentes, provenientes de 44 países. Destas, foram escolhidas 110, vindas de 28 nações. Das 110, 90 já chegaram ao Chile, totalizando agora 150 empreendedores estrangeiros em solo chileno.

650 candidaturas
Na segunda etapa, em Agosto, concorreram 650 pessoas oriundas de 60 países. Pela primeira vez, os chilenos puderam concorrer ao programa, que agora está mais focado em concentrar o talento no país do que apenas em atraí-lo. Em Outubro, haverá mais uma etapa de candidaturas e o objectivo é que, no final de 2014, estejam mil "startups" a funcionar.

Os empreendedores recrutados passam por um processo de selecção conduzido por especialistas da indústria e por empresários, juntamente com um conselho de inovação chileno. Os sectores variam. Há equipas especializadas em energia e comércio electrónico, mas, também, em empreendedorismo social e "design", entre outros. É essencial que os projectos tenham sido concebidos com uma estratégia global, acreditando que a via para o sucesso é através da expansão e não do isolamento.

Todos os participantes no programa são avaliados durante a estadia, através de indicadores como a participação em eventos locais, realização de "workshops" na área de especialização e pela contratação de talento local. O envolvimento da comunidade é, essencialmente, "a corda que se amarra" ao programa. O sucesso da iniciativa já levou a "spin-offs" em países como os Estados Unidos da América ("Startup America") e Reino Unido ("Startup Britain").

Por enquanto, o Chile recrutou sete empreendedores portugueses. Frederico Câmara, Tiago Matos, Filipe Gonçalves, José Moura, Clara Vieira e Rafael Simão são alguns dos jovens empresários que fizeram as malas e rumaram ao hemisfério Sul. Conheça-os.

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