sábado, 8 de outubro de 2011

Com ou sem crise a opção de mudança é sua


Em tempos de crise é normal vermos tudo e todos em manifestações e em lutas constantes contra alguma coisa. Fazem-se greves frequentemente e mobilizam-se pessoas para a rua com o intuito de “fazer barulho”. É assim em todo o lado e Portugal não é excepção.

Concordo que devemos manifestar a nossa opinião e não estou aqui com nenhum pretexto político. Estou a escrever esta crónica porque acho que as pessoas andam a perder demasiado tempo a pensar em tudo menos nas próprias pessoas.

Sabemos que os governantes governam para os números e para os ratings e, não tenho competência técnica ou cientifica para analisar se o fazem bem ou mal. Tenho “apenas” a minha opinião formada como cidadão contribuinte que na verdade, não interessa nada para agora.

Custa-me saber que as medidas de austeridade continuam e vão continuar. Custou-me abrir uma empresa, fazer contas, planear tudo e, poucos meses depois ter que fazer tudo novamente porque surgiam “programas de estabilidade e crescimento” constantemente. Confesso que por muitas vezes pensei se abrir a empresa seria uma boa opção mas, acabei por seguir o caminho dos chineses que simbolizam a crise como “perigo e oportunidade”. Tenho consciência do perigo mas, também encontro diversas oportunidades por explorar.

Custa-me também saber que neste Natal as pessoas vão ter ainda menos poder de compra. Como profissional que trabalha o mercado, é difícil perceber como se pode crescer se as pessoas perdem poder de compra ou seja, vão comprar menos. Tenho a humilde visão influenciada de que se vendemos menos, os postos de trabalho são comprometidos, a taxa de desemprego aumenta e não conseguimos “estabilidade e crescimento”. Todavia, deixemos este tipo de análise para os especialistas na matéria.

Isto são factos que me incomodam mas, está na altura de começarmos a pensar nas pessoas. Chega de exigir tudo ao nosso governo, cada um de nós tem que assumir um compromisso pessoal. A mudança deste país depende da mudança de atitude de cada um de nós e não exclusivamente de quem nos governa. Todos sabemos que é preciso mudar alguma coisa mas, ignoramos que essa mudança começa em nós. Tudo muda quando nós mudamos.

“Você deve ser a mudança que você deseja ver no mundo”. (Gandhi )

Os governantes em democracia são escolhidos pelo povo (por nós) como tal, não podemos estar constantemente a queixar-nos das suas decisões. Sou apologista de que devemos deixa-los fazer o seu trabalho e nós devemos fazer o nosso.

Desculpem a sinceridade mas, estou-me a borrifar para o rating e que Portugal seja considerado ” lixo”. Óbvio que este cenário não tem nada de positivo e relembro que considero importante termos posição e opinião relativamente a isso mas, eu faço o meu papel todos os dias e esse é o meu foco. Sendo “lixo” ou não, trabalho para produzir e para criar postos de trabalho. Os desafios estão à nossa frente e os obstáculos são uma constante mas, o sucesso depende mais de nós do que dos outros.

“Acho fascinante que a maioria das pessoas planeie as férias com mais cuidado do que as suas vidas. Talvez porque fugir é mais fácil que mudar. ” (Jim Rohn)

As parcerias são o segredo dos novos negócios e, se estivermos munidos de gente competente, podemos alavancar muitos novos projectos empresariais.

Procurem aquilo de que gostam de fazer e façam-no. Acreditem que ninguém o fará por vocês. Deixem de lado as desculpas. Chega de apontar o dedo a terceiros e culpar os outros de tudo.

Não percam tanto tempo da vossa vida a pensar na crise ou na Moody´s. Já sabemos que a transparência nesta área é um tema delicado e confuso e, a não ser que essa seja a vossa vocação, não percam muito tempo a entender isso.

Por vezes começo a imaginar o que seria se os milhares que se manifestam contra a austeridade se unissem para o desenvolvimento de novos negócios. Como imaginam que seria?

Olhem à vossa volta, para os vossos colegas, amigos, familiares e conhecidos e vejam como juntos podem mudar, criar e produzir. Façam algo de bom por vocês e pelas pessoas. Mudem!

Não quero incentivar ninguém a desprezar a liberdade de expressão e o seu direito de palavra. Estou concretamente a tentar influenciar alguém, uma pessoa que seja, a mudar de atitude e a ir atrás daquilo em que acredita. Somos obrigados a fazer escolhas e por vezes teremos que abdicar de uma festa, de um concerto, de jantar fora ou mesmo das nossas férias para investirmos em nós e naquilo em que acreditamos.

Não se deixem contaminar pelo pessimismo e pela multidão que se encostou a este cenário de crise para desculpar todos os problemas que tem na vida. A crise não desculpa tudo. Temos de “injectar” optimismo para muitas empresas que perderam a sensibilidade para inovar e esqueceram-se de se adaptar ao novo ambiente. Não desistam!

Todos sabemos e é um facto que para a maioria das pessoas que têm ambição e atitude empreendedora, a escassez de recursos financeiros predomina mas, há muitos outros recursos que se pode e deve aproveitar. Com a taxa de desemprego tão elevada, o que custa reunir pessoas e arriscar na criação de novos projectos? Juntar competências pode ser muito mais valioso do que qualquer financiamento.

“Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos.” (Galeano )

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