domingo, 23 de outubro de 2011

Start-up nation

O título deste artigo e o seu ponto de partida é devido a Diogo Vasconcelos (é igualmente uma singela homenagem a quem deu um grande contributo para a discussão do Empreendedorismo em Portugal) e ao seu manifesto para que Portugal se transforme numa start-up nation.

A situação económico-social atual, do país, bem como, a evolução preocupante da taxa de desemprego em Portugal e, em particular entre os jovens (Dados do Eurostat, divulgados recentemente, adiantam que a taxa de desemprego entre os jovens portugueses, com menos de 25 anos, subiu em maio para 28,1% face aos 27,9% assinalados em abril) exige a criação de um ambiente propício ao Empreendedorismo em Portugal, a inovação e o Empreendedorismo constituem a resposta a esses desafios e são eles, sem dúvida, os catalizadores que permitirão alcançar o desenvolvimento sustentável que se procura, criando emprego e aumentado a competitividade e o crescimento económico e social.
Defendo que a promoção de um ambiente promotor e dinamizador do Empreendedorismo deve ser baseada e sustentada num programa integrado de nível nacional que ultrapasse o referido anteriormente e que integre vários atores relacionados direta ou indiretamente com o Empreendedorismo, num núcleo mais próximo, em plena articulação com os agentes educativos nos vários níveis de ensino, desde o ensino básico até ao ensino superior. Falo de um apoio permanente de entidades ligadas à consultoria e de um apoio técnico necessário aos empreendedores; devem ainda integrar este núcleo mais próximo, as entidades que disponibilizem infraestruturas com incubadoras e ninhos de empresas que permitam às empresas nascentes gerir estruturas de custos fixos reduzidas assim como usufruir de serviços partilhados. Por último, considero também o financiamento de novos projetos, e o papel que o Governo pode ter na criação de condições para que a Banca volte a financiar as microempresas e as PME´s, a Capital de Risco e os Business Angels assumam o seu papel decisivo e ainda que as entidades gestoras dos sistemas de incentivos possam agilizar e facilitar não apenas as candidaturas mas também o desbloqueio de verbas após a aprovação.
Num núcleo mais distante, mas sempre em sintonia, as atividades de investigação e desenvolvimento e ainda as atividades de promoção de networking que permitam aos empreendedores integrar redes de partilha de conhecimento, potenciar negócios e explorar novas oportunidades devem ser promovidas, bem como, as parcerias devem ser incentivadas. Devem ainda ser motivadas iniciativas de promoção de novas ideias e projetos, como concursos de ideias em entidades de ensino, municípios e mesmo a nível nacional. Por último, devem ser promovidas iniciativas de empreendedorismo social. A minha proposta vai, então, no sentido de fazer congregar vários atores da sociedade com vista a criar as condições necessárias à promoção das referidas iniciativas.
Para a equação ficar completa precisamos ainda de Empreendedores, só com eles é possível transformarmos Portugal numa start-up nation. É aqui que a educação e formação em Empreendedorismo e o desenvolvimento de competências empreendedoras são cruciais. Como refere Peter Drucker “Muito do que se ouve sobre empreendedorismo está errado. Não é nada de mágico; não é mistério; e não tem nada a ver com genes. É uma disciplina e como uma disciplina pode ser aprendida.”

Artigo publicado na Revista Negócios e Franchising, edição de setembro/outubro de 2011.

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