domingo, 2 de outubro de 2011

Financiamento das empresas é um problema "urgente" do Ministério da Economia, diz secretário de Estado

O financiamento das empresas é um dos problemas de maior "urgência" do Ministério da Economia, admitiu esta manhã o secretário de Estado para o Empreendedorismo, Competitividade e Inovação, Carlos Nuno Oliveira.

"Muitas das iniciativas de financiamento que sabemos e achamos que temos que implementar têm, em face ao recente `downgrade` [abaixamento] em julho [da notação de risco] da República, encontrado problemas adicionais à execução destas medidas", admitiu o governante, na abertura do Fórum PME, promovido pela Associação Industrial Portuguesa -- Confederação do Comércio e Indústria (AIP-CCI).

Carlos Nuno Oliveira sublinhou, em contrapartida, a necessidade de as empresas encontrarem alternativas "criativas" ao financiamento bancário e anunciou que o Governo se prepara para apresentar "um conjunto de medidas" de financiamento às pequenas e médias empresas (PME).

O presidente da AIP-CCI, José Eduardo Carvalho, alertou também na abertura do evento para a necessidade de recapitalização do Fundo Contra Garantia Mútua, de forma a reforçar a intervenção das sociedades de garantias mútuas. Instado pela Lusa a responder a este repto concreto, o secretário de Estado apenas referiu que "repto é específico e as respostas específicas virão no momento específico também. Neste momento não é oportuno".

O problema dos financiamento das empresas, sublinhou José Eduardo Carvalho , "é o principal problema neste momento". "Nós conseguiremos sobreviver até 2013 se não houver reforma da Justiça. Se a reforma da administração púbica ou a reforma do Estado não se concretizarem como se pretende, as empresas também chegarão lá, [mas] tenho sérias dúvidas, sem resolver o problema do financiamento, se lá chegaremos", ilustrou.

José Eduardo Carvalho concedeu que as empresas têm que encontrar "formas mais criativas de recurso ao financiamento", como sugerido pelo governante, mas "a curto prazo é difícil que mecanismos alternativos de financiamento às empresas substituam o crédito bancário", sublinhou.

"Talvez seja necessário analisar o calendário de desalavancagem financeira dos bancos", sugeriu o presidente da AIP-CCI, de forma a permitir o acesso das empresas ao crédito bancário.

Outra das preocupações da AIP-CCI é que o crédito disponível dos bancos se concentre exclusivamente nas empresas exportadoras internacionalizadas. "A estratégia dos bancos caminha para aí e isso pode criar problemas no resto do tecido empresarial", considera o presidente da associação.

"Temos que sair deste impasse e as soluções não estão nos mecanismos e instrumentos alternativos ao crédito bancário. Estão no financiamento bancário", reforçou.

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